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Coisas para as quais digo NÃO.


Esses dias, andei postando umas frases para deixar bem claro num comentário meu lá no Facebook o que eu considero inegociável. Essas são algumas das coisas que são "landmarks" (pontos de referência) para mim:



1) Não admito a barbárie.




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2) Não aceito canalhas protegidos por distintivos ou mandatos políticos.




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3) Não vejo a violência como fato isolado.





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4) Não quero um país como o Irã. Quero um país como a Holanda.




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5) Não transfiro minhas próprias frustrações para os que são mais vulneráveis do que eu.





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6) Não negocio com fundamentalistas.





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7) Não abro exceções para canalhas conservadores.




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8) Não aceito o vale tudo para conseguir o que se quer.





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9) Não acho que mais polícia resolve tudo.




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10) Não tolero ditaduras.




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11) Não acho que um único partido seja responsável por tudo - quer seja o sucesso, quer seja o fracasso da economia.




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12) Não vejo como esse blá blá blá no Facebook muda alguma coisa.




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13) Não acho que o Zuckerberg seja melhor que qualquer outro businessman.




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14) Não quero uma coisa nem outra. Quero uma terceira que ainda nem existe.




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15) Não acredito na inocência de partidos. São empresas que visam lucro e expansão.




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16) Não acho, porém, que todos sejam iguais. O PSC não é igual ao PSOL, por exemplo. O PSOL é infinitamente melhor.






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17) Não confio uma pulga aos cuidados do PMDB e congêneres.




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18) Não vejo o PSDB como saída. É só mais lodo.




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19) Não considero o PT como messias de nada, mas é melhor do que muita coisa por aí.






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20) Não acho que a imprensa seja isenta. Muito pelo contrário.





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21) Não confio em gente que faz muito alarde de sua religiosidade.




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22) Não tenho em boa conta quem só milita em causa própria.





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23) Não acredito que a biologia determine tudo, mas também não acho que é tudo cultural. Somos um mix dessas duas e sabe-se lá do que mais. A própria evolução biológica se baseia em mudanças que se realizam em conexão com o ambiente. O que não se adapta, morre.





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24) Não acredito que o que somos agora é ponto de chegada. O que vemos pode ser apenas mais um ponto de transição.





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25) Não considero os animais como humanos, mas isso não significa que eu não considere os humanos como uma espécie animal. E me parece óbvio que toda forma de vida deve ser respeitada. Se está vivo, e ainda não é comida, deve ser tratado com dignidade, mesmo que venha a ser comida mais tarde. Por isso, digo não às touradas, aos rodeios, às rinhas de galo, ao aprisionamento de pássaros, aos zoológicos tradicionais, às torturas que os animais passam enquanto estão em currais sem a menor condição de mobilidade, além do que sofrem quando são transportados para os abatedouros. Podemos consumir a carne desses animais ou não, conforme o desejo de cada um. Mas não podemos, sob quaisquer justificativas, torturá-los.




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26) Não considero o corpo como vergonhoso, feio, pecaminoso ou coisa assim. Os odiadores do corpo - para usar um termo de Nietzsche - são os mesmos que negam a vida. Essa foto foi publicada no último dia do ano. Na legenda, eu dizia como pretendia passar meu réveillon nesse Rio de Janeiro, cuja temperatura passa de 40ºC nessa época. Denunciaram a foto, mas o Facebook disse que não viola os padrões da comunidade. Se NÃO VIOLA, VIULA!!! (rindo alto)




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27) Não tenho em boa conta quem se distancia das causas que lhe dizem respeito para parecer mais semelhante às normas arbitrariamente estabelecidas - muitas vezes por aqueles que nos odeiam.









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Só mais um NÃO por ora.

Não acho que precise dizer mais nada para me fazer claro sobre o que é inegociável para mim. Essas coisas já dão uma boa noção para quem não é um completo 'sem-noção', é claro.

Humanismo, na prática, é minimamente isso: o respeito por tudo o que é humano e, por extensão, por tudo o que é vivo.

Mais humanismo!

ATEU HOMOFÓBICO – UMA QUIMERA




ATEU HOMOFÓBICO – UMA QUIMERA

De um ateu para outros ateus ou a quem possa interessar

Por Sergio Viula



Muitas quimeras já foram idealizadas por esse mundo afora, mas nenhuma é mais paradoxal do que um ateu que cultiva pensamentos homofóbicos ou palavras e posturas desse feitio. Felizmente, essas pessoas são vistas em número cada vez menor por aí. Alguns são muito barulhentos, mas não perfazem a maioria dos ateus. Alguns dos maiores nomes do ateísmo moderno são realmente pró-diversidade em todos os sentidos. O que me deixa perplexo é ver como os desafinados com a diversidade sexual não percebem que todo esse fervor anti-gay é herança da religião (ou das religiões) a que foram submetidos desde pequenos, bem como das instâncias – também influenciadas por estas – que se ocuparam de sua educação. Uma vez acriticamente internalizados, tais preconceitos contra a homossexualidade, a bissexualidade, a transexualidade, etc nunca foram esquadrinhados com o mesmo zelo racional com que tais precipitados ateus puseram à prova outros preconceitos e dogmas religiosos. 



Metaforicamente falando, não adianta um ateu se livrar da cabeça (deus) e guardar o resto do cadáver (crenças preconceituosas e moralismo dogmático). É preciso se livrar do morto todo. Aliás, desse cadáver que tanta gente tenta conservar só se tira uma lição: a de que a vida não pode ser encaixotada por mandamentos, prescrições e ordenanças. 

A ciência, por sua vez, não dita comportamento sexual (ou outros). Em outro campo, um dos prediletos da filosofia, uma ética da felicidade rechaça tais preconceitos, uma vez que o amor entre pessoas capazes de decidirem por si mesmas é absolutamente digno de existir, qualquer que seja a orientação sexual ou a identidade de gênero dos envolvidos. Tal postura ética diante da vida entende que as pessoas são livres para realizarem suas biografias, e estimula cada uma delas a construir sua própria história visando à realização pessoal, ao mesmo tempo em que conclama cada indivíduo a respeitar o espaço do outro, bem como suas possibilidades e seus direitos, de modo que este também possa experimentar o máximo de felicidade na vida. E não me refiro a momentos de euforia; refiro-me àquela sensação de que se está vivendo o mais fielmente possível a si mesmo, somando-se a isto uma convivência politicamente correta com o outro. Tal vivência nos coloca anos-luz à frente de qualquer pessoa guiada por mandamentos. E que ninguém se precipite: "viver de maneira politicamente correta" nada tem a ver com esse arremedo debochado que alguns espalham por aí, como se fossem muito originais em sua rebeldia contra o que é justo, belo e bom no sentido em que os gregos entendiam a virtude. Quem assim faz demonstra sequer ter compreendido o que significa a frase "o homem é um animal político". Como esperar, então, que entenda o que é viver de modo politicamente correto? 

Ainda de olho em nossa espécie, quando penso naquele humano mais primitivo, que, já sendo um de nós, vez por outra, se divertia despreocupadamente com o outro macho, ou nas primitivas fêmeas de nossa espécie que transavam com outras fêmeas, exatamente como fazem centenas de outras espécies, que se relacionam esporádica ou fixamente com membros do mesmo gênero em nossos dias, sem qualquer problematização desse gozo, não posso evitar um sorriso ironicamente condescendente para com os que já se acham muito distantes do Pentateuco ou das Epístolas Paulinas, enquanto continuam sendo assombrados por fantasmas dali emanados. Será que esses ateus pela metade, que ainda sustentam discursos religiosos, fazendo malabarismos hermenêuticos para não soarem tão dogmáticos quanto os crentes assumidos, isto é, para não soarem “cristãos” demais, não percebem a armadilha em que caíram? Como ousam se gabar de fundamentos tão lodacentos na construção de sua moralidade? Mesmo que utilizem um termo ou outro falsamente científico, com alguma retórica aparentemente irrefutável, será que não percebem que enfeitar o cadáver não o torna menos morto ou – ainda pior – não diminui seu potencial de contaminação para quem o carrega continuamente sobre as costas? 

A relação sexual entre membros do mesmo gênero, dentro de uma mesma espécie, remonta aos primórdios da nossa história evolutiva e parece que vai permanecer entre nós enquanto esse bicho que a gente chama de humano não vier a ser outra coisa, alguma coisa que não transe, por exemplo. Porque, uma coisa se pode afirmar com base em nosso histórico: enquanto houver sexo, haverá bi/homo/heterossexualidade, como sempre houve. Antes, sem problematização de qualquer ordem. Não era sequer nomeado dessa maneira pelos primeiros homens, como não é pelos outros animais. A herança maldita imposta pelas religiões monoteístas à sexualidade humana, por meio de suas crenças castradoras, mortificadoras, desnaturalizantes, não pode ter outro destino senão o completo descarte por aqueles que desejam pensar e agir de modo plenamente racional. As interpretações desses fenômenos da afetividade e da sexualidade humanas poderão ganhar novas cores no futuro, mas o fato de dois indivíduos do mesmo gênero transarem, identificados ou não por certas “etiquetas”, é e sempre será um fenômeno (aquilo que aparece, aquilo que acontece) inerente à humanidade. E, a menos que nossa espécie se extinga por circunstâncias cosmológicas previsíveis ou jamais pensadas, o mundo ainda será palco de muitos orgasmos entre pessoas do mesmo sexo e de sexos diferentes, exclusiva, simultânea ou alternadamente. E que diferença faz para a ordem natural se fulano e sicrano entendem isso ou complicam tudo? A natureza, inclusive a nossa, abrirá passagem e seguirá indiferente.

Agora, uma coisa é certa: Os seres humanos e suas comunidades serão muito mais felizes se viverem sob o comado de uma razão a serviço da felicidade humana, começando pela sua própria. E vejam que já existem vários religiosos experimentando essa liberdade, a despeito de sua crença no divino ou até mesmo por causa dela. Deviam se envergonhar de sua superficialidade, esses ateus quiméricos muitos dos quais vivem ridicularizando as pessoas de fé tanto quanto ridicularizam os LGBT. 

Já deu. Se não deu, devia ter dado - se é que me entendem. ;)


P.S.: A Liga Humanista Secular do Brasil (LiHS), a Atheist Alliance International (AAI) e a International and Ethical Union (IHEU), só para citar três, são exemplos de organizações que agregam ateus, agnósticos, céticos, secularistas, humanistas e são francamente pró-diversidade com igualdade de tratamento e de direitos.

Transexual troca ensino de religião por ética em escola gaúcha

Transexual troca ensino de religião por ética em escola gaúcha

Professora da rede estadual do Rio Grande do Sul, Marina Reidel aguarda o título de mestre para fazer a cirurgia de troca de sexo

Daniel Aderaldo, iG Ceará | 15/04/2012 07:00


Marina Reidel viveu em Montenegro, distante a 66 quilômetros de Porto Alegre, por 29 anos, como Mário. Com essa idade se mudou para a capital e iniciou a transformação que lhe encheu de curvas e moldou um rosto feminino. Revolução semelhante, a professora promoveu no exercício da profissão ao fazer uma escola pública abolir o ensino religioso do currículo e adotar as aulas de ética. Agora, estuda para terminar o mestrado em Educação e fazer a cirurgia de troca de sexo.

Descendente de alemães, Marina foi criada pela família com amor, porém, não com o diálogo que precisava para tratar da sua orientação sexual, que era claramente expressa em suas brincadeiras de criança. Ela se identificava muito mais com as “coisas de menina”. Mas isso nunca foi encarado pelos pais.

Assim, ao final da adolescência, Marina iniciou sua formação no magistério, no Instituto de Educação São José, em Montenegro, administrado pelas Irmãs de São José. Foi justamente em um colégio de freiras que ela concluiu o Curso Normal em 1986 e teve a habilitação para ensinar crianças do ensino fundamental.


Foto: Arquivo pessoal



Marina Reidel precisou sair da cidade para mudar radicalmente aparência

O passo seguinte foi começar uma graduação. De Montenegro até Novo Hamburgo eram 44 quilômetros percorridos cinco dias por semana para ir e outros 44 quilômetros para voltar. O esforço rendeu o diploma em Artes pela Universidade Feevale.

Nesta época, Marina já era professora da rede pública do Estado e dava aulas em sua cidade natal. Contudo, na cidade que hoje tem pouco mais de 30 mil habitantes, sentia que jamais poderia ser, por completa, quem gostaria. Então, desfez laços e foi para Porto Alegre. “Eu precisava desse rompimento para começar minha transformação”, relembra.

O processo foi gradual. Começou pelo cabelo, que deixou crescer. Passou a usar brincos e, finalmente, adotou definitivamente Marina como o seu nome social. O passo mais importante veio em 2006, após três anos ensinando na escola estadual Rio de Janeiro, novamente em Montenegro, sua cidade natal. Ela tirou licença para promover uma verdadeira metamorfose com ajuda de hormônios, cirurgias plásticas e o implante de protestes de silicone no busto.

Precavida, a direção da escola promoveu palestras sobre o tema e comunicou aos alunos que a professora não seria a mesma quando retornasse. Mesmo sabendo das conversas, Marina ficou cautelosa. "A gente aprende a sempre esperar o pior", admite ao falar da expectativa que tinha antes de voltar a dar aulas.

Mas a surpresa foi positiva e Marina não enfrentou grande resistência de alunos, pais ou colegas e direção. "Claro que causou espanto, mas em nenhum momento houve problemas sérios", conta.

A “vitória” deu força a Marina que, então, propôs, desta vez, uma revolução pedagógica. Quando voltou às aulas, coube-lhe ensinar a disciplina de ensino religioso. Ela sugeriu uma mudança no currículo: trocar religião por ética. A escola chamou pais e alunos, realizou debates e chegou a conclusão de que Marina tinha razão. E assim foi.

"Eu sou de religião africanista e entre os alunos da escola existe uma variedade grande de credos", justifica. "Além disso, eu também não poderia ensinar sobre uma religião que sequer me aceita como sou". Hoje, o programa da disciplina de Ética e Cidadania aborda temas como homofobia, aborto, racismo e drogas.

Para o próximo ano, Marina tem duas novas etapas importantes na vida. Até agosto de 2013 ela deve defender a dissertação de mestrado em Educação pela Universidade do Rio Grande do Sul. Sua pesquisa é baseada em depoimentos de 40 professoras travestis e transexuais espalhadas por escolas de todo País. Quando conseguir o título, irá se submeter à cirurgia de mudança de sexo. “Estou esperando esse momento, que considero o melhor”.

Depois disso, Marina deve deixar as salas de aula e ir trabalhar na Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul e seguir o mesmo caminho da cearense Luma Andrade.

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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO

O Brasil começa a descobrir que ser transexual não é sinônimo de 'pista'. Se a pista é a única opção que muitos e muitas delas enxergam é simplesmente porque o preconceito da sociedade fechou muitas portas diante deles/delas.

Tanto as trans-homem como as trans-mulher são capazes de dar grandes contribuições à sociedade com seu conhecimento e capacidade produtiva. Nenhuma dessas duas coisas estão ligadas à genitália ou aos papéis de gênero.

Parabéns à Marina e à Luma. Parabéns ao João W. Nery (autor de "Viagem Solitária". Parabéns a todas e todos os outros que, em seu discreto anonimato, vão trans-formando a sociedade brasileira num espaço sócio-político-cultural mais gostoso e mais justo em que se viver.





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Brasileiro reclama de quê?



Brasileiro reclama do quê?

Vamos dar o bom exemplo?


"Tá " reclamando do Lula? do Serra? da Dilma? do Arrruda? do Sarney? do Collor? Do Renan? do Palocci? do Delubio? da Roseanne Sarney? do FHC? do Dirceu? do Jesuino? Dos distritais de Brasilia? dos Vereadores? do Jucá? do Kassab? dos mais de 500 picaretas do Congresso? (Deputados e Senadores?) E você? O QUE TEM FEITO?


O Brasileiro é assim:



1. - Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.


2. - Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.


3. - Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.


4. - Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, dentadura.


5. - Fala no celular enquanto dirige.


6. -Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento.


7. - Para em filas duplas, triplas em frente às escolas ; Desrespeita todas as leis do trânsito.


8. - Viola a lei do silêncio.


9. - Dirige após consumir bebida alcoólica.


10. - Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.


11. - Espalha mesas, churrasqueira nas calçadas.


12. - Pega atestados médicos sem estar doente, só para faltar ao trabalho.


13. - Faz " gato " de luz, de água e de tv a cabo.


14. - Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.


15. - Compra recibo para abater na declaração do imposto de renda para pagar menos imposto.


16. - Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas.


17. - Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10 pede nota fiscal de 20.


18. - Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.


19. - Estaciona em vagas exclusivas para idosos e deficientes .


20. - Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado.


21. - Compra produtos pirata com a plena consciência de que são pirata.


22. - Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.


23. - Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem.


24. - Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.


25. - Freqüenta os caça-níqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho.


26. - Leva das empresas onde trabalha, pequenos objetos como clipes, envelopes, canetas, lápis.... como se isso não fosse roubo.


27. - Comercializa os vales-transporte e vales-refeição que recebe das empresas onde trabalha.


28. - Falsifica tudo, tudo mesmo... só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado.


29. - Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem.


30. - Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve.


E quer que os políticos sejam honestos...


Escandaliza- se com a farra das passagens aéreas , mensalões, sanguessugas, decretos secretos, contas em paraisos fiscais;


Esses políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo ou não?


Brasileiro reclama do quê, afinal?


E é a mais pura verdade, isso que é o pior! Então sugiro adotarmos uma mudança de comportamento, começando por nós mesmos, onde for necessário!


Vamos dar o bom exemplo!


Espalhe essa ideia!

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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO


Esse tipo de comportamento está tão automatizado na vida das pessoas que quando alguém faz o contrário, elas se admiram. Várias vezes já fui questionado por não comprar produtos piratas ou por não fazer instalações clandestinas. Não sou santo e não acredito em santos, mas a vida não pode ser feliz - pelo menos não por muito tempo - sem ética. E para quem duvida, é só uma questão de tempo. A vida mesmo ensina, sem querer ensinar, porque a vida simplesmente é o que é, e não existe esse negócio de "o que deve ser" quando se fala em termos de vida e universo.

Ética, a gente mesmo produz e nem por isso ela é menos importante. Se nenhum outro motivo for suficiente para o homem egoísta no último grau, uma coisa pelo menos deve apelar a esse mesmo egoísmo: o sossego. Não se meter em falcatruas, andar sem dever nada a ninguém, garante um sossesso que não tem preço!

O Brasil só vai mudar quando os brasileiros mudarem. E já tem coisa mudando. Já existem policiais, juízes, promotores, fiscais trabalhando com seriedade para combater essa cultura de corrupção que se instalou no país. Também existem movimentos nascidos no seio da própria sociedade civil atuando para combater o malfeito. Mas isso não é suficiente. A escola e o lar precisam educar para o melhor. E cada um, de per si, precisa agir de acordo com uma ética racional, humanista, não imediatista e o mais altruísta possível. Isso não é fácil. Se fosse, qualquer idiota seria virtuoso. ;) Tudo que os idiotas conseguem produzir sem usar a razão ou seguindo ditadores do comportamento é moralismo. Agir eticamente, sim. Moralismo hipócrita e piegas, não. Não precisamos de mais hipócritas ou esquizofrênicos.

Os auto-proclamados defensores da moralidade



Moralidade, costumes e casamento: uma reflexão necessária


Por Sergio Viula


É impressionante a energia, o tempo e os recursos de toda espécie que os defensores da moralidade — leia-se, especialmente, os pregadores eletrônicos e seus congêneres menos abastados — empregam na defesa do que chamam de “moral”. Mas será que já pararam para pensar no que é, de fato, essa coisa que eles — e tantos outros — chamam de “moralidade”? Duvido muito.

Via de regra, pregam primeiro e pensam depois — quando pensam. Isso porque não cultivam o hábito da reflexão racional, descomprometida com crenças pré-estabelecidas. Submetem a razão à fé, transformando-a em sua serva. É uma relação sadomasoquista, na qual a fé assume o papel sádico, e a razão, o masoquista. A fé escraviza a razão, e esta se deixa dominar — até o sufocamento. Algemada à cama da superstição, é fustigada com o chicote do medo e da culpa. Por isso, duvido que esses pregadores — e seus fiéis, crédulos ouvintes — pensem de fato.

Um exemplo claro: todos eles defendem a moralidade como algo fixo, dado, imutável. No entanto, a moralidade não é outra coisa senão obediência aos costumes — sejam eles quais forem. E costumes são apenas a maneira tradicional de agir e de avaliar.

"Em toda parte onde os costumes não mandam, não há moralidade; e quanto menos a vida é determinada pelos costumes, menor é o cerco da moralidade. O homem livre é imoral, porque em todas as coisas quer depender de si mesmo e não de uma tradição estabelecida. Em todos os estados primitivos da humanidade, 'mal' é sinônimo de 'individual', 'livre', 'arbitrário', 'inabitual', 'imprevisto', 'imprevisível'."
(Nietzsche, Friedrich – “Aurora”, p. 23, Ed. Escala)

Quando um indivíduo age de modo diferente da tradição, seu ato — e ele próprio — são vistos como "imorais" pela sociedade que o cerca. E, se também estiver contaminado pelo mesmo sistema de valores, ele próprio sentirá culpa. Mas o que é, afinal, "tradição"? Nada mais do que uma autoridade superior à qual se obedece — quase sempre por medo e superstição.

Um momento… Se a moralidade advém dos costumes em vigor, quem sanciona esses costumes? Os legisladores, curandeiros, sacerdotes — ou seja, as esferas mais altas da hierarquia social, que, desde os tempos primitivos, se veem como representantes dos deuses. E é justamente por querer ditar costumes, segundo suas crenças e tradições, que pastores, pregadores e sacerdotes sem batina se lançam candidatos ao poder legislativo. Não estão interessados no Executivo — não têm preparo para gerir cidades, estados ou o país (especialmente os “políticos” evangélicos). Eles querem ser vereadores, deputados, senadores. É nessa esfera que se criam leis — leis que sancionam ou vetam comportamentos individuais, determinando penas judiciais conforme os costumes que pretendem manter ou impor. É um poder perigoso esse de moldar costumes pela força da lei.

Uma vez estabelecidos os costumes — e a moralidade que deles nasce —, qualquer tragédia passa a ser interpretada como punição divina. Está lançada a semente da caça às bruxas. As vítimas? Mulheres, judeus, gays, ciganos — qualquer grupo vulnerável, que seja alvo de inveja ou ódio velado. A história está repleta de exemplos assim.

Quando o domínio da moralidade baseada em costumes se impõe, toda forma de originalidade passa a ser vivida com culpa. Os melhores indivíduos têm, muitas vezes, uma existência desnecessariamente dolorosa por causa disso — e suas vidas se tornam menos frutíferas do que poderiam ser, caso percebessem o quão arbitrários e relativos são os costumes e valores de sua sociedade.

Entre tantos costumes que observamos no dia a dia, há um que costuma causar polêmica: o casamento entre pessoas do mesmo gênero. Há, inclusive, um projeto de lei estagnado no Congresso Nacional, travado pelo lobby de pastores e outros moralistas eleitos à base de pregações e ameaças apocalípticas proclamadas de púlpitos país afora — com destaque para os pentecostais e neopentecostais.

Vamos refletir sobre o casamento em si. Trata-se de um costume, uma tradição que acabou carregando em seu bojo uma certa moralidade — arbitrária, como todas. Dizem os moralistas: “Casamento é só entre homem e mulher.” De onde tiraram essa ideia? Das tradições, especialmente as religiosas.

Mas antes mesmo de falar sobre o gênero dos cônjuges, é preciso responder: o casamento é uma criação divina ou humana? Humana, é claro — assim como as divindades que o teriam instituído.

O casamento foi criado para proteger bens, aumentar riquezas e garantir a herança legítima. A filiação tinha mais a ver com posse do que com afeto. As mulheres, por sua vez, sempre souberam como atribuir filhos a homens que não eram seus verdadeiros pais — por medo ou interesse. Dar o nome de um homem a seus filhos era vital para evitar a desonra. Já os homens gostavam de reconhecer seus filhos para perpetuar seus nomes e suas posses.

Com o tempo, o casamento se popularizou — e se tornou um negócio lucrativo para diversas empresas. Seu verdadeiro sentido se perdeu, e passou a ser visto como algo sagrado, divino.

Ninguém precisa casar para amar. Mas muita gente casa sem amar. Se um homem e uma mulher podem se casar por conveniência ou interesse, por que dois homens ou duas mulheres não poderiam fazer o mesmo?

Há sociedades em que um homem se casa com várias mulheres; outras, em que uma mulher se casa com vários homens. A Sociologia e a Antropologia oferecem inúmeros estudos sobre isso. O que é exceção para nós pode ser regra para outros — e vice-versa.

Em diversos países europeus — e em alguns estados americanos —, o casamento entre pessoas do mesmo sexo já é uma realidade. E daí? Qual é o problema? Quando é que o Congresso Nacional vai legislar com base nos direitos dos indivíduos, e não nos interesses de moralistas retrógrados que se comportam mais como advogados de Satã do que promotores do tribunal divino?

É hora de reavaliar nossos valores, repensar nossos conceitos, questionar criticamente nossos costumes e tradições. Precisamos agir com liberdade e originalidade, exigindo nosso espaço — e respeitando o espaço do outro. E, acima de tudo: não votar em gente que, se pudesse, estaria abanando as fogueiras da Inquisição numa praça perto de você!

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