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Preferência Sexual - texto do Portal Ateu (curioso!!!)

Preferência sexual





Autor: L. Abrantes
25 Mar, 2011


A questão da preferência sexual é uma daquelas questões que levanta alguma ou muita celeuma, dependendo da perspectiva de cada um. Se é entre adultos mutuamente de acordo, who cares? Mas para muitos, a questão de quem dorme com quem, especialmente se forem de sexos idênticos, é um ponto crucial que importa debater e, se possível, combater como se fosse o fim do mundo.

Há muito que se tenta descobrir, por via científica, psicológica, ou por graças de forças divinas, a causa ou razão que explique a homossexualidade. Será uma questão de escolha pessoal, de ambiente ou de biologia?

No blog Neurologica o Dr. Steven Novella, neurologista, presidente da New England Skeptical Society e elemento principal do melhor podcast que anda por aí, aborda exactamente este tema.

Há fortes indícios que apontam para que a preferência sexual seja uma questão biológica. E um recente estudo feito em ratos é mais um que vem corroborar essa hipótese. O bloqueio dos receptores de serotina nos cérebros dos ratos, provocou alterações no comportamento sexual. É claro que este tipo de estudos deverá ser extrapolado para humanos com cautela, tendo em conta que este tipo de experiência não pode ser reproduzido em seres humanos.

Steven Novella também chama a atenção para o facto deste tipo de pergunta não ter uma resposta simples, mas as evidências parecem apontar para que a preferência sexual seja determinada pela biologia dos nossos cérebros.

Não que estes estudos façam grande diferença para alguns, como se pode ver pela declaração feita pelo arcebispo Silvano M. Tomasi, representante da Santa Sé em Geneva a propósito da 16ª sessão os direitos humanos ocorrida no dia 22 do corrente mês:

Tem havido alguma confusão desnecessária em torno do significado de orientação sexual (…). O significado comum refere-se a sentimentos e pensamentos e não ao comportamento.

(…) Um estado não deve nunca punir ou privar uma pessoa com base nos sentimentos e pensamentos dessa pessoa. Mas os Estados podem e devem regular comportamentos, incluindo comportamentos sexuais. Por todo o mundo existe um consenso entre sociedades que determinados comportamentos sexuais devem ser proibidos pela lei. A pedofilia e o incesto são dois exemplos.

A sexualidade humana (…) é uma atividade que coloca o individuo ao serviço de uma finalidade. Não é uma identidade. (…)

As pessoas estão a ser atacadas por tomarem posições que não suportam comportamentos sexuais entre pessoas do mesmo sexo. Quando expressam as suas crenças morais ou crenças sobre a natureza humana, que podem ser também expressão das suas convicções religiosas ou opinam sobre declarações científicas, são estigmatizados e, pior, são vilipendiados e acusados legalmente.

Colocar a homossexualidade – vista como uma relação entre dois adultos em mútuo consentimento – a par da pedofilia é um desrespeito pelas vitimas de pedofilia por adultos do sexo oposto. Talvez fosse importante que se entendesse, de uma vez por todas, que existe uma fronteira, estabelecida legalmente no último século, que diferencia uma criança de um adulto. E que existe uma grande diferença num ato tomado conscientemente e de mútuo acordo daquele que é exercido por coerção ou violência física e psicológica.

Fonte: Portal Ateu - publicado em 25/03/11

O sempre controvertido tema da origem da homossexualidade



🧬 A orientação sexual nasce com a gente?

De acordo com Balthazar, a homossexualidade é definida ainda na fase embrionária, ou seja, antes mesmo do nascimento. Em sua pesquisa de mais de 30 anos, ele concluiu que fatores biológicos, como a genética e a exposição a hormônios durante a gestação, são determinantes na formação da orientação sexual de uma pessoa — seja ela homo, bi ou heterossexual.

Segundo ele, a ideia de que “a pessoa nasce homossexual” não é apenas uma posição política ou simbólica, mas algo que tem base científica. Isso contraria visões que defendem que a homossexualidade seria fruto de criação, traumas ou influências sociais, visões que infelizmente ainda são usadas para justificar preconceito e até terapias de "cura" que não têm qualquer respaldo científico.


🧠 O impacto da ciência no combate ao preconceito

O trabalho de Balthazar fortalece uma compreensão mais empática e fundamentada da diversidade sexual. Quando se reconhece que a orientação sexual não é uma escolha nem um desvio, mas sim parte da natureza humana, abre-se espaço para uma sociedade mais justa, respeitosa e inclusiva.

Essa perspectiva biológica ajuda a deslegitimar práticas como a chamada “terapia de conversão”, e embasa políticas públicas e educacionais voltadas para a aceitação da diversidade desde a infância.


📘 Curiosidade: o que diz o livro?

O livro Biologie de l'homosexualité – On naît homosexuel, on ne choisit pas de l’être (em tradução livre, Biologia da Homossexualidade – Nasce-se homossexual, não se escolhe ser) reúne evidências de estudos com animais e humanos, mostrando como a sexualidade é moldada por processos neuroendócrinos durante a gestação. Ele também critica as teorias puramente comportamentais ou ambientais, ressaltando que o cérebro já nasce preparado para a orientação afetiva e sexual que a pessoa terá.


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO

Particularmente, eu não sou um aficcionado pela busca das origens de seja-lá-qual-for a orientação sexual de que se esteja tratando. E isso se dá por um simples motivo: O homem é somente o que ele pode ser, ou seja, somente o que sua humanidade lhe permite ser. Mesmo quando faz escolhas, seu leque de opções está delimitado pelo que chamamos de humanidade (ou espécie humana) Se ele(a) é gay, hetero ou bi, isso se dá porque todas essas orientações sexuais são humanas, e, portanto, passíveis de ocorrência em seres humanos de qualquer etnia, nacionalidade, classe social, contexto histórico e cultural, etc. Se algo faz parte do se chama espécie humana, qualquer ser humano é capaz dd sê-lo ou fazê-lo. ;)

Segundo, as teorias que tentam explicar origens geralmente querem justificar essa ou aquela orientação sexual - o que a meu ver dispensa qualquer justificativa. "Por que uns gostam de amarelo e outros de vermelho?" é uma questão que me parece tão pertinente quanto "por que uns gostam de homem e outros de mulher, e ainda outros de ambos?", ou seja, não faz nenhuma diferença na prática. Pode ser interessante como exercício intelectual, mas não muda nada de fato na experiência diária do indivíduo. Gostamos do que nos parece bom, ou isso nos parece bom porque disso gostamos? Essa é uma questão bastante Espinoziana... kkk (Nota: do brilhante filósofo Espinoza).

Por outro lado, sou do tipo que não dispensa conhecimento bem fundamentado. Portanto, vale a pena ler o que diz o autor da pesquisa e analisar os dados com carinho. Se a hipótese realmente se confirmou como fato mediante dados observáveis e corretamente interpretados, jóia! Temos um fato científcio. Caso contrário, tudo volta ao status de hipótese ou de premissa. ;)

Enquanto isso, eu vou desfrutando do que gosto na curta vida de que disponho, porque tempo a perder é tudo o que nenhum de nós tem de fato! ;)

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