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ADOLESCÊNCIA (Netflix): Não é a exceção. Veja por quê.

Muita gente está abismada com a série Adolescência na Netflix como este crime fosse a exceção, algo novo e surpreendente. Não é. Veja por quê.







Por Sergio Viula

Hoje, vamos conversar sobre uma coisa que está na cabeça de muita gente por causa da série Adolescência, produzida pela Netflix, que fala sobre um jovem considerado um incel.

O que é um incel?

Para começar, incel é o indivíduo que é celibatário involuntariamente. Ele não quer ser celibatário, mas o é por força das circunstâncias. Na verdade, essa palavra foi criada por uma mulher que se sentia frustrada porque não conseguia um parceiro. Pasmem, mas isso foi na década de 90. Ela se dizia, então, uma celibatária contra a vontade. Talvez até de uma forma divertida. Posteriormente, porém, esse termo ganhou os fóruns da Internet – alguns até bastante esquisitos, bem underground mesmo – e passou a caracterizar aqueles homens que se sentem frustrados porque, segundo eles, não conseguem sexo, e culpam as mulheres, dizendo que elas têm expectativas muito altas, que são muito independentes e muito exigentes, e que geralmente querem caras bem-sucedidos. Na visão deles, bem-sucedidos seriam os caras bonitos e cheios de dinheiro.

Bom, para começar, quem não quer um marido desses, né? Mas não é sobre homens desejáveis que eu quero falar. Na realidade, o que acontece é que os incels geralmente apresentam essa tendência para a autovitimização. Eles acreditam que são vítimas do sistema – um sistema, segundo eles, corrompido por causa do feminismo, ou seja, da luta das mulheres por direitos iguais. Eles também têm uma visão fatalista da realidade, uma vez que acreditam que há coisas fora do controle deles que determinam a solidão na qual estão mergulhados. Esses fatores alheios à sua vontade seriam sua própria genética e sua aparência física. Outro fator fora do controle deles seria a superficialidade das mulheres, que, segundo eles, é uma das características femininas que dificultam a interação deles com o sexo feminino e a com a obtenção de relações sexuais. Lembrando que sexo é o verdadeiro objetivo final de um incel. Eles não querem manter com as mulheres uma relação multifacetada e profunda entre indivíduos em posição de igualdade; eles querem dominá-las.

Quando um incel vê uma mulher, o que ele mais quer é transar com ela. E o que ele mais odeia é justamente o fato de não conseguir transar com ela.


A terminologia incel


Os incels usam terminologias inglesas tanto para falar sobre os homens que têm vantagem como para se referir às mulheres que supostamente não dão a mínima para a existência deles. São termos como, por exemplo, "Chad". Estes são os homens considerados geneticamente privilegiados e altamente desejáveis. Por outro lado, "Stacy" seriam as mulheres que só pensam em se relacionar com os "Chads" – os homens de cuja aparência elas gostam e em cujo sucesso elas têm interesse.

Os incels acreditam também que os homens com essa aparência têm mais chances de sucesso e, consequentemente, também têm mais chances de conquistar mulheres. Afinal, eles são belos e por isso acabam sendo bem-sucedidos.

"Black pill" seria essa visão extremamente negativa, pessimista, de que a aparência é o único valor para a escolha de um parceiro. E aí, vocês podem pensar logo em "red pill", não é? Esse termo agora anda bem famosinho também. “Red pill” é essa ideia de que alguns homens "acordaram" para o fato de que estão vivendo num mundo invertido, ou seja, um mundo em que as mulheres dominam e humilham os homens em vez do contrário. 

Pare e pense sobre isso. Essa premissa é estúpida por dois motivos: Primeiro, a mulher não está dominando o homem nem o humilhando quando apenas busca emancipação e autonomia. Segundo, o homem não é naturalmente - ou por ordem divina - superior à mulher em nada. Tudo isso é mito.

A verdade é que os homens sempre se sentiram muito “garanhões”, verdadeiros reprodutores. Mas as mulheres hoje em dia não precisam deles nem mesmo para isso. Elas podem ter filhos sem precisar se deitar com quem quer que seja. Elas podem ter filhos por inseminação artificial, ou por acordos com homens da confiança delas, que podem fazer um filho e deixar a criação deste por conta delas, justamente porque elas optaram por isso. Elas também podem adotar. Enfim, existem mil métodos para que uma mulher tenha filhos, se quiser, sem precisar se casar com quem quer que seja. E ela tem todo o direito de ter ou não ter filhos, com ou sem sexo.


Religião como produtora e mantenedora do machismo


A frustação maior desses caras é que eles acham que a mulher existe para servi-los. Isso também é um reflexo dessa cultura judaico-cristã e até islâmica, que é desgraçadamente misógina, que coloca a mulher como serva do homem. O homem seria o cabeça do lar, o senhor da mulher. E existem passagens absurdas, inclusive no Novo Testamento, que falam sobre isso - que o homem é a cabeça da mulher, assim como Cristo é a cabeça da igreja.

Ora, se Jesus pode mandar na igreja como ele bem entender, então o homem pode mandar também na mulher. E se a igreja deve ficar submissa a Cristo, a mulher deve permanecer submissa ao homem. Quem nunca ouviu isso que me atire a primeira pedra?


Icels precisam de ajuda, mas não os subestime


Um incel que ainda não chegou às vias de fato no crime, pode e deve receber atendimento psicossocial em liberdade, é claro. Mas existem incels que já violentaram e até mataram mulheres. Estes devem receber esse tratamento já encarcerados, porque cometeram crimes. Não podem ficar inseridos no meio social e nem ter acesso algum à Internet. Vale ressaltar que a violência cometida por esses caras pode ser de vários tipos: violência verbal, simbólica, sexual, chegando à tortura e ao assassinato, como foi o caso do garoto que, lá na série da Netflix, mata a colega de escola a facadas. Ainda que isso possa parecer a exceção, isso é, na verdade, o resultado final de um longo processo de desumanização da mulher e da redução de sua existência a servir o homem em tudo, inclusive sexualmente, querendo ela ou não.


Os estereótipos criados pelo machismo são o estopim


O machista gosta de pensar que as mulheres têm que ser servas submissas, e que toda mulher que não se encaixa nesse perfil é fútil, interesseira, vulgar, e assim vai: "Não se dá o respeito", como eles adoram dizer por aí. E, pior, algumas mulheres, imbecilmente, repetem isso.

Não! Isso está estupidamente errado. Toda mulher merece respeito, e nenhuma mulher é obrigada a fazer seja lá o que for para ter o seu direito à dignidade garantido. Ela pode tomar as decisões que bem entender. E se essas decisões implicarem em quebra da lei, ela será punida nas bases da lei, assim como o homem. Ela terá oportunidades idênticas ao homem na sociedade, desde que essa sociedade seja saudável. Se não for saudável, equilibrada e justa, então essas mulheres não terão as mesmas oportunidades e sua luta por emancipação estará mais do que justificada. Isso é o que vemos em sua pior configuração no Afeganistão, mas não sew enganem: O Brasil ainda está muito aquém do que devia ser nesse quesito.

Os homens em geral, mas os incels, principalmente, muitas vezes, reduzem as mulheres à categoria de um prêmio. Isso fica muito claro quando homens com dinheiro e poder oferecem coisas muito boas e caras a certas mulheres interesseiras. Assim que elas aceitam essa barganha, elas se tornam seus troféus. Aliás, se você está preocupado em ter uma boa relação, devia ficar feliz que mulheres assim já sejam eliminadas do seu leque de opções, porque elas vão atrás desses trastes imprestáveis, geralmente por interesse “comercial”. Você devia ficar feliz por não cair nessa armadilha, pois essa mulher que não está disponível para você significa, na verdade, menos um problema na sua vida, meu caro.

Todavia, isso não dá direito a um incel ou qualquer outro homem de cometer um crime contra essa mulher nem de atacar aquele que a tem como parceira, simplesmente por não ter conseguido o que este agora exibe orgulhosamente por onde passa.  De um modo geral, nenhum ato de violência que não seja em legítima defesa e com força proporcional pode ser justificado.

Vale ressaltar que toda essa neurose incel começa com a cultura da masculinidade tóxica. E aí eu quero colocar a palavra machismo bem grande aqui: MACHISMO MATA. Isso não é novidade. Sempre foi assim com os machistas. Machistas são homens que acham que as mulheres estão a seu serviço e, portanto, têm que fazer o que eles querem.

Vocês estão muito impressionados com adolescentes numa série, mas os homens estão matando mulheres que não querem namorar com eles faz tempo. Eles as matam só porque elas terminaram um relacionamento ou porque se recusaram a começar. Por tudo e por nada, elas se tornam alvos da misógina desses machos escrotos. A torto e a direito, esses caras estão entrando em lojas e matando; em shoppings e matando; em estacionamentos e matando; na casa delas e matando; envenenando mulheres que nem imaginam que uma gentileza aparente esconde um plano macabro. Teve um que deixou o gás ligado para que a mulher morresse intoxicada, enquanto ele tinha tempo de escapar da cena do crime. E para que um bandido desses faça isso com a própria companheira, basta que ela esteja dormindo ou tenha sido dopada. Assim, quando o “incidente” for investigado, ainda vai ter gente achando que se trata de um acidente causado pela própria mulher por descuido. O azar desses homens é que, às vezes, há dispositivos de segurança que eles ignoram e que podem gravar o que eles estão fazendo, como foi o caso desse cara, desse imbecil inútil, que foi preso depois de matar a mulher intoxicada por gás doméstico.

Mas tudo isso vem da cultura machista, do ressentimento contra a mulher como pessoa autônoma. Por isso, o ódio desses homens contra o feminismo. Eles desprezam o direito da mulher à viver emancipada, de ser dona de si mesma. A igualdade de gênero no sentido de que tanto o macho quanto a fêmea devem ter as mesmas oportunidades, e que não há motivo para se fazer distinção entre eles é algo que esses machistas odeiam.

O machismo, que é a ideia de que o homem é superior à mulher, gera a misoginia, que é o ódio à mulher e a tudo o que é feminino. Essa misoginia pode se tornar o gatilho para o crime. Em poucas palavras: O machismo pensa a mulher como inferior, mas a mulher não se submete. Então, ele passa a odiá-la, e para se livrar do objeto do seu ódio, ele pode chegar a matá-la.

Se a mulher não se submete a esse tipo de homem, ele a ameaça e até assassina. Se ela se submete, passa a viver numa relação tóxica - o que não a ajuda, de modo algum, a escapar da opressão e dos maus tratos domésticos.


O macho heterossexual e o macho homossexual


Agora, uma coisa que é muito curiosa é a diferença entre esse tipo de homem heterossexual e os homens que não o são. Vamos recortar aqui esses machistas misóginos que acham que a heterossexualidade é a norma e que, por isso, toda mulher tem que ser dele. 

Mas, antes, vale abrir um parêntese aqui: A mulher lésbica.

Esses machos misóginos são lesbofóbicos. Eles acreditam que a mulher lésbica é assim por falta de macho que a dobre. A partir daí, basta que ele dê mais um passo nessa neurose para concluir que ele próprio poderia ser o “remédio para o problema dela” - problema que ele inventou, porque ser lésbica não é problema algum, exceto na cabeça doentia dele e de outros imbecis como ele. Esse macho adoecido pelo machismo pode inclusive violentá-la na expectativa de que depois de conseguir o que ele verdadeiramente deseja - a gratificação sexual -, ela passe a gostar da “fruta” que ele tem para oferecer, mas não é isso que acontece: A mulher lésbica violentada é uma mulher traumatizada, assim como qualquer mulher. Pode, inclusive, sofrer mais por nunca ter desejado homem algum, para começo de conversa.

Retomando a questão do homem heterossexual machista em contrayst com o homem homossexual, note que quando um gay quer um homem para chamar de seu, ele o conquista por outros meios. Ele recorre à sedução, a um papo legal, a uma troca de fotos, ou a alguma coisa que vai fazer com que esse homem deseje ficar com ele. Até mesmo uma passada de mão aqui ou ali porque o cara está dando mole para ele. Tipo, o cara está olhando, está fazendo gestos como “pega aqui, pega ali”. Aí, ele vai lá e pega, e aí as coisas acontecem. Nunca é algo como o que um incel e outros machistas fazem com as mulheres. Um gay não vai pensar algo do tipo: "Este homem me deve isso porque ele foi feito para esse propósito. Ele foi criado para mim". E isso se dá porque não existe essa cultura na cabeça do homossexual. Não existe essa ideia de que um homem foi feito com o propósito de ser dele, ou que ele foi feito com o propósito de pertencer ao outro. Não. Ele entende que as pessoas vão ser o que são: Podem ser amantes dele, podem não ser, podem nem sequer gostar daquilo que ele tem para oferecer, e não tem nada de errado com isso. Ele sabe disso e, mesmo sendo vilipendiado, humilhado, pisado desde pequenininho, às vezes já dentro de casa pelos familiares, ele não cresce para se tornar um frustrado ao ponto de querer matar alguém porque não lhe correspondeu aqui ou ali. Isso é curioso, porque se tudo se resumisse a uma relação entre violência/rejeição e produção de mais violência, os homens gays seriam os maiores assassinos do mundo. E não o são!


O que poderia ser a razão para essa diferença, então?

Uma possível razão para isso, e que pode ser uma forma de explicar por que as coisas costumam acontecer assim, é que muitos gays aprendem a lidar com a frustração oriunda da rejeição desde pequenos. Assim, eles são obrigados a encontrar caminhos de sobrevivência que não passem pelo extermínio do outro, mas, sim, que passem pela emancipação de si mesmos. Eles pensam em ser independentes, ter um bom emprego, conseguir sua casa - um canto onde possam viver suas vidas sozinhos ou com aquelas pessoas que gostam deles e vice-versa.

Então, é muito curioso como a cultura do machismo faz mal a mulheres heterossexuais, a homens gays, bissexuais e por aí vai. Faz mal, especialmente, às mulheres trans, porque esses homens, muitas vezes, acham que uma mulher trans é um homem querendo enganá-los. Eles se fixam nessa ideia ridícula do engano o tempo todo, como se essa mulher trans quisesse ludibriá-los. Porém, a verdade é que uma mulher trans é apenas uma mulher trans - se você gosta dela, fique com ela, se ela quiser ficar com você, é claro. Se você não gosta, não fique com ela. E se ela não quer ficar com você, respeite a decisão dela e não faça nada. Apenas pegue o caminho da roça e vá embora. 

Ah, e não se esqueça: transexualidade não tem nada a ver com orientação sexual. Pessoas trans podem ser heterossexuais, homossexuais, bissexuais, etc. em seu desejo/afetividade. Então, tem mulher trans que não gosta de transar com homem e também tem homem trans que não gosta de transar com mulher. Não se precipite em sua conclusões baseadas em estereótipos hetero-cisnormativos.


Plantado em solo religioso


A verdade é que tanto graças  ao cristianismo como também ao judaísmo e ao islamismo, só para citar os três maiores monoteísmos, o machismo e a misoginia se tornaram insuportáveis. Em outras religiões, o machismo também existe, mas nenhuma é tão meticulosamente descarada nessa estrutura infame quanto essas três vertentes.

Então, quer assistir à série? Assiste à série! Mas não pense que isso é alguma novidade. E não pense que porque esse garoto fez isso mais cedo, ele é pior do que os homens que vão fazer isso mais tarde. Alguns homens vão fazer isso aos 25 ou 30 anos. Esse garoto fez ainda na adolescência. Porém, todos eles estão fazendo pelo mesmo motivo: machismo patriarcal, misógino, antifeminista, homo-transfóbico, que não consegue entender que não há nada de superior num homem por ele ser homem cisgênero e hétero. Por isso mesmo, a mulher não é inferior em nada, e um homem sexodiverso também não. Uma pessoa transgênera, seja ela quem for, também não é inferior a esses supostos machos alfa. Essa hierarquia só existe na cabeça dessa gente adoecida por tais ideologias sexistas alimentadas pela igreja, a família e a escola - para ficar em três aqui. Quando o imbecil compra esse discurso e o alimenta com coleguinhas idiotas como ele, isso não tem como acabar bem.

Então, fica aqui minha contribuição para esse debate. Meu pensamento é direto e simples. Você pode até pensar que é uma análise rasa. Eu não dou a mínima, porque o que acabo de expor é perfeitamente verificável, e não tenho visto as pessoas falarem sobre isso do modo que eu acabo de falar aqui, inclusive com esse viés que dialoga com a sexodiversidade e com a transgeneridade.

Internet e pornografia

Abram o olho! Entendam que a Internet ajudou a piorar isso tudo, justamente por causa desses fóruns.

A pornografia também pode ser uma ferramenta para a produção dessas neuroses. Antes de concluir, deixe-me falar sobre isso. 

Por que digo que a pornografia pode estimular isso?

Antes de mais nada, já está completamente errado que uma criança pequena ou adolescente seja exposto à pornografia, mas pode ser muito pior quando não se trata apenas da relação entre duas pessoas no sentido mais comum dessa transa. Existem coisas, muitas vezes, absurdas, incluindo estupros, ainda que sejam apenas simulados. E é claro que tudo pode ser apenas encenação, mas o impacto disso sobre uma mente infanto-juvenil é desastroso.

Tem todo o tipo de coisa: Estupros, sadismo, submissão extremamente humilhante, etc. Não se trata  sequer de uma relação sexual nos moldes mais tranquilos - o que já seria ruim, porque crianças e adolescentes não deveriam ter acesso a isso. Mas, a coisa é bem pior, porque são comportamentos abjetos, tipo homem e mulher transando e comendo bosta ou homem mijando em cima da mulher ou a mulher mijando em cima do homem. E aí, cá entre nós, se você tem esse fetiche, o problema é seu. Faça o que você quiser com quem aceitar, mas é inaceitável que uma criança ou adolescente veja isso.

Portanto, abra o olho com seu adolescente e com você mesmo. Não alimente o monstro que pode haver em você sem que você sequer imagine. E não alimente os monstros que podem existir na sua família e ao seu redor. Não estou dizendo que eles são monstros ainda, mas podem se tornar. Qualquer pessoa pode! Se não agimos assim é porque desenvolvemos barreiras que têm suas raízes na empatia. E baseados na empatia, nós construímos um sistema moral maior, mais elevado, que inclui o respeito a essas diferenças. A diferença está juntando em nos colocamos em pé de igualdade com o outro. É  isso que machistas e misóginos de todos os tipos não fazem. Podemos ser diferentes em muitos sentidos, mas não em grau de importância, valor ou dignidade. 

Homem, mulher, hétero, LGBT, cisgênero ou transgênero, branco, preto, seja qual for a cor, não existe diferença na hierarquia de valores. Quem criou isso foi algum neurótico, algum tipo de ser humano, provavelmente macho inseguro e ambicioso por poder, que foi pervertido por pensamentos religiosos absurdos e viveu para propagá-los.


Não compre esse lixo discursivo, seja ele machista, misógino, anti-feminista, homofóbico e transfóbico em separado ou tudo junto! Você pode ser melhor do que isso.

NIMONA: Simplesmente apaixonante. #Netflix

 Por Sergio Viula


Nimona: Assista no Netflix


Meu amigo Eduardo Michels me enviou uma recomendação sobre uma animação que eu nunca tinha visto. Na verdade, foi o marido dele, o querido Flávio, que deu a dica. Flávio adora animações. Eduardo prefere filmes - alguns deles raros. Como os dois sabem que eu curto tanto uma coisa como outra, Eduardo costuma me sugerir uns títulos maravilhosos. E esse não foi diferente.

Trata-se da animação chamada NIMONA. O enredo gravita em torno de uma rainha, seu reino, uma ordem cavalariça e uma criatura não-humana que parece apenas uma adolescente revoltada à primeira vista, mas é MUITO mais do que isso. Nimona, essa "garota", no final das contas, é a imparável protagonista desse enredo. Seu parceiro é um dos cavaleiros, mas não vem de "estirpe nobre", mas é mais nobre do que os demais. Curiosamente, ele é apaixonado por outro cavaleiro da mesma ordem e correspondido.

A animação tem muitas camadas. Cada uma delas pode ser interpretada das mais diversas maneiras, mas o que torna todas muito relevantes é o fato de se comunicarem muito intimamente com a atualidade e a nossa realidade mais próxima. 

A obra é para maiores de 12 anos, mas adultos com uma visão perspicaz captarão muito mais nuances do que provavelmente possam esperar de uma animação. Infelizmente, muitos ainda não entenderam que o gênero animação é também uma linguagem. Por isso mesmo, ela pode carregar significados mais profundos, relevantes e até mesmo mais urgentes do que geralmente imaginam aqueles que desprezam desenhos apresentados pela 7a. arte - o cinema. Tudo bem que aqui se trata de um canal de streaming, isso não muda o fato de que essa obra poderia muito bem estar em qualquer telona - e merece, acreditem.


Trailer

Assista aqui:

https://www.youtube.com/watch?v=f_fuHRyQbOc


Assista, tire suas próprias conclusões e divulgue essa obra. Você pode compartilhar o link desse post com seus amigos nas redes sociais. Seja a mudança que você quer ver no mundo - você já deve ter ouvido isso antes. Então, mãos à obra.


Assista aqui a animação completa no Netflix: 


https://www.netflix.com/br/title/81444554?s=a&trkid=13747225&trg=wha&vlang=pt&clip=81690197

Heartstopper: Uma série que inspira e encanta

Kit Connor e Joe Locke fazem o papel de Nick Nelson e Charlie Spring, 
respectivamente, em Heartstopper. (Netflix)


Por Sergio Viula

Com informações do portal Pink News

Fonte: https://lkt.bio/wickbold?fbclid=IwAR3ODI9fZmOlfKeF7swupVFUaVlfCRaoo5DGUZVi2NCutgvvx-yWYtl-mq8 


Já se passaram seis anos desde que Alice Oseman escreveu sua webcomic (quadrinhos para a Internet). Os quadrinhos foram muitíssimo bem recebidos. Agora, Heartstopper chega à Netflix e já figura entre os produtos mais assistidos do streaming.

Heartstopper conta a história de Charlie (Joe Locke), um adolescente gay que vive completamente fora do armário, e que se apaixona por Nick (Kit Connor), um jogador de rugby em sua escola.

Charlie é gay. Nick é bissexual. Elle é transexual negra e apaixonada por Tao Xu, que é asiático-americano. Tara e Darcy são duas garotas cisgêneras e formam um casal interracial. E, por fim, existe o Ben, que é gay enrustido e mal resolvido, mas vive dando em cima de Charlie em segredo.

Eu assisti tudo nesse feriado de Tiradentes e adorei!

Assista a série aqui: HEARTSOPPER - NETFLIX - https://www.netflix.com/watch/81425010


Trailer oficial.

NOTA: Apesar do trailer estar legendado, você pode assistir a série dublada em português também.


O caso Gabriel Fernandez - Netflix

Protejam as crianças contra a LGBTfobia, 
especialmente dentro de casa


Por Sergio Viula


Gabriel Fernandez, 8 anos,
abusado até a morte pela mãe e o namorado dela


Acabo de começar a assistir a minissérie "O caso Gabriel Fernandez" através do canal Netflix. Só posso dizer que não consegui segurar as lágrimas já no primeiro depoimento, o da enfermeira que recebeu a ambulância que levava o menino desacordado para o hospital de emergência.

Gabriel foi continuamente abusado física e psicologicamente pela mãe e delapelo namorado,o que suspeitavam de que Gabriel pudesse ser um menino gay. Ele só tinha oito anos de idade. Morreu em 2013 por causa das terríveis agressões a que foi submetido.

A minissérie mostra como tudo aconteceu, as falhas do sistema que deveria ter protegido o menino, e a repercussão na imprensa dos Estados Unidos.

Por favor, se você tem Netflix, assista essa minissérie. É um documentário tocante, necessário e urgente. Outras crianças podem estar sob o mesmo tipo de tortura agora mesmo em nosso próprio país. Nunca se omita. Chame socorro e observe se essa violência foi interrompida pelas autoridades que deven se encarregar desse tipo de abuso.

Trata-se de um caso real de abuso contínuo contra uma criança completamente indefesa.

Diga não à homofobia, especialmente contra crianças e adolescentes.


Blog Fora do Armário: Redistribuindo o tempo livre

Por Sergio Viula

Mais tempo para vivermos o nosso amor



Faz apenas 12 dias que eu decidi reformular minha presença e ação nas redes sociais (https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/2020/02/cancelei-minhas-contas-no-youtube-e.html). E a diferença já se faz sentir claramente. Não que eu tenha desistido completamente desses meios, mas decidi fazer uso deles para socialização, exclusivamente. Antes eu postava 7, 8, até 10 vezes por dia. Hoje, eu eu posto uma a duas vezes por dia, apenas. E são sempre postagens leves, com um toque bem pessoal. Nada de política, religião ou ativismo. 

Parece-me inútil discutir essas coisas nos ambientes virtuais. Se é que seria possível obter algum benefício de discussões assim em conversas face a face.

E como eu disse em outra ocasião, esse blog começou como um diário. Com o tempo, ele foi ganhando um perfil noticioso. O que decidi fazer agora foi simplesmente voltar às origens, ou seja, retornar aos tempos de 'diário' - o que não quer dizer que escreverei diariamente, mas que as postagens feitas aqui refletirão algo do meu dia a dia, coisas que eu me sinta inclinado a compartilhar ou comentar.

Tempo há, basta redistribuí-lo

É incrível como a gente economiza tempo apenas mudando alguns hábitos. Eu nunca fui um fiel cliente da Netflix. De início, usava a conta emprestada por uma amiga. Via muito pouco de tudo aquilo. Depois, Andre, meu marido decidiu assinar a Netflix. 

Na verdade, eu já era assinante da Globoplay. O problema é que as séries e os filmes sempre estiveram lá, mas eu raramente assistia alguma coisa. Isso mudou completamente depois que eu passei a dedicar menos tempo às redes sociais. Garanto que é bem mais divertido maratonar a Netflix do que tentar debater surradas ideias em rede social.

Poucas vezes, descansamos tanto quanto nesse final de semana, especialmente no domingo. Sábado ainda foi dia de agitação. Trabalhamos até o início da tarde, fomos ao mercado, e Andre colocou a roupa na máquina para lavar. Mas, depois disso, já no início da noite, começamos a maratonar a Netflix. 

Domingo foi melhor ainda: comemos o que quisemos fazer em casa, assistimos outras séries e filmes, visitamos meus pais, e depois começamos a nos preparar para enfrentarmos a segunda-feira que já nos acenava de perto - tudo isso sem correria e sem aborrecimento. Tem coisa melhor na vida?

Claro que no meio disso tudo, tivemos muito tempo para fazer o que há de melhor na vida: AMOR!

Feriadão à vista

Agora vem Carnaval aí. Nosso plano é muito simples: Relaxar. 

No ano passado, saímos para vermos um bloco ou outro. Esse ano, porém, optamos pela alternativa mais segura, mais barata e menos cansativa: curtir nosso cafofo, cozinhar juntos, fazer o que nos der na telha ou não fazer nada, mas tudo isso num ritmo tão tranquilo quanto o daquela música de Cazuza: "...Ser teu pão, ser tua comida Todo amor que houver nessa vida..."

E vocês? O que estão planejando para esse carnaval? Deixem um comentário sobre isso. Não importa se é ferver ao som da bateria de algum bloco ou escola de samba, curtir à beira da praia, fazer um churrasco com os amigos ou ficar quietinho esperando a banda passar. Apenas faça do seu jeito. 

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