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Fim de período já é nostálgico. Fim de ano, então...

Girafales e sua turma: risada na certa


Uma das melhores coisas sobre ser professor é lidar com pessoas. E uma das piores também. hehehe

Enumero apenas quatro da muitas coisas que mais gosto sobre trabalhar com pessoas, especialmente em sala de aula:

1. Professor e aluno crescem juntos quando ambos estão dispostos a colaborar (trabalhar juntos);

2. Um professor competente provoca em seus alunos maneiras de ver o mesmo tema;

3. Um professor competente aborda qualquer tema com criatividade, boa vontade e com a maior abertura de mente possível;

4. Um professor que prioriza o aspecto humanista de seu trabalho não vê seu aluno como um repositório de conhecimentos "transmissíveis", mas como um interlocutor que merece respeito e que deve aprender a respeitar tanto o professor como os outros interlocutores da mesma forma.

Qual é a maior recompensa de um professor assim?

1. O crescimento pessoal e o aproveitamento máximo dos conteúdos trabalhados;

2. O reconhecimento de seus alunos quanto ao seu papel de facilitador da aprendizagem, fomentador de discussões relevantes e produtivas, orientador sensível às dificuldades que seus alunos enfrentam dentro ou fora de sala de aula.

Algumas experiências pessoais desses últimos dias:

Semana passada, algumas turmas minhas encerraram suas atividades. Essa semana, outras encerrarão. A última será no sábado, dia 19. Já na semana passada, pude receber muito carinho de vários alunos meus. Essa semana, comecei bem os trabalhos.

Minha turma de curso preparatório para o First Certificate in English (FCE), prova aplicada pela Universidade de Cambridge-ESOL, teve sua última aula hoje. Como a prova já foi feita, apenas dois alunos apareceram para "o apagar das luzes". Foi uma aula interessante por vários motivos:

1. Uma aluna comentou, quase ao final da aula, que tinha visto meu vídeo sobre um passarinho que se perdeu dos pais e veio parar no travessão da cortina da minha sala. 

2. O outro aluno ficou curioso e eu acabei contando rapidamente a história a ele. Isso acabou desencadeando uma conversa sobre as redes sociais, porque o vídeo foi colocado no Facebook.

Por causa disso, acabei sabendo que eles já tinham lido entrevistas minhas online. Uma delas foi essa aqui, publicada pelo site UOL:
 
https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2015/01/14/ex-pastor-que-pregava-cura-gay-e-homossexual-e-diz-e-uma-farsa.htm

Fiquei encantado com as coisas que eles me disseram. Uma das coisas que me deixaram mais feliz foi que esse meu aluno só viu a entrevista, porque um ex-aluno meu havia publicado na timeline dele, fazendo altos elogios a mim como professor e amigo, e o post acabou sendo visto por esse rapaz e outras pessoas. Fiquei tipo "on cloud nine" (feliz da vida) e me emocionei profundamente. O ex-aluno que publicou a matéria e fez comentários positivos esteve comigo em sala de aula por vários períodos. Tanto ele como essa turminha toda eram - e continuam sendo - muito especiais para mim.

Não bastasse isso, o aluno que comentou isso comigo hoje também é primo de uma ex-aluna minha, já formada, que eu amo de paixão. Quando ela soube que eu era professor dele, ela também teceu altos elogios.

Gente, longe de querer fazer aqui propaganda gratuita a meu próprio respeito, meu objetivo com esse post é registrar o carinho desses alunos. Essas atitudes demonstram que o trabalho de um professor vai muito além do âmbito "profissional", daquela relação professor-aluno. Professores e alunos interagem em nível pessoal, na qualidade de seres humanos que se enriquecem através das interações que travam dentro e fora da sala de aula. E nesse sentido, as redes sociais acabam facilitando essas trocas para além das paredes de qualquer classroom.

Também espero que esse compartilhamento meu aqui estimule outros professores LGBT ou não a viverem com autenticidade, sempre focando no trabalho que precisam realizar, mas sem perder de vista o "material humano" que está ali em sala de aula, mas que não é mero "receptáculo" de informações. É claro que nem todos aproveitarão as oportunidades de ampliação de horizontes e de apoio mútuo nessa árdua caminhada que é qualquer processo de aprendizagem, mas muitos nunca mais se esquecerão do que aprenderam, especialmente no nível mais pessoal dessas trocas.

Nem tudo são flores, é claro. De vez em quando, ouço bobagens por parte de alunos que sabem ou não sabem que - entre zilhões de outras coisas - eu sou gay. Absolutely out and proud!

Esses dias, um aluno de 25 anos usou uma discussão em duplas, na qual eles deviam falar sobre uma celebridade ou pessoa pública que os tivesse influenciado de alguma maneira, para falar de Jair Bolsonaro. Quando perguntei a cada aluno quem era a pessoa pública ou celebridade que havia causado algum impacto positivo sobre eles, ouvi muita coisa interessante - de Michael Jackson a Marília Pera (hehehe). Mas, quando chegou a vez desse aluno, ele falou o nome desse "fóssil vivo" e deu uma risadinha. Talvez, até por ter ficado sem graça mesmo. Acho que ele não imaginava que eu perguntaria isso. E não dava para mentir, porque o trabalho foi em duplas - o que significava que seu parceiro sabia do que ele havia falado. Não foi a primeira vez que eu ouvi, ao passear pela sala monitorando os grupos, alguma citação ao renomado fascista. A turma prendeu a respiração. Todos ali sabem que sou gay. E acredito que saibam um pouco do que penso sobre essa figura, mesmo sem que eu jamais a tenha mencionado em sala. Uma aluna deu um suspiro e disse "não acredito". Eu fiz cara de quem nem se abalou e mantive o ritmo passando ao aluno seguinte, depois a outro, até o final da roda. Meu silêncio deve ter falado mais que 10 mil palavras.

Claro, as pessoas podem ter suas opiniões. Ninguém tem que concordar comigo, assim como eu não sou obrigado a concordar quem quer que seja. Todos devemos, porém, expressar nossas ideias respeitosamente. Foi o que ele fez e foi o que eu fiz. Mas, lá no fundo, sempre que alguém me diz que considera o Bolsonaro útil para alguma coisa que não seja promover o fascismo na sua mais estereotipada e ridícula versão, eu não consigo evitar o pensamento de que essa pessoa tem algum problema ou é muito limitada intelectualmente, independentemente do seu "grau de instrução".

Outra coisa que não não consigo entender é como gente religiosa pode apoiar um troglodita desses. Feliciano está sempre de braço dado com ele, mas Feliciasco é o tipo do religioso que o capeta adora, porque espalha ódio melhor do que qualquer diabo conseguiria fazer se estivesse realmente aí para isso.

Também não consigo entender como alguns ateus (felizmente, não são a maioria) apoiam ícone do mais retrógrado conservadorismo - daquele tipo que faria inveja aos inquisidores da Idade Média. No fundo, não sei como gente inteligente pode enxergar qualquer coisa que preste nesse sujeito, seja para fins políticos ou para a construção de uma sociedade mais livre, feliz e harmoniosa.

Mas não é só Feliciano, não. Bolsonaro se dá muito bem com fundamentalistas do quilate de Malafaia e Magno Malta. Veja a foto abaixo:



 
Esses meus dois alunos que foram à última aula hoje me surpreenderam positivamente. Ambos disseram - sem que eu tivesse puxado esse assunto - que querem distância de Bolsonaro. O nome da figura surgiu no contexto das coisas idiotas que vemos no Facebook. O mesmo rapaz que falou sobre a minha entrevista foi quem mencionou o dito cujo. Fiquei feliz em ouvir que eles eram completamente avessos a tudo o que ele representava, mas eles também citaram amigos ou parentes que acreditam que ali haja alguma coisa que preste para o bem do nosso país. Isso me faz pensar naqueles pais ou mães que, insatisfeitos com a babá, entregam o filho ao IT (aquele palhaço psicopata do cinema).

Em outras palavras, algumas pessoas insatisfeitas com o modo como certos governantes têm conduzido o país, são capazes de entregar a nação nas mãos de um BolsoMico desses. Sim, porque não tem micagem maior do que achar que esse IT seja uma alternativa razoável a quem quer que seja. Podemos alternar as mãos que governam sem precisar entregar o que temos de melhor nas mãos de figuras como ele.



De qualquer modo, é muito bom poder ver adolescentes, jovens e adultos despertando para coisas maiores e melhores em suas próprias vidas e nas relações que eles mantém com o mundo ao seu redor.

Sigamos em frente com o projeto republicano e democrático de liberdade, igualdade e fraternidade. E daí, para o alto e avante. Nunca para baixo e para trás, como querem fundamentalistas e conservadores fascistas.

1º Congresso Anual de Ateus do Estado do Rio de Janeiro


Veja o grupo do evento e confirme sua presença. 
ENTRADA FRANCA e saída, IDEM. (risos)

https://www.facebook.com/events/1506019089620403

ARCA: Encontro de ateus - Cinelândia, 17/08/14

Amarelinho - Cinelândia - 17/08/2014

Muito papo, comida, bebida e descontração: 
melhor do que isso, nem o céu... (risos)

Fundamentos do ateísmo




Fundamentos do ateísmo

Hélio Schwartsman
10/12/2011


SÃO PAULO - Já que dois amigos meus, Ives Gandra Martins e Daniel Sottomaior, se engalfinharam em polêmica acerca de um suposto fundamentalismo ateu, aproveito para meter o bedelho nessa intrigante questão. Como não poderia deixar de ser, minha posição é bem mais próxima da de Daniel que da de Ives.

Não se pode chamar de fundamentalista quem exige provas antes de crer. Aqui, o alcance do ceticismo é dado de antemão: a dúvida vai até o surgimento de evidências fortes, as quais, em 2.000 anos de cristianismo, ainda não apareceram.

Ao contrário, dogmas vão contra tudo o que sabemos sobre o mundo. Virgens não costumam dar à luz e pessoas não saem por aí ressuscitando. Em contextos normais, um homem que veste saias e proclama transformar vinho em sangue seria internado. Quando se trata de religião, porém, aceitamos violações à física e à lógica. Por quê?

Ou Deus existe e espera de nós atitudes exóticas -e inconsistentes de uma fé para outra-, ou o problema está em nós, mais especificamente em nossos cérebros, que fazem coisas esquisitas no modo religioso.

Fico com a segunda hipótese. Corrobora-a um número crescente de cientistas que descrevem a religiosidade ou sua ausência como estilos cognitivos diversos. Ateus privilegiam a ciência e a lógica, ao passo que crentes dão mais ênfase a suas intuições, que estão sempre a buscar padrões e a criar agentes.

Posta nesses termos, fé e ceticismo se tornam um amálgama de influências genéticas e culturais difícil de destrinchar -e de modificar.

Como bom ateu liberal, aplaudo avanços no secularismo, já que contrabalançam o lado exclusivista das religiões, que não raro degenera em violência e obscurantismo. Mas, ao contrário de colegas mais veementes, acho que a religião, a exemplo do que se dá com filatelia, literatura e sexo, pode, se bem usada, ser fonte legítima de bem-estar e prazer.


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/13913-fundamentos-do-ateismo.shtml

Mitomania: Uma patologia predominante entre os evangélicos, mas não exclusiva deles.

Mitomaníacos não devem ter platéia



A mitomania, também conhecida como pseudologia fantástica ou transtorno da mentira patológica, é um comportamento caracterizado pela tendência de mentir de forma compulsiva e sem necessidade aparente, muitas vezes criando histórias ou situações irreais. A pessoa mitômana não mente apenas para obter benefícios imediatos, mas muitas vezes constrói uma realidade alternativa que, para ela, pode parecer verdadeira. Esse transtorno pode estar presente em diversas populações, incluindo grupos religiosos como os evangélicos, embora não seja exclusivo a esse segmento.

Mitomania e os Evangélicos


Embora a mitomania não seja um fenômeno restrito a nenhuma religião específica, há alguns aspectos que podem tornar a mitomania mais visível ou prevalente em grupos religiosos, incluindo os evangélicos. Algumas das razões podem incluir:

Envolvimento com testemunhos pessoais: Em muitas igrejas evangélicas, especialmente as neopentecostais, as pessoas são incentivadas a compartilhar seus testemunhos de vida. Esses relatos, muitas vezes, incluem histórias de superações milagrosas, curas divinas ou experiências espirituais transformadoras. Em alguns casos, pessoas podem exagerar ou até mesmo criar histórias fantasiosas para se inserir ou se destacar dentro do grupo, como uma forma de ser reconhecida como uma pessoa de fé ou um exemplo de vida transformada.

A busca por validação: Para algumas pessoas, o desejo de ser aceito ou respeitado dentro de uma comunidade religiosa pode levar à mitomania. Ao contar histórias que impressionem os outros ou que se alinhem com os ideais espirituais promovidos pela comunidade, o indivíduo pode buscar admiração, respeito ou mesmo apoio financeiro ou social.

Pressão para a perfeição: Em algumas denominações, especialmente nas mais conservadoras ou evangélicas neopentecostais, há uma pressão significativa para que os fiéis apresentem uma imagem idealizada de sua vida, como uma forma de provar sua fé e compromisso com Deus. Isso pode criar um ambiente onde mentir sobre experiências, dificuldades ou até mesmo sobre a relação com Deus se torna uma maneira de se encaixar e ser aceito.

Expectativas de milagres e transformações: A crença no sobrenatural e nos milagres é forte em muitas igrejas evangélicas. Para aqueles que já possuem uma tendência à mitomania, a pressão para relatar experiências sobrenaturais pode resultar em relatos falsos ou exagerados sobre cura, visões ou intervenções divinas.
Mitomania Fora do Contexto Religioso

A mitomania não se limita a grupos religiosos, e pode se manifestar em qualquer ambiente onde as pessoas sintam a necessidade de mentir de forma constante. Em alguns casos, pode estar relacionada a transtornos de personalidade, como o transtorno de personalidade antissocial ou o transtorno de personalidade narcisista, em que o indivíduo mente para manter uma imagem de superioridade ou controle.

Além disso, a mitomania pode ser associada a distúrbios emocionais e psicológicos mais profundos, como a baixa autoestima ou traumas não resolvidos, que podem levar a pessoa a criar uma realidade paralela onde se sente mais aceita, poderosa ou amada.
A Mitomania Não Exclui Nenhuma Religião

Embora seja possível que a mitomania seja mais visível em grupos religiosos devido à dinâmica de testemunhos e da busca por aceitação ou reconhecimento espiritual, esse transtorno pode ocorrer em qualquer religião ou grupo social. As razões para mentir patológicamente são variadas e muitas vezes complexas, e a mitomania pode se desenvolver por questões internas da pessoa, como a necessidade de manipulação ou a busca por aprovação, e não necessariamente por uma característica inerente à religião ou crença.

Conclusão

A mitomania é uma condição que pode afetar qualquer indivíduo, independentemente da sua crença religiosa. Nos grupos evangélicos, pode estar relacionada ao desejo de ser reconhecido por sua fé ou experiências espirituais, mas é importante entender que esse comportamento não é exclusivo dessa comunidade. A mitomania é um transtorno psicológico que precisa de compreensão e, em muitos casos, de tratamento especializado, a fim de que a pessoa possa lidar com as causas subjacentes dessa necessidade de mentir compulsivamente.

Juiz concede a ateus direito de resposta às ofensas de Datena

Juiz concede a ateus direito de resposta às ofensas de Datena




José Luiz Datena


O juiz Régis Rodrigues Bonvicino, da 1ª Vara Cível do Foro Regional de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, expediu hoje (16) liminar concedendo direito de resposta à Atea (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos) contra José Luiz Datena (foto), 54. O apresentador é acusado de ofender os ateus no programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes.

Pela decisão do juiz, um representante da associação terá na quarta-feira (22) no programa o mesmo tempo usado por Datena para denegrir os ateus. Em caso de não cumprimento da sentença, os réus (Datena e Band) pagarão multa de R$ 10 mil por dia de atraso. O apresentador e emissora podem recorrer da liminar.

Bonvicino tomou como base, em sua sentença, o artigo 221 da Constituição que determina que as emissoras de TV têm de respeitar os valores éticos e sociais das pessoas e da família. Sua decisão foi em caráter de urgência tendo em vista a possibilidade de o Brasil Urgente deixar de ser transmitido. Hoje pela manhã, Datena assinou contrato de 5 anos com a Rede Record, onde apresentará o programa Cidade Alerta por um salário de R$ 2 milhões, além de participação no merchandising. Na Band, ele ganhava R$ 500 mil por mês. A estreia do programa está prevista para daqui a dois meses, mas hoje Datena já não apresentou o Brasil Urgente.

No dia 27 de julho de 2010, ao comentar um assassinato, Datena disse que o criminoso só podia ser ateu por não ter limites em sua violência. “Os bandidos que matam, mas que matam com prazer, esses não acreditam em Deus”, afirmou. “Isso é um exemplo típico de um sujeito que não acredita em Deus: matou um menino de dois anos de idade, tentou fuzilar 3 ou 4 pessoas.”

De acordo com Daniel Sottomaior, presidente da Atea, Datena também disse que violentar “um bebê de dois, três meses de idade” e bater “em velhinho e violentar velhinhas” são crimes característicos de ateus.

O juiz, em sua sentença, para demonstrar a gravidade das afirmações preconceituosas do apresentador, citou uma atriz ateia: “Imagine se a Angelina Jolie dissesse que quem tem Deus no coração é assassino de um menino e de dois de idade e tentaria fuzilar 3 ou 4 pessoas”.

Datena é católico. Ele tem tatuado no antebraço esquerdo a palavra "Cristo" e tinha em seu camarim na Band uma imagem de Jesus e outra de Nossa Senhora Aparecida. Não se sabe se ele vai levar as imagens para o seu camarim da Record, do bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal.

Para os ateus, mesmo que a liminar caia, significa um avanço no combate contra o preconceito do qual são alvos.


Com informações do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Através do site do Paulo Lopes. Visite:

Os 10 argumentos favoritos dos criacionistas

Tirinha por Carlos Ruas - criador de Um Sábado Qualquer


1. A Complexidade Irreducível

Argumento Criacionista: Muitos sistemas biológicos são tão complexos que não poderiam ter evoluído gradualmente, pois perderiam sua funcionalidade se uma parte fosse removida. Isso sugeriria um "designer inteligente".

  • Refutação Científica: A ideia de "complexidade irreducível" foi popularizada por Michael Behe, mas a ciência mostrou que sistemas complexos podem evoluir gradualmente. Muitos exemplos de complexidade irreducível, como o olho, têm ancestrais que funcionam de maneira mais simples. No caso do olho, por exemplo, organismos primitivos tinham células sensíveis à luz, que com o tempo evoluíram para formas mais complexas. A evolução pode modificar sistemas existentes para aumentar sua funcionalidade, uma prática comum chamada "exaptação". Isso demonstra que a complexidade pode surgir de processos evolutivos sem necessidade de um designer inteligente.

2. Fósseis de "espécies estáticas"

Argumento Criacionista: Fósseis de animais encontrados em camadas geológicas distintas mostram que certas espécies nunca mudaram ao longo do tempo, o que implicaria que não houve evolução.

  • Refutação Científica: As afirmações sobre "espécies estáticas" são equivocadas. Fósseis encontrados em diferentes camadas geológicas de fato apresentam variações genéticas dentro das populações. Além disso, a teoria da evolução reconhece que nem todas as espécies precisam passar por mudanças visíveis em cada geração. Algumas espécies podem permanecer relativamente inalteradas ao longo de um período geológico, mas isso não significa que a evolução não esteja ocorrendo em níveis genéticos. Um exemplo disso é o peixe-cavalo-marinho, cujas variações morfológicas não se refletem nas camadas fósseis de maneira dramática, mas é perfeitamente possível observar mudanças graduais em populações específicas.

3. A Falta de Transição Completa

Argumento Criacionista: Não há fósseis "transicionais" que mostrem uma mudança gradual entre espécies.

  • Refutação Científica: A ideia de que "não há fósseis transicionais" é um mito. Fósseis intermediários são abundantes, e exemplos como Archaeopteryx (entre répteis e aves) e Tiktaalik (entre peixes e anfíbios) demonstram claramente transições entre grandes grupos de seres vivos. Além disso, a evolução é um processo gradual e contínuo, e a ideia de que transições completas devem ser vistas de maneira linear e instantânea está equivocada. A diversidade de fósseis de hominídeos, como Australopithecus, Homo habilis, e Homo erectus, mostra uma linha clara de transição de ancestrais primatas para os primeiros humanos.

4. A Segunda Lei da Termodinâmica

Argumento Criacionista: A segunda lei da termodinâmica afirma que a entropia de um sistema fechado sempre aumenta, o que significa que a ordem não pode surgir espontaneamente e, portanto, a evolução não pode ocorrer.

  • Refutação Científica: A Terra não é um sistema fechado, mas sim um sistema aberto, com energia constante proveniente do Sol. A entrada dessa energia permite que sistemas biológicos locais aumentem sua ordem, o que é totalmente compatível com a evolução. A segunda lei da termodinâmica descreve a entropia em sistemas fechados, mas em um ambiente aberto como o da Terra, a entrada de energia externa permite que processos evolutivos criem complexidade sem violar essa lei. Além disso, a evolução não cria "ordem" no sentido absoluto, mas sim adaptações que melhoram a sobrevivência das espécies em seu ambiente.

5. O "Argumento da Probabilidade"

Argumento Criacionista: A probabilidade de a vida ter surgido por acaso é tão baixa que deve ter sido projetada por um criador inteligente.

  • Refutação Científica: A origem da vida, ou abiogênese, é complexa, mas não é um evento aleatório sem explicação. Experimentos como os de Stanley Miller e Harold Urey, que simularam as condições da Terra primitiva, mostraram que compostos orgânicos básicos necessários para a vida, como aminoácidos, podem se formar espontaneamente a partir de substâncias simples. A probabilidade de a vida surgir "por acaso" é, de fato, pequena, mas isso não significa que seja impossível. Além disso, a evolução não depende de um evento único de origem da vida, mas de um processo contínuo de mudanças graduais ao longo de bilhões de anos.

6. O Argumento do Design Inteligente

Argumento Criacionista: O universo e a vida são tão complexos que precisam de um designer inteligente.

  • Refutação Científica: O "design inteligente" não é uma explicação científica testável, mas uma tentativa de explicar o complexo sem investigar as causas naturais. A evolução oferece uma explicação robusta e testável para a complexidade da vida, baseada em princípios de seleção natural, mutação e deriva genética. A presença de imperfeições, como o nervo laríngeo recorrente (que passa por caminhos subótimos no pescoço de vertebrados), evidencia que a evolução funciona por ajustes graduais e não por um plano perfeito.

7. O Argumento da Perfeição de Design

Argumento Criacionista: O corpo humano e outras criaturas são tão bem adaptados ao ambiente que isso prova um "designer inteligente".

  • Refutação Científica: A adaptação biológica é um processo natural de seleção natural, onde as variações genéticas que conferem vantagens de sobrevivência se tornam mais comuns na população. O fato de que existem muitos exemplos de imperfeições no corpo humano, como o apêndice (um órgão vestigial) ou o nervo laríngeo que percorre um caminho subótimo no pescoço de vertebrados, sugere que a evolução não cria "designs perfeitos", mas adaptações feitas a partir de estruturas preexistentes. Essas imperfeições são incompatíveis com a ideia de um "design perfeito" e indicam um processo de adaptação gradual.

8. O Argumento da "Inexistência de Evidência de Evolução"

Argumento Criacionista: Não há evidências claras de evolução acontecendo em tempo real.

  • Refutação Científica: A evolução pode ser observada em tempo real. Exemplos incluem a evolução de bactérias resistentes a antibióticos, como o caso de Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA), e a mudança de características morfológicas e comportamentais em populações de peixes e aves. Esses exemplos mostram como as populações se adaptam rapidamente a mudanças ambientais, demonstrando a continuidade do processo evolutivo.

9. A Origem de Espécies na "Natureza Intacta"

Argumento Criacionista: Espécies que permanecem inalteradas em ambientes isolados demonstram a criação divina e a imutabilidade das espécies.

  • Refutação Científica: A adaptação e especiação ocorrem continuamente, mesmo em ambientes isolados. O conceito de "espécies estáticas" ignora o fato de que as espécies podem permanecer relativamente inalteradas quando estão em ambientes estáveis e não enfrentam pressões seletivas significativas. A especiação ainda pode ocorrer em ambientes naturais isolados, e exemplos de microevolução e adaptação contínua são visíveis em populações de peixes, aves e insetos.

10. A Falta de Evidência de "Macroevolução"

Argumento Criacionista: A macroevolução (mudança de uma espécie para outra) nunca foi observada diretamente.

  • Refutação Científica: Embora a macroevolução ocorra ao longo de longos períodos de tempo e não possa ser observada em tempo real, há muitas evidências fósseis e genéticas que comprovam que ela aconteceu. O estudo do DNA mostra como as espécies compartilham ancestrais comuns, e a comparação genética entre seres humanos e chimpanzés, por exemplo, demonstra uma relação direta entre as duas espécies. A comparação dos registros fósseis e os estudos de linhagens evolutivas também corroboram a existência de macroevolução.

Essas refutações baseadas em evidências científicas demonstram que os argumentos criacionistas não explicam de modo algum a complexidade da vida de maneira testável e consistente, enquanto a teoria da evolução oferece uma explicação robusta e comprovada para a diversidade biológica.

Encontro de Ateus





Hoje, segunda-feira, apresentei minha primeira palestra do Encontro da Nova Consciência no Encontro de Ateus. Foi muito bom estar com meus queridos ateus de Campina Grande e adjacências! Foi bom ouvir os preletores anteriores: Rogério, Thomaz, Alexei e Kelmer. As participações da platéia foram muito interessantes também. Aprendi muito com todos! Quando tomei a palavra, apresentei o tema "Imortalidade da Alma: Abusos Históricos e Contemporâneos. Foi muito bom ver que o pessoal ficou atento e curtindo, apesar do cansaço por terem ficado sentados por tanto tempo. A minha já era a quarta fala dentre as programadas. Isso sem contar as participações espontâneas. :)

Ao fim, apresentei o livro. Várias pessoas compraram e algumas já pediram para levar mais amanhã, quando falarei sobre "Razão e Emoção: Técnicas de Manipulação Mental". Não trouxe muitos por não querer carregar peso de volta.

Tem sido muito produtivo participar dos Encontros. E amanhã tem mais. Quando chegar ao Rio, publicarei as fotos. Estou sem o cabo da câmera para fazer a transferência para o computador.

Se você é de Campina Grande e está acessando esse post antes das 14h de terça, dia 08, não deixe de participar. As palestras do Encontro de Ateus começarão às 14h. Mesmo que chegue atrasado(a), compareça. Será um prazer ter você conosco!

Se está longe de Campina Grande, acompanhe as notícias por aqui. É sempre um prazer ter você aqui!


Algumas fotos abaixo:



Campina Grande - PB (vista da janela do meu quarto)


Um livro para levar para a cama... ;)


Rogério (coordenador do Encontro de Ateus)


Tomaz Passamani


Alexei Dodsworth


Ricardo Kelmer (à esquerda) e Rogério (à direita)



Eu (Sergio Viula)



Téo Lorent


Sidney Santos



Eu, Rogério, Alexei, Tomaz, Téo, Ricardo e Sidney



Participantes do Encontro de Ateus e Agnósticos



Participantes do Encontro de Ateus e Agnósticos


Abraço a todos e todas que leem esse blog e igualmente aos que participaram dos eventos!!!

Sergio Viula

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