Mostrando postagens com marcador macho. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador macho. Mostrar todas as postagens

Intensidades Eróticas - Vídeo-Resenha - Carlos Alberto Messeder Pereira


Compre aqui:

https://www.amazon.com.br/Intensidades-Er%C3%B3ticas-Quest%C3%A3o-Gay-Debate/dp/8576504227


A publicação reúne artigos que suscita uma reflexão em torno das práticas afetivas e sexuais entre homens, os diferentes modos como esses relacionamentos foram percebidos e classificados ao longo dos anos.


Controlar a vida sexual dos outros, chega dessa neurose!


Controlar a vida sexual dos outros, 
chega dessa neurose!


por Sergio Viula


Não é interessante que um estudo intitulado “Who are the Swingers and Why do they Swing?”, falando de casais que fazem sexo com outras pessoas, tenha descoberto que os swingers são geralmente pessoas de classe média-alta que vêm tanto da ala conservadora como da ala liberal no campo político? Não posso deixar de destacar que, curiosamente, o percentual de conservadores é o mais alto.

Ninguém deveria se espantar com o fato de que sexo seja algo tão poderosamente estimulante e potencialmente satisfatório. Afinal, ao longo da história evolutiva, desenvolvemos um sistema nervoso minuciosamente conectado aos nossos órgãos sexuais, enchemos nosso sangue de hormônios sexuais e dedicamos vastas áreas do nosso cérebro a pensamentos sobre sexo. O que causa espanto é por que tanta gente se sente impelida a condenar a própria vida sexual e a dos outros ao celibato ou a algum tipo de moralismo castrador que impeça a fruição do que tão efemeramente se esvai – o corpo. Mesmo que um ser humano possa desfrutar prazer sexual por 100 anos, isso ainda seria considerado tempo ínfimo no contexto da história universal.  Prazer está relacionado à vida. Na morte, não há dor nem prazer. 

Ironicamente, nossos restos mortais poderão abastecer outros seres vivos que, mesmo vivendo menos do que nós, farão muito mais sexo do que muitos daqueles que lhes servirão de pasto. Imagine servir de lanchinho para minhocas que sempre se fertilizam mutuamente fazendo um 69... Para que desperdiçar tempo precioso que poderia ser bem gozado? Por que se submeter a coisas nocivas como medo, culpa e ansiedade? Cada minuto de prazer mutuamente consentido dispensa qualquer justificativa. 

É quase certo que enquanto nos deleitamos aqui pensando em sexo (fazer é melhor ainda) alguma voz irada esteja gritando palavras como gonorreia, sífilis, AIDS, para silenciar o desejo que o dono dessa mesma voz sente aflorar dentro de si mesmo e para espalhar pânico entre os que não sigam sua cartilha de autocastração. Contudo, deixar de desfrutar do próprio corpo e/ou do corpo alheio não é solução para nada disso. O cuidado de si não impede o sexo e vice-versa. Além disso, a falta de prazer sexual, assim como de outros prazeres na vida – todos eles direta ou indiretamente ligados à satisfação dos sentidos – pode gerar diversas doenças psicossomáticas (aquelas caracterizadas pela circularidade mente-corpo).

O que pessoas neuróticas geralmente fazem quando se trata de falar de sexo é acentuar o negativo. Essa parece ser – para elas – a melhor forma de encerrar o assunto antes que sintam comichões na glande ou na vulva.

A “sabedoria” popular dirá que não há coisa mais perigosa para seu lar, família e país, para sua saúde e bem-estar do que SEXO. De acordo com Stephen Mason, Ph.D. em seu aritgo Look At It This Way, publicado em Agosto de 2009, 31% dos homens e 43% das mulheres hoje sofrem de um ou mais sintomas de disfunção sexual. Como poderia ser diferente em meio ao controle exercido pelo Estado, pelas religiões, pelas famílias, etc.? 

O Dr. Mason destaca que o mais óbvio sinal de neurose é uma necessidade esmagadora de controlar alguma coisa.  O neurótico se sente à deriva em meio a emoções e crenças irracionais.  Ele faz de tudo para exercer controle sobre si mesmo e sobre os outros. Essa parece ser a força motivadora por trás daqueles que censuram e condenam tudo o que eles não podem manejar.

Ultimamente, tenho ouvido algumas pessoas dizerem que é importante controlar a Internet. Geralmente, essas pessoas saem com pérolas tais como: “pornografia é coisa do diabo”, “a promiscuidade vai acabar com o casamento”, “masturbação é igual ao adultério”, “camisinha estimula a prostituição”, “prostituição é coisa de comunista” (dizem alguns da direita), “prostituição é coisa de capitalista” (dizem alguns da esquerda), e por aí vai. 

Tem gente que ouve ou lê esse tipo de coisa e conclui que tudo isso deve estar certo. Outros repetem essa papagaiada acreditando que esse discurso poderá lhes dar um status de superioridade moral ou uma qualidade de pureza tipo exportação. Essas pessoas acreditam que sexo não seja normal, íntegro, saudável. É muito provável que essas pessoas nunca tenham visitado um hospício.  O pior é que esse tipo de discurso prevalece em muitos ambientes e na cabeça de muita gente. 

Esses dias, eu estava vendo comentários feitos por HOMENS GAYS a respeito de casamento e de promiscuidade num grupo GAY desses que se criam no Facebook. Numa postagem sobre direitos civis, um cara soltou essa: “Como podem querer respeito se não se dão o respeito”. Ele se referia à liberdade com que alguns encontram parceiros e vivenciam a sexualidade. A lógica aqui é: você não pode exigir direitos civis e segurança social se der o cu para qualquer um ou se comer o cu de qualquer um. Mas, pergunto: Será que dar o seu PRÓPRIO cu ou comer o cu dos outros quando esses VOLUNTARIAMENTE o dão faz de você menos cidadão do que qualquer pessoa que não trepe, ou que só trepe de um jeito, ou sempre com a mesma pessoa a vida inteira? Recorro ao dito popular: O que tem a ver o cu com as calças?

Ah, e é bom que fique claro: recorro ao cu por ser um dos tabus que os neuróticos adoram alimentar e manter. A maior e melhor parte do sexo pode não ter nada a ver com penetrar ou ser penetrado(a), mas com lamber e ser lambido(a). Só isso já poderia diminuir imensamente as tensões masculinas com relação à expectativa de mulheres ou de outros homens por ereção, tornando tudo ainda mais divertido. 

Outro mito é pensar que os homens são naturalmente predadores sexuais. Quem acredita nisso esquece que as mulheres, tanto as heterossexuais quanto as homossexuais e as bissexuais, carregam imenso potencial para experiências sexuais. Provavelmente, fatores históricos, culturais e sociais expliquem porque as mulheres ‘parecem’ menos ativas que os homens na pegação. Ninguém me convence de que isso nada tenha a ver com genuína falta de desejo ou com algum tipo de natureza intrinsicamente romântica. Esse tipo de hipótese parece – isso, sim – mais uma das muitas estratégias de infantilização da mulher. Mulheres fogosas podem deixar um homem ou outra mulher no tatame quando o assunto é relação sexual.

O mais interessante é ver que as pessoas que fazem esse discurso moralista em público são as mesmas que fazem o contrário dele em particular. A sensação que tenho é que quanto mais santarrona, mais puta; quanto mais pudico em público, mais puto entre quatro paredes. E, às vezes, nem precisa de paredes.

Sobre a luta por controle, vale dizer que esse batalhão de neuróticos devota toda energia possível para tentar estabilizar suas próprias psiquês movediças - nada menos que desespero. Já os que estão confortáveis com o sexo têm mais o que fazer. A lógica dessas pessoas é a seguinte: para que declarar uma guerra diária aos desequilibrados se esse tempo pode ser gasto desfrutando do que realmente interessa: de SEXO? 

O Dr. Mason caridosamente nos faz lembrar que cem anos atrás, os especialistas estavam convencidos de que a masturbação desviava sangue do cérebro para as genitais e causava demência. Quanta gente deve ter enlouquecido sob o peso da ansiedade de que a loucura se instalasse depois de uma simples ‘bronha’ ou ‘siririca’. É provável que pouquíssimas mulheres se permitissem esses prazeres, levando em conta que sempre foram mais vitimadas pelo controle social sobre o sexo. Não admira que o número de casos de histerismo entre mulheres tenha chamado a atenção de Freud.

O Dr. Mason também recorda que cinquenta anos atrás, livros de medicina ainda incluíam como sintomas da masturbação a postura encurvada e os olhos fundos. Imagine quantos acadêmicos, de tanto se debruçarem sobre livros e computadores, seriam rotulados atualmente como punheteiros ‘compulsivos’. O Dr. Mason registra também que apenas uma geração atrás, o cirurgião geral das Nações Unidas foi demitido porque ousou usar os termos masturbação e educação sexual na mesma frase.  

Hoje os neuróticos entre nós (juntamente com aqueles que sabem mais e nada fazem) têm espalhado uma mensagem realmente doente: Se as pessoas vão se masturbar, elas pelo menos terão que se sentir culpadas e envergonhadas.

Então, da próxima vez que alguém começar a lhe dizer que é preciso banir a pornografia, censurar a Internet, fechar clubes de swing, casas de massagem, saunas e similares, ou simplesmente ‘dar-se o respeito’, ou que tudo o que não se encaixe no casamento monogâmico e vitalício é promiscuidade, pergunte a si mesmo(a) se essa necessidade de controlar outros que eles demonstram não seria simplesmente a incapacidade deles de se controlarem a si mesmos. E nunca esqueça: os neuróticos nunca ficam satisfeitos. Deixe que eles fechem o sex shop local, e a próxima coisa que eles farão será fechar todo e qualquer site que fale com naturalidade, liberdade e prazer sobre as delícias de um encontro sexual bem-sucedido, mesmo quando esse encontro for apenas de si consigo mesmo num delicioso cinco contra um. 

Faça tanto sexo tanto quanto desejar com aqueles/aquelas que legitimamente o consentirem; ou faça sexo a vida inteira com apenas uma pessoa se os dois desejam isso; ou não faça sexo algum se esse ‘não-fazer’ for fruto de um ‘não-desejo’ tão tranquilo quanto o ‘não-desejo’ de comer carne por parte de uma zebra. Se o ‘jejum’ for fruto de autoimposição e de imposição externa, essa abstinência não passará de mera repressão e hipocrisia. 

Gente que goza em paz geralmente vive em paz.. Gente sexualmente frustrada geralmente transfere essa frustração para tudo e todos à sua volta. Há quem chegue às raias do estupro e da morte. Não é a pornografia, o swing, a masturbação, a prostituição e coisas semelhantes que promovem a violência sexual. Pelo contrário, onde homens e mulheres podem se entregar livremente ao prazer que aspiram, desde que sob consentimento mútuo e em condições semelhantes, não há motivação para toma-lo à força.





Filosofia polêmica propõe educar crianças fora de padrões de gênero

Filosofia polêmica propõe educar crianças fora de padrões de gênero

Pais adeptos da “criação de gênero neutro” permitem aos filhos usar roupas de fada e às garotas experimentar vivências tidas como masculinas

Flávia Pegorin - especial para o iG São Paulo
15/09/2012 - 08:00:50


 
Antes mesmo de nascer, muitos bebês já ganham 
um enxoval todo azul ou todo rosa



Antes mesmo de entrar no quarto da maternidade, você já sabe se a nova mãe teve um menino ou uma menina só pelas cores e pelo tema do enfeite pendurado à porta. Mas hoje um movimento contrário aos padrões de gênero ganha espaço: o “gender neutral parenting”. A “criação de gênero neutro”, em tradução livre, não faz distinção entre meninos e meninas, enxergando apenas uma criança – ou seja, um ser de gênero neutro.

Na prática, esta filosofia vai desde permitir às crianças vivências ligadas ao gênero oposto – como meninos dançarem balé e meninas brincarem de luta – a sequer fazer referências sobre o sexo da criança mesmo para parentes e amigos próximos, a fim de impedir que ela seja tratada dentro dos padrões convencionais.

“Permitir experiências de meninas e meninos ‘no campo do outro’ é saudável, mas forçar 100% uma situação de gênero neutro é irreal”, acredita o psiquiatra Alexandre Saadeh.

Os pais adeptos da criação de gênero neutro garantem que pretendem, assim, ampliar as experiências de vida dos filhos e permitir que eles escolham, na hora certa, como querem levar a vida. Para os críticos, a falta de modelos definidos causa uma confusão enorme na cabeça das crianças e pode ter efeitos maléficos mais tarde.

Um dos casos mais polêmicos foi o de Sasha Laxton. Por cinco anos, os pais se recusaram a revelar o sexo da criança. No início deste ano, na iminência do ingresso na escola, o casal finalmente contou que Sasha é um menino. No cartão de Natal enviado pela família nas últimas festas, ele aparece vestido de fada.

Os pais sempre o incentivaram a brincar com o que quisesse, fossem bonecas, caminhões ou peças de encaixar. Eles também dizem que nunca bloquearam ou forçaram qualquer desejo do menino ao escolher roupas, cortes de cabelo e outros artigos do cotidiano. Garantem, enfim, que Sasha sabe que é um menino, mas tem toda liberdade para ser como quiser.

No espectro oposto, Shiloh Jolie-Pitt, a filha de 6 anos de Brad Pitt e Angelina Jolie, só se veste como menino. "Ela quer ser um garoto, então tivemos que cortar o cabelo dela", declarou Jolie à revista Vanity Fair em 2010. Mas a atriz não está preocupada. "Eu era como ela quando pequena", completou.

 
Shiloh: a filha de Angelina Jolie e Brad Pitt prefere roupas de menino


Para o psiquiatra Alexandre Saadeh, coordenador do Ambulatório de Transtorno de Identidade, de Gênero e Orientação Sexual do Hospital das Clínicas, em São Paulo, proporcionar opções à criança é válido, mas o exagero não é saudável. “Permitir experiências de meninas e meninos ‘no campo do outro’ é saudável, mas forçar 100% uma situação de gênero neutro é irreal. Isso pode causar o efeito completamente contrário e gerar um adolescente e um adulto muito confuso, que culpa os pais por isso”, explica ele.

“Muitas pessoas ainda acham que a questão do gênero é cultural, mas hoje sabemos que, a rigor, a identidade é algo fisiológico também”, completa.

A psicopedagoga Irene Maluf concorda. “Nossos hormônios também são responsáveis por nos fazer procurar nossos desejos e nossos iguais”, diz. “Crianças na faixa dos 2 ou 3 anos já começam a se separar em grupos de meninos e meninas por muitos motivos, desde o comportamento até a impostação de voz”.

Irene explica que, mesmo sem saber, as crianças tendem a formular suas distinções de gênero observando o pai e a mãe. “É quase impossível, portanto, que uma criança seja criada completamente assexuada. E isso é bom, pois diferenciar gêneros é uma das bases do desenvolvimento”, completa.

A filosofia da criação de gênero neutro pode ser aplicada com mais naturalidade. É o caso da designer Denize Barros, que sempre permitiu que o filho Teodoro se expressasse sobre seus gostos. Ele entrou em aulas de balé e já usou maquiagem para brincar. “Teo sempre achou injusto que as meninas pudessem fazer judô sem sofrer pressões, mas o achavam estranho por ir ao balé”, lembra a mãe. “Hoje, aos 8, ele é muito ligado aos ‘gostos de menino’, mas ainda tem uma ternura natural e continua contra essa ideia de ‘coisa de menino ou coisa de menina’”, diz.


 
Arquivo pessoal
Teo e Denize: naturalidade na aplicação da criação igualitária

Na prática

Se a ideia é criar uma criança que não defina mulheres e homens em rígidos estereótipos, a criação de gênero neutro pode também ser usada em níveis mais moderados, como no caso de Denize. Pais que participam de fóruns sobre o assunto na internet recomendam medidas práticas simples, como vestir a criança com roupas intermediárias (nem tão cheias de babados para meninas, nem de estampas violentas para meninos) e decorar o quarto de modo neutro (com referências à natureza, por exemplo).

Muitos pais dizem combinar entre si um revezamento não só ao volante, para abandonar o mito de que os homens são os líderes, mas também na troca de fraldas, na hora do banho, na preparação do jantar. Na TV, há casais que contam revezar até os canais na hora das transmissões de esportes, prestigiando jogos de basquete ou futebol feminino na mesma proporção que o masculino. Frases como “isso é só para meninos” ou “isso não é jeito de uma menina se comportar” são obviamente vetadas.

Se a ideia da igualdade for acordada entre os pais, os mesmos valores e atitudes passarão naturalmente para as crianças. Afinal, o que haveria de estranho em um menino brincar com os colares e anéis da mãe e uma garota querer usar chuteiras? “Deixar as crianças se expressarem é positivo, mas para isso não é necessário ignorar a existência de uma polaridade de gêneros”, conclui o psiquiatra Alexandre Saadeh.

Fonte: http://delas.ig.com.br/filhos/2012-09-15/criacao-de-genero-neutro.html

Beleza Masculina

Para ver cada foto separadamente e melhor enquadrada, clique em cima dela. ;)
















------------------------------------------------------




Leia EM BUSCA DE MIM MESMO.

Veja AQUI.



Homens deliciosamente atléticos!

OLHEM E CHOREM, SEDENTÁRIAS!!! kkk

Esporte é tudo de bom! Alguém duvida?

Então, baba, baby. Baby, baba!!!




SURF?


BASQUETE?


MAIS SURF?


HOCKEY?


FUTEBOL AMERICANO?


MAIS FUTEBOL AMERICANO?


UM POUCO MAIS DE BASQUETE?



PREFERE MESMO O BASQUETE, ENTÃO? ;)

A Controvérsia da Normalidade

Qual dessas fotos representa você?

A Controvérsia da Normalidade


Por Sergio Viula


Eu sempre digo que adoro ler os comentários dos meus leitores. Alguns me incentivam, outros me divertem — e ainda tem aqueles que me inspiram. Foi o que acabou de acontecer. Estava lendo um comentário do Léo (no post “Homenagem a Heath Ledger”, de 30/01/08), e o cara simplesmente tocou num dos calcanhares de Aquiles de uma grande parte dos gays atuais: o medo de serem associados às “desprezíveis” bichinhas (como pensam os machistas). O comentário dele desencadeou uma série de pensamentos relâmpago na minha mente... geralmente inquieta.

A questão é a seguinte: existem muitos homossexuais que têm medo de sair do armário. Ponto pacífico. Outros continuam no armário porque acham conveniente para suas profissões, convívio familiar etc. O medo ainda é a base dessa escolha. Medo de rejeição, rótulos, olhares julgadores, deboches. Mas é preciso respeitar a decisão daqueles que optam por continuar do lado de dentro. Só que não existem apenas dois tipos de homossexual: os que estão dentro e os que já saíram. A coisa é bem mais complexa.

Há homossexuais assumidos que vivem sua sexualidade como quem segue o conselho das cervejarias pressionadas pela agência reguladora e pelo governo federal: “Beba com moderação.” Eles fazem o mesmo com sua identidade. Querem ser vistos como gays “moderados”: o tipo bem-moldado, comportado, social e politicamente correto. O problema é que todos esses rótulos se baseiam em estereótipos ditados pela heteronormatividade — aquela voz que sempre começa com “homem que é homem...” e, a partir daí, empacota tudo que lhe interessa: “... não desmunheca”, “... não fala macio”, “... não ri demais”, “... não chora”, “... anda largado”, “... senta de perna aberta”, “... coça o saco”, “... fala palavrão”, “... não usa rosa”... Cansou? Eu também. Cansei de ouvir isso a vida inteira, vindo de pai, mãe, tia, avó, tio, primo, colega... todo o “esquadrão da vigilância masculina”.

Mas sabe qual é o maior problema? Muitos homossexuais ouviram isso por tanto tempo que passaram a acreditar. Para quem ainda vive trancado no armário da própria vida, isso não é novidade. Tem que ser bom ator, senão nem precisa sair — o armário despenca só com o olhar do próximo, sempre atento ao menor escorregão.

O problema maior é com quem já saiu do armário. Aqueles que frequentam lugares e eventos LGBTQIA+, que fazem parte de comunidades gays online. Mas mesmo assim, ainda caem na tentação de querer agir o mais parecido possível com os heterossexuais. Não que haja algo errado em ser “naturalmente” masculino. Há gays que simplesmente não possuem traços comportamentais que destoem do que se convencionou chamar de “masculino”. E muitos deles são assumidíssimos! Levam cantada de mulher o tempo todo e não hesitam em dizer que têm namoradO, maridO, parceirO. Até aí, tudo bem. O problema surge quando o sujeito só consegue agir assim à força, ou quando age assim naturalmente, mas recrimina os que têm um comportamento mais “afetado”.

E sabe qual é o problema? É o desejo de parecer “normal”.

Qual o problema de ser diferente? Qual o problema de desmunhecar, de falar macio, de não gostar de futebol, de amar a coleção da Barbie, de ouvir “Macho, Macho Men”, “I Will Survive” ou “It’s Raining Men” no volume do pagode do vizinho no churrasco de domingo? É claro que gays têm gostos musicais variados como qualquer outro ser humano. Mas não há quem curta mais divas dos anos 70 e 80 do que os gays. Isso é fato.

Muitos homossexuais desprezam os “afetados”, os gays passivos, os transgêneros, os transformistas, os travestis, as lésbicas (especialmente as mais masculinas). Isso mostra o quanto ainda estão presos ao modelo heterossexual e machista. Por que o homem gay não pode ter um comportamento mais feminino? E por que a mulher gay não pode ter um estilo mais masculino? Não que isso seja necessário — mas por que deveria ser visto como indesejável?

Eu acho ótimo que existam essas variações de comportamento. Isso desmonta o pensamento binário de que tudo no comportamento humano tem que estar dividido entre macho e fêmea. Como se gênero fosse o divisor universal de águas na conduta do homo sapiens. Mas, infelizmente, é isso que ainda define, na cabeça de muita gente, o que é “normal”. Bem disse Pepeu Gomes: “Se Deus é menino e menina, sou o masculino-feminino...” — e olha que, até onde se sabe, o cara é heterossexual.

Mas o quão seguro é esse conceito de “normalidade” que o ser humano inventou como referência e que acabou se tornando sua própria armadilha de urso? (Ai... como dói!)

Tem gay votando em candidato homofóbico só para tentar se diferenciar dos outros gays pela sórdida via da homofobia (ou auto-homofobia, nesse caso). A gente precisa ver além dos estereótipos se quiser ser, no mínimo, justo — para não dizer inteligente.

O que você diria se eu alegasse que não é normal uma mulher saber ler e escrever? Ou trabalhar fora? Ou dar sua opinião quando homens estão discutindo? Ou votar? — Tudo isso era considerado anormal até bem pouco tempo. Imagine se as mulheres tivessem sucumbido à pressão machista em nome da tal “normalidade”...

O que falta a muitos homossexuais é exatamente isso: brio, orgulho de ser quem são. Ser quem se é — será que é pedir muito? Respeitar o jeito do outro — é demais?

É curioso como o machismo contamina até os lençóis. Tem viado doido pra dar a bunda, mas com vergonha do que o outro vai pensar: “E se ele achar que sou só uma bichinha passiva?” — pensam muitos (passivos!!!) até hoje. Besteira! É bem possível que o viado que banca o machão ativo seja justamente o que mais deseja ser passivo, mas nem se dá a chance. Vai logo pegando por trás para não deixar dúvidas.

É tragicômico ver o número de gays que não assumem que são passivos quando uma drag sacana provoca a plateia da boate:

“Cadê o grito das passivas?” — ela grita.

Meia dúzia responde timidamente: “Uuuuh...”

“E das ativas?” — ela insiste.

Alguns respondem.

A boate está lotada e quase ninguém se manifesta?!?! Como assim? Será que a maioria ali é hétero? Claro que não! Isso só mostra que muita gente ainda tem medo de assumir o próprio desejo. E por quê? Porque “homem que é homem não dá o cu” — dizem os machistas, desde o berçário até o túmulo.

E a bicha passa a vida toda se sentindo diminuída porque gosta de dar, mas não tem coragem de assumir isso com orgulho. Ou acha que, para dar, tem que colocar peruca. Kkkkk! Já vi caras com tanta testosterona que dava medo só de olhar — e na hora H, me deram as costas. Buniiiitaaas! E daí? Deixa de ser homem só porque curte preencher esse generoso buraco negro? Kkkkk!

Mas não pensem os apressadinhos que estou indo contra o que eu mesmo defendi, só porque, nesse exemplo, fui ativo. Alguém pode dizer:
“Ah, ele fala que vale tudo, mas só contou caso em que comeu alguém.”

Ahahahaha... Como são bobinhos esses meus leitores precipitados e intérpretes do inexistente... Ahahahaha...

Já passei por outra situação também. Lógico. Já fui pra cama com alguém que, pra ser mulher, só faltava a xereca. Eu achando que ia pegar de tudo quanto é jeito, mas o viado me disse que só fazia a ativa — podia ser verdade, ou só aquele medinho que comentei no início. Não importa. O que importa é que eu dei... e não recebi de volta. Ahahahaha...

Pra ser sincero, não conseguiria viver feliz casado com alguém que quisesse ser ativo o tempo todo comigo. Isso não escondo. É uma questão de preferência. Deve acontecer o mesmo ao contrário com outras pessoas. Tudo bem. Mas daí a dizer que nunca dei ou que nunca darei de novo? Ahahahaha... me poupe! Eu sou maior que meu cú e que meu pau. Estou além de qualquer restrição dessas. Tenho preferências, sim — mas camisa de força para o desejo, não. Preferência é só um desejo que se repete mais vezes que os outros, só isso.

Alguém pode dizer:

“Ih, igualzinho a mim... ‘Total Flex’!”

E os machistas, de novo:

“Ah, esses caras ‘bipolares’ na cama dizem que fazem as duas coisas só pra não serem tachados de passivos.”

De novo o preconceito contra o passivo. Qual o problema de o viado ser “total flex”? Deixa ele explorar seu potencial plenamente. Por que não? Inveja das ativas que não costumam dar a bunda, mas se ressentem disso? Ou despeito da passiva que tem medo de estar dando pra outra passiva? — uma que, como camaleão, se adapta: dá quando comem, e come quando dão. Kkkkk!

Sabe o que parece? Que as pessoas têm necessidade desesperada de rótulos, classificações, categorias. E, enquanto isso, perdem as melhores oportunidades de viver plenamente seus corpos e os corpos oferecidos na hora do amor. Não há certo ou errado, normal ou anormal no desejo entre duas pessoas de comum acordo e em pé de igualdade.

Não precisamos de agremiações do tipo “As Dadeiras Incansáveis” ou “As Comedoras Inflexíveis”. Precisamos entender, de uma vez por todas, que nossas diferenças não são excludentes — são complementares.

Parafraseando certo texto “sagrado”:

“Como darão, se não houver quem coma? E como comerão, se não forem convidados? Como está escrito: quão formosos os pênis que não se sentem acanhados e as bundas que não se fazem de rogadas.”  (Epístola de São Sergio aos Humanos)

Postagens mais visitadas