Casal gay e seus filhos, na Parada LGBT+ de São PauloFoto: Rovena Rosa / Agência Brasil
Foto publicada pelo Jornal O Tempo em 02/06/2024

Foto publicada pelo Jornal O Tempo em 02/06/2024
Parada do Orgulho LGBT+: Muito além da festa, um ato de resistência e cidadania
Muita gente ainda pensa que a Parada do Orgulho GLBTT é só festa. E olha… que bom que é festa! Não podia mesmo ter cara de enterro. A celebração da diversidade, da vida e da alegria é uma resposta poderosa a séculos de silêncio, repressão e violência. Mas é importante lembrar: não é só festa.
A Parada é também um grito coletivo por visibilidade, respeito e direitos iguais. É um dos maiores atos políticos do mundo em defesa da população LGBT+. E isso ficou evidente nas várias atividades que antecederam a 14ª edição da Parada de São Paulo, que aconteceu num domingo histórico na Avenida Paulista.
“Ser lésbica é um direito!” – Lésbicas e bissexuais marcham por visibilidade
No sábado que antecedeu a Parada, cerca de 2.500 pessoas, segundo a Liga Brasileira de Lésbicas, participaram da 8ª Caminhada de Lésbicas e Bissexuais de São Paulo. Com o tema "Ser lésbica é um direito! Autonomia e liberdade por um mundo de igualdade!", o evento reuniu mulheres e apoiadores desde o meio-dia, na Praça Oswaldo Cruz, e seguiu até o Boulevard 9 de Julho, com música, faixas e reivindicações.
Entre as principais pautas, estavam o acesso igualitário ao serviço de apoio à gravidez assistida pelo SUS, visibilidade, respeito e saúde. O presidente da ABGLT, Toni Reis, esteve presente, reforçando o apoio de toda a comunidade à luta das mulheres lésbicas e bissexuais.
Representatividade bi: “Quero ser referência para os bissexuais”
Durante a caminhada, a ativista Daniela Furtado trouxe uma bandeira pouco vista por aqui, mas já bem conhecida fora do Brasil: a bandeira do movimento bissexual. Daniela expressou o desejo de fundar uma associação de bissexuais no país para ampliar o espaço desse grupo dentro e fora do movimento LGBT+. “Quero ser referência para os bissexuais”, disse. Representatividade importa — e muito.
Vote contra a homofobia, defenda a cidadania!
O tema da Parada deste ano não poderia ser mais direto: “Vote contra a homofobia, defenda a cidadania”. Um chamado claro à ação política. A 14ª edição mobilizou milhões de pessoas e chamou a atenção também pelo seu impacto econômico: a expectativa era de 3 milhões de participantes e R$ 200 milhões gerados para a cidade, segundo a São Paulo Convention & Visitors Bureau (SPCVB).
A Parada contou com o apoio da Prefeitura de São Paulo, do Ministério do Turismo e de diversos parceiros. A primeira grande atividade aconteceu na 10ª Feira Cultural LGBT, na quinta-feira, no Vale do Anhangabaú. Lá, o coordenador do Mês do Orgulho, Manoel Zanini, reforçou os propósitos políticos e sociais do evento.
Ser drag é ser livre: humor, arte e resistência
A feira também foi palco da Oficina de Montagem para Drags, comandada pela maravilhosa Dindry Buck, que explicou o essencial: “Para ser uma drag, você tem de ter o espírito alegre, divertido, irreverente. Isso é o primordial. O resto é só detalhe”. A oficina reuniu drags de todos os tipos, mostrando que não há padrão para o brilho. Ser drag é arte, é performance, mas também é resistência — e é político.
A festa é nossa, mas o futuro também
A TV Gazeta cobriu os bastidores da organização da Parada e destacou que, além de ser um dos maiores eventos LGBT+ do mundo, a Parada de São Paulo é o segundo evento que mais movimenta dinheiro na cidade — só perde para a Fórmula 1. Isso mostra o quanto a presença LGBT+ movimenta não apenas corações, mas também a economia.
Então, da próxima vez que alguém disser que “a Parada é só festa”, mostre esse post. Mostre os vídeos, as histórias, as bandeiras. Mostre que por trás da música e do glitter, existe luta, memória, coragem e amor.
Porque celebrar o orgulho é, acima de tudo, defender o direito de existir plenamente.
viu? a parada é mais que uma festa!
ResponderExcluirbeijos
Sempre! ;) A imprensa só enfoca a festa, e o povo acaba acreditando no que vê na tela. Mas tem muito mais do que a mídia diz, mais até do que ela está disposta a dizer, talvez.
ResponderExcluirBeijão, garoto!
Sergio Viula