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Rob Jetten: o homem gay que fez a extrema-direita engolir seco nos Países Baixos

Rob Jetten: o homem gay que fez a extrema-direita engolir seco nos Países Baixos


Rob Jetten

Há vitórias eleitorais que dizem algo maior do que os números.

A eleição holandesa de 2025 é uma delas.



Por Sergio Viula


Rob Jetten, líder do partido Democratas 66 (D66), progressista, socialmente liberal — e sim, assumidamente homossexual — não só contrariou as sondagens como deixou a extrema-direita de Geert Wilders sem o gostinho de dominar o país.

Num cenário europeu onde o neofascismo tem ganhado terreno, ver um homem jovem, liberal, pró-direitos humanos e LGBTQ+ sair vencedor não é apenas inspirador — é histórico.

E manda um recado claro: a democracia só perde quando a gente abaixa a cabeça.


Quem é Rob Jetten?

Rob Jetten está num relacionamento sério com Nicolás Keenan desde 2022


  • Jetten representa uma Holanda moderna:
  • 38 anos
  • abertamente gay
  • defensor do clima, da inclusão e de políticas progressistas
  • estilo firme, racional, nada de berrar ou fazer política com ódio


Ele não venceu pelo “tema LGBTQ+”.

Ele venceu porque a decência, o liberalismo social, a defesa do Estado de Direito e a luta pelo futuro ainda têm espaço — quando alguém tem coragem de defendê-los.

É o oposto perfeito do que a extrema-direita tenta vender como “fraqueza”.

Ele é prova viva de que ser progressista não é ser ingênuo — é ter espinha dorsal.


O que é o D66 e por que isso importa?

O D66 é um partido de centro-esquerda liberal, com foco em:

  • direitos individuais
  • democracia forte
  • ciência e educação
  • política climática séria
  • economia moderna e inclusiva

Não é partido de frases vazias.

É partido que governa, negocia, constrói e protege liberdades.

E isso, num mundo intoxicado por fake news, medo e conservadorismo agressivo, já é revolucionário.


O duelo eleitoral: PVV x D66

As pesquisas previam outra realidade.

Mas Jetten montou uma campanha limpa, firme e estratégica — e empatou com o PVV de Geert Wilders, o líder populista de extrema-direita conhecido por islamofobia, ataques a minorias e políticas autoritárias.


O recado dessa eleição?

A democracia respira — e quando a gente luta, ela respira mais forte.


Por que isso é simbólico para a comunidade LGBTQ+

Não se trata de “representatividade vazia”.

É um gay assumido disputando poder real e não pedindo licença para existir.

Jetten não foi “o candidato gay”.

Ele foi o candidato competente, progressista e, por coincidência, gay.

A extrema-direita odeia isso.

Eles até tentam pintar LGBTQ+ como ameaça, como “ideologia”, como fraqueza.

Mas quando um homem gay chega ao topo da política com postura, preparo e estratégia, essa narrativa desmorona.


E agora?

Os Países Baixos têm um sistema parlamentarista.

Jetten ainda precisa formar maioria para governar — e isso envolve negociação dura, jogo democrático real, sem golpes disfarçados de patriotismo.

Se conseguir, será o mais jovem e o primeiro primeiro-ministro abertamente gay do país.


Dá para imaginar o peso disso?

Europa retrocedendo em vários cantos, e lá vem alguém que simboliza o futuro puxando o freio do ódio.


Por que essa vitória importa aqui no Brasil?

Porque lembra que:

  • a extrema-direita não é invencível
  • medo e fake news não são destino
  • lideranças LGBTQ+ podem — e devem — ocupar o poder
  • democracia e diversidade caminham juntas
  • cada direito existe porque alguém lutou


E a verdade está mais viva do que nunca:

O armário nunca protegeu ninguém — mas o voto consciente protege democracias inteiras.

Se Jetten assumir o governo, vai ser histórico.

Se não assumir, já fez história.

E nós seguimos — fora do armário, nas urnas, na rua, e onde mais for preciso.


Rob Jetten mostrou ao mundo que não há nada mais ameaçador para o autoritarismo do que um cidadão livre, orgulhoso e sem medo de disputar poder.

Que essa vitória inspire mais gente LGBTQ+ a acreditar no óbvio: política é lugar nosso, sim. E o futuro não pertence aos covardes.

Complexo de apartamentos rosa para pessoas LGBTI com 55 ou mais 'Roze Hallen' abre as portas

Amsterdam: Rozen Hallen ou Pink Halls 
ou Salões Rosa - o residencial LGBTI 
para pessoas com 55 anos ou mais, que
está sendo inaugurado hoje.


Fonte: AT5 ECHT Amsterdams Nieuws
https://www.at5.nl/artikelen/186471/appartementencomplex-voor-lhbti-gemeenschap-roze-hallen-opent-deuren
Via COC Nederland - @COCNederland no Twitter.


Tradução e leve adaptação por Sergio Viula


O primeiro complexo de apartamentos para moradores com 55 anos ou mais da comunidade LGBTI abrirá suas portas esta semana na Holanda. Os "Pink Halls", como são chamados, serão abertos nesta nesta sexta-feira pelo vice-prefeito de Amsterdã, Rutger Groot Wassink.

O residente Chris diz à AT5 que está satisfeito com a conclusão do projeto: “Muitas pessoas já moram lá, mas alguns moradores tinham preferências diferentes e estavam trabalhando no toque final por um tempo. No entanto, decidimos realmente abri-lo.

As quatorze casas têm painéis solares no telhado. Não dependem de gás e os materiais utilizados são todos de alta qualidade. O projeto foi realizado por um grupo de futuros residentes. Como residente, cada morador vive como achar melhor. "Não precisa explicar nada sobre seu estilo de vida e como você vive. Queremos ser bons vizinhos ", disse o futuro residente Josee Rothuizen à AT5 ainda em 2016.

Você pode viver de forma independente em casa, mas também há ênfase na comunidade. 'Em sua própria casa, você simplesmente tem uma cozinha, banheiro e sala de estar. Mas há também um espaço compartilhado onde podemos estar juntos. Há também a oportunidade de lavar a roupa em uma das lavadoras compartilhadas, diz o morador Chris.

Obra de arte

O edifício também tem uma obra de arte da artista Elspeth Pikaar. Na fachada, você pode ver cercas exclusivas de varanda, que contam uma história única sobre os moradores. Dez cercas tornaram-se uma ode à identidade deles naturalmente.

As casas do edifício seriam inicialmente concluídas no outono de 2017, mas isso foi adiado devido a várias “preferências pessoais em termos de moradia”. O Roze Hallen será oficialmente inaugurado nesta sexta-feira.

A AT5 já tinha dado uma olhada no início da construção em 2016. Ontem, também pôde ser visto em um episódio do programa AT5, Streets of Amsterdam (Ruas de Amsterdã).

No vídeo abaixo, você poderá ver Cris, um dos moradores falando sobre o residencial. Está em holandês, mas as imagens falam por si mesmas. ^^




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Ambientado em Amsterdã e no Rio, O homem que amava mendigos vai inspirar você. 
Leia em qualquer equipamento eletrônico (computador, tablet, celular, etc).

Aqui: 
https://www.amazon.com.br/homem-que-amava-mendigos-romance-ebook/dp/B00RURKA06


Por Sergio Viula

Rei da Holanda vai fazer visita história a um grupo LGBT

Por Sergio Viula
Com informações de Nick Duffy
Pink News


Photo by Jasper Juinen/Getty Images)


O rei da Holanda fará uma visita histórica a um grupo de defesa dos direitos LGBT ainda esse mês. Esta será sua primeira visita ao grupo. 

Foi anunciado em 07 de novembro que o rei Willem-Alexander da Holanda, que ascendeu ao trono em 2013 quando sua mãe abdicou, se reunirá com ativistas do grupo conhecido como COC Netherlands, um grupo de defesa dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros.

A visita, considerada como a primeira por um monarca em atividade, vem no momento em que o COC celebra seu 70º aniversário esse ano.

A Holanda tem sido considerada um bastião de progressismo, tendo tornado-se o primeiro país do mundo a legalizar o casamento homoafetivo em 2001.

"Estamos muito honrados que ele venha nos visitar" - disse a presidente do COC, Tanja Ineke. "Vemos sua visita como uma demonstração de apoio de fato às pessoas LGBT na Holanda e em toda parte do mundo enquanto elas lutam por aceitação e direitos iguais."

A organização COC é a organização LGBT mais antiga do mundo ainda em atividade, tendo lutado ao longo dos anos para descriminalizar a homossexualidade, legalizar o casamento homoafetivo e exigir edução inclusiva para LGBT nas escolas.




Minha experiência em Amsterdã

Em 2012, mais precisamente no dia 31 de julho, embarquei para a Holanda para participar de uma semana inteira de atividades e reuniões para conhecer muito do que se faz em prol da inclusão LGBT na Holanda e no mundo por parte dos holandeses. Foi um momento mágico, muito especial mesmo. Entre as organizações que eu conheci, estava o COC e o Expreszo - a primeira trabalha com LGBT adultos e a segunda com a juventude LGBT. O trabalho de ambas é de suma importância.

O encontro com o grupo Expreszo (é assim mesmo que se escreve em holandês) nos deu uma visão sobre a história do grupo e o que ele faz pelos jovens LGBT na Holanda. Eles compartilharam a experiência de criação de uma revista com o mesmo nome em 1988 e a criação do site que os representa, inaugurada em 1999. Eles discorreram sobre o papel da organização na promoção da cidadania LGBT entre jovens. 

Uma das iniciativas foi a criação de fóruns no site, através dos quais os jovens passaram a ter a oportunidade de poder interagir sobre diversos assuntos relacionados à sexualidade, identidade de gênero, cultura LGBT, direitos LGBT, etc., sem precisarem se identificar com os demais – o que protege, através do anonimato, aqueles que moram em lugares onde homossexualidade sofre restrições ou punições no mundo ou que pertencem a família LGBTfóbicas – o que não é tão fácil de obter nas redes sociais como Facebook e Twitter.


À cabeceira, da esquerda para a direita: Ex-secretário e o ex-diretor da revista Expreszo, Sr. Benjamin van Es. Eles têm que deixar o cargo quando atingem a idade de 26.


Bregje Korteweg (nossa anfitriã) e o novo diretor da Expreszo, Sr. Mr. Mark Reichwein.

Wester Meijdam (nosso anfitrião), à esquerda.



Atualmente, a Expreszo tem 3.500 membros com um total de 2.500 participantes ativos nos fóruns online.

Outra curiosidade é que a comunidade LGBT na Holanda recebe apoio desde cedo. Para os adolescentes com 14 anos ou mais, existe uma organização, cujo nome em holandês significa “Juventude Fora do Armário”. Depois que eles se tornam maiores, eles podem fazer parte da Expreszo até completarem 26 anos. Daí em diante, passam a ser membros do COC (originalmente era um nome neutro "Centro para Cultura e Lazer). Atualmente, é a mais conhecida organização LGBT, representando os homens e as mulheres LGBT da Holanda. É essa organização que o rei da Holanda vai visitar esse mês (novembro de 2016).

Hoje, à tarde (11:40, no Brasil), fui entrevistado por André Fischer e Pétria Chaves a respeito dos eventos relacionados ao Gay Pride na Holanda. Ouça o programa no minuto 31:20, bastando arrastar o cursor do player abaixo:

Naquela ocasião, fui entrevistado por André Fischer e Pétria Chaves a respeito dos eventos relacionados ao Gay Pride na Holanda. 

O grupo de visitantes convidados pelo governo Holandês para essa semana de reconhecimento das políticas inclusivas, das organizações LGBT atuantes no país, da parada LGBT (acontece nos canais de Amsterdã, de uma organização que atua no acolhimento de imigrantes e refugiados LGBT de países dominados por políticas homofóbicas no Oridente Médio, Norte da África e Ásia).


Sergio Viula, administrador do Blog Fora do Armário, com alguns dos militares que desfilaram no barco dos militares no Canal Parade de 2012.

Secretário-Geral das Forças Armadas, pouco antes de embarcar no Canal Parade, que é a Parada LGBT nos canais de Amsterdã. Eu tive o privilégio de seguir no mesmo barco que os militares.


Para quem gosta de artigos acadêmicos, um texto dos professores Gert Hekma & Jan Willem Duyvendak:


Gert Hekma

Jan Willem Duyvendak









Holanda Queer: 
Um exemplo intrigante - por Gert Hekma & Jan Willem Duyvendak
https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/2016/03/holanda-queer-um-exemplo-intrigante-por.html

Holanda Queer: Um exemplo intrigante - por Gert Hekma & Jan Willem Duyvendak

Holanda Queer: Um exemplo intrigante

Autores: Gert Hekma & Jan Willem Duyvendak

Título Original: 
Queer Netherlands:A puzzling example

Amsterdam Research Centre for Gender and Sexuality,
University of Amsterdam, the Netherlands



Gert Hekma
Jan Willem Duyvendak




Correspondências para os autores:

Gert Hekma, Room O2A, OZ Achterburgwal 185, Amsterdam, 1012 DK, the Netherlands

Email: G.Hekma@uva.nl

Na Universiteit van Amsterdam SAGE on April 19, 2012
sex.sagepub.com

Tradução: Sergio Viula - com autorização dos autores (março de 2016) para publicação no Blog Fora do Armário (www.foradoarmário.com)

Nota do tradutor: A formatação do artigo não foi mantida, mas pode ser vista no original aqui:
https://www.academia.edu/23380418/Queer_Netherlands_A_puzzling_example



Introdução

Desde a "revolução sexual" da década de 1960, a Holanda tem estado na vanguarda das liberdades eróticas. Amsterdã tornou-se internacionalmente conhecida como uma cidade de sexo, drogas e rock'n roll - a capital mundial gay e do sexo, amplamente aberta à celebração de prazeres eróticos. Para a Holanda, a mudança foi dramática: de uma sociedade governada por partidos políticos cristãos e uma moralidade conservadora para uma nação onde o sexo podia ser desfrutado por pessoas do local e estrangeiros igualmente.(1)

A revolução sexual teve efeitos de longo alcance sobre a sociedade holandesa. Enquanto as pesquisas mostram que a maioria dos holandeses até o final da década de 1960 eram contrários à homossexualidade, à prostituição, à pornografia, ao aborto, ao divórcio e ao sexo pré-marital, apenas uma década mais tarde, a maioria declarava aceitar tais comportamentos. Estimuladas pela NVSH (Sociedade Holandesa para a Reforma Sexual) e o COC (Centro para Recreação e Cultura, um nome em código para o que seria batizado em 1971 como "Sociedade Holandesa para a Integração da Homossexualidade), bem como por numerosas mudanças sociais, a Holanda na década de 1970 emergiu como a mais liberal nação do mundo sobre assuntos relacionados à moralidade sexual (ver Hekma & Duyvendak, 2011). Isso garantiu à Holanda, e especialmente à cidade de Amsterdã, uma reputação mundial como um lugar de liberdade sexual. Amsterdã tornou-se um ímã para turistas estrangeiros, particularmente por seu Distrito da Luz Vermelha (Red Light District) e por sua cena gay. A emancipação sexual foi um marco para as mulheres e mais ainda para os homens gays – eles não eram mais vistos como pecadores, criminosos ou psicopatas.

Essa narrativa de liberação sexual continuou com indas e vindas até 2001, quando a Holanda atingiu o clímax de suas liberdades eróticas com a legalização da prostituição em 2000 e com a abertura do casamento para casais do mesmo sexo em 2001 (sendo em ambos os casos o primeiro país a fazê-lo). Aos olhos da lei, a homossexualidade e a heterossexualidade estavam agora perto da igualdade, apesar da igualdade legal não significar igualdade social. Enquanto gays e heterossexuais igualmente enxergavam essas vitórias legais como o final de uma longa luta por direitos iguais, a mídia começou a relatar incidentes regulares de conflitos contra pessoas queer, professores gays e lésbicas e alunos permanecendo no armário nas escolas, e pessoas LGBT sendo expulsas de suas casas. Problemas sociais que muitos holandeses acreditavam pertencerem à era passada persistiram, e eram agora frequentemente atribuídos aos jovens homens de minorias étnicas, especialmente, muçulmanos, nesse caso Holandeses-Marroquinos. Apesar deste último grupo ser, de fato, ultra representado em estatísticas políticas, todos os grupos étnicos (incluindo holandeses nativos) e outros grupos sociais identificáveis (crianças de rua, hooligans, fraternidades estudantis) foram envolvidos nesses incidentes discriminatórios violentos.

A desilusão em torno da emancipação gay e lésbica cresceu em 2001 - o mesmo ano em que o casamento foi aberto aos casais do mesmo sexo - quando um desconhecido imã, KhalilEl-Moumni, falou na televisão contra o casamento homossexual e contra os homossexuais. El-Moumni havia aparentemente escrito que os europeus eram mais baixos do que porcos e cachorros por aceitarem casamentos gays e lésbicos. O ano de 2001 também viu a ascensão de Pim Fortuyn ao poder - um homem abertamente gay que denunciava os muçulmanos por seu 'atraso' - como um novo líder da (extrema) direita. Fortuyn atacou os muçulmanos por desrespeitarem mulheres e homens gays; ele defendeu o fim da imigração e criticou as (em sua visão) falidas e custosas políticas multiculturais da "igreja de esquerda" (um termo com o qual ninguém queria se identificar). Pouco depois dele ter sido assassinado, em 6 de maio de 2002, por um ativista dos direitos dos animais, seu partido  List Pim Fortuyn (LPF) – ganhou 17 por cento dos votos nas eleições nacionais. Mas apesar de Fortuyn ter se colocado a favor dos direitos gays, eles não eram incluídos no programa do partido; nenhum dos novos membros do parlamento oriundos do LPF assumiram a causa gay seriamente.

Depois de Fortuyn, outros políticos de direita e populistas, tais como Ayaan Hirsi Ali, Rita Verdonk e Geert Wilders assumiram o tema gay,(2) deixando os partidos de esquerda desconfortáveis com o tom islamofóbico na defesa de gays e lésbicas. Apesar dos partidos populistas e de direita poderem ter tido razões que lhes servissem bem para apoiarem os direitos das mulheres e dos LGBT, o efeito performativo de seus posicionamentos pró-gay e pró-feministas não deviam ser subestimados: quase todo o espectro político holandês desde a extrema esquerda até a extrema direita agora apoiava posições progressistas que permanecem em combate na maioria dos países ocidentais.

O respeito pelos direitos gays e feministas tornou-se um campo de batalha prioritário no debate sobre o multiculturalismo (Duyvendak, 2011; Mepschen et al., 2010) e algo próximo a um teste decisivo para a elegibilidade quanto a imigrar para a Holanda. O governo o tornou parte da política de imigração quando Verdonk era o ministro responsável: uma nova prova de imigração perguntava como os holandeses enxergavam gays e lésbicas, apesar de não perguntar se o prospecto imigrante era a favor da homossexualidade. Os direitos gays e lésbicos assim tornaram-se parte de um teste sobre a cidadania holandesa. Alguns poderiam considerar este um desenvolvimento positivo, o que havia sido cobrado pelo movimento LGBT, mas foi uma estranha ocorrência, sugerindo que ser holandês implicasse em abraçar os direitos e as práticas gays. Note-se, porém, que apesar de 95 por cento do povo holandês declararem em pesquisas que aceitam os homossexuais, 42 por cento reportam que não gostam de ver dois homens se beijando nas ruas (precisamente a imagem usada no documentário Naar Nederland para o teste de imigração), enquanto 31 por cento e 8 por cento, respectivamente, expressam um desgosto similar pelos casais lésbicos e heterossexuais beijando-se em público (Keuzenkamp et al., 2006: 36). Obviamente, a razão para essa inclusão gráfica em Naar Nederland ter sido tão ansiosamente procurada pelos partidos de direita foi que ela poderia impedir que muçulmanos presumidamente homofóbicos e sexistas viessem para a Holanda.

Ensinar a cidadania holandesa através de imagens de casamentos gays e lésbicos e homens se beijando em público levou teóricos queer a denunciar a Holanda por sua islamofobia em nome da proteção a gays e lésbicas. Compartilhamos da preocupação expressa por autores como Judith Butler (2008) de que um discurso sobre direitos gays e feministas está sendo agora usado para discriminar muçulmanos. Todavia, essa última crítica parece desprezar opiniões anti-(homo)sexuais difundidas entre muitos muçulmanos, bem como a necessidade de se promoverem os direitos sexuais e os espaços eróticos para as pessoas queer, o que permanece controverso tanto entre a maioria como entre as minorias étnicas. Nós, portanto, encorajamos estratégias que explicitamente repudiem todas as formas de islamofobia, mas que não silenciem aqueles que lutam por direitos sexuais de cidadania, e que por isso têm que lutar contra aqueles grupos muçulmanos e cristãos que rejeitam tanto a homossexualidade como a autonomia sexual das mulheres. Todavia, declarações genéricas sobre muçulmanos e em particular sobre Holandeses-Marroquinos sobre temas de gênero e sexualidade essencializam a cultura e a religião enquanto ignoram os muçulmanos queer e simpáticos aos gays e o início de mudanças positivas dentro dessas comunidades (ver Keuzenkamp, 2010: Capítulo17).

A emancipação de LGBTs está numa encruzilhada: LGBTs têm sido altamente bem-sucedidos, tanto legalmente como em ganhar aceitação social geral. Ao mesmo tempo, a violência continua (se ela tem realmente crescido é incerto, devido aos diferentes tipos de relatório dentro das estatísticas policiais, pesquisas entre grupos frequentemente não representativos de LGBTs, e assim por diante). E enquanto o número de pessoas que alegam aceitar a homossexualidade pode ser alto, temos visto essa aceitação somente na superfície quando se trata de assuntos específicos, tais como homens se beijando em público. Outra pesquisa indica que homens gays, especialmente, só são aceitos sob certas condições, tais como: não se comportarem de maneiras não-masculinas e não serem demasiadamente ou explicitamente visíveis (Buijs et al., 2009, veja o artigo deles sobre esse assunto). A invisibilidade da homossexualidade solicitada por muitos muçulmanos é assim também exigida por muitos holandeses brancos, apesar de o ser de uma maneira diferente: aceitamos você desde que não tenhamos que ver que você existe ou que tenhamos que ver o que você faz. Por sua vez, as lésbicas continuam amplamente invisíveis na vida pública e na mídia.

Como os gays e as lésbicas têm respondido a esses desdobramentos? Muitos gays e lésbicas mais jovens preferem manter sua homossexualidade tão "normal" e "privada" - e assim invisível - quanto possível. Eles resistem a identidades fortes e a comunidades; jovens lésbicas atribuem estilos "fanchona" como cabelo curto, vestes e comportamento masculinos a uma geração mais velha (Fobear, 2010). Assumir-se como gay ou lésbica leva 3 a 4 anos desde sua primeira consciência até que o contem para alguém, e isso apenas entre aqueles que saíram do armário – não um sinal de ampla aceitação (Keuzenkamp, 2010: 143). A incidência de problemas psicológicos entre homossexuais masculinos e femininos é muito maior do que entre heterossexuais (Sandfort et al., 2001). Esse também é o caso entre jovens gays e lésbicas (Keuzenkamp, 2010: Capítulo 10), onde 16 por cento das garotas e 9 por cento dos garotos tentaram cometer suicídio (Keuzenkamp, 2010: 191–193). Aggarwal (2010) identificou pressão social para que se comportem 'normalmente' (como pessoas heterossexuais), assim como experiências contínuas de discriminação, como explicações importantes para os problemas psicológicos experimentados por homens gays. Então, enquanto a Holanda pode parecer exemplar na aceitação da homossexualidade, isso se aplica mais às suas leis do que à sua vida diária. O trabalho necessário para romper com a heteronormatividade permanece enorme e a maioria dos cidadãos heterossexuais não vê qualquer necessidade de tais mudanças. Normas heterossexuais são ainda mais profundamente incorporadas em relações de gênero, sugerindo que essa última também precisa de mudanças. O sexismo certamente continua excessivo na Holanda quando se trata de questões de autonomia sexual para garotas e mulheres.

Muitos holandeses se perguntam para onde a emancipação se dirige. Amplo suporte aos gays e às lésbicas parece indicar que ainda existe espaço para movimento adiante, e aqui podemos apontar para diversas iniciativas promissoras: alianças gay-hetero em escolas, fortes garantias da polícia no combate à violência anti-gay, e certas políticas de investimento em emancipação LGBT. Por outro lado, a educação sexual continua amplamente biológica, enquanto a educação escolar sobre a homossexualidade e a diversidade de gênero permanece marginal, não obstante, porque o sistema escolar holandês apoia um grande número de escolas religiosas - muitas cristãs e algumas muçulmanas, e porque as assim chamadas escolas "negras" e "brancas" são altamente segregadas. Nas escolas "negras", os professores são frequentemente impedidos ou não ousam tocar em temas "difíceis", tais como a homossexualidade, a masturbação ou a AIDS (vande Bongardt, 2008; van de Bongardt et al., 2009).

Alguns políticos também criticam a "sexualização" e "pornograficação" - o que significa que espaços públicos (ruas, mídia, internet) estão inundados com imagens que influenciariam negativamente mulheres e jovens. Tais preocupações indicam que material e linguagem explicitamente sexual continuam a ser considerados indesejáveis e perigosos (Hekma, 2009). Como em qualquer outro lugar no mundo ocidental, existem leis e regulamentos concernentes à pornografia infantil e pedossexualidade cada vez mais rigorosos. O sexo com animais foi recriminalizado em 2010, depois de ser legal por 199 anos. O governo propôs aumentar a idade de consentimento para se trabalhar na indústria sexual de 18 para 21 anos. A prostituição de rua foi eliminada na maior parte das cidades, enquanto Amsterdã fechou um terço de suas vitrines no Distrito da Luz Vermelha. Existem várias razões pelas quais essas leis e regulamentos mais severos foram propostos, incluindo tráfico ou abuso de mulheres, e questões de consentimento. Estas são, de fato, preocupações sérias, mas alguns legisladores parecem mais orientados por ideias negativas sobre a sexualidade mais genericamente do que por preocupações a respeito da posição social de profissionais do sexo. Os argumentos são assim mal colocados, sugerindo proteção de mulheres vulneráveis e crianças inocentes, enquanto negam sua força sexual, conhecimento e autonomia. A idade de consentimento holandesa para sexo não-comercial - 16 anos, a mais alta da União Europeia - significa que os jovens queer que começarem a perceber suas preferências e saíram do armário em idades mais jovens (a média agora é de 13 e 16 anos) têm que esperar antes que possam visitar uma organização gay ou lésbica, bares ou sites da internet. Eles dependerão por anos de instituições largamente heterossexuais, tais como as famílias, as escolas, os centros juvenis e os clubes esportivos Preocupações com a desigualdade sexual e com as opções não-heterossexuais e não-adultas parecem estar subjacentes às novas leis e regulamentos (ver Hekma, 2011).

O discurso heteronormativo é adotado por gays e lésbicas que, frequentemente, estão ansiosos por agir de modo "normal" escondendo comportamento não-masculino (os homens), não-feminino (as mulheres) e comportamento erótico explícito.

A heteronormatividade assim se torna homonormatividade também, compelindo tanto os gays como as lésbicas a se comportarem como pessoas heterossexuais, deixando-os temerosos de mostrarem quaisquer sinais "gays" ou "lésbicos", e incitando-os a criticarem outros por se comportarem demais como bichas ou sapatões. Muitos gays e lésbicas compartilham, por exemplo, dos sentimentos ambivalentes das pessoas holandesas heterossexuais quando se trata da Parada Anual do Orgulho nos canais de Amsterdã (Amsterdam’s annual Canal Pride Parade) devido à sua ostentação e seminudez, às drag-queens e aos adeptos do couro (Keuzenkamp, 2006: 234). Assim, a norma homo tornou-se a de não se comportar em público como um viado efeminado, uma sapatão fanchona ou um queer neuroticamente explícito. Apesar de tal invisibilidade ser estratégica para se viver com segurança, ela raramente promove a emancipação sexual.

Existe muito a se desejar em termos de emancipação sexual na Holanda, e ainda restam numerosas questões de pesquisa a serem respondidas. A Holanda está testemunhando desdobramentos intrigantes: outrora um exemplo de tolerância e liberação, ela está se tornando incerta em relação a como apreciar a herança das décadas de 1960 e 1970. Por um lado, a maioria dos holandeses abraça os direitos gays e feministas (principalmente no debate sobre o multiculturalismo). Por outro lado, a aceitação social da não-heteronormatividade continua tênue e frequentemente oportunista. Temas sexuais e de gênero - desde a vida erótica das pessoas jovens, passando pela homossexualidade, prostituição e sexualização até à pedofilia e à bestialidade - todas têm atraído atenção política. Apesar dos holandeses serem considerados como esposando uma moralidade sexual progressiva, pós-materialista, eles apresentam diferenças significantes de opinião sobre temas como trabalho sexual. A violência anti-gay demonstra que a "aceitação" geral existe pari passu com visceral oposição. Apesar da politização de tais tópicos, nenhum partido desenvolveu políticas sexuais bem definidas. Os partidos cristãos continuam a depender de ideias religiosas e pesadamente dependentes da opinião pública. Os partidos cristãos continuam a se apoiar em ideias religiosas, enquanto os partidos seculares preferem pensar na sexualidade como um assunto privado ou um dado natural para além da moral ou das decisões políticas. Existem poucas discussões sérias sobre cidadania sexual; os temas preferidos tornaram-se médicos (saúde sexual) no lugar do cultural (prazer) ou do político (cidadania).

Os artigos nessa seção especial sobre esse tema não mantêm qualquer semelhança com a ambivalência holandesa. A emancipação LGBT pode ter ido longe, mas permanece controversa, como evidenciado pela violência anti-gay. E enquanto gays e lésbicas são amplamente apoiados, a aceitação ainda vem sob condições, como destacado no artigo de Laurens Buijs et al. A contribuição de Tony Coelho mostra que enquanto a maioria dos holandeses pode preferir relações monogâmicas e combinar sexo com amor, as relações abertas ainda estão arraigadas no mundo gay.(3) Muita pesquisa sobre sexo público entre homens gays tem sido feita, mas pouca sobre os homens heterossexuais e sobre as lésbicas. Mas esses grupos também desfrutam de sexo em lugares públicos, apesar de seus locais de encontro serem geralmente mais dispersos do que no caso dos gays. (4) O artigo de Sasha Albert revela que enquanto lésbicas holandesas brancas realmente desfrutam prazeres sexuais em lugares públicos, algumas hesitam em reconhecerem os atos nos quais elas mesmas se envolvem por causa dos ideais lésbico-feministas que não endossam sexo ocasional. 

Esse assunto oferece janelas sobre a cultura homossexual holandesa - e sobre a heterossexual - e suas liberdades e restrições eróticas. Como cidadãos holandeses, estamos curiosos para ver que direção a emancipação sexual vai tomar, e onde as fronteiras futuras serão postas. Como preconceitos muito frequentemente prevalecem, gostaríamos de ver um debate mais sério sobre temas eróticos. Em vez de se afastar ou se retirar para o armário, gays e lésbicas deviam se engajar em questões vitais relacionadas à educação sexual, visibilidade, idades de consentimento, papéis de gênero e diversidade erótica – resumindo, assuntos de cidadania sexual. Suas experiências do que outrora fora a margem sexual oferecerá uma contribuição valiosa.

Notas

1. Mudanças na lei holandesa nitidamente captura a evolução das políticas homossexuais no país. Em 1811, a introdução do Código Penal Francês sob o comando napoleônico descriminalizou a sodomia, desse modo acabando com uma era na qual as práticas homossexuais eram contra a lei e puníveis com a morte. No campo sexual, o novo código só proibia a indecência pública, o estupro e conduzir jovens menores de 21 anos à devassidão (geralmente interpretada como prostituição). 1886 testemunhou a introdução de uma idade para o consentimento sexual (16 anos) e leis sobre a pornografia. Um século mais tarde, a sodomia em privado foi legalizada, os partidos cristãos introduziram em 1911 leis que criminalizassem imagens eróticas, proibiram o aborto e o lucro a partir do trabalho sexual de terceiros, o que consagrou uma idade mais avançada de consentimento (21 anos) para atos homossexuais e relações de dependência. A maioria dessas leis foram repelidas na sequência da revolução sexual, incluindo as idades diferentes de consentimento para relações homossexuais e heterossexuais (em 1971).

2. Todos eram membros do VVD (Partido do Povo para a Liberdade e a Democracia), mas Wilders e Verdonk foram adiante para fundarem seus próprios partidos: PVV (Partido da Liberdade) e TON (Orgulhosos da Holanda). Hirsi Ali deixou a Holanda depois de uma briga com Verdonk enquanto ambos ainda eram membros do VVD.

3. A possibilidade de casamento para homens gays levou alguns jornalistas a sugerirem que os homossexuais deviam abandonar suas vidas promíscuas e sexo público.

4. O sexo público de homens gays é controverso. Apesar de ser oficialmente proibido como indecência pública, ele é amplamente tolerado e protegido contra agressores de queer pelas autoridades. Em Amsterdã e Rotterdã, uma parte dos parques é oficialmente designada como áreas de pegação.


Referências

Aggarwal S (2010) Between rejection and belonging. Exploring mental health disparities between homosexual and heterosexual men in Amsterdam. MA thesis, Social Sciences, University of Amsterdam.

Buijs L, Hekma G and Duyvendak JW (2009) Als ze maar van me afblijven. Amsterdam: Amsterdam University Press.

Butler J (2008) Sexual politics, torture, and secular time. British Journal of Sociology 59(1):1–23. Duyvendak JW (2011)

The Politics of Home. Belonging and Nostalgia in Western Europe and the United States. Basingstoke and New York: Palgrave Macmillan.

Fobear K (2010) Beyond a lesbian space? Public lesbian social spaces as sites for the production of visibility, identity and community. MA thesis, Social Sciences, University of Amsterdam.

Hekma G (2009) Seksualisering is een alibi. Een ongelovige aan het woord. In: Bleys R, et al.(eds) Lief en Leed 4: Seks en relaties anders bekeken. Antwerp: Garant & Sensoa, 86–92.

Hekma G (2011) Queer in the Netherlands: Pro-gay and anti-sex; sexual politics at a turning point. In: Downing L and Gillett R (eds) Queer in Europe: Contemporary Case Studies. Farnham: Ashgate, 129–142.

Hekma G and Duyvendak JW (2011) Gay men and lesbians in the Netherlands. In: Tremblay M, Paternotte D and Johnson C (eds) The Lesbian and Gay Movementand the State.  Farnham: Ashgate, 103–118.

Keuzenkamp S (ed.) (2010) Steeds gewoner, nooit gewoon. Den Haag: SCP – Sociaal enCultureel Planbureau.

Keuzenkamp S, Bos D, Duyvendak JW and Hekma G (eds) (2006)
Gewoon Doen. DenHaag: SCP – Sociaal en Cultureel Planbureau.

Mepschen P, Duyvendak JW and Tonkens E (2010) Sexual politics, orientalism and multi-cultural citizenship in the Netherlands.
Sociology 44(5): 962–979.

Sandfort TGM, de Graaf R, Bijl RV and Schnabel P (2001) Same-sex sexual behaviour andpsychiatric disorders: Findings from the Netherlands mental health survey and incidencestudy NEMESIS. Archives of General Psychiatry
58(1): 85–91.

Van de Bongardt D (2008) Teaching sexuality education in the Netherlands: Just anothertopic. . .?  MA thesis, Social Sciences, University of Amsterdam.

Van de Bongardt D, Mouthaan I and Bos H (2009) Seksuele en relationele vorming in hetvoortgezet onderwijs. Pedagogiek 29(1): 60–77.


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Tradução: Sergio Viula (com expressa permissão dos autores)

O texto original (em inglês) pode ser encontrado aqui:
https://www.academia.edu/23380418/Queer_Netherlands_A_puzzling_example

ONU - 2015: Holanda na vanguarda da defesa dos direitos das mulheres LBTI

Irene Hemelaar


Irene Hemelaar é a nova representante das mulheres para o Conselho das Mulheres das Nações Unidas em 2015. Holandesa, Irene Hemelaar, 45 anos, é empresária e diretora de uma organização que trabalha com o Gay Pride (Orgulho Gay) de Amsterdã. Após a sua nomeação pelo Ministro dos negócios estrangeiros, em outubro de 2015, ela fará parte da delegação do governo na assembleia geral da ONU em nome das mulheres holandesas e falará aos chefes de governo dos Estados-membros da ONU.

Irene Hemelaar pretende defender os direitos das lésbicas, bissexuais, mulheres transexuais e mulheres intersexuais (mulheres LBTI). Elas diz: Minha intenção é representar as mulheres em 2015. Em face do EuroPride 2016 em Amsterdã, vou trabalhar ainda mais, uma vez que agora é internacional. Eu estou muito ciente de que minha experiência e ativismo são apenas apenas um pequeno 'nicho' quando comparados à extensão dos direitos das mulheres e dos acordos que foram feitos na quarta Conferência Mundial sobre as mulheres em 1995 em Beijing e sobre as metas de desenvolvimento do milênio. Também essa diversidade sexual é um tema difícil de discutir em muitos dos países que assinaram os acordos. Ao mesmo tempo, minha luta pela igualdade de direitos é prova decisiva de que funciona. Quando as mulheres LBTI podem viver em plena liberdade, as mulheres heterossexuais certamente também podem."

Com a nomeação de Irene Hemelaar para o cargo, a política de direitos humanos passa a priorizar os direitos das mulheres e a proteger as minorias sexuais. Além disso, a Holanda vai sendo cada vez mais reconhecida como um país defensor dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros.

Desde o início da organização das Nações Unidas em 1945, as mulheres fazem parte da delegação holandesa que representa o governo na Assembleia Geral das Nações Unidas. A Holanda é o único grande país do mundo que fez isso. Uma vez selecionado da ONU, ele é acompanhado pelo Conselho das Mulheres dos Países Baixos.

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Traduzido livremente por Sergio Viula para o Blog Fora do Armário. Artigo originalmente publicado em holandês pelo www.nederlandsevrouwenraad.nl

Rainha da Holanda participa de Conferência do IDAHO

Rainha Máxima Zorreguieta Cerruti


Rainha Máxima da Holanda participa de Conferência do IDAHO


Quinta-feira, 16 de maio de 20103 - postado pela página oficial do IDAHO

Sua Majestade, a Rainha dos Países Baixos, participou em 16 de maio da cerimônia de abertura da Conferência do Dia Internacional de Combate à Homofobia (IDAHO), da qual participaram figuras políticas de alto nível internacional, entre as quais o Alto Comissário para Direitos HUmanos, Navi Pillay.

A conferência do IDAHO, que dura mais de dois dias, constituiu-se num dos primeiros eventos da Monarca e sua participação foi aclamada pelos organizadores como um sinal da força de seu apoio em favor dos Direitos Humanos para todos, a despeito da orientação sexual e identidade de gênero.

Veja mais sobre a Rainha aqui:
https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1xima_dos_Pa%C3%ADses_Baixos

Embaixada da Holanda no Brasil vai hastear a bandeira do arco-íris nessa sexta, 17 de maio: https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/2013/05/dia-de-combate-homofobia-2013-embaixada.html


English:

Queen Máxima Zorreguieta Cerruti


Queen Maxima of The Netherlands attends IDAHO Conference


HM the Queen of the Netherlands has attended on May 16th the opening ceremony of the International IDAHO Conference, attended by high level international political figures, amongst which High Commissioner for Human Rights, Navi Pillay.

The IDAHO conference, which spans over two days, constitutes one of the Monarch’s very first public events and her participation was hailed by the organisers as a clear sign of the strength of her support in favour of Human Rights for all, irrespective of sexual orientation and gender identity.

DIA DE COMBATE À HOMOFOBIA 2013 - A Embaixada do Reino dos Países Baixos em Brasília hasteará a bandeira LGBT no dia 17 de maio



A Embaixada do Reino dos Países Baixos em Brasília hasteará a bandeira LGBT no dia 17 de maio


Para marcar o Dia Internacional contra Homofobia e Transfobia (IDAHO) que terá lugar no dia 17 de maio, a Embaixada do Reino dos Países Baixos em Brasília hasteará a bandeira LGBT, também conhecida como a bandeira do arco-íris. Os direitos LGBT – Lésbicas, Gay, Bissexuais e Transexuais - têm uma alta prioridade na política externa do governo holandês.






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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO


O Blog Fora do Armário, assim como toda a comunidade LGBT do Brasil, folga com a iniciativa da Embaixada dos Países Baixos, mais conhecidos como Holanda.

O hasteamento da bandeira do arco-íris na embaixada holandesa demonstra o quanto aquela nação está comprometida com a promoção dos Direitos Humanos em nível mundial. E levando em consideração que Direitos LGBT nada mais são do que Direitos Humanos aplicados às pessoas sexodiversas, é encorajador que o país esteja oficialmente e publicamente engajado no combate à homofobia.

Soube por Alex, um novo amigo holandês com quem tive o prazer de trocar e-mails hoje, que embaixadas de outros queridos países também anunciaram que farão o mesmo nesta sexta-feira, dia 17 de maio de 2013, Dia Internacional de Combate à Homofobia. São elas: A embaixada da Suécia, da Bélgica e do Reino Unido.

Aos holandeses, suecos, belgas, ingleses, escoceses e galeses, nosso muito obrigado. Esse gesto nos encoraja e sinaliza uma poderosa mensagem - a de que a homofobia não tem lugar num mundo civilizado.

Civilizado = aquilo que está de acordo com a civilidade.

A todos os que tiverem fotos e vídeos de atividades relacionadas a esse 17 de maio (IDAHO), solicito a gentileza de compartilharem aqui: http://www.facebook.com/idahobrazil.

Sergio Viula

VEJA TAMBÉM: Rainha da Holanda participa de Conferência de Abertura do IDAHO no dia 16 de maio:

https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/2013/05/rainha-da-holanda-participa-de.html

Expreszo promove o Purple Day na Holanda

Holanda - A organização Expreszo, que representa jovens LGBT holandeses e residentes, está promovendo hoje (sexta, 14/12/12), a Sexta-Feira Lilás (Purple Friday) nos Países Baixos. As pessoas usarão a cor lilás para expressarem-se contra a homofobia nas escolas. Os voluntários da Expreszo também participaram, como pode ser visto abaixo. Em anos anteriores, até o Primeiro Ministro e muitos outros políticos participaram também em muitas escolas.





Mark Reichwein
Expreszo

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In English:

Today we have Purple Friday in the Netherlands. People wear purple to voice their opinion against homophobia at schools. Expreszo volunteers also participated, as you can see below. In previous years, even the Prime Minister and many other politicians participated as well as many schools.

Best,
Mark Reichwein
Expreszo


Amsterdam viert Gay Pride - Amsterdam Celebrates Gay Pride - Amsterdã Celebra Orgulho Gay

Amsterdam Gay Pride - July/August, 2012

De Uit de Kast Blog complimenten organisatoren, sponsors en deelnemers.


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These are the sponsors of the Gay Pride Week/2012 in Amsterdam.


The Out of The Closet Blog compliments organizers, sponsors and participants.


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Esses são os patrocinadores da semana do Orgulho Gay/2012 em Amsterdã.


O Blog Fora do Armário cumprimenta todos os organizadores, patrocinadores e participantes.






Em português:


Apresentação pelo Prefeito de Amsterdã

ERIC VAN DER BURG

Tenho orgulho de viver em Amsterdã, e uma vez por ano, fico ainda mais orgulhoso, quando minha cidade toda sai para a Parada Gay, um evento que celebra que as pessoas podem e devem ser livres para serem elas mesmas. Esse ano, o tema é “On The Move!” (Avancemos!), que será expresso no extenso programa esportivo.


Todavia, On The Move (Avancemos) também tem um sentido menos positivo: o tema refere-se aos incontáveis gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros (LGBTs) que não são livres para serem eles mesmo em seus países, e têm que fugir da violência e discriminação. Muitos deles fogem para Amsterdã, por exemplo. Como cidade de Amsterdã, nós tomamos um posicionamento firme pelos direitos LGBT, e fazemos tudo que podemos para para sermos uma cidade hospitaleira, tolerante para aqueles que precisam se esconder. Essa tolerância não é auto-evidente; até mesmo em Amsterdã, precisamos vigiar constantemente contra a intolerância. Não podemos ficar cegos para a realidade. Muito frequentemente, a tolerância é o mesmo que indiferença, ou até pior, por agir como se a discriminação não existisse. Não podemos meramente tolerar os direitos dos LGBTs, temos que aceita-los e defende-los com plena convicção.

É por isso que tenho orgulho da parada anual de barcos em Amsterdã. Ano passado, eu também tive a honra de ficar no deck frontal, uma experiência fantástica. Que vista maravilhosa foi ver milhares de gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros orgulhosos de sua identidade, e bravos o suficiente para se apresentarem aos outros. Juntos com centenas de milhares de expectadores, foi uma celebração fantástica. Vamo s trabalhar todos juntos para garantir que a atmosfera da Parada Gay domine o ano todo em Amsterdã, de modo que todos possam ser e se mostrar como são.

Eu espero que todos tenham uma fantástica Parada Gay em Amsterdã. Avancemos!




Em português:

Irene Hemelaar



Ano passado, tornou-se oficial: de acordo com as a pesquisa Respons Top 100, o Orgulho Gay de Amsterdã é o maior evento anual da capital, tendo como medida o impacto (número de visitantes e atenção da mídia). Como a cereja do bolo, a CNN classificou nosso orgulho como uma dos melhores cinco manifestações do mundo para celebrar o Orgulho Gay, o que é muito óbvio.

Em vez de retrocesso econômico, nossa comunidade está se desenvolvendo rapidamente, e estamos explodindo com iniciativas e criatividade. O Orgulho Gay de Amsterdã cresceu de novo esse ano, com um programa feminino completo, uma grande variedade de atividades para idoso, eventos em bairros, exibições rosa e dezenas de festas fechadas e nas ruas. O fato de sermos 100% livres para organizar tudo isso coloca sobre nós a responsabilidade de demonstrar solidariedade para com LGBTs em cujos países o progresso ainda vai ter um longo caminho pela frente.

Ainda á muito trabalho a ser feito pelos direitos LGBT em todo o mundo. Nosso orgulho nos dá a oportunidade de mostrar isso, e é o que veremos na Parada do Canal e em outras partes do programa, assim como o documentário Warriors for Love (Guerreiros pelo Amor), que será lançado durante o Orgulho.

Ainda existem algumas batalhas a serem vencidas em nosso pequeno país, mas estamos no caminho certo. Durante a Parada do Canal no ano passado, o COC (Organização Homossexual Holandesa) enviou uma importante mensagem aos políticos para que incluam educação obrigatória sobre (homo)sexualidade nas escolas, e como resultado, educação sexual (gay) se tornará obrigatória em janeiro. Infelizmente, ainda existem cartórios que se recusam a executar casamentos entre pessoas do mesmo sexo agora que a secretaria de assistência social decidiu arquivar decisões Sobre essa expressão extrema de desigualdade. Temos que monitorar de perto essa situação e garantir sua rápida resolução pelo próxima gabinete.

Nove dias de cultura, debate, festas e esportes esperam por nós. Nós do comitê executivo, equipe e da Banca Supervisora do ProGay mal podemos esperar, e esperamos que todos aproveitem o Orgulho Gay o máximo.


Irene Hemelaar
Diretora Executiva do ProGay

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Homossexualidade e a Fundação das Forças Armadas

Bem-vindo ao nosso site.
http://www.shk.nl/
(em holandês)

O SHK consiste inteiramente de voluntários que, além do seu tempo integral, apoiam o Ministério da Defesa. Ele é constituído uma grande rede de apoiadores e diversos outros suportes. Quem quiser apoiar, encorajar e seguir nossas políticas, pode atuar como simpatizante, sendo informado de todas as atividades que o SHK realiza.

É simpatizante? Envie um e-mail para o Secretário do SHK.

Faz parte de uma rede? Envie um e-mail para o Secretário da rede-tarefa do SHK. 

Para obter a formulário, visite klik hier: https://www.shk.nl/?download=Folder%20Een%20baan%20bij%20Defensie%20en%20openlijk%20homoseksueel.doc



Orgulho Gay no Canal de Amsterdã


Orgulho de servir.


Sábado Rosa no Haarlem 2012

Homossexualidade e a Fundação das forças armadas também atuou durante o Sábado Rosa de 2012, com um estande no Mercado Velho de Legumes no Haarlem.

Junto com outras organizações governamentais e não-governamentais, contribuíram para uma política de diversidade saudável, atuando como caixa de ressonância, aumentando a visibilidade interna e externa através da participação em várias atividades e também se auto-organizar e oferecer a possibilidade aos colegas LGBT para participar.

Diz a Homossexualidade e as Forças Armadas: "Queremos trabalhar juntos para garantir que todas as pessoas desfrutem de um local de trabalho seguro nesse sentido. Por isso, juntamente com outros parceiros do governos que se uniram ao ministério holandês, lançamos a Plataforma de Governo Pride."



Sábado Rosa no Haarlem, Amsterdã

Comemoração no
Memorial do Homossexual Assassinado
2012


Na presença do Ministro da Educação Marja van Bijsterveldt e da Fundação Homossexualidade e as Forças Armadas, da rede Blue Rose em Amsterdã e da polícia de Amsterdã, realizou-se a comemoração anual do COC no Monumento Gay, organizado em 4 de maio. No sábado, dia 25, foi a vez do aniversário do Monumento Gay.

Manual dos Direitos Humanos
e de Pessoal das Forças Armadas


Ele foi escrito pelo Prof. Ian Leigh, do Centro de Direitos Humanos da Universidade Durham, no Reino Unido e pelo Dr. Hans do Centro de Genebra para o Controle Democrático das Forças Armadas (Suíça), com a ajuda de Cecília Lazzarini (DCAF) e Ian Clements (Durham University) e foi publicado pelo Gabinete da OSCE para as Instituições Democráticas e de Direitos Humanos (ODIHR).

O título oficial é: "Manual de Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais, de pessoal das forças armadas".

O manual é composto por 6 peças. Capítulo 14 na Parte IV descreve os direitos de LGBT. Dê uma olhada na parte quatro. Aqui você encontrará o manual em inglês: https://www.osce.org/odihr/31393

© OSCE / ODIHR 2008


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CONTATO COM O SHK
(Homossexualidade e Forças Armadas):


A Fundação para a Sexualidade Gay e as Forças Armadas pode ser contactada da seguinte maneira:

Endereço Postal:
PO Box 1612
3800 BP Amersfoort

E-mail: shknl@hotmail.nl (Secretariado)

Presidente / Relações Públicas: 06-53387665

Secretaria: 06-21896238

Câmara de Comércio: 41226542









































































Em português:

PARADA DOS BARCOS


Sábado, 4 de agosto, pela 17ª vezes, 80 barcos festivos expressando o orgulho LGBT flutuarão através do canal. A ideia de trazer os Jogos Gays a Amsterdã surgiu pela primeira vez no início da década de 1990 com a noção de celebrar nosso orgulho com uma parada flutuante. Em 1996, o primeiro grupo de barcos navegaram através do canal de Amsterdã.

Depois que os Jogos Gays aconteceram em 1998, o Orgulho Gay de Amsterdã tornou-se um festival completo, ao qual festas, esportes e atividades culturais também foram acrescentados.

Em 2006, o Orgulho Gay de Amsterdã foi organizado pelo ProGay pela primeira vez. Desde então, ênfase cada vez maior foi dada à expansão do evento. Em 2007, um barco cheio de adolescentes assumidos e orgulhosos juntaram-se à parada pela primeira vez, foi criada a Company Pride (Companhia do Orgulho) e grupos cristãos e representantes do governo holandês participaram das festividades.


No ano passado, Dan Choi juntou-se ao barco do Ministério da Defesa, que participou da parada pela primeira vez. Ese ano um barco turco participará pela primeira vez, com passageiros LGBT de descendência turca. Eles enfatizam a constante luta pelos direitos LGBT em países europeus e pelo mundo

ProGay, YouTube e a empesa de transmissão AVRO uniram forças ano passado para transmitir a parada via internet, o que resulto em 1.500.000 visualizações pelo mundo todo.

Em maio, a CNN proclamou nosso orgulho como "uma das cinco melhores manifestações ao redor do mundo para celebrar o Orgulho Gay".

A Parada do Canal começa às 2 horas da tarde em Westerdok e continua através do rio Prinsengracht e do rio Amstel via Oudeschans até Oosterdok. O último barco passará aproximadamente às 5 horas da tarde.

De novo, centenas de milhares de visitantes são esperados para vir e ver a Parada do Canal. Para garantir a melhor vista, certifique-se de chegar na hora. Recomendamos que os visitantes de fora de Amsterdã viajem de trem.


ProGay Foundation

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ProGay Foundation


ProGay é comprometida com a realização da aceitação social da homossexualidade através da visibilidade. "Você não pode ignoar o que está bem diante de si", é uma expressão frequentemente usada pela fundação. Para completar. ProGay deseja destacar Amsterdã como Destino Gay. Esse ano a ProGay celebra os primeiros cinco anos de seu evento anual de inverno PinkChristmas que está bem a caminho de se tornar tão grande quanto o Amsterdam Gay Pride.


A ProGay está em parceria com a prefeitura para garantir um nível adequado de segurança na organização de seus eventos.



























A BIG 'THANK YOU' TO NL Agency, which invited me (on behalf of the Ministry of Foreign Affairs) and the Ministry of Education, Culture & Science to an LGBT Rights Conference and Visit to Amsterdam (August 1st-5th, 2012).


Sergio Viula

Brazilian blogger, activist and author



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Een grote 'dank je wel' aan


Agentschap NL, die mij (in opdracht van het ministerie van Buitenlandse Zaken) en het ministerie van Onderwijs, Cultuur en Wetenschap om een ​​LGBT-rechten conferentie en een bezoek aan Amsterdam (1-05 augustus 2012) uitgenodigd.


Sergio Viula
Braziliaanse blogger, schrijver en activist


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Mijn excuses voor eventuele fouten in Deutsch als ik spreek alleen Engels en Portugees.


I apologize for any mistake in Deutch as I only speak English and Portuguese.


Sergio Viula

CONTACT:

sviula@gmail.com
Blog: www.foradoarmário.com


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