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GLAAD: Sarah Kate Ellis assume a presidência da organização



Já viram quem é o novo CEO (presidente) do GLAAD - uma das maiores organizações pró-LGBT do mundo? Não é o presidente. É a presidente. Sarah Kate Ellis é linda, poderosa, articulada, cheia de bom gosto, apaixonada pela luta por direitos civis e com uma família fofa. Poder sáfico!!! Isso aí, mulherada, continuem ajudando a fazer um mundo melhor!!! 

Mais informações (em inglês) aqui:

https://glaad.org/sarahkateellis/

Brilhante discurso de Madonna no Vitor Russo Award

Madonna entrega o prêmio  GLAAD Media Awards a Anderson Cooper


Durante a 24ª edição do GLAAD Media Awards, Madonna apresentou o Prêmio Vito Russo ao jornalista Anderson Cooper, reconhecendo sua contribuição para a representação da comunidade LGBT+ na mídia. Para a ocasião, Madonna vestiu-se como uma escoteira, protestando contra a proibição da participação de membros LGBT+ na organização.

Em seu discurso, Madonna abordou temas como homofobia, discriminação e a importância da aceitação. Ela afirmou que "coisas como preconceito, homofobia, crimes de ódio, bullying e qualquer forma de discriminação sempre parecem ser uma manifestação do medo do desconhecido". Ela também enfatizou que "não se pode usar o nome de Deus ou religião para justificar atos de violência, para machucar, odiar ou discriminar". Madonna concluiu seu discurso perguntando ao público: "Vocês estão comigo? Estamos em 2013, pessoal. Vivemos na América — terra dos livres e lar dos corajosos? Isso é uma pergunta, não uma afirmação".



https://youtu.be/ZI7wRDMsk5k


Criador de GLEE boicota Newsweek

Ryan Murphy, criador de Glee, lançou um boicote contra a revista Newsweek por causa de um artigo que sugere que atores gays não podem desempenhar papéis heterossexuais.



Quando um ator gay não pode interpretar um hétero (e o absurdo dessa ideia)


Por Sergio Viula


Em pleno século XXI, ainda tem gente achando que orientação sexual determina talento. Parece piada, mas aconteceu: a respeitada (ou nem tanto, depois dessa) revista Newsweek publicou um artigo afirmando que atores gays não são convincentes ao interpretar personagens heterossexuais. Isso mesmo que você leu.

O texto, assinado por Ramin Setoodeh, mirava especificamente na atuação de Sean Hayes, o eterno Jack da série Will & Grace, agora vivendo um protagonista hétero na Broadway. Segundo Setoodeh, Hayes parecia “plástico e artificial, como se estivesse tentando esconder algo que de fato ele é”. Em outras palavras: porque é gay, não convence como homem que ama mulheres. E assim, com um só parágrafo, ele reduziu um artista à sua sexualidade — desconsiderando completamente sua capacidade profissional.

A reação foi imediata e à altura do absurdo. Ryan Murphy, criador de Glee (série que, ironicamente, sempre celebrou a diversidade), lançou um boicote à revista até que ela se desculpasse com seus leitores LGBTQIA+. Em suas palavras, o artigo foi “prejudicial, desnecessariamente cruel e perturbadoramente obtuso”. Concordo com cada sílaba.

A GLAAD (Aliança Gay e Lésbica Contra a Difamação) também não deixou barato. Seu presidente à época, Jarrett Barrios, deu a resposta certeira: “A vida pessoal de um ator não deveria ser um fator para sua credibilidade num papel. Seria o mesmo que dizer que o público não vai acreditar que Ashton Kutcher e Katherine Heigl se amam em ‘Killers’ só porque são casados com outras pessoas na vida real.” Pois é. Ninguém questiona a capacidade de atores héteros interpretarem personagens gays (e serem premiados por isso), mas basta inverter a equação e o preconceito aparece.

A discussão não é nova, mas continua necessária: até quando vamos aceitar que profissionais LGBTQIA+ sejam definidos por sua orientação? Se o ator é gay, ele só pode fazer papel de gay? Se é trans, só pode interpretar pessoas trans? Onde fica a tal da atuação, que é justamente o ato de viver alguém diferente de si?

Essa lógica não resiste a cinco minutos de pensamento crítico. Sir Ian McKellen, um dos maiores atores vivos, é gay e convenceu milhões como Gandalf e Magneto — dois personagens héteros. E ninguém questiona seu talento por isso. Da mesma forma, Neil Patrick Harris fez sucesso interpretando um pegador compulsivo em How I Met Your Mother. Quer mais? A lista é longa.

O que está em jogo aqui não é só um artigo infeliz. É o eco de uma mentalidade que ainda vê a homossexualidade como algo que “contamina” papéis, histórias e até a empatia do público. Um tipo de censura velada, disfarçada de crítica artística.

É por isso que posicionamentos como o de Ryan Murphy são tão importantes. Porque se ninguém reage, esse tipo de discurso se normaliza. E quando nos calamos, acabamos reforçando a ideia de que ser gay, lésbica, bi ou trans é um obstáculo — quando, na verdade, é só uma das muitas características que formam quem somos.

Não queremos privilégios. Queremos igualdade de oportunidades. Queremos poder sonhar com qualquer papel, com qualquer história, e sermos julgados pelo talento, não pela vida pessoal.

Se ser ator é viver o outro, que nos deixem viver todos — sem exceção.

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