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Casal gay encontra bebê abandonado no metrô



Com informações do The Huffington Post
Tradução por Sergio Viula


Numa noite de agosto do ano 2000, David Stewart estava na estação de metrô da Eighth Avenue A/C/E em Nova York, quando telefonou para seu parceiro Mercurio, dizendo:

“Encontrei um bebê!" E acrescentou: "Liguei para 911 (emergência), mas acho que eles não acreditaram em mim. Ninguém virá. Eu não quero deixar o bebê sozinho. Venha até aqui e traga um carro de polícia ou coisa assim.”

Quando o casal compareceu à vara de família em dezembro daquele ano para depor sobre o que havia acontecido, a juíza encarregada do caso perguntou se eles estariam interessados em adotar. Stewart, um profissional do serviço social, respondeu que sim.

A história contada por Peter Mercurio pode ser lida no The New York Times:

https://archive.nytimes.com/opinionator.blogs.nytimes.com/2013/02/28/we-found-our-son-in-the-subway/

Apesar da jornada deles ter um final feliz, a história de Mercurio e Stewart chama atenção para a adoção gay ao redor do mundo, especialmente em regiões onde casais gays são impedidos de adotar crianças.

Enquanto nos Estados Unidos ainda existem muitas diferenças entre o modo como cada estado trata a adoção por casais homoafetivos, com alguns inclusive proibindo, enquanto outros consideram legítima, na Alemanha a suprema corte reconheceu a adoção gay permitindo que uma pessoa adote o filho de seu parceiro, seja este biológico ou adotado. Anteriormente, parceiros do mesmo sexo só podiam adotar filhos biológicos de seus cônjuges. Obviamente, ainda não é suficiente, mas já é um avanço.

Em 20 de fevereiro, Porto Rico aprovou uma lei impedindo os casais gays de adotarem. Pai gay e pop star, Ricky Martin expressou seu desapontamento, twittando: “Como é triste. Isso é como dar as costas às crianças. Tantos órfãos querendo ter o aconchego de um lar."

https://www.huffpost.com/entry/ricky-martin-gay-adoption-puerto-rico_n_2735073

Peter Mercurio escreveu um roteiro sobre a jornada de sua adoção, chamada "Found (A True Story)", que significa "Achado (Uma História Real).Veja uma chamada abaixo.


Estudo: Pais Adotivos Homossexuais Dão Ótimos Pais

Estudo: Pais Adotivos Homossexuais Dão Ótimos Pais


Traduzido por Sergio Viula
para o Blog Fora do Armário
Original aqui: https://www.theatlantic.com/health/archive/2012/10/study-gay-adoptive-parents-make-great-adoptive-parents/263893/




 
libertygrace0/Flickr


PROBLEMA: Devemos permitir que crianças em alto risco no sistema de apoio que precisam de lares e famílias amáveis sejam adotadas por casais homossexuais? A resposta rápida é "sim," mas é sempre bom ter o apoio da ciência.

METODOLOGIA: Este é o primeiro estudo a comparar crianças que são adotadas a partir do sistema de amparo (abrigos) por homens gays, mulheres lésbicas, e casais heterossexuais, e traçar seu progresso ao longo do tempo, explica o autor e líder do projeto Justin Lavner, um candidato a doutorado na UCLA (Universidade da Califórnia, Los Angeles). Os pesquisadores acompanharam 82 crianças no Condado de Los Angeles - 22 das quais foram adotadas por pais ou mães homossexuais, com a idade média de quatro anos - e avaliaram-nas depois de dois meses, um ano, e dois anos a contar de sua alocação nas famílias adotivas.

Enquanto os estudos prévios haviam sido feitos com crianças adotadas por pais gays ainda bebês, as crianças acompanhadas nesse estudo começaram com uma série de fatores biológicos e ambientais de risco já atuando contra elas - tais como nascimento prematuro, exposição a substância pré-natal, e abuso ou negligência - identificados pelos pesquisadores a partir de registros públicos.

RESULTADOS: As crianças nos três tipos de lares se beneficiaram da adoção: em média, elas obtiveram ganhos significativos no desenvolvimento cognitivo - seus índices de QI aumentaram 10 pontos em média - e elas mantiveram níveis estáveis de problemas de comportamento. Além disso, as crianças adotadas por pais gays ou mães lésbicas começaram, na verdade, com mais fatores de risco, e tinham mais probabilidade de ser de uma etnicidade diferente de seus pais adotivos, mas depois de dois anos elas estavam em pé de igualdade com seus colegas heterossexualmente adotados.

CONCLUSÃO: A co-autora Letitia Anne Peplau colocou sucintamente: "Não existe evidência científica para discriminar pais gays e mães lésbicas."

IMPLICAÇÕES: Mais de 100.000 crianças em abrigos nos EUA precisam de lares. Um potencial de 2 milhões de casais homossexuais estão interessados em adotar, de acordo com um estudo de 2007. Somente 19 estados (e o Distrito de Columbia) permitem que casais gays adotem. Mesmo em estado onde é legal, acrescenta Lavner, a discriminação contra pais homossexuais torna menos provável que se consiga a adoção. Os números - e agora a evidência científica - falam por si mesmos.

O estudo completo, "Can Gay and Lesbian Parents Promote Healthy Development in High-Risk Children Adopted From Foster Care?" pode ser encontrado aqui: https://psycnet.apa.org/doiLanding?doi=10.1111%2Fj.1939-0025.2012.01176.x



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LINDSAY ABRAMS - Lindsay Abrams é parceira editorial do The Atlantic Health channel. Seu trabalho também apareceu no The New York Times.

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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO

E o Brasil?

No Brasil, mais de 37 mil crianças vivem em abrigos, de acordo com o portal do Conselho Nacional de Justiça. Esse número pode ser ainda maior. O IBGE identificou 60 mil casais homoafetivos no último censo brasileiro. Se apenas metade desses casais adotassem, o número de crianças em abrigos chegaria próximo ao zero.

Vale lembrar que muitos casais ainda não se identificaram no Censo por conta do preconceito da família. Muita gente vive uma relação estável sem assumir que é um casamento, apenas aparentando amizade (para a família) ou parentesco (para os amigos). Estes precisam superar essa 'fase' para tornarem-se aptos a assumir qualquer responsabilidade paterna ou materna.

O Supremo Tribunal Federal equiparou as uniões civis homoafetivas às heteroafetivas - o que facilita a conversão em casamento e também abre caminho para a adoção, apesar de ser ainda um processo lento. O Jornal O Globo fez matéria comemorando o Dia dos Pais com primeiro casal gay a adotar no Brasil.

Os desafios de criar um ou mais filhos, sejam biológicos ou adotivos, são sempre enormes, qualquer que seja o tipo de casal. Tempos atrás escrevi um post sobre paternidade. Recomendo a leitura para quem gosta de pensar no assunto ou já é pai/mãe.

Espero pelo dia em que o Brasil não terá mais filhos abandonados ou órfãos sem lar. Trabalhemos duro até que vejamos esse dia raiar.

4 mitos sobre filhos de pais gays

4 mitos sobre filhos de pais gays

O gays lutaram e conquistaram direitos iguais no casamento. O próximo passo é pensar em família e filhos. Mas o que acontece com crianças que são criadas por gays? A resposta: algumas coisas - mas nenhuma daquelas que você imaginava


por Carol Castro





Começo de ano é sempre igual na escola de Theodora: cada aluno se apresenta e mostra as fotos da família. Pode ser que a menina da primeira carteira seja filha de um engenheiro e uma arquiteta e o pai do menino de cabelos vermelhos chefie a cozinha de um restaurante. Theodora, naturalmente, vai contar sobre a escola de cabeleireiros dos pais. Dos dois pais - Vasco Pedro da Gama e Júnior de Carvalho, juntos há quase 20 anos. Theodora não hesita em explicar para os colegas: não mora com a mãe e tem dois pais gays. Ela passou 4 anos num orfanato, até 2006, quando uma juíza de Catanduva, interior de São Paulo, autorizou a adoção. Nos próximos meses, a família vai crescer: o casal espera a guarda de uma nova menina, de apenas alguns meses de idade.


Na outra metade do mundo, a história com pais gays da americana Dawn Stefanowicz foi diferente. Por toda a vida, Dawn conviveu com a visita dos vários namorados do pai. Ele recebia homens em casa, embora ainda morasse com a mãe de Dawn- o casal já não se relacionava. Ela segurou as pontas em silêncio durante a infância, adolescência e início da fase adulta. Mas depois dos 30 se rebelou contra a situação. "A decisão do meu pai de não gostar mais de mulheres mudou minha vida. Os namorados dele sempre o afastaram, e ele colocava o trabalho e os namorados acima de mim", diz.

Dawn e Theodora fazem parte de um novo tipo de família. Somente nos EUA, segundo estimativa da Escola de Direito da Universidade da Califórnia, 1 milhão de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais criam atualmente cerca de 2 milhões de crianças. E cada vez mais casais gays optam por criar seus próprios filhos. Segundo o mesmo instituto, em 2009, 21.740 casais homossexuais adotaram crianças - quase o triplo do número de 2000. A estimativa é que cerca de 14 milhões de crianças, em todo o mundo, convivam com um dos pais gays. Por aqui, onde mais de 60 mil casais gays vivem numa união estável (reconhecida perante a lei apenas no ano passado), a história é mais recente. O caso de Theodora foi a primeira adoção por um casal gay. E isso não faz tanto tempo assim - só 6 anos.

É justamente por ser tão recente que o assunto gera dúvidas, preconceitos e medos. Quais as consequências na personalidade de uma criança se ela for criada por gays? A resposta dos estudos é bem clara: perto de zero. "As pesquisas mostram que a orientação sexual dos pais parece ter muito pouco a ver com com o desenvolvimento da criança ou com as habilidades de ser pai. Filhos de mães lésbicas ou pais gays se desenvolvem da mesma maneira que crianças de pais heterossexuais", explica Charlotte Patterson, professora de psiquiatria da Universidade da Virginia e uma das principais pesquisadoras sobre o tema há mais de 20 anos.

Como, então, explicar as queixas de Dawn e a vida tranquila de Theodora? "O desenvolvimento da criança não depende do tipo de família, mas do vínculo que esses pais e mães vão estabelecer entre eles e a criança. Afeto, carinho, regras: essas coisas são mais importantes para uma criança crescer saudável do que a orientação sexual dos pais", diz Mariana Farias, psicóloga e autora do livro Adoção por Homossexuais - A Família Homoparental Sob o Olhar da Psicologia Jurídica. Enquanto Theodora mantém uma relação próxima dos pais, com conversas abertas sobre sexualidade, Dawn não teve a mesma sorte. Para piorar, ela cresceu em um ambiente ríspido e promíscuo (o pai levava diferentes homens para casa e não lhe deu atenção durante os anos mais importantes de sua formação). Mesmo assim, sobram mitos em torno da criação de filhos por pais e mães gays. Veja aqui o que a ciência tem a dizer sobre eles.

Mito 1. "Os filhos serão gays!"

A lógica parece simples. Pais e mães gays só poderão ter filhos gays, afinal, eles vão crescer em um ambiente em que o padrão é o relacionamento homossexual, certo? Não necessariamente. (Se fosse assim, seria difícil, por exemplo, explicar como filhos gays podem nascer de casais héteros.) Um estudo da Universidade Cambridge comparou filhos de mães lésbicas com filhos de mães héteros e não encontrou nenhuma diferença significativa entre os dois grupos quanto à identificação como gays. Mas isso não quer dizer que não existam algumas diferenças. As famílias homoparentais vivem num ambiente mais aberto à diversidade - e, por consequência, muito mais tolerante caso algum filho queira sair do armário ou ter experiências homossexuais. "Se você cresce com dois pais do mesmo sexo e vê amor e carinho entre eles, você não vê nada de estranho nisso", conta Arlene Lev, professora da Universidade de Albany. Mas a influência para por aí. O National Longitudinal Lesbian Family Study é uma pesquisa que analisou 84 famílias com duas mães e as comparou a um grupo semelhante de héteros. Ainda entre as meninas de famílias gays, 15,4% já experimentaram sexo com outras garotas, contra 5% das outras. Já entre meninos, houve uma tendência contrária: 5,6% nos adolescentes criados por mães lésbicas tiveram experiências sexuais com parceiros do mesmo sexo - mas menos do que os que cresceram em famílias de héteros, que chegaram a 6,6%. Ou seja, não dá para afirmar que a orientação sexual dos pais tenha o poder de definir a dos filhos.


Mito 2. "Eles precisam da figura de um pai e de uma mãe"

Filhos de gays não são os únicos que crescem sem um dos pais. Durante a 2ª Guerra Mundial, estima-se que 183 mil crianças americanas perderam os pais. No Brasil, 17,4% das famílias são formadas por mulheres solteiras com filhos. Na verdade, os papéis masculino e feminino continuam presentes como referência mesmo que não seja nos pais. "É importante que a criança tenha contato com os dois sexos. Mas pode ser alguém significativo à criança, como uma avó. Ela vai escolher essa referência, mesmo que inconsciente-mente", explica Mariana Farias. Se há uma diferença, ela é positiva. "Crianças criadas por gays são menos influenciadas por brincadeiras estereotipadas como masculinas ou femininas", diz Arlene Lev. Uma pesquisa feita com 56 crianças de gays e 48 filhos de héteros apontou a maior probabilidade de meninas brincarem com armas ou caminhões. Brincam sem as amarras dos estereótipos e dos preconceitos.

Mito 3. "As crianças terão problemas psicológicos por causa do preconceito!"


Elas sofrerão preconceito. Mas não serão as únicas. No ambiente infantil, qualquer diferença - peso, altura, cor da pele - pode virar alvo de piadas. Não é certo, mas é comum. Uma pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas com quase 19 mil pessoas mostrou que 99,3% dos estudantes brasileiros têm algum tipo de preconceito. Entre as ações de bullying, a maioria atinge alunos negros e pobres. Em seguida vêm os preconceitos contra homossexuais. No caso dos filhos de casais gays analisados pelo National Longitudinal Lesbian Family Study, quase metade relatou discriminação por causa da sexualidade das mães. Por vezes, foram excluídos de atividades ou ridicularizados. Vinte e oito por cento dos relatos envolviam colegas de classe, 22% incluíam professores e outros 21% vinham dos próprios familiares. Felizmente, isso não é sentença para uma vida infeliz. Pesquisas que comparam filhos de gays com filhos de héteros mostram que os dois grupos registram níveis semelhantes de autoestima, de relações com a vida e com as perspectivas para o futuro. Da mesma forma, os índices de depressão entre pessoas criadas por gays e por héteros não é diferente.

Mito 4. "Essas crianças correm risco de sofrer abusos sexuais!"


Esse mito é resquício da época em que a homossexualidade era considerada um distúrbio. Desde o século 19 até o início da década de 1970, os gays eram vistos como pervertidos, portadores de uma anomalia mental transmitida geneticamente. Foi só em 1973 que a Associação de Psiquiatria Americana retirou a homossexualidade da lista de doenças mentais. É pouquíssimo tempo para a história. O estigma de perversão, sustentado também por líderes religiosos, mantém a crença sobre o "perigo" que as crianças correm quando criadas por gays. Até hoje, as pesquisas ainda não encontraram nenhuma relação entre homossexualidade e abusos sexuais. Nenhum dos adolescentes do National Longitudinal Lesbian Family Study reportou abuso sexual ou físico. Outra pesquisa, realizada por três pediatras americanas, avaliou o caso de 269 crianças abusadas sexualmente. Apenas dois agressores eram homossexuais. A Associação de Psiquiatria Americana ainda esclarece: "Homens homossexuais não tendem a abusar mais sexualmente de crianças do que homens heterossexuais".

Dá para adotar no Brasil?

A lei de adoção brasileira deixa brechas para a adoção por gays sem fazer referência direta a esse tipo de família. Em 2009, quando houve mudanças na legislação, casais com união estável comprovada puderam entrar com pedido de adoção conjunta, sem o casamento civil. Em maio de 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) garantiu o reconhecimento de união estável entre pessoas do mesmo sexo, fazendo valer também a eles os direitos previstos para casais héteros. Apesar das conquistas, uma pesquisa do Ibope revelou que 55% dos brasileiros são contra a união estável e a adoção de crianças por casais homossexuais.

Para saber mais
Adoção por Homossexuais - A Família Homoparental sob o Olhar da Psicologia Jurídica


Mariana de Oliveira Farias e Ana Cláudia Bortolozzi, Juruá, 2009.
https://super.abril.com.br/comportamento/4-mitos-sobre-filhos-de-pais-gays/


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