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Algumas coisas que pouca gente sabe sobre a semana do Orgulho Gay em São Paulo

Casal gay e seus filhos, na Parada LGBT+ de São PauloFoto: Rovena Rosa / Agência Brasil
Foto publicada pelo Jornal O Tempo em 02/06/2024


Parada do Orgulho LGBT+: Muito além da festa, um ato de resistência e cidadania


Postagem original: 07/06/2010
Atualizada em 06/04/25


Muita gente ainda pensa que a Parada do Orgulho GLBTT é só festa. E olha… que bom que é festa! Não podia mesmo ter cara de enterro. A celebração da diversidade, da vida e da alegria é uma resposta poderosa a séculos de silêncio, repressão e violência. Mas é importante lembrar: não é festa.

A Parada é também um grito coletivo por visibilidade, respeito e direitos iguais. É um dos maiores atos políticos do mundo em defesa da população LGBT+. E isso ficou evidente nas várias atividades que antecederam a 14ª edição da Parada de São Paulo, que aconteceu num domingo histórico na Avenida Paulista.

“Ser lésbica é um direito!” – Lésbicas e bissexuais marcham por visibilidade

No sábado que antecedeu a Parada, cerca de 2.500 pessoas, segundo a Liga Brasileira de Lésbicas, participaram da 8ª Caminhada de Lésbicas e Bissexuais de São Paulo. Com o tema "Ser lésbica é um direito! Autonomia e liberdade por um mundo de igualdade!", o evento reuniu mulheres e apoiadores desde o meio-dia, na Praça Oswaldo Cruz, e seguiu até o Boulevard 9 de Julho, com música, faixas e reivindicações.

Entre as principais pautas, estavam o acesso igualitário ao serviço de apoio à gravidez assistida pelo SUS, visibilidade, respeito e saúde. O presidente da ABGLT, Toni Reis, esteve presente, reforçando o apoio de toda a comunidade à luta das mulheres lésbicas e bissexuais.

Representatividade bi: “Quero ser referência para os bissexuais”

Durante a caminhada, a ativista Daniela Furtado trouxe uma bandeira pouco vista por aqui, mas já bem conhecida fora do Brasil: a bandeira do movimento bissexual. Daniela expressou o desejo de fundar uma associação de bissexuais no país para ampliar o espaço desse grupo dentro e fora do movimento LGBT+. “Quero ser referência para os bissexuais”, disse. Representatividade importa — e muito.

Vote contra a homofobia, defenda a cidadania!

O tema da Parada deste ano não poderia ser mais direto: “Vote contra a homofobia, defenda a cidadania”. Um chamado claro à ação política. A 14ª edição mobilizou milhões de pessoas e chamou a atenção também pelo seu impacto econômico: a expectativa era de 3 milhões de participantes e R$ 200 milhões gerados para a cidade, segundo a São Paulo Convention & Visitors Bureau (SPCVB).

A Parada contou com o apoio da Prefeitura de São Paulo, do Ministério do Turismo e de diversos parceiros. A primeira grande atividade aconteceu na 10ª Feira Cultural LGBT, na quinta-feira, no Vale do Anhangabaú. Lá, o coordenador do Mês do Orgulho, Manoel Zanini, reforçou os propósitos políticos e sociais do evento.

Ser drag é ser livre: humor, arte e resistência

A feira também foi palco da Oficina de Montagem para Drags, comandada pela maravilhosa Dindry Buck, que explicou o essencial: “Para ser uma drag, você tem de ter o espírito alegre, divertido, irreverente. Isso é o primordial. O resto é só detalhe”. A oficina reuniu drags de todos os tipos, mostrando que não há padrão para o brilho. Ser drag é arte, é performance, mas também é resistência — e é político.

A festa é nossa, mas o futuro também

A TV Gazeta cobriu os bastidores da organização da Parada e destacou que, além de ser um dos maiores eventos LGBT+ do mundo, a Parada de São Paulo é o segundo evento que mais movimenta dinheiro na cidade — só perde para a Fórmula 1. Isso mostra o quanto a presença LGBT+ movimenta não apenas corações, mas também a economia.

Então, da próxima vez que alguém disser que “a Parada é só festa”, mostre esse post. Mostre os vídeos, as histórias, as bandeiras. Mostre que por trás da música e do glitter, existe luta, memória, coragem e amor.

Porque celebrar o orgulho é, acima de tudo, defender o direito de existir plenamente.

Parada Gay de São Paulo hoje!!! Veja a temática!



Campanha da Parada quer eleição de defensores de LGBT

Na Paulista este ano, será “preto no branco”, diz Zanini




02/06/2010

Site oficial: https://paradasp.org.br/


Junho é o Mês do Orgulho LGBT em todo o mundo. Além da 14ª Parada do Orgulho LGBT, que ocorre no dia 6, na Avenida Paulista, a partir do meio dia, diversas outras atividades farão parte desse grande momento de manifestação e celebração para a democracia do Brasil.

As atividades do Mês do Orgulho LGBT 2010 foram apresentadas hoje, em coletiva à imprensa. Jornalistas e convidados puderam assistir ao vídeo com o LGBTema deste ano, que mostra a proposta central das programações: Vote contra a homofobia – defenda a cidadania! O vídeo foi feito a partir das imagens coletadas durante a 1ª Marcha Contra a Homofobia e pela Cidadania LGBT, ocorrida em Brasília, no dia 19 de junho.

Às vésperas do período eleitoral, a Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo leva para as ruas, por meio de 17 trios elétricos e milhões de pessoas que acompanham a Parada e toda sua programação, a mensagem de que, na hora do voto, temos que escolher representantes que defendam a causa LGBT, que acreditem que direitos devem ser garantidos e a homofobia combatida em todos os âmbitos da sociedade brasileira.

Em seu discurso, o presidente da Associação, Alexandre Santos, Xande, falou que “votar contra a homofobia é dizer um basta à imposições de uma classe conservadora, que defende valores arcaicos, baseados unicamente em interesses próprios e sem visão democrática”. Xande reafirmou a importância da militância LGBT e que uma das lutas é pelo “direito a proteção legal contra os crimes de ódio a que estamos vulneráveis”.

Há cinco anos, o tema do Mês do Orgulho LGBT de São Paulo têm abordado o problema da homofobia. Isso denota, no mínimo, a dificuldade que a população LGBT brasileira ainda enfrenta para ser reconhecida.

Para o coordenador geral do Mês do Orgulho, Manoel Zanini, em 2010 será “preto no branco. A Parada sempre teve caráter político, desde sua primeira edição, quando ainda discutíamos se iríamos apanhar na rua com a nossa manifestação. Já passamos da fase da invisibilidade. Hoje, somos vistos mas não somos reconhecidos”, alerta.

Lembrando os tristes acontecimentos dos anos 1960/70, nos Estados Unidos, quando negros e negras eram perseguidos, discriminados e muitas vezes mortos, como ocorreu com os líderes negros Martin Luter King e Malcoln X, Zanini faz uma comparação. O mesmo ódio que motivava mortes e violências contra afrodescentes norteamericanos é hoje vivida pela população LGBT no país todo.

Muito sangue escorreu até que uma sensível “democracia” racial se estabelecesse nos Estados Unidos, deixando o racismo, inclusive, de ser visto como algo “natural”. O respeito foi conquistado com muita luta, que obrigou a sociedade a rever tanto seus conceitos que pode eleger um presidente negro.

Desde suas primeiras edições, a Parada tem consciência de estar levando temas políticos para os milhares, milhões de pessoas envolvidas. É político lutar pelo direito a viver sem ser taxado, julgado, condenado (muitas vezes à morte); viver tendo os mesmos direitos dados aos demais cidadãos, sem ter que recorrer à Justiça para conseguir o que é óbvio; viver sem o medo da perseguição e violências, infelizmente relatadas em diversas pesquisas nacionais e que mostram: a homofobia mata.

O sub-lema da 14ª Parada, “é preto no branco”, explicita que este ano a Parada não quer suavidade nas frases. O momento é intenso e a ação única de votar, de fazer sua escolha, será muito importante para que o movimento LGBT tenha aliados e aliadas nos governos, nas bancadas de deputados, no Senado, no Palácio do Planalto...

Para Zanini, a expressão “é preto no branco” mostra a indignação das pessoas LGBTs, que fazem suas exigências de forma pacífica e esperam que o Estado brasileiro evite que cheguemos ao patamar que chegaram os Estados Unidos, que permitiram, por longo tempo, a perseguição a seus negros.

Por isso, é chegada a hora de mais uma Parada, mais uma ação política, levada para as ruas, estampada nos jornais e televisões, momento de luta para conseguir atender anseios de uma parcela da sociedade que ainda hoje morre por causa da intolerância.

Para responder à intolerância é preciso força organizada nos espaços de representatividade, nos Legislativos, e no Estado. A hora do voto e da escolha é tão política quanto a realização da Parada. Unidos pela importância que representam, os dois eventos devem ser encarados com a mesma alegria de sempre, mas com seriedade e posicionamento: devemos votar em quem esteja conosco, e não contra nós.

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Atualização: O vídeo referido acima não está mais disponível, mas esse é o que estava no site da Parada em 06/04/2025: https://youtu.be/7NRp3ZNEpd4

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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO


Quem dera que a impressa levasse essas questões a sério e as tratasse com o devido respeito, atenção e profundidade!

Polêmica em torno da Parada Gay de São Paulo

Vereador quer barrar Parada Gay na Avenida Paulista


📣 Tentativa de Vetar a Parada Gay na Paulista Exibe o Preconceito de Sempre

Vereador Carlos Apolinário (DEM) propõe projeto para tirar da Av. Paulista um dos eventos mais importantes da luta LGBT+ no Brasil. Prefeitura confirma realização do evento no local.


🗞️ Notícia – AE | Agência Estado – 24 de março de 2010

O vereador Carlos Apolinário (DEM) apresentou ontem um projeto de lei para vetar a realização da 14ª Parada do Orgulho Gay de São Paulo na Avenida Paulista, marcada para o dia 6 de junho. A iniciativa já conta com o apoio antecipado das principais lideranças da Câmara Municipal.

Em duas semanas, é a segunda vez que Apolinário, do mesmo partido do prefeito Gilberto Kassab (DEM), afronta o Executivo. O projeto foi apresentado um dia após Kassab confirmar a parada deste ano na principal avenida da cidade. Membro da Assembleia de Deus e dono de uma rádio evangélica, Apolinário conseguiu, há duas semanas, ao articular a derrubada de um veto do prefeito, reduzir as normas de fiscalização da lei do silêncio.

“Se a Marcha Para Jesus e a festa do Dia 1º de Maio já ocorrem no Campo de Marte (na zona norte da capital), a parada também pode ocorrer no mesmo local, sem prejuízo à rede hoteleira da cidade”, argumenta Apolinário. O vereador aposta novamente na insatisfação dos colegas do PR, PV, PTB, PP e PMDB, que formam o centrão, para barrar o evento LGBTQIA+ na Paulista e emplacar mais uma lei que agrada a seu reduto eleitoral.

O projeto, que pode vetar a parada, deve entrar em tramitação como prioridade a partir de amanhã. “No ano passado, tivemos mais de 30 pessoas feridas no evento, bombas. Três milhões de pessoas numa avenida cheia de leitos hospitalares não é de bom senso”, afirma.

A Prefeitura, por sua vez, informa que a realização da Parada cumpre as exigências previstas em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado com o Ministério Público Estadual. Kassab nomeou uma comissão para “tomar as medidas pertinentes” em relação ao evento. Nos próximos dias, o prefeito deve articular sua base para barrar o projeto.


📌 Atualização: Prefeitura confirma Parada na Paulista

A Prefeitura de São Paulo confirmou oficialmente a realização da Parada do Orgulho Gay deste ano na Avenida Paulista. A decisão foi publicada no Diário Oficial da Cidade no sábado anterior à proposta de Apolinário.

Apesar de incidentes no ano anterior – incluindo uma morte e cerca de 30 feridos por uma bomba – a prefeitura entendeu que o evento é legítimo, seguro e necessário. Além disso, a Parada Gay é um dos eventos mais lucrativos para o turismo da cidade, com público estimado de mais de 3 milhões de pessoas.


✍️ COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO

Vejam só... Agora vem esse vereador fazer esse showzinho pessoal querendo impedir uma manifestação livre, democrática e totalmente realizada em perfeito diálogo com a prefeitura. Será que não tem nenhum hospital precisando de recursos? Nenhuma escola municipal aguardando verbas? Nenhuma CPI para executar?

O ataque à Parada Gay da Paulista é, mais uma vez, um reflexo do preconceito que se esconde por trás de argumentos “logísticos”. Os mesmos que se calam diante da Marcha Para Jesus e de tantos outros eventos com multidões, gritam quando o povo LGBT+ ocupa as ruas com orgulho e visibilidade.

A violência da oposição e o oportunismo de certos homofóbicos devem ser combatidos com a força policial e a execução das leis vigentes. Isso só demonstra, mais uma vez, a urgência da aprovação de legislações rigorosas contra crimes de homofobia.

A Parada do Orgulho Gay segue sendo um poderoso instrumento de afirmação da nossa comunidade. Ela incomoda exatamente porque é símbolo de resistência, visibilidade e conquista de direitos civis. Por isso, devemos defendê-la com firmeza.


🌈 A Parada É Nossa! A Paulista Também!

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