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Why reelect Barack Obama? Keep it up, USA!

"If I were North American, I would vote for Obama for the following reasons." 
Sergio Viula


(with data from BBC - https://www.bbc.co.uk/news/world-us-canada-13434315https://www.bbc.co.uk/news/world-us-canada-13434315)




BARACK OBAMA

Aged 47 when he was inaugurated, Mr Obama was also the first u
rban president since Harry Truman and the first president born in Hawaii.

President-elect Barack Obama's 2008 victory speech
And unlike John McCain, George Bush and Bill Clinton, his background was not steeped in the Vietnam War or the cultural conflicts of the 1960s.

During his challenging first term in office, Mr Obama and his fellow Democrats scored several historic achievements.

They overcame stiff Republican opposition to pass an economic stimulus programme, overhauled the US healthcare system, laid down new rules for Wall Street and the banking industry, and rescued the US auto industry from collapse.

Later, he and the Democrats overturned a two-decade-old law banning openly gay Americans from serving in the US military.

Wielding his presidential authority, Mr Obama also acted without the consent of Congress to grant temporary legal status to some young illegal immigrants brought to the US as children.

International upbringing

Mr Obama despatched a team of commandos to kill Osama Bin Laden, brought the US war in Iraq to a close and struck a new nuclear arms treaty with Russian President Dmitry Medvedev.

A White House image of President Obama in the situation room as US commandos killed Bin Laden
Early in his presidency he escalated the US-led war in Afghanistan. But Mr Obama has since brought home the 33,000 extra troops he sent to that theatre of conflict.

He also committed the US to turn the security mission over to Afghan troops by the end of 2014, thus ending a war that began more than a decade ago.

Mr Obama was born in 1961 and named for his father, a Kenyan intellectual who met the future president's mother, Ann, a white teenager from Kansas, while studying at the University of Hawaii.

When Mr Obama was a toddler, his father abandoned the family and the couple divorced. Father and son were to meet only once more, during a brief visit to Hawaii in 1971 by the elder Barack Obama. He died in a car crash in 1982 in Nairobi.

When Mr Obama was six, his mother married an Indonesian man and the family moved to Jakarta. Then known as "Barry", Mr Obama later moved back to Hawaii, where he was raised mainly by his grandparents.

Mr Obama's upbringing in Indonesia, the world's largest Muslim country by population, and his Kenyan-Muslim heritage fuelled right-wing conspiracy theories that he was not born in the US, or that he was a secret Muslim.

In 2008 and 2011, Mr Obama produced two separate copies of his birth certificate to prove that he had been born in the US state of Hawaii.

After graduating from Columbia University in New York, Mr Obama worked for three years as a community organiser in poor neighbourhoods in Chicago.

He then attended Harvard Law School, becoming the first African-American president of the Harvard Law Review.

While working at a Chicago law firm, he met Michelle Robinson. The couple married in 1992 and have two daughters, Malia and Sasha; the Obamas became the first couple since Jimmy and Rosalynn Carter to live in the White House with young children.

After Harvard, Mr Obama returned to Chicago to practise civil rights law, representing victims of housing and employment discrimination.

"Barry" Obama only met his father once after Barack Obama Sr left the family to study at Harvard

He joined the law faculty at the University of Chicago, where he was lauded as a popular teacher and an exceptional legal thinker.

In 1995 he published his first book, Dreams from My Father, a memoir, and the following year he was elected to the Illinois state senate.

As a state senator, he spoke out strongly against the coming Iraq war, a position that later helped him win early support in the Democratic primary race.

Mr Obama tried to run for Congress in 2000, but was thrashed by the incumbent in a Democratic primary.

But four years later he was back, running for the US Senate. He won that campaign handily, after electrifying the Democratic National Convention with a speech about self-reliance, aspiration and national unity.

After his landslide election to the Senate a few months later, he became one of the most visible figures in Washington, and soon published a second best-selling book, a politics-and-policy tract entitled The Audacity of Hope.

On Capitol Hill, Mr Obama established a liberal voting record, but also worked with Republican colleagues on HIV/Aids-education and prevention and nuclear weapons proliferation.

When he embarked on his presidential campaign in February 2007, he had been in the Senate only two years, and his opponents sought to cast him as ill-prepared for the presidency.

But his campaign excited millions of liberals - especially young voters - who were yearning for something new in Washington after two terms under George W Bush.

Mr Obama clinched the Democratic nomination after a long and gruelling battle against former first lady Hillary Clinton, whom he later appointed secretary of state.

Toni Reis, presidente da ABGLT, pede apoio para Haddad nas eleições para prefeito de São Paulo

Fernando Haddad - Nº 13


Por uma São Paulo de respeito e igualdade. Haddad prefeito.



Por Toni Reis*

Estamos a menos de uma semana das eleições. Analisando as propostas, as coligações, os apoios, os posicionamentos, os ataques, nós da comunidade LGBT não podemos ficar em cima do muro ou não nos posicionar diante do preconceito, da discriminação, do estigma e da violência que sofremos, tampouco diante do fundamentalismo religioso que nos demoniza.

Diante dessa situação, é preciso votar em um candidato mais comprometido com a nossa comunidade, e este candidato é Fernando Haddad.

Por respeito a São Paulo, que tem evangélicos, católicos, muçulmanos, espíritas, judeus, ateus, palmeirenses, corinthianos, são paulinos, nordestinos, mulheres, homens, crianças, idosos, pessoas com deficiência, pobres, ricos, mães solteiras, negros, brancos, amarelos, indígenas, gays, heteros, lésbicas, queers, pessoas trans, bissexuais, entre outros não elencados aqui todos juntos e misturados pela diversidade em todos os sentidos, queremos aqui, publicamente, pedir, solicitar o apoio ao candidato Haddad, para ser o prefeito de São Paulo.

Enumeramos abaixo os 13 motivos que fundamentam a nossa solicitação de apoio:

1 – No âmbito federal, quando Ministro da Educação, Haddad criou e apoiou políticas para a diversidade étnicorracial, de gênero, diversidade sexual, regional e cultural, bem como políticas de promoção da igualdade.

2 – Haddad tem o compromisso de ampliar as políticas públicas existentes para a diversidade em São Paulo.

3 – O programa de governo do Haddad tem um capítulo com as propostas de combate à homofobia, com nove ações específicas baseadas nas deliberações das Conferências Municipais LGBT de 2008 e 2011, inclusive com propostas para combater a violência homofóbica nas imediações da Avenida Paulista. Confira: http://pensenovotv.com.br/files/programa_governo_haddad_cidadania.pdf  O plano foi elaborado com a participação da comunidade LGBT.

[atualização em 12/01/2025 - o link acima não está mais funcionando, mas o plano do Haddad pode ser encontrado aqui: https://conteudo.imguol.com.br/blogs/52/files/2016/07/programa-haddad-2012.pdf?utm_source=chatgpt.com]

4 – Haddad já teve várias plenárias com os movimentos populares e sociais. Seu governo será participativo com foco na inclusão de todas e todos.

5 – Haddad coordenou e participou da 1ª Conferência de Educação Básica em 2008, na qual foram aprovadas cinco propostas para a diversidade sexual. Coordenou e participou da 1ª Conferência Nacional de Educação em 2010, com mais de 25 propostas aprovadas para a diversidade sexual.

6 – Haddad respeita todas as religiões e também quem não tem religião. Ele defende o Estado laico. Já afirmou diversas vezes que seu governo será laico e respeitará a todos e a todas.

7 – Haddad é um educador construtivista por excelência. Ele será um dos melhores prefeitos para a educação que São Paulo já teve. Educação é fundamental para o respeito aos direitos humanos.

8 – Haddad foi o ministro que promoveu o acesso à universidade para estudantes mais humildes, através do Prouni – Programa Universidade para Todos. Em seis anos, o programa matriculou 1 milhão desses jovens e 265 mil já se formaram;

9 – Haddad apoiou e articulou a aprovação das cotas, para aumentar o acesso de pessoas negras e indígenas às universidades, de 4% em 1997 para 19,8% em 2011;

10 – Haddad implantará em São Paulo, com certeza, os programas federais que mudaram a cara do Brasil para melhor e que hoje são aprovados por 70% da população brasileira.

11 – Haddad vai continuar com as políticas boas da atual gestão e aprimorá-las em todos os sentidos.

12 – Haddad tem o aval de Marta Suplicy, que é sem sombra de dúvida a pessoa política no Brasil que nos defendeu desde quando não existia a sigla LGBT, quando não existiam as paradas, quando não existiam políticas públicas para as pessoas LGBT e quando existiam apenas cinco ONGs LGBT em todo o Brasil.

13 – E por último, Haddad tem um avalista que se chama Luiz Inácio Lula da Silva, esse nosso querido Lula. Esse retirante nordestino que chegou a ser Presidente da República e deu autoestima para nós brasileiros. Esse metalúrgico que tirou 40 milhões de pessoas da pobreza e que, por seus feitos no Brasil e no mundo, foi agraciado com 12 títulos de Doutor Honoris Causa de universidades renomadas no mundo todo.

Por isto e por muito mais, apoio Fernando Haddad 13 por uma São Paulo cosmopolita, laica, diversa, igualitária, solidária, moderna e contemporânea, sem discriminação e com todo respeito.


22 de outubro de 2012

* Presidente da ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais

Doutor em Educação, Mestre em Filosofia, Especialista em Sexualidade Humana e formado em Letras



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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO


Sugiro também uma "ouvida" nesses dois podcasts publicados por Míriam Matinho, que são excelentes análises do que está acontecendo nas eleições para prefeito de São Paulo, 2012:

A encruzilhada de Serra ou os Conservadores precisam de um partido para chamar de seu.

https://www.contraocorodoscontentes.com.br/2012/10/a-encruzilhada-de-serra-ou-os.html

No meio do caminho tinha um kit gay. Tinha um kit gay no meio do caminho!

https://www.contraocorodoscontentes.com.br/2012/10/no-meio-do-caminho-tinha-um-kit-gay.html

Os novos reféns - texto da Folha de São Paulo



Os novos reféns

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/vladimirsafatle/1169492-os-novos-refens.shtml
16/10/2012 



Os homossexuais tornaram-se os novos reféns da política brasileira. O nível canino de certos embates políticos fez com que setores do pensamento conservador procurassem se aproveitar de momentos eleitorais para impor sua pauta de debates e preconceitos.

Eleições deveriam ser ocasiões para todos aqueles que compreendem a igualdade como valor supremo da República, independentemente de sua filiação partidária, lutarem por uma pauta de modernização social que inclua casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, permissão de adoção de crianças e constituição de família, além da criminalização de toda prática de homofobia e do engajamento direto do Estado na conscientização de seus cidadãos. Parece, no entanto, que nunca nos livraremos de nossos arcaísmos.

Alguns acreditam que se trata de liberdade de expressão admitir que certos religiosos façam pregações caracterizando homossexuais como perversos, doentes e portadores de graves desvios morais. Seguindo tal raciocínio, seria também questão de liberdade de expressão permitir que se diga que negros são seres inferiores ou que judeus mentem em relação ao Holocausto.

Sabemos muito bem, contudo, que nada disso é manifestação da liberdade de expressão. Na verdade, tratam-se de enunciados criminosos por reiterar proposições sempre usadas para alimentar o preconceito e a violência contra grupos com profundo histórico de exclusão social.

Nunca a democracia significou que tudo possa ser dito. Toda democracia reconhece que há um conjunto de enunciados que devem ser tratados como crime por fazer circular preconceitos e exclusão travestidos de "mera opinião".

Não há, atualmente, nenhum estudo sério em psiquiatria ou em psicologia que coloque o homossexualismo enquanto tal, como forma de parafrenia (categoria clínica que substituiu as perversões).

Em nenhum manual de psiquiatria (DSM ou CID) o homossexualismo aparece como doença. Da mesma forma, não há estudo algum que mostre que famílias homoparentais tenham mais problemas estruturais do que famílias compostas por heterossexuais.

Nenhum filósofo teria, hoje, o disparate de afirmar que o modelo de orientação sexual homossexual é um problema de ordem moral, até porque a afirmação de múltiplas formas de orientação sexual (à parte os casos que envolvam não consentimento e relação com crianças) é passível de universalização sem contradição.

Impedir que os homossexuais tornem-se periodicamente reféns de embates políticos é uma pauta que transcende os diretamente concernidos por tais problemas. Ela toca todos os que lutam por um país profundamente igualitário e republicano. 




Vladimir Safatle é professor livre-docente do Departamento de filosofia da USP (Universidade de São Paulo). 

“Silas Malafaia não representa o povo evangélico brasileiro”, afirma pastor, criticando episódios das eleições.





O blog Fora do Armário não costuma publicar falas de pastores, exceto quando são pastores cujas falas estão engajadas num projeto de inclusão, igualdade, celebração da diversidade, etc. Estou reverberando esses dois textos, porque eles refletem um fato: Silas Malafaia não representa os evangélicos brasileiros, mas apenas um grupo de seguidores. Além disso, o texto denuncia o que as pessoas mais esclarecidas sempre souberam: ele almeja apenas dinheiro e poder. Veja os textos e observe como os próprios evangélicos já não o suportam mais.


Sergio Viula




“Silas Malafaia não representa o povo evangélico brasileiro”, afirma pastor, criticando episódios das eleições.


Leia na íntegra no Gospel+
https://noticias.gospelmais.com/silas-malafaia-representa-povo-evangelico-pastor-43768.html 


by Tiago Chagas

Em meio às polêmicas protagonizadas pelo pastor Silas Malafaia a respeito das eleições municipais em São Paulo, o pastor Paulo Siqueira, colunista do Gospel+ publicou um artigo contundente em seu blog, questionando a motivação do líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC).

Siqueira afirma que “Silas Malafaia e sua turma não representam os verdadeiros evangélicos deste país, que ainda lutam por um país mais justo, mais igualitário, mais verdadeiro” e que o pastor não representa os evangélicos que “acreditam que isso só será possível através da pregação do Evangelho de Cristo, que se coloca totalmente contrário ao sistema religioso e político, Evangelho este que não se alia à corrupção ou à injustiça”.

O contexto sociocultural foi frisado pelo pastor: “É preciso dizer que estamos num país onde se diz que política e religião não se discute, retrato fiel imposto pelos nossos colonizadores (que sempre usaram da argumentação política e religiosa para impor sobre todo o povo o domínio, tanto mental como cultural”.

Segundo Siqueira, Malafaia tem se posicionado de forma errada, no caminho inverso ao que deveria ser tomado: “Ao invés de se opor ao sistema com as armas e os valores da Reforma Protestante, faz o contrário: se despe dos valores essenciais da cultura cristã e se alia ao sistema político, buscando para isso o poder, pois pelo visto e pelos seus discursos dinheiro não lhe falta mais. O que almeja no momento é o poder”, enfatiza Siqueira.

Indignado com a postura de Silas Malafaia, Siqueira frisa que o pastor da ADVEC não tem legitimidade para falar em nome de todos os evangélicos: “Quem tem visto as mídias nas últimas semanas tem a impressão de que esse cidadão fala em nome de todos os evangélicos, porém é preciso dizer em alto e bom som que esse cidadão caminha em sentido contrário e totalmente desorientado ao verdadeiro Evangelho, que todos os evangélicos deveriam representar, pois o termo ‘evangélico’ quer dizer aquilo que vem do Evangelho”.

A contundência das críticas de Siqueira, que lidera o Movimento pela Ética Evangélica Brasileira, classifica as ideias do pastor Malafaia como hereges: “Lamentavelmente, o Sr. Silas e sua turma de hereges contemporâneos têm, há muito tempo, deturpado os valores do verdadeiro Evangelho com arrogância, ganância desenfreada, em busca dos valores deste mundo, pois a teologia que hoje vivenciam tem saciado unicamente às suas vaidades pessoais”.

Confira abaixo a íntegra do artigo “Silas Malafaia não representa o povo evangélico brasileiro”, do pastor Paulo Siqueira: 


Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do SENHOR nosso Deus. – Salmos 20.7

Nos últimos meses, estivemos inseridos no processo político para a escolha de prefeitos e vereadores em todo o Brasil. De forma cotidiana, o processo político caminhou, com horário político na tv e rádio. Porém, neste ano, principalmente na cidade de São Paulo, o maior berço político do país, tivemos a inserção do tema “religião”.

É preciso dizer que estamos num país onde se diz que política e religião não se discute, retrato fiel imposto pelos nossos colonizadores (que sempre usaram da argumentação política e religiosa para impor sobre todo o povo o domínio, tanto mental como cultural. Isso é refletido por séculos de atraso e avanço no que podemos de uma consciência e de um entendimento real e verdadeiro do que é política e para que serve. Assim, vemos o domínio de coronéis a grandes empresários, ou seja, o dinheiro e o poder são os veículos que conduzem a política brasileira.

Lamentavelmente, isso é reforçado pelo poder religioso, que também usufrui do dinheiro para alicerçar o seu domínio sobre o povo. E novamente a história se repete, porém desta vez um líder evangélico que, ao invés de se opor ao sistema com as armas e os valores da Reforma Protestante, faz o contrário: se despe dos valores essenciais da cultura cristã e se alia ao sistema político, buscando para isso o poder, pois pelo visto e pelos seus discursos dinheiro não lhe falta mais.

O que almeja no momento é o poder.

Quem tem visto as mídias nas últimas semanas tem a impressão de que esse cidadão fala em nome de todos os evangélicos, porém é preciso dizer em alto e bom som que esse cidadão caminha em sentido contrário e totalmente desorientado ao verdadeiro Evangelho, que todos os evangélicos deveriam representar, pois o termo “evangélico” quer dizer aquilo que vem do Evangelho.

Lamentavelmente, o Sr. Silas e sua turma de hereges contemporâneos têm, há muito tempo, deturpado os valores do verdadeiro Evangelho com arrogância, ganância desenfreada, em busca dos valores deste mundo, pois a teologia que hoje vivenciam tem saciado unicamente às suas vaidades pessoais. Agora, após conquistar mansões, carros importados, aviões, jóias, roupas de grife, ou seja, todos os prazeres que este mundo oferece (porém não sacia e não traz a paz), o Sr. Silas, se apoiando de forma totalmente errônea a versículos isolados da Bíblia, investe na busca do poder político. Para isso, faz conchavos e acordos, não se importando com ideologias ou valores, simplesmente com a busca pelo poder.

Mas isso já faz parte do contexto desse Sr., que há muito tempo busca o domínio de sua denominação e, não conseguindo, funda para si um domínio para saciar a sua incansável sede de poder. Para isso, não se importa se o político é maçom, se é corrupto, se apóia valores contrários aos valores cristãos.

Dentro de tudo isso, é preciso dizer que Silas Malafaia e sua turma não representam os verdadeiros evangélicos deste país, que ainda lutam por um país mais justo, mais igualitário, mais verdadeiro, e que acreditam que isso só será possível através da pregação do Evangelho de Cristo, que se coloca totalmente contrário ao sistema religioso e político, Evangelho este que não se alia à corrupção ou à injustiça.

É preciso citar aqui que um dia o deus deste mundo apresentou todos esses valores, que hoje, para o sr. Silas e sua turma, são essenciais. Porém havia uma condição: Jesus teria que se dobrar e adorar o deus deste mundo. E Jesus disse a frase: “sai daqui, satanás, as Escrituras ordenam: adore somente o Senhor, o seu Deus. Sirva somente a Ele” (Mt 4.10 – Bíblia Viva).

Ainda é preciso dizer que a Bíblia nos exorta a não acumularmos tesouros nesta terra, mas antes acumularmos tesouros nos céus (Mt 6.19-20).

Porém, o que eu gostaria de deixar é que o povo chamado “protestante” ainda existe, e está atuante, sem temer os poderes deste mundo. Por isso que denunciamos e trazemos a verdade, para que o mundo saiba que os valores cristãos estão acima dos valores deste mundo, e que Silas Malafaia e sua turma estão aquém do verdadeiro Evangelho de Cristo. Assim, que todos estejam atentos.

“Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?” – Mt 16.26

Voltemos ao evangelho puro e simples, o $how tem que parar!

A Deus, toda a honra e toda a glória para sempre.

Paulo Siqueira

Por Tiago Chagas, para o Gospel+

Haddad e seu plano de políticas públicas para a população LGBT

Veja o plano de políticas públicas para LGBT do Haddad.

Quem está fazendo o do Serra? Malafaia? Cruzes!


Lembrando que o Serra já fez coisas muito boas pelos LGBTs, mas depois que ele se juntou com o Malafaia, inclusive aos beijos em público, não tenho mais condições de confiar que ele vá manter coerência com seu passado, uma vez que sua corrida eleitoral presente já não faz jus àquele mesmo passado.

Não há santos nessas eleições (e existem em algum lugar???). Apesar disso, ainda prefiro alguém que não "beija o Malafaia como se beijasse a mão do Papa na Idade Média." Tudo o que há é somente os mais (Serra) ou os menos (Haddad) comprometidos com a canalha fundamentalista. Infelizmente, tudo tem estado pobre assim...

Por isso, e só por isso, é que prefiro Haddad em São Paulo. Serra já foi melhor, mas depois de sua aliança com o Malacheia... não dá mais mesmo.

Sergio Viula






Enviado por Julian Rodrigues
via e-mail


Segue o que consta do Plano de Governo do Candidato Fernando Haddad para a população LGBT.

Para ter acesso ao inteiro teor deste plano basta ir ao site


http://www.dmptsp.org.br/secretarias/presidencia/2448-pdf-plano-de-governo-haddad-prefeito-2012.html e fazer o download do arquivo em PDF.


Direito à Diversidade Sexual


O governo Haddad colocará em prática o Plano Municipal de Combate à Homofobia, elaborado nas Conferências Municipais de 2008 e 2011, e que até hoje não saiu do papel, englobando os seguintes eixos:

A) Saúde – sensibilizar e capacitar os profissionais de saúde para o atendimento humanizado e respeitoso dos indivíduos LGBTs;

B) educação – realizar formação continuada dos profissionais da rede municipal de ensino e desenvolver campanhas pela convivência pacífica com as diferenças junto aos estudantes e suas famílias;


C) Segurança – orientar e capacitar a Guarda Civil Municipal e a Polícia Militar para o tratamento igualitário de todo e qualquer - 102 -cidadão, com o devido respeito exigido por lei, inclusive os LGBTs e outras populações marginalizadas, na perspectiva da plenitude dos direitos Humanos;

D) Cultura – abrir os equipamentos municipais de cultura à produção cultural da comunidade LGBT para que a mesma possa expressar com liberdade sua maneira de ser e sua dignidade;

E) nome social - tornar obrigatório o uso do nome social de travestis e transexuais nos serviços públicos de atendimento cotidiano pois é com ele que a pessoa se identifica;

F) Criar Centros de referência e Combate à Homofobia em todas as regiões de São Paulo. este equipamento social será implementado de forma articulada com outros serviços de combate às desigualdades e contará com: (1) advogados que providenciem processos de criminalização das situações de discriminação e violação de direitos; (2) psicólogos que auxiliem as vítimas de preconceito; (3) assistentes sociais que orientem e encaminhem LGBTs em situação de vulnerabilidade social aos serviços de atenção e proteção que os ajudem a retomar sua vida com dignidade;

G) dotar a Coordenadoria da diversidade Sexual (CadS) de recursos humanos, materiais e orçamentários para cumprir sua missão de articular as políticas públicas que atendem diretamente a população LGBT; implantar uma unidade móvel, subordinada ao CadS, para divulgar e promover os direitos e da cidadania LGBT em São Paulo;

H) ampliar, detalhar e analisar o mapeamento de ocorrências homofóbicas no âmbito do município;

I) fortalecer o Conselho Municipal LGBT revendo suas atribuições, composição e forma de eleição para que seja efetivamente representativo da comunidade.

Eleições em São Paulo: 2º Turno: Vergonha para Serra e Haddad

Serra e Haddad


Vergonha para Serra e Haddad


Como se previa, voltou a discussão - e ainda com mais força - sobre o chamado kit-gay neste segundo turno. É um debate que coloca tanto José Serra como Fernando Haddad numa situação desconfortável e vergonhosa.

Silas Malafaia veio a São Paulo para dizer que, por causa desse material, vai "arrebentar" o PT. Algo que, em maior ou menor grau, ecoa na comunidade religiosa.

De olho nos votos dos evangélicos, o PT e Fernando Haddad tentam se desfazer de qualquer vinculação com esse material contra a homofobia. Mostram-se envergonhados da iniciativa e, agora, pedem perdão. O PT deveria pedir perdão (e muito) pelo mensalão, e não por sua bandeira pela diversidade sexual.

Para Serra --- um ser cosmopolita e intelectualizado --, a vergonha é usar esse tipo de assunto para vitaminar sua campanha.

Não há racionalidade nesse debate. O fato óbvio é que as crianças e adolescentes são vítimas de todos os tipos de violência dentro da escola. Por consequência, é papel da escola trabalhar a questão do respeito à diversidade.

Nesta discussão, Haddad e Serra ficam mal por se renderem ao obscurantismo.


Fonte do texto inicial: 
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/gilbertodimenstein/2012/10/1167063-vergonha-para-serra-e-haddad.shtml

Está na dúvida sobre em quem votar? Veja alguns dos nossos aliados.



Veja os candidatos que firmaram compromisso com a ABGLT para combater a homofobia e defender os direitos dos cidadãos LGBT e de outras minorias nas eleições municiapais desse ano (2012):

https://acrobat.adobe.com/id/urn:aaid:sc:VA6C2:828666f0-08c5-4e43-8ef3-35c3fab83161
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(copie e cole esse link no seu navegador)



ColunaZs – “Nesta eleição os LGBT devem sair do armário" (um panorama e uma reflexão LGBT nas eleições 2012)

Postado por Valmique
Fonte: MUZA - https://muza.com.br/2012/10/colunazs-nesta-eleicao-os-lgbt-devem.html?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter




A maior associação LGBT da América Latina, a ABGLT, divulgou, recentemente, o relatório que contêm o número dos candidatos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (os LGBT) que disputarão uma vaga para o legislativo na eleição deste ano. O relatório é, aparentimente, animador. Em 1996, apenas oito ativistas gays davam visibilidade às demandas da população LGBT junto ao Legislativo. Já nesta eleição, são 155 candidaturas, que representam um aumento de 1.937,5% .

Há somente um candidato gay assumido para o cargo de prefeito, que disputa a prefeitura de João Pessoa-PB .Há candidatos na maioria dos estado, somente o Acre e Mato Grosso, até o momento, não registraram candidatura LGBT.Os gays são maioria com 85 candidatos, 25 lésbicas, 24 transexuais, 16 travestis, 4 bissexuais e 1 drag queen. E a Bahia é o Estado que vem a frente com 34, seguida de São Paulo com 27, Minas Gerais com 18. As legendas partidárias são diversificadas, que vão desde o PSC até o PSTU. Os partidos com mais candidaturas LGBT são o PT (27), o PSOL (19), o PSB (15), o PCdoB (134), o PV (9). Mesmo nos diferentes partidos, a maioria dos candidatos LGBT estão vinculados aos partidos de trajetória de esquerda e com posturas mais progressistas.

Por outro lado, nas disputas para prefeito das principais capitais do país, o debate sobre as questões LGBT não tem ocupado grandes espaços. Em Belo Horizonte, a maioria dos candidatos a prefeito (a) tem nos seus planos de governo, ações pró-LGBT. Esta realidade, só foi possível através de um esforço da militância ,que procuraram os candidatos e ajudaram na elaboração dos referidos programas. Há desnível nos programas. Há alguns mais bem elaborados, com participação de boa parte da militância, e outros que apresentam alguns pontos, “só pra dizer” que falou da “turma do arco-íris”.

Em Minas Gerais, alguns militantes LGBT assumiram a difícil tarefa de concorrer uma vaga nesta eleição. Há candidaturas, principalmente no interior de Minas Gerais, com uma campanha bem organizada, articulada com outros setores da sociedade, com apoio do seu partido e reúne boas condições de se eleger. Mas temos também candidatos sem condições políticas e estruturais mínima para concorrer a um pleito. São LGBT usados pelos partidos para puxar voto para os candidatos prioritários.

No período eleitoral, a principal tarefa dos candidatos LGBT é colocar a luta pelos direitos LGBT e o enfretamento à homofobia na arena política e suscitar o debate público. Devemos apresentar uma reflexão sobre as desigualdades e as injustiças que nós homossexuais temos vivenciado, diariamente, nas capitais e nas cidades do interior. E, fundamentalmente, ganhar a população para um projeto de uma sociedade sem preconceito, discriminação e respeito às diferenças. Só assim, na minha opinião, vale a pena concorrer uma eleição.

Constantemente vem à tona, nas eleições, que só com os LGBT, a nossa vida vai melhorar. Há diferença, nesta avaliação. Já tivemos vários políticos e militantes que ao assumirem um cargo publico, se fecharam no armário e abandonaram a comunidade LGBT.Ao invés de adotar estratégia do voto “de Gay pra Gay”, poderíamos pensar numa candidatura coletiva, que reúnam as melhores condições para defender um programa de reivindicações da comunidade LGBT e aglutinasse os outros movimentos sociais. Se for um militante LGBT, ótimo, senão, pensemos no programa fundamentalmente.

Ser cidadão é pertencer de fato a cidade. É poder ocupar os espaços públicos com tranquilidade. Estudar e não sofrer constrangimento e violência no ambiente escolar, poder usar o sistema de saúde e a orientação sexual e identidade de gênero sejam respeitas. É poder morar numa cidade que o ser-humano seja a prioridade.

Pra mim, é neste projeto que nós LGBT devemos estar alinhados e contribuindo para sua realização. Saíamos do armário na hora de votar , escolhendo candidatos e candidatas realmente comprometido com dignidade humana e com uma cidade mais democrática.


Carlos Magno é secretário de comunicação da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) e militante do Centro de Luta Pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais (CELLOS-MG).


Carlos Magno Sec. de Comunicação da ABGLT
Militante do CELLOS-MG
Pós- Graduando em Mídias Sociais e Comunicação Digital



Que a gente viva feliz mesmo sem permissão
(Mário Benedetti)

Vote contra a homofobia e outros preconceitos: Sexta-feira, 05 de outubro, 20h - Praça Roosevelt - SP



Edir Macedo apavorado por causa da queda de Russomano nas pesquisas: 7 pontos em uma semana!

Veja a carta do dono da Universal que adoraria ter um fantoche sob seu controle na prefeitura. Com a palavra, Edir Macedo:

https://www1.folha.uol.com.br/poder/2012/10/1163239-bispo-edir-macedo-da-universal-divulga-criticas-a-haddad-em-seu-blog.shtml

MANIFESTO DA CIA. REVOLUCIONÁRIA TRIÂNGULO ROSA



MANIFESTO DA CIA. REVOLUCIONÁRIA TRIÂNGULO ROSA – CRTR


Publicado em 30/09/2012 por Sandro Candiles


Aos gays, lésbicas, transgêneros, bisexuais, transexuais , pessoas intersexo, travestis, crossdressers, t-lovers, homens e mulheres heterossexuais que simplesmente não correspondem aos estereótipos de gênero, ou simplesmente, SEXODIVERSOS.
 
Como podemos convencer a você que sua vida corre perigo?

Como podemos convencer que_ a cada dia que você acorda_ você está cometendo um ato subversivo, uma rebelião? E que, se você for um sexodiverso feliz, funcional, assumido e orgulhoso, simplesmente EXISTIR é um ato ainda mais subversivo?
 
Como podemos convencê-l@ que você é um@ REVOLUCIONÁRI@? Sim, porque ser feliz sendo sexodiverso é revolucionário, pois nos ensinam diaria e meticulosamente qu o que somos é errado, que devemos achar que somos errados e pecadores. Poucas são as coisas nesse país, que servem para nos proteger, ou que encorajam ou valiem a nossa existência. Sob a ótica dos conservadores e fundamentalistas, deveríamos estar mortos ou, no mínimo curados do desvio. E estar hoje aqui, vivo, rindo, feliz, confraternizando e junto com seus iguais, mostra a sua força!
 
Os números dos assassinatos motivados pela intolerância sexual estão aí para comprovar. Não se engane, pois nossas vidas ainda seguem em terreno minado. Não se deslumbre com o consume destinado aos sexodiversos e não se conforme com as opções de entretenimento, lazer, sexo fácil e sites recheados de divas pop. A vida da Rihanna não vai te dar consciência política. A pool party não vai te dar direitos civis.
 
Essa parada, num dia de domingo, com bate-cabelo nas alturas e muita colocação não vai mudar NADA na sua vida. Acorde! Nas celas dos opressores não vai tocar tribal house e você não poderá pendurar seu pôster da Lady Ga Ga. Enquanto você se preocupa em “se colocar”, em ficar sarad@, em comprar a roupa ideal, em ter um perfil atrativo nas redes sociais, nossos inimigos atacam sistematicamente e de forma violenta, qualquer possibilidade de ampliação de nossos direitos.
 
E somos fracos diante deles, ainda mais com suas emissoras de TV, suas rádios, jornais, púlpitos e seus milhões de reais e isenções fiscais. Eles estão no topo de um sistema heteronormativo que não quer permite que você tenha seus direitos divis plenos e que não lhe quer como ser humano autônomo e equiparado a eles.
 
Não temos muito com quem contar: uma legislação ainda incipiente, um governo que se diz amigável aos nossos direitos (mas que tem na base aliada deputados homofóbicos e chantagistas) e um movimento LGBT cooptado pelas verbas governamentais. Por outro lado, o que temos são nossos próprios corpos, a vontade dos militantes, a consciência de sermos pessoas revolucionárias natas e uma fé inabalável no AMOR. Somos os fundamentalistas do amor e da revolução sexual.
 
Por isso, pare e pense: como você está cooperando com a opressão dos sexodiversos e com a falsa democracia brasileira? Como você está repercutindo a mesma lógica segregacionista do Consumismo, do Patriarcado, do Machismo e da Homofobia? Como você está alimentando os trolls do fundamentalismo religioso e machista?
 
Mostre-se! Pendure um triângulo rosa na roupa que nos relembre todos os dias que, durante a Alemanha Nazista, cerca de 50 mil de nós fomos presos e mortos nos campos de concentração. Toda vez que você escutar ou ler o termo “gayzista”, sinta desprezo por quem o utilizou e retire-se do debate, pois não se dialoga com fundamentalistas religiosos e homofóbicos. Eles sofrem de uma dissociação cognitiva que os impedirá de enxergar a mais óbvia das verdades, de tão obcecados por reprimir seus próprios impulsos sexuais que estão.
 
Enxergamos o debate como uma arma para destruição do preconceito. Porém a realidade nos mostra que os fundamentalistas têm optado em permanecer cegos à violência que temos sofrido e quando Um não escuta o Outro, não há comunicação. Quando encontrar alguém disposto ao diálogo, debata, utilize bons argumentos, ensine sobre a importância do respeito e do amor, valores que somente serão obtidos quando for respeitada a livre expressão da afetividade e sexualidade de cada um.
 
Diante da homofobia, da violência a que estamos submetidos e dos discursos conservadores e fundamentalistas, Reaja!
 
1- Assuma-se! Esse é o mais revolucionário dos atos.
 
2- Não esconda seu afeto! O amor pode ser uma poderosa ferramenta política

3- Não reprima seu desejo! Sua expressão é um forte ato político.

4- Não se esconda nas salas de bate-papo! Vá para a rua, beije na boca, abrace e ande de mãos dadas!
 
5- Não dê trégua aos intolerantes! Denuncie sites homofóbicos ou que fazem apologia da violência contra feministas, mulheres, negros, religiões afro-brasileiras, ateus e sexodiversos pelo site https://new.safernet.org.br/

6- Se alguém te agredir, denuncie! Ligue para o Disque 100 ou, no caso de vítimas, escreva para o site www.denuncia197@pcdf.df.gov.br 

7- Não se deixe cooptar! Cuidado com a vida deslumbrada do consumo, da vida do “gay limpinho”.
 
8- Não sinta culpa pelos seus atos sexuais! A “culpa” é uma arma que eles utilizam para controlar sua mente e seu corpo.
 
9- Não despreze o gay afeminado, a lésbica masculinizada, @ travesti negr@, alguém gord@, a “bichinha pão com ovo”: você está repercutindo a mesma lógica daqueles que nos oprimem.
 
10- Deplore a homofobia horizontal, aquela cometida pelos próprios sexodiversos, que por algum motivo, se acham privilegiados por serem mais clarinh@s, ric@s, bem vestid@s, sarad@s ou esteticamente favorecid@s! Para o opressor, a bichinha bagaceira está no mesmo nível da top sarada que ferve no cruzeiro gay com sua sunga Gucci: são todos merecedores da morte ou da diminuição cívica.
 
11- ABOMINE as distinções de classe!
 
12- Entenda que a homofobia deve ser criminalizada e que ultrapassa os limites dos guetos gays: homens e mulheres heterossexuais já foram vitimas de homofobia, por simplesmente DEFENDEREM os sexodiversos ou por não se adequarem aos estereótipos de gênero ou ainda por expressar afeto a alguém do mesmo sexo. Exija a criminalização da Homofobia, a aprovação do PLC-122, pleno e abrangente, no mesmo nível dos crimes de Racismo.
 
13- Não vote em políticos que se aliem a fundamentalistas religiosos! Não vote em missionários, apóstolos, bispos, irmãos e irmãs, pastores, reverendos ou profetas! Não compre seus produtos e não os financie! Não assista as tevês onde compram horários para suas pregações falaciosas!

14- Entenda que sexodiversos, feministas, maconheiros, seguidores de religiões afro-brasileiras têm o mesmo adversário: o fundamentalismo religioso, o patriarcalismo, o machismo, a homofobia e o capitalismo e o capitalista de fundo religioso! Por isso, apoie as Marchas das Vadias, da Maconha e as ações para fazer do mundo um lugar menos intolerante e igualitário.
 
15- Lute pelo direito a indiferença sexual.
 
16- Seja você mesmo a revolução que você quer no mundo!
 
17- Leia e Estude sempre! Conheça a história da sexualidade, dos preconceitos, das religiões. Estude filosofia e pensamento lógico. Estude a Constituição e os direitos homoafetivos.
 
18- Tenha consciência política, seja militante, participe de algum grupo de sexodiversos, como a CRTR, ou crie o seu. Aja! Muitos de nossos opositores se reúnem semanalmente, nas missas e nos cultos, para escutar as mais falaciosas injurias contra nós, sem termos nenhum direito de resposta por nossa parte.
 
19- Indigne-se! Sim, não engula as piadinhas preconceituosas e não aceite manifestações de preconceito (Não! a fala preconceituosa da vilã da novela não é engraçada!), não aceite aquela pessoa religiosa falando mal dos diferentes em nome de um “respeito à fé”.
 
20- AME! Não aceite os argumentos de que sexodiversos não são capazes de amar, de constituir família, de serem fiéis e comprometidos com @ ser amad@.

21- Não aceite argumentos como: “amo você MESMO sendo homossexual”, ou “eu amo você MAS ODEIO o pecado”. Mande-os à merda!

The Week, The Society e Cavalera do Turco Loco apoiando Russomano?

Alô, comunidade LGBT de São Paulo, vamos cobrar desses empresários do ramo LGBT uma postura pró-LGBT e não pró-homofobia nas eleições para prefeito e vereadores. BOICOTEM aqueles que ganham dinheiro às custas de vocês e depois ajudam a f-der os seus direitos fundamentais. VOTE CONTRA A HOMOFOBIA e o fundamentalismo.


Rodrigo Maia e seu show de preconceito e despreparo no RJ TV

Rodrigo Maia no RJ TV (17/09/12)



Entrevista com o Rodrigo Maia no RJTV hoje foi hilária. Ele é candidato a prefeito. Tudo o que os jornalistas perguntavam, ele escorregava para não responder, mas eles insistiam e perseguiam uma resposta SIM ou NÃO.

Entre as muitas bbquices que ele disse estavam a de que o Rio não precisa ser um dos melhores destinos gays do mundo, porque tem que ser melhor destino turístico para todo tipo de pessoa, mas esqueceu que todo o preconceito que ele tentava esconder atrás dessa frase só revelava sua ignorância (ou má fé), porque o turismo é feito de segmentos. Ser um dos melhores destinos gays do mundo atrai um poderoso segmento. Ser um dos melhores destinos para turismo esportivo do mundo atrai outro. Ser um dos melhores destinos para turismo ecológico atrai outro. E assim por diante.

Ele demonstrou estar pessimamente informado, principalmente quando disse que o Rio não pode basear suas estratégias de turismo em turismo sexual. Ser o melhor destino gay do mundo não significa vender sexo. Significa - isso, sim - ser uma cidade amigável, que recebe bem o público LGBT, saber do que eles gostam em termos de entretenimento, cultura, esporte, etc.

Mas, estando aliado a Garotinho, Rosinha, Clarissa Garotinho, e fundamentalistas evangélicos não podia dar em outra coisa que não fosse OBSCURANTISMO e ressentimento pelos avanços que a cidade e o estado do Rio de Janeiro têm conquistado. Rodrigo Maia demonstrou incompetência e insensibilidade.

VOTE CONTRA A HOMOFOBIA. Não eleja candidatos com discurso que segrega, despreza minorias, etc.

Rodrigo Maia, filho do César Maia, disse mais de uma vez, referindo-se aos LGBT, que ele tem valores e que o partido dele é um partido que tem valores. Valores de que tipo? Do tipo que demoniza a religião dos outros, despreza os direitos da mullher e dos LGBT, por exemplo? E quanto os LGBT? O que é que ele pensa que eles têm, senão VALORES! Só que esses valores não se baseiam em dogmas religiosos separatistas e aniquiladores da diversidade. Os principais valores são: igualdade e cidadania plena para todos, independentemente da orientação sexual, identidade de gênero ou outras diferenças. É muita ignorância ou muita má fé querer transformar direitos das minorias em moeda de troca ou cavalo de batalha para agradar reacionários, volto a dizer.

O Apelo de Luth Laporta: Eleições e Fundamentalismo

Luth Laporta
Ativista da Cia. Revolucionária Triângulo Rosa - Brasília



A quem for votar, um apelo.

A cada dia que passa, a cada vez que vejo o avanço d@s teocratas e o retrocesso do pouco que conquistamos, fico mais pessimista. As eleições estão aí e a massa das pessoas sexodiversas não dá a mínima. Vejam bem, eu sei que não se pode ter um discurso individualista que culpabilize as pessoas indiferentes à política. A Educação pública é precária, a mídia e a lógica do mercado inerente ao capitalismo são alienadoras.

Mas para quem vê o ascenso da direita fascista, do fundamentalismo, da teocracia, a apatia d@s aprimid@s é revoltante. Tod@s nós, sexodivers@s, sabemos que o Brasil é por demais homofóbico. A maioria de nós (e eu me incluo nela) já sofreu agressão verbal e física na escola, em casa, na rua, só por ser sexodivers@. Ainda assim, a maioria é apática ou cooptada por este governo demagogo, corrupto, omisso, homofóbico!

Isso acontece porque as discriminações por orientação sexual e identidade de gênero já estão naturalizadas. Nós apanhamos, somos xingad@s, discriminad@s e inferiorizad@s cotidianamente. Será que já nos consideramos tão pseudo-human@s para não lutarmos pela nossa sobrevivência? Será que somos tão cooptad@s pela lógica individualista do capitalismo que nem nos preocupamos em lutar por essas pessoas que morrem todos os dias no Brasil? Só no primeiro semestre desse ano, pelos dados antigos que pesquisei, sei que o GGB contabilizou mais de 165 assassinatos motivados por homofobia, um aumento de 28% em relação ao primeiro semestre de 2011.
Sabe o que eu acho? Que quando, finalmente, tudo estiver perdido e formos uma teocracia, aí sim @s sexodivers@s brasileir@s lutarão. Mas também, devo confessar, as vezes meu pessimismo faz achar que a maioria voltará pro armário e ficará calada!

Não permita que a teocracia se consolide! Ainda há tempo! Eu moro em Brasília, onde não há eleições municipais, mas estou tremendo as bases vendo o que se passa fora daqui, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Não votem em quem faz parte de partidos que tenham fundamentalistas! Dê valor ao seu voto, PESQUISE ANTES DE VOTAR! Não vote em quem faz conchavo com lideranças evangélicas! Não vote em Russomano, não vote em Eduardo Paes! Páre, pense, LUTE! Depois das eleições, independente do resultado, MILITE e incite azamiga a militarem também! Nada impede de bater o cabelo na balada (eu também AMO), mas se não nos revoltarmos, se não nos tornarmos COMBATIV@S, se depender d@s fundamentalistas, em pouco tempo não teremos mais cabeça pra bater os cabelos.

Primeiramente postado por Luth Laporta no Facebook.

ABGLT divulga termo de compromisso para os candidatos às Eleições 2012

ABGLT divulga termo de compromisso para os candidatos às Eleições 2012


agosto 18th, 2012
by Eleiçoes Hoje | Campanha, Eleições 2012.


Por Leandro Oliveira 
(adaptado por Sergio Viula aqui)



A ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Trans) divulgou no início do mês de agosto o Termo de Compromisso para os candidatos às eleições municipais 2012. O termo é para firmar um compromisso com os candidatos que, se eleitos, ajudarão a implantar ações em prol da população LGBT e faz parte da campanha “Voto contra a homofobia, defendo a cidadania”.

Dentre as ações estão: a elaboração de um plano municipal da cidadania e Direitos Humanos de LGBT, utilização do nome social de travestis e transexuais nos órgãos da administração pública, apresentar ou sancionar projetos que promovam a cidadania LGBT, bem como vetar aquelas que firam a igualdade de direitos desta população, entre outros.

A convocação para o termo de compromisso atenta para que os LGBT não votem em candidatos pela sua orientação sexual e sim pela sua parceria na luta contra o preconceito e a discriminação.

CARTA ABERTA DE TONI REIS AO JOSÉ SERRA

Toni Reis, presidente da ABGLT



CARTA ABERTA DE TONI REIS AO JOSÉ SERRA


Prezado José Serra,

Tenho 48 anos, sou gay e atualmente sou presidente da ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Sou casado oficialmente com David Harrad há 23 anos e somos os pais legais de Alyson Miguel Harrad Reis. Quando eu era adolescente na escola meu comportamento também era considerado por algumas pessoas “impróprio e ridículo” só pelo fato de eu ser gay, prejudicando-me pela marginalização imposta por uma condição sobre a qual não tive escolha. Foi o que me motivou a ser um ativista pelo respeito à diversidade sexual, para que outros e outras adolescentes não sofressem o que eu sofri na escola, na família e na sociedade nessa fase da minha vida. Foi o impulso que me fez estudar, de modo que hoje sou professor formado em letras, especialista em sexualidade humana, mestre em filosofia na área de ética e sexualidade, e doutor em educação, sendo que minha tese de doutorado é justamente sobre a homofobia no ambiente escolar. Cito algumas falas dos/das profissionais de educação e estudantes entrevistados na pesquisa que fundamentou a tese, para evidenciar o quanto a homofobia está presente nas escolas e o pouco que se faz para amenizá-la:

(se um filho meu fosse gay) “não ia querer, eu ia expulsar, ou batia nele e fazia ele virar homem”(estudante).

“A homossexualidade é um pecado, é contra a natureza e as leis de Deus. Deus fez o homem para a mulher e a mulher para o homem”. (professor)

“Na verdade a escola ignora [a homofobia] porque ela não quer trazer mais essa questão pra resolver” “(Grupo focal com professores(as))

“E a escola não trabalha com isso. Não trabalha, nem quer.” (Grupo focal com professores(as))

Estes exemplos não são isolados e recorrem repetidamente em todas as entrevistas. Junto com diversos outros estudos, estes dados concretos servem para respaldar a necessidade urgente de se ter um trabalho – apoiado por materiais educacionais específicos – de promoção do respeito à diversidade sexual nas escolas.

José Serra, você tem sido um grande defensor dos direitos humanos, um dos melhores ministros da saúde que o Brasil já teve, que inclusive soube preservar a laicidade do Estado nas questões ligadas ao direito das pessoas à saúde. Sou testemunha ocular disso. Você lutou na ditadura militar pelo reestabelecimento da democracia, foi presidente da União dos Estudantes do Brasil, foi deputado estadual e federal e senador, entre outros destaques de sua carreira.

Durante seus mandatos como prefeito da Cidade de São Paulo e governador do Estado de São Paulo, você liderou várias iniciativas de vanguarda na promoção do respeito à diversidade sexual e às pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT). Entre elas pode-se citar:

· A criação da CADS – Coordenadoria de Assuntos de Diversidade Sexual, dentro da estrutura da Prefeitura em 2007;

· a criação da Coordenação de Políticas para a Diversidade Sexual do Estado de São Paulo junto à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, por meio do Decreto nº 54.032, de 18 de fevereiro de 2009;

· a inauguração do Ambulatório de Saúde Integral para Travestis e Transexuais no dia 09 de junho de 2009;

· a certificação pelo governo paulista, em 18 de agosto de 2009, de diversas empresas e ações com o Selo da Diversidade, no reconhecimento de seus esforços em contribuir para a superação do preconceito e da discriminação, e para a promoção da igualdade e inclusão social de segmentos da sociedade tradicionalmente marginalizadas;

· O reconhecimento do nome social (tratamento nominal) das pessoas transexuais e travestis nos órgãos públicos do Estado de São Paulo, por meio do Decreto nº 55.588, de 17 de março de 2010.

Posto isto, conhecendo pelo menos parte de seu histórico, fiquei muito entristecido pelo uso indevido do debate sobre as políticas públicas de combate à homofobia como uma arma eleitoral, referindo-se ao material educativo do projeto Escola Sem Homofobia como um “KIT GAY” com “ASPECTOS RIDÍCULOS E IMPRÓPRIOS” para crianças.

Esta declaração somente pode ser considerada uma manifestação do legítimo pré-conceito – um conceito antecipado, uma vez que o julgamento do material como sendo “ridículo e impróprio” foi feito em relação a algo inacabado, que ainda não está em sua versão final, que ainda não teve a aprovação do Ministério da Educação.

Ademais, o material é destinado a educadoras e educadores do ensino médio, para trabalhar a homofobia no ambiente escolar (entre professores/as, funcionárias/os e estudantes).

Não é correto se referir ao “kit gay” em se tratando destes materiais educativos. É um desrespeito aos/às profissionais que trabalharam na sua elaboração. Este termo politicamente incorreto foi cunhado por um deputado federal de conduta ética duvidosa, cujo histórico de atuação e declarações públicas são testemunhas de seu desprezo pela democracia e pela pluralidade da sociedade, a quem – a título de exemplo – são atribuídas as seguintes falas, entre muitas outras: ‘O grande erro da ditadura foi não matar vagabundos e canalhas como Fernando Henrique;’ em programa exibido pela Band, o deputado sugeriu o fechamento do Congresso e afirmou que durante a ditadura militar deveriam ter sido fuzilados ‘uns 30 mil corruptos, a começar pelo presidente Fernando Henrique Cardoso’. Ou seja quem usa a denominação “kit gay” está concordando com este parlamentar preconceituoso: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.”

Informo também que o projeto Escola Sem Homofobia foi resultado de uma emenda parlamentar da Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados destinada para a área da educação federal, para execução por uma organização não governamental, e não pelo Ministério da Educação. Neste sentido, pode ser encontrada abaixo e no link http://www.abglt.org.br/port/basecoluna.php?cod=246 a Nota Oficial sobre o Projeto Escola Sem Homofobia, que descreve com maior detalhamento suas ações, as quais não se restringiram apenas aos materiais educativos, mas também envolveram seminários, capacitações e uma pesquisa em escolas em 11 capitais brasileiras abrangendo as cinco regiões do país.

São diversas as pesquisas realizadas nas escolas brasileiras por instituições de renome, como a UNESCO, que demonstram que a necessidade de ações educativas nas escolas contra a homofobia é inegável. Na falta de uma ação governamental contundente neste sentido, o material didático do Projeto Escola Sem Homofobia visa contribuir para suprir esta lacuna. A proposta do material foi elaborada pela organização não governamental ECOS - Comunicação em Sexualidade, e foi avaliado e adequado de forma coletiva e democrática pelos/pelas 509 profissionais que participaram dos seminários e capacitações do Projeto, antes de ser entregue ao Ministério da Educação para adequação final e aprovação.

Ainda, o material educativo foi analisado pelo Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação do Ministério da Justiça, que faz a "classificação indicativa" (a idade recomendada para assistir a um filme ou programa de televisão). O vídeo Medo de Quê? recebeu indicação para 12 anos, o Boneco na Mochila, 10 anos e o Torpedo (com 3 histórias) indicação livre.

O conjunto de materiais foi avaliado pelo Conselho Federal de Psicologia, pela UNESCO e pelo UNAIDS, e teve parecer favorável das três instituições. Recebeu o apoio declarado do CEDUS – Centro de Educação Sexual, da União Nacional dos Estudantes, da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, e foi objeto de uma audiência pública promovida pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, cujo parecer também foi favorável. Ainda, teve uma moção de apoio aprovada pela Conferência Nacional de Educação, da qual participaram três mil delegados e delegadas representantes de todas as regiões do país, estudantes, professores e demais profissionais da área.

Ou seja, tem-se comprovado, por diversas fontes devidamente qualificadas e respeitadas, com base em informações científicas, que o material estava perfeitamente adequado para o Ensino Médio, a que se destinava.

Assim, eu peço, para uma boa política comprometida com o respeito a toda a população, como tem sido a marca de sua atuação nos cargos que ocupou, que continue dando ênfase à promoção indiscriminada da cidadania e da inclusão social, e que a população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) não seja utilizada para gerar polêmica em época eleitoral, ou em qualquer outra época. Isto só serve para validar, banalizar e incentivar a homofobia e manter a esta população à margem da cidadania.

Prezado José Serra, não manche sua biografia. Não rife nossos direitos. Uma sugestão é seguir o grande exemplo do Supremo Tribunal Federal, que em 5 de maio de 2011 reconheceu inequívoca e unanimemente os princípios da igualdade, da liberdade e da dignidade humana da população LGBT. É isso que nós queremos.


Toni Reis

Presidente da ABGLT
Doutor em Educação
Mestre em Filofia
Especialista em Sexualidade Humana
Formado em Letras pela UFPR


Nota Oficial sobre o Projeto Escola Sem Homofobia

Diante de fatos e notícias sobre o Conjunto de Material Educativo do Projeto Escola Sem Homofobia, vimos a público informar de que se trata o material.

O que foi o Projeto Escola Sem Homofobia?

O Projeto Escola Sem Homofobia, apoiado pelo Ministério da Educação/Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (MEC/SECADI), teve por objetivo “contribuir para a implementação do Programa Brasil sem Homofobia pelo Ministério da Educação, através de ações que promovessem ambientes políticos e sociais favoráveis à garantia dos direitos humanos e da respeitabilidade das orientações sexuais e identidade de gênero no âmbito escolar brasileiro”. A justificativa do projeto e suas atividades se encontram ao final deste documento.

O Projeto foi planejado e executado em parceria entre a rede internacional Global Alliance for LGBT Education – GALE; as organizações não governamentais Pathfinder do Brasil; ECOS – Comunicação em Sexualidade; Reprolatina – Soluções Inovadoras em Saúde Sexual e Reprodutiva; e ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Todas as etapas de seu planejamento e execução foram amplamente discutidas e acompanhadas pelo MEC/SECADI.

Produtos do Projeto Escola Sem Homofobia

O Projeto teve dois produtos específicos, a fim de alcançar o objetivo acima mencionado:

1) Um conjunto de recomendações elaborado para a orientação da revisão, formulação e implementação de políticas públicas que enfoquem a questão da homofobia nos processos gerenciais e técnicos do sistema educacional público brasileiro, que se baseou nos resultados de duas atividades:

a) Realização de 5 seminários, um em cada região do país, com a participação de um total de 206 pessoas, entre elas profissionais da educação, gestores e representantes da sociedade civil, para obter um perfil da situação da homofobia na escola, a partir da realidade cotidiana dos envolvidos.

b) Realização de uma pesquisa qualitativa sobre homofobia na comunidade escolar em 11 capitais das 5 regiões do país, envolvendo 1406 participantes, entre secretários(as) de saúde, gestores(as) de escolas, professores(as), estudantes e outros integrantes das comunidades escolares. A metodologia da pesquisa foiaprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Unicamp.

2) A incorporação e institucionalização de uma estratégia de comunicação para trabalhar as manifestações da homo/lesbo/transfobia em contextos educativos e que repercuta nos valores culturais atuais. A estratégia compreendeu:

a) Criação de um conjunto de materiais educativos com conteúdos teóricos e sugestões de atividades que ajudam a identificar e erradicar a homo-lesbo-transfobia do ambiente escolar, direcionado para gestores(as) e educadores(as).

b) Capacitação de técnicos(as) da educação e de representantes do movimento LGBT de todos os estados do país para a utilização apropriada do conjunto de material educativo junto à comunidade escolar.

Conjunto de material educativo Escola sem Homofobia

O material se destina à formação dos/das professores(as) em geral, dando a eles subsídios para trabalharem os temas no ensino médio.

Não é correto se referir ao “kit gay” em se tratando destes materiais educativos.

Trata-se de um conjunto de instrumentos didático-pedagógicos que visam à desconstrução de imagens estereotipadas sobre lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais e para o convívio democrático com a diferença, contribuindo para:

Alterar concepções didáticas, pedagógicas e curriculares, rotinas escolares e formas de convívio social que funcionam para manter dispositivos pedagógicos de gênero e sexualidade que alimentam a homofobia.

Promover reflexões, interpretações, análises e críticas acerca de algumas noções que frequentemente habitam as escolas com tal “naturalidade” ou que se naturalizam de tal modo que se tornam quase imperceptíveis, no que se refere não apenas aos conteúdos disciplinares como às interações cotidianas que ocorrem nessa instituição.

Desenvolver a criticidade juvenil relativamente a posturas e atos que transgridam o artigo V do Estatuto da Criança e do Adolescente, segundo o qual: “Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais”.

Divulgar e estimular o respeito aos direitos humanos e às leis contra a discriminação em seus diversos âmbitos

Cumprir as diretrizes do MEC; da SECADI; do Programa Brasil sem Homofobia; da Agenda Afirmativa para Gays e outros HSH e Agenda Afirmativa para Travestis do Plano Nacional de Enfrentamento da Epidemia de AIDS e das DST entre Gays, HSH e Travestis; dos Parâmetros Curriculares Nacionais; do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT; do Programa Nacional de Direitos Humanos III; das deliberações da 1ª Conferência Nacional de Educação; do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos; e outras.

O conjunto de materiais educativos é composto de:

- um caderno

- uma série de seis boletins (Boleshs)

- três audiovisuais com seus respectivos guias

- um cartaz

- cartas de apresentação para o/a gestor(a) e para o/a educador(a).

Segue um resumo dos materiais:

Caderno Escola sem Homofobia – peça-chave do conjunto de materiais, articula com os outros componentes (DVDs/audiovisuais, guias que acompanham os DVDs/audiovisuais, boletins). Traz conteúdos teóricos, conceitos básicos e sugestões de dinâmicas/oficinas práticas para o/a educador(a) trabalhar o tema da homofobia em sala de aula/na escola/na comunidade escolar visando a reflexão, compreensão, confronto e eliminação da homofobia no ambiente escolar. As propostas de dinâmicas contidas no caderno têm interface com os DVDs/audiovisuais e boletins.

Boletins Escola sem Homofobia (Boleshs) - série de 6 boletins, destinados às/aos estudantes cada um abordando um assunto relacionado ao tema da sexualidade, diversidade sexual e homofobia. Trazem conteúdos que contribuem para a compreensão da sexualidade como construção histórica e cultural; para saber diferenciar sexualidade e sexo; para reconhecer quando valores pessoais contribuem ou não para a manutenção dos mecanismos da discriminação a partir da reprodução dos estereótipos; para agir de modo solidário em relação às pessoas independente de sua orientação sexual, raça, religião, condição social, classe social, deficiência (física, motora, intelectual, sensorial); para perceber e corrigir situações de agressão velada e aberta em relação a pessoas LGBT.

Audiovisuais:

a) DVD Boneca na Mochila (Versão em LIBRAS)

Ficção que promove a reflexão crítica sobre como as expectativas de gênero propagadas na sociedade influenciam a educação formal e informal de crianças, através de situações que, se não aconteceram em alguma escola, com certeza já foram vivenciadas por famílias no mesmo contexto ou em outros.

Baseado em história verídica, mostra um motorista de táxi que conduz uma mulher aflita chamada a comparecer à escola onde seu filho estuda, apenas porque o flagraram com uma boneca na mochila. Durante o caminho, casualmente, o rádio do táxi está sintonizando um programa sobre homossexualidade que, além de noticiar o fato que se passa na escola onde estuda o menino em questão, promove um debate com especialistas em educação e em psicologia, a respeito do assunto.

b) DVD Medo de quê?

Desenho animado que promove uma reflexão crítica sobre como as expectativas que a sociedade tem em relação ao gênero influenciam a vivência de cada pessoa com seus desejos, mostrando o cotidiano de personagens comuns na vida real. O formato desenho animado, sem falas, facilita a comunicação na perspectiva da inclusão, pois pode ser apreciado por pessoas que não sabem ler ou que tenham deficiência auditiva

Marcelo, o personagem principal, é um garoto que, como tantos outros, tem sonhos, desejos e planos. Seus pais, seu amigo João e a comunidade onde vive mostram expectativas em relação a ele que não são diferentes das que a sociedade tem a respeito dos meninos. Porém nem sempre os desejos de Marcelo correspondem ao que as pessoas esperam dele. Mas quais são mesmo os desejos de Marcelo? Essa questão gera medo, tanto em Marcelo quanto nas pessoas que o cercam.

Medo de quê? Em geral, as pessoas têm medo daquilo que não conhecem bem. Assim, muitas vezes alimentam preconceitos que se manifestam nas mais variadas formas de discriminação. A homofobia é uma delas.

c) Audiovisual Torpedo

Audiovisual que reúne três histórias que acontecem no ambiente escolar: Torpedo; Encontrando Bianca e Probabilidade.

Torpedo - animação com fotos, que apresenta questões sobre a lesbianidade através da história do início do namoro entre duas garotas que estudam na mesma escola: Ana Paula e Vanessa.

Ana Paula estava na aula de informática com toda a turma vendo na internet fotos dela e de Vanessa numa festa em manifestações de carinho. A partir daí, as duas se questionam sobre como as pessoas irão reagir e sobre que atitude tomar. Após algumas especulações, decidem se encontrar no pátio na hora do intervalo. Lá, assertivamente, assumem sua relação afetiva num abraço carinhoso assistido por todos.

Encontrando Bianca - por meio de uma narrativa ficcional em primeira pessoa, num tom confessional e sem autocomiseração, como num diário íntimo, José Ricardo/Bianca revela a descoberta e a busca de sua identidade travesti. Sempre narrada em tempo presente, acompanhamos a trajetória de Bianca e os dilemas de sua convivência dentro do ambiente escolar: sua tendência a se aproximar e se identificar com o universo feminino; as primeiras vezes em que se vestiu de mulher; a primeira vez em que foi para a escola com as unhas pintadas, cada vez assumindo mais, no ambiente escolar, sua identidade travesti; a dificuldade de ser chamada pelo nome (Bianca) com o qual se identifica; os problemas por não conseguir utilizar, sem constrangimentos, tanto o banheiro feminino quanto o masculino; as ameaças e agressões de um lado e os poucos apoios de outro.

Probabilidade - em tom leve e bem-humorado, o narrador conta a história de Leonardo, Carla, Mateus e Rafael. Leonardo namora Carla e fica triste quando sua família muda de cidade. Na nova escola, Leonardo é bem recebido por Mateus, que se torna um grande amigo. Mas ele só compreende por que a galera fazia comentários homofóbicos a respeito dele e de Mateus quando este lhe diz ser gay. Um dia, Mateus convida Leonardo para a festa de despedida de um primo, Rafael, que também está de mudança.

Durante a festa, Leonardo conversa com Rafael e, depois da despedida, fica refletindo sobre a atração que sentiu pelo novo amigo que partia. Inicialmente sentiu-se confuso, porque também se sentia atraído por mulheres, mas ficou aliviado quando começou a entender sua bissexualidade.

Ainda, o material audiovisual foi analisado pelo Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação do Ministério da Justiça, que faz a "classificação indicativa" (a idade recomendada para assistir a um filme ou programa de televisão). O vídeo Medo de Quê? recebeu indicação para 12 anos, o Boneco na Mochila, 10 anos e o Torpedo (com 3 histórias) indicação livre.

d) Cartaz e cartas para gestora/r e educadoras/r – o cartaz tem a finalidade de divulgar o projeto para a escola e para a comunidade escolar e as cartas apresentam o conjunto de materiais para o/a gestor(a) e educadores(as), respectivamente.

Capacitação Escola sem Homofobia


Segundo elemento da estratégia, a capacitação teve por objetivo habilitar um grupo de pessoas a atuar como multiplicadoras na compreensão dos conceitos principais e na utilização do material educativo do projeto ESH, como instrumento para contribuir para a erradicação da homofobia no ambiente escolar.

Foram realizadas seis capacitações com cerca de 200 profissionais da educação de todos os estados no uso dos materiais – três em São Paulo e três em Salvador nos meses de agosto e setembro de 2010. Estes/estas profissionais serão multiplicadores(as), responsáveis por capacitar outros(as) profissionais da educação no âmbito local.

A metodologia empregada nas capacitações foi participativa e incorporou técnicas de educomunicação, além de discussões em grupo, troca de experiências. Utilizou técnicas e conteúdos teóricos presentes no Caderno Escola sem Homofobia e incorporou os outros elementos (DVDs/audiovisuais, guias que acompanham osDVDs/audiovisuais, boletins).

Pesquisa qualitativa do projeto Escola sem Homofobia

Foi realizada uma pesquisa qualitativa com o objetivo de conhecer a percepção das autoridades educacionais, equipe docente, funcionários/as e estudantes da rede pública de ensino sobre a situação da homofobia no ambiente escolar, para dar subsídios ao programa Brasil sem Homofobia. A pesquisa foi realizada em 11 capitais das 5 regiões do país e incluiu, em cada capital, quatro escolas da rede municipal e estadual. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo MEC/SECADI.

A metodologia do projeto foi avaliada e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP em 15 de julho de 2008. De acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foi assinado por todos/as os/as participantes em entrevistas em profundidade e grupos focais. Para os/as estudantes menores de 18 anos, o TCLE foi assinado pelos pais ou responsáveis legais.

Ao todo, participaram 1.406 pessoas entre entrevistas e grupos focais, incluindo Secretários/as Municipais e Estaduais de Educação, diretores/as de escola, coordenadores/as pedagógicos, educadores/as, outros funcionários como guardas e merendeiras, além de estudantes de escolas públicas.

Os principais resultados da pesquisa mostraram que existe homofobia na escola. Houve consenso de que as atitudes e práticas de discriminação e violência trazem consequências sérias para os/as estudantes, como tristeza, depressão, baixa autoestima, queda no rendimento escolar, evasão e, em alguns casos, até suicídio.

A pesquisa também apontou que, embora exista uma política de educação sexual, na opinião de estudantes e educadores/as, não há educação sexual sistemática nas escolas e as diversidades sexuais não são abordadas. Entre os motivos citados estão a falta de compreensão sobre a homossexualidade, o despreparo de educadores/as para tratar o tema sexualidade e diversidades, o preconceito existente na escola, o temor da reação das famílias e a ausência de materiais pedagógicos para trabalhar o tema.

Os resultados evidenciaram ainda uma invisibilidade da população LGBT nas escolas. Houve consenso de que há mais gays que lésbicas no ambiente escolar e que travestis e transexuais estão ausentes.

Como recomendações, sugeriu-se realizar cursos de capacitação para educadores/as sobre o tema e disponibilizar materiais nas escolas para combater a homofobia no ambiente escolar.

Posição atual quanto ao material educativo Escola sem Homofobia

Os arquivos eletrônicos com os conteúdos dos materiais estão com o Ministério da Educação, especificamente a Coordenação-Geral de Educação e Direitos Humanos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI), aguardando o parecer final e aprovação. Uma vez aprovados, o compromisso assumido pela SECADI é de imprimir/copiar e distribuir o conjunto de materiais para 6.000 escolas.

A versão eletrônica dos materiais, para conhecimento e disponibilização via download nos sites da ECOS e das ONGs parcerias, somente acontecerá após aprovação e autorização pelo MEC/SECADI, conforme o Ofício nº 825/2011 – GAB/SECAD/MEC. Isto significa que qualquer versão dos materiais que esteja circulando hoje não é a versão definitiva.

Assinam esta Nota Oficial:

ABGLT - Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, bissexuais Travestis e Transexuais

Pathfinder do Brasil.

ECOS - Comunicação em Sexualidade

Reprolatina - Soluções Inovadoras em Saúde Sexual e Reprodutiva


Situação-problema que justificou e justifica a realização do Projeto Escola Sem Homofobia

Estudos publicados nos últimos cinco anos vêm demonstrando e confirmando cada vez mais o quão a homo-lesbo-transfobia (medo ou ódio irracionalmente às pessoas LGBT) permeia a sociedade brasileira e está presente nas escolas. A pesquisa intitulada “Juventudes e Sexualidade”, realizada pela Unesco no ano 2000 e publicada em 2004, foi aplicada em 241 escolas públicas e privadas em 14 capitais brasileiras. Segundo resultados da pesquisa, 39,6% dos estudantes masculinos não gostariam de ter um colega de classe homossexual, 35,2% dos pais não gostariam que seus filhos tivessem um colega de classe homossexual, e 60% dos professores afirmaram não ter conhecimento o suficiente para lidar com a questão da homossexualidade na sala de aula.

O estudo "Revelando Tramas, Descobrindo Segredos: Violência e Convivência nas Escolas", publicado em 2009 pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana, baseada em uma amostra de 10 mil estudantes e 1.500 professores(as) do Distrito Federal, e apontou que 63,1% dos entrevistados alegaram já ter visto pessoas que são (ou são tidas como) homossexuais sofrerem preconceito; mais da metade dos/das professores(as) afirmam já ter presenciado cenas discriminatórias contra homossexuais nas escolas; e 44,4% dos meninos e 15% das meninas afirmaram que não gostariam de ter colega homossexual na sala de aula.

A pesquisa “Preconceito e Discriminação no Ambiente Escolar” realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, e também publicada em 2009, baseou-se em uma amostra nacional de 18,5 mil alunos, pais e mães, diretores, professores e funcionários, e revelou que 87,3% dos entrevistados têm preconceito com relação à orientação sexual.

A Fundação Perseu Abramo publicou em 2009 a pesquisa “Diversidade Sexual e Homofobia no Brasil: intolerância e respeito às diferenças sexuais”, que indicou que 92% da população reconheceram que existe preconceito contra LGBT e que 28% reconheceram e declarou o próprio preconceito contra pessoas LGBT, percentual este cinco vezes maior que o preconceito contra negros e idosos, também identificado pela Fundação.

A pesquisa realizada em escolas de 11 capitais brasileiras por meio do próprio Projeto Escola Sem Homofobia apontou, entre outras, as seguintes Considerações Finais:

Constatou-se que existe sim homofobia nas escolas, reconhecida pela grande maioria das e dos participantes como um problema importante que merece toda a atenção, não somente das autoridades educacionais, mas de toda a sociedade.

Por outro lado, existe um grande desconhecimento sobre os conceitos básicos de sexualidade, identidade sexual e diversidades sexuais. Embora o discurso seja, muitas vezes, de tolerância e aceitação da diversidade, a maioria das pessoas não aceita a homossexualidade e a rejeita por considerá-la pecado, desvio, perversão, doença ou, pelo menos, anormalidade.

As consequências da homofobia são muito prejudiciais para adolescentes LGBT e inclui tristeza, baixa autoestima, isolamento, violência, abandono escolar até o suicídio.
Especialmente travestis e transexuais não podem continuar na escola por ser a escola um ambiente hostil para eles/as. As práticas de violência homofóbica foram relatadas com detalhes, embora nem sempre reconhecidas como homofobia.

A grande maioria dos e das estudantes pensa que a homofobia existe, é um problema importante e que não estão sendo implementadas ações efetivas para tentar eliminá-la ou, pelo menos, reduzi-la. Os estudantes referem que a escola esta sendo omissa frente a estudantes LGBT e que ainda que solicitem que sejam tratados temas como diversidade sexual, homofobia e discriminação, os professores, em geral, evitam discuti-los.

Há uma grande distância entre a teoria e a prática com relação às políticas de educação sexual. As e os professores reconhecem que não aplicam muitas das recomendações estabelecidas nas políticas e planos anuais porque sentem que não estão preparados para atuar na área das diversidades sexuais e da homofobia e também porque temem que as famílias se oponham a que esses temas sejam tratados nas escolas, entre outros motivos declarados, como a falta de tempo e a sobrecarga de responsabilidades.

Essas diversas e conceituadas fontes não deixam dúvidas de que há muito a ser feito para diminuir a homo-lesbo-transfobia, e uma das instituições que mais podem influenciar positivamente nesse processo é a escola. Muito trabalho já vem sendo feito nessa área e é importante destacar as recomendações aprovadas na Conferência Nacional de Educação Básica em relação à diversidade sexual, dentre as quais citamos:

· Evitar discriminações de gênero e diversidade sexual em livros didáticos e paradidáticos utilizados nas escolas;

· Ter programas de formação inicial e continuada em sexualidade e diversidade;

· Promover a cultura do reconhecimento da diversidade de gênero, identidade de gênero e orientação sexual no cotidiano escolar;

· Evitar o uso de linguagem sexista, homofóbica e discriminatória em material didático-pedagógico;

· Inserir os estudos de gênero e diversidade sexual no currículo das licenciaturas.

A Conferência Nacional LGBT (2008) aprovou 561 recomendações para políticas públicas para pessoas LGBT em diversas áreas, as quais foram sistematizadas no Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT, lançado em 14 de maio de 2009. O Plano prevê quinze ações a serem executadas pelo Ministério da Educação e é uma importante ferramenta para a promoção da inclusão e do respeito à diversidade nas escolas.

A Conferência Nacional de Educação (2010), no seu Eixo Temático VI, aprovou mais de 20 recomendações relativos a gênero e diversidade sexual.

As pesquisas citadas nesse texto podem ser consultadas em http://www.abglt.org.br/port/pesquisas.php e em http://www.reprolatina.org.br/site/html/atividades/downloads/escola_sem_homofobia/Relatorio_Tecnico_Final.pdf

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