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MPF abre inquérito civil sobre livro que incita ódio aos homossexuais

MPF abre inquérito civil
sobre livro que incita ódio aos homossexuais



 
Livro "A Estratégia - O plano dos homossexuais 
para transformar a sociedade" é vendido 
por R$ 28,00./Foto: Reprodução


O Ministério Público Federal solicitou inquérito civil público sobre o livro “A Estratégia – O plano dos homossexuais para transformar a sociedade”, de autoria do Reverendo Louis P. Sheldon. O parecer do procurador da República Sergio Gardenghi Suiama acata pedido da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) que alega que a obra “perpetra uma inegável incitação ao ódio, ao preconceito e à discriminação com os homossexuais”.
 
No ofício, a entidade cita especificamente trechos do livro nos quais constam as afirmações: “Os promotores da estratégia, do plano homossexual, são pessoas cheias de ressentimento e ódio, misturados com autorrejeição e vergonha, e não desistirão até que tenham erradicado cada traço de moralidade e autocontenção” e “O problema não é simplesmente o tipo de sexo preferido pelos homossexuais, mas o estilo de vida que abraçam. Doenças, infecções, vícios em drogas e álcool, e ferimentos são comuns. Além disso, a evidência de disfunções sociais e emocionais é igualmente aterrorizante”.
 
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão considerou cabível análise do material com vistas à tutela coletiva dos direitos fundamentais à honra e à dignidade das pessoas homossexuais. O MPF pediu ainda que a publicação de resposta coletiva dos homossexuais proporcional ao agravo encartada no próprio livro ou em jornal de grande circulação e indenização decorrente do dano moral causado à coletividade.
 
O livro foi lançado em março deste ano e trata-se, segundo a editora, de uma publicação de 288 páginas de análise de 33 anos do escritor sobre o tema.

Secretário Geral da ONU e os direitos LGBT



O Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon, disse aos líderes africanos que devem respeitar os direitos LGBT, no seu discurso na abertura de uma reunião de cúpula este domingo.

Ban disse que "Uma forma de discriminação ignorada ou mesmo sancionada por muitos estados há demasiado tempo foi a discriminação baseada na orientação sexual ou identidade de género". Acrescentando que esta atitude levou "os governos a tratar as pessoas como cidadãos de segunda classe ou até mesmo os criminosos".

O Secretário Geral concluiu que é um desafio confrontar estas dicriminações "mas não devemos desistir de as idéias da declaração universal" dos direitos humanos.

O discurso foi proferido por ocasião da XVIII Cimeira da União Africana, em Addis Abeba, Etiópia que reúne mais de 50 nações.

No continente, África do Sul apresenta um ambiente legalmente mais amigável dos LGBT, incluindo o reconhecimento do casamento civil. Mas mesmo assim são relativamente frequentes relatos de violações a mulheres lésbicas e outras situações de abuso.

Alguns países, como o Uganda, já têm leis que criminalizam os atos sexuais entre homens, mas apresentaram planos para agravar penas, incluindo pena de morte. Ainda são claramente mais os casos de países africanos que perseguem as pessoas LGBT do que os que defendem os seus direitos.

O altar da intolerância - Emiliano José

O altar da intolerância - Emiliano José




 

Qui, 08 de Setembro de 2011 


A onda de violência contra LGBTs no país inteiro tem aumentado seu volume e intensidade, mostrando que há um ódio quase que fora de controle e feito vítimas, inclusive, heterossexuais.

Eu fico a me perguntar de onde vem tanta raiva homofóbica, ódio aos homossexuais, tanta intolerância, tanta aversão aos que pretensamente escapam aos padrões da dita ou mal dita normalidade. Será que recorrer a Freud ajudaria, explicaria? Talvez. E se algumas correntes dedicadas a essa cruzada, de matriz medieval, fossem a Freud talvez se surpreendessem com as descobertas, se quisessem descobrir o fundo de tudo isso. Nenhuma dessas correntes, no entanto, se disporá a isso, por indisposição preliminar com o autor, por impossibilidade existencial, por medos atávicos.

Esse tsunami conservador, afora o que vem de mentes castrenses situadas ainda nos tempos da ditadura, é proveniente, em boa parte, de setores considerados cristãos, e nem adianta nominar todos eles, porque conhecidos. Constituem um amplo espectro, a juntar-se numa frente destinada a combater os homossexuais e a incentivar a homofobia, por mais que alguns jurem não fazê-lo. Estariam apenas salvando a família brasileira de quaisquer anomalias, como pretendem rotular as orientações sexuais diversas das pessoas. Não creio, no entanto, que tais ataques venham somente de cristãos. E devem ser analisados num contexto mais amplo.

Para além das formulações teóricas contra a homossexualidade, são muitos os ataques físicos contra homossexuais, violências inomináveis, agressões variadas, e isso não se transforma em escândalo. Há um preocupante silêncio ou, senão isso, uma espécie de aceitação tácita. Uma notícia aqui, outra acolá, e a vida segue, como se tudo isso fosse da rotina, como se fosse aceitável. Como se os homossexuais estivessem recebendo o que merecem. Triste, mas verdadeiro. E isso em um momento em que o movimento pelos direitos de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais cresce em todo o país, com impressionantes movimentações de massa, como a que ocorre em São Paulo todo ano, e em vários outros Estados, e, também, registre-se, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de reconhecer os direitos civis de casais homossexuais. Seria um momento positivo para a população LGBT, e é, mas há o outro lado da moeda, trágico.

Vivemos sob clima pesado

Não creio que possamos tratar isso como algo de somenos importância. E nem creio devamos subestimar isso do ponto de vista da cultura e da política. Digo que existe um caldo de cultura atrás disso. O caldo de cultura da intolerância, a tentativa sempre de descartar todos os que não estejam enquadrados nos códigos conservadores da normalidade. O clima é tão pesado que um pai e um filho foram agredidos porque estavam abraçados em público. A agressão decepou a orelha do cidadão. Claro, foram agredidos porque havia a certeza de que eram homossexuais. O pai esperava a namorada, e enquanto isso demonstrava o carinho pelo filho.

É um clima tão pesado que espectros da área militar, investidos de mandato parlamentar, se dão ao direito de agredir de maneira chula os homossexuais, sem que nada aconteça. O Parlamento também faz ouvidos de mercador, e resiste à possibilidade de criminalizar a homofobia, e essa resistência perpassa vários partidos, até mesmo parcelas de alguns considerados de esquerda. Pesado de tal forma, que jovens, que tenham aparência de homossexuais, são agredidos a golpes de pau nas ruas, sem quê nem pra quê, sem que encontrem explicações para isso, sequer razoáveis, salvo o fato de terem, se tiverem, orientação sexual diversa da considerada normal. E numa proporção assustadora, muitos são mortos, assassinados pura e simplesmente, não raramente com requintes de crueldade.

Cabe dizer que há um sentimento homofóbico na sociedade. Não podemos ignorar isso. O sentimento integra o cardápio de valores de nossa sociedade. Pesquisa realizada em 2009, pela Fundação Perseu Abramo em parceria com a fundação alemã Rosa Luxemburg Stiftung, indicou que a população brasileira acredita que existe preconceito contra travestis (93%), contra transexuais (91%), contra gays (92%), contra lésbicas (92%), contra bissexuais (90%). A maioria, no entanto, atribui o preconceito aos outros, não a si própria, curiosamente. Pela sucessão de agressões recentes, não parece que o problema seja dos outros.

E de onde viria esse sentimento? Quem sabe, de heranças ancestrais, cujas raízes podem estar fincadas no pior que exista da tradição religiosa. Ou então viria de estímulos histórico-culturais mais recentes, provenientes de um caldo de cultura que vem do nazifascismo e que tem se firmado especialmente na Europa dos últimos tempos.
O episódio da Noruega expressou isso com sangue, tragicamente, com dezenas de vítimas inocentes sacrificadas no altar da intolerância. O jovem assassino lamentavelmente encarna uma cultura de direita, presente na sociedade e atualmente em diversos governos europeus. Camerom, Sarkosy e Merkel são expressões destacadas do pensamento de direita e revelam isso, destacadamente, por uma impressionante islamofobia.

Há uma aversão aos diferentes, a todos os que não sejam brancos europeus. Um ódio aos imigrantes. Aos negros, aos muçulmanos, aos árabes, o que for diverso da ideia do europeu professado por essa ideologia que, por menos que se queira, guarda parentesco com o nazismo. Tem um quê de arianismo em tudo isso. E, sem dúvida, tem tudo a ver com racismo. Pretende-se uma limpeza étnica. Ou podemos também dizer que é um retorno a Torquemada. Sem tirar, nem por. É uma triste revisitação do passado, no que ele tem de pior, obscurantista, cruel, perverso.

Alguns poderão dizer "que exagero". Que o sentimento homofóbico, que provoca tantas violências, tantos assassinatos, não tem a ver com o que acontece com a Europa. Creio que tem. É a revelação, no plano da política, de uma visão de direita do mundo. Poderíamos, mas para mim seria temerário pela escassez de conhecimento teórico nesse campo, ir fundo no terreno da psicanálise e buscar outras motivações. Que medo estaria por detrás de tanta raiva aos homossexuais?
Para além disso, das análises especialmente psicanalíticas, que não devo adentrar por insuficiência teórica, arrisco-me a dizer, a Tony Negri e Giuseppe Cocco, que há um medo da multidão. Quanto mais a multidão vai para as ruas, a multidão de homossexuais, mais aguça o sentimento homofóbico presente na sociedade. A multidão gay aterroriza. E por que aterroriza? Essa multidão só tem ido às ruas em festa. E em luta. Luta em defesa de seus direitos, direitos do humano, já consagrados pela ONU, e cada vez mais fixados pela Justiça no Brasil.

A Noel Rosa, a multidão gay não quer converter ninguém, só quer mostrar que faz samba também. E que não vai abrir mão de sua existência, do direito de proclamar o amor que pulsa em seu coração. Que mal faz o amor homossexual a qualquer fundamento da sociedade? Que prejuízos ele traz? A multidão gay só quer dizer que toda maneira de amar vale a pena.

Estamos diante de uma luta político-cultural. Que envolve a trincheira dos valores morais, no sentido amplo da palavra. E é nesse terreno, no terreno da cultura, que se estabelece a hegemonia de uma sociedade. Essa batalha em torno de valores morais deu-se durante a campanha de 2010, com o impressionante ataque que o candidato derrotado, José Serra, fez contra direitos das mulheres brasileiras. Temos que desenvolver a luta política também no campo dos valores.
Não é possível qualquer conciliação com as consequências que a homofobia provoca. Ela é retrógrada e é politicamente perigosa, é caldo de cultura para o desenvolvimento de outras intolerâncias. Caminha na contramão de uma sociedade fraterna, solidária, que seja capaz de congregar a todos, sem a pretensão de que sejam iguais. A homofobia guarda parentesco com o racismo, com todo tipo de exclusão, com o ódio aos diferentes, com a repulsa aos direitos humanos, se coloca contra tudo que um programa político democrático-libertário defende.

Não creio que aos partidos de esquerda, todos, adeptos do Estado laico, defensores da democracia e do socialismo, entusiastas da diversidade, do respeito às diferenças, seja possível ficar indiferentes à luta contra essa cruzada homofóbica, de corte tão conservadora e, não custa usar a palavra que parece antiga, tão reacionária. Essa cruzada nos leva de volta, como já disse, ao medievo trevoso. É preciso reagir politicamente a ela. Estabelecer o confronto, no sentido político-cultural. Opor a ela o Estado laico, o Estado de direito democrático, o direito da escolha das pessoas - todo mundo é livre para desenvolver sua orientação sexual, desde que não prejudique outra pessoa, e ponto.

O que fazer?

Se quisermos tratar as coisas no âmbito religioso, cabe proclamar abertamente que nenhuma religião tem o direito de impor seus valores a quem quer que seja. Nenhuma. Todas as religiões devem ser respeitadas. Todas têm o direito de defender os seus pontos de vista. Nunca de pretender que o Estado siga suas diretrizes. Nunca. Isso acabou já há muito tempo, e talvez possamos lembrar o marco da Revolução Francesa. O Estado democrático tem a obrigação de garantir a liberdade de crença, de todos. E tem a obrigação, também, como Estado laico, de não se submeter a nenhuma. Essa é uma característica do Estado moderno. Não podemos retroagir.

E depois de lembrar isso, defendo que é fundamental a luta dos partidos de esquerda e de todos aqueles que professam o respeito aos direitos humanos em favor da diversidade em sentido amplo, e do direito dos homossexuais, no particular, já que esses têm sido vítimas de tanta violência. O silêncio não é boa companhia nesses casos. E creio que a questão é muito séria para que nos deixemos levar apenas por razões circunstanciais - como a de dizer que a sociedade é conservadora, e que nós devemos tomar cuidado em relação ao assunto para não nos prejudicarmos politicamente. Um pouco de Iluminismo não faz mal a ninguém. Nessa luta, não dá para bancar Pôncio Pilatos.

Uma parcela da Câmara Federal, lamentavelmente, também entrou na cruzada homofóbica, e alguns movimentos parlamentares tiveram a marca da chantagem, sempre liderados por grupos religiosos de variada extração, todos de matriz cristã e envolvendo parlamentares de várias siglas partidárias. Eu não imaginava mais ver esse tipo de ação político-religiosa, pressões de credos religiosos pretendendo constranger o Estado a se curvar diante de suas crenças e convicções. E sei que há uma multidão de cristãos que não comunga com esse tipo de política.

Devemos proclamar que, à falta de iniciativa legislativa, foi corretíssima a decisão do STF de estender direitos a casais homossexuais. Devemos defender a criminalização da homofobia. Sustentar os direitos legítimos dos gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. Assim como defendemos os direitos das mulheres, dos negros, dos índios e de todo o povo brasileiro. Somos diversos, temos diferenças de variada natureza, e devemos saber respeitar e valorizar as diferenças, e com esse respeito, construir uma sociedade cada vez mais solidária, justa e fraterna.

O caminho do silêncio, da omissão política é grave. Ninguém que comungue do pensamento de esquerda ou, ao menos, que se perfile teoricamente numa visão iluminista do mundo, pode se dar ao luxo de ficar de braços cruzados, silente. É inevitável a lembrança de Maiakóvski.

"Na primeira noite, eles se aproximam e colhem uma flor do nosso jardim, e não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua e, conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada".

A mim me basta, e creio que a todo o pensamento progressista e de esquerda, que o Estado continue laico, que se dê a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. É pouco: voltar à Revolução Francesa e a seus princípios fundadores. Só isso. Insista-se também: não é possível abrir mão da luta constante, permanente, cotidiana, em defesa da diversidade, do respeito às diferenças de qualquer natureza. Isso é da essência do pensamento democrático, da continuidade da afirmação da democracia. É uma luta própria da revolução democrática em curso no Brasil.


Emiliano José é jornalista, escritor, deputado federal (PT-BA)

www.emilianojose.com.br, ( emiljose@uol.com.br )

O novo PLC 122: exorcismo de bicha pode, claro

Novo PLC 122: exorcismo de bicha pode, claro

07/07/2011 - 12:04:31



A charge não consta no texto do Mix. 
Fonte: Cartunage


Nunca tive notícias que em outro país do mundo políticos e lideranças evangélicas fossem chamadas para propor uma lei que beneficie a comunidade gay. Minorias _como a de gays, de negros, de mulheres_ protagonizaram suas próprias reinvidicações e as fizeram valer, mesmo que isso demorasse gerações. Imagine se a lei do racismo fosse escrita pela Ku Kux Klan. Ou que para escrever a lei Maria da Penha tivesse sido consultado o cantor Netinho.

Pois é isso que está acontecendo no Brasil com o PLC 122. Como a lei anti homofobia não conseguiu avançar um centímetro dentro do Senado, a relatora Marta Suplicy foi até as lideranças evangélicas da casa _ senadores Magno Malta e Marcelo Crivella, os grandes opositores do PLC 122, além do "moderado" Demóstenes Torres, do DEM_ e costurou um acordo para um novo texto que substituirá o PLC 122. Eu li o novo texto. Ele torna crime e tipifica crimes de fundo homofóbico (em casa, no trabalho, na repartição pública...). Mas, claro, não versa em momento algum sobre a ofensa moral. Piadinha com gays? Pode. "Exorcizar" gays no palco da igreja e transmitir na TV? Tá permitido. Falar que gays são filhos do capeta? Nossa, claro que pode.

O que significa que os motivadores de toda violência homofóbica estão liberados. Só bater, espancar e matar é que não pode. Pode-se criar um ambiente homofóbico generalizado (ou vai dizer que a tiazinha que vê na TV alguém sendo exorcizado por ser gay não gera uma ideia errônea sobre a homossexualidade), mas deve-se permitir que os gays vivam nesse ambiente. Quer dizer: que sobrevivam neste ambiente, que sofram por sua "escolha", mas que não morram, pelo amor de deus, afinal, só "Deus pode matar". Essa nova lei não modifica em nada a cultura homofóbica vigente no Brasil, ela apenas penaliza seus ultra-radicais, os que passaram do limite. Mas a homofobia diária e constante continuarão perfeitamente permitidas em lei. E com um agravante: depois de tanto desgaste político, vai ser difícil alguém querer nesse vespeiro novamente.

Marta

Devo assumir aqui que tenho grande admiração pela Marta Suplicy e também que ela merece meu voto de confiança. Mas seria omisso se não dissesse o que acredito ser um erro histórico: no afã de se aprovar uma lei anti-homofobia (que de fato é urgente) e na impossibilidade de aprovar o PLC 122 (o que é fato notório), recorre-se a uma aliança sem sentido. Será que essa mesma aliança poderia ser feita para aprovar o casamento civil entre homossexuais? É claro que não. Essa aliança diz o seguinte: "olha Marta, você tem sua lei. Olha evangélicos, matar bicha não pode né, a gente é a favor da paz."

Substitutivo

Eu publiquei na segunda-feira última em primeira mão que o PLC 122 tinha sido arquivado. Recebi mais um daqueles bullying cibernéticos que estou mais que acostumado e dos quais tenho a menor sensibilidade. Depois o gabinete da Marta enviou uma carta de esclarecimentos em que ela dizia que nunca tinha falado em "arquivamento". Publiquei a carta na íntegra. Na terça-feira a senadora concedeu uma entrevista ao Mix dizendo que o PLC 122 não havia sido arquivado mas estava quieto (nas palavras delas). Hoje chegou o novo texto com a seguinte título: "Emenda CDH - Substitutivo do PLC 122". Marta diz que o PLC 122 está "quieto", o novo texto é um "substitutivo". Porran, se isso não é estar aquivado, o que seria né....

Escrito por Marcelo Cia
Fonte: Mix Brasil

Haddad nega que material contra homofobia mostrado no plenário da Câmara seja oficial do MEC

Foto Internet: Ministro da Educação Fernando Haddad



QUI, 19 DE MAIO DE 2011 09:20
Ivan Richard*
Repórter da Agência Brasil


Brasília - O ministro da Educação, Fernando Haddad, negou hoje (18) que cartilhas e vídeos com conteúdo contra a homofobia tenham sido distribuídos pelo ministério nas escolas do país. Ele garantiu que o material, produzido para coibir o preconceito contra homossexuais, não é oficial do Ministério da Educação (MEC) e que apenas o que está no site do MEC é oficial.

Haddad deu as declarações depois de reunião que teve com parlamentares das bancadas evangélica e católica na Câmara dos Deputados. O ministro afirmou que material de conscientização contra a homofobia foi produzido a pedido do MEC, mas ainda está em fase de análise antes da publicação.

Antes da reunião, o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) havia apresentado, em plenário, cartilhas que, segundo ele, teriam sido pagas pelo MEC e distribuídas para as secretarias de Educação do país. O deputado criticou o material dizendo que, em vez de combater o preconceito, estimularia o homossexualismo.

"Somos contra qualquer tipo de discriminação. Não achamos que seja justo discriminar quem quer que seja. O nosso desejo é que o material não seja também incentivo para qualquer opção sexual. Dinheiro público não pode financiar a opção sexual de ninguém", afirmou Garotinho.

Segundo Haddad, o material, que ficou conhecido como "kit homofobia", estava sendo produzido há mais de um ano e foi entregue oficialmente ontem (17) ao MEC e, agora, está em análise pela comissão de publicação da pasta.

"Ontem [17], houve a entrega oficial desse material ao Ministério da Educação por parte da ONG [organização não governamental] contratada. A partir desse momento, o material é submetido à comissão de publicação e essa etapa ainda não foi feita. A partir de agora, o debate é interno no Ministério da Educação", disse o ministro.

Ele negou que a cartilha que foi divulgada por parlamentares da bancada evangélica hoje na Câmara tenha sido feita pelo MEC. "O material que vi circulando aqui não é do Ministério da Educação. Vários que foram distribuídos não são do MEC. Vim esclarecer isso. A maioria do material que me foi apresentado [durante a reunião] não é do MEC. Significa que estão atribuindo ao Ministério da Educação um material que não saiu do Ministério da Educação. Todo o material do MEC está em domínio público", afirmou.

Haddad ressaltou que não vê problema na participação de parlamentares no processo de análise do material pela comissão de publicação. Segundo ele, os deputados evangélicos e católicos pediram para participar da discussão antes da publicação do material.

O kit homofobia foi elaborado por entidades de defesa dos direitos humanos e da população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e travestis) a partir do diagnóstico de que falta material adequado e preparo dos professores para tratar do tema. O preconceito contra alunos homossexuais tem afastado esse público da escola, apontam as entidades. A previsão é que o material seja distribuído a 6 mil escolas, o que já provoca resistência em alguns setores da sociedade.


*Colaborou: Priscilla Mazenotti

Edição: Lana Cristina


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO:

It gets worse!
Traduzindo: Só piora!!!

Religiosos pressionam e Dilma suspende "kit anti-homofobia" para escolas





Imagem da internet. Não estava na matéria da EFE. 
Foi acrescentada aqui por Sergio Viula



EFE – qua, 25 de mai de 2011


Brasília, 25 mai (EFE).- A presidente Dilma Rousseff determinou nesta quarta-feira a suspensão da elaboração do "kit anti-homofobia", um material sobre a homossexualidade e o combate à homofobia que seria distribuído em escolas públicas e havia gerado protestos de grupos religiosos.

A polêmica sobre esse material cresceu nos últimos dias, sobretudo depois que o Supremo Tribunal Federal decidiu que a união civil entre duas pessoas do mesmo sexo é equivalente à união heterossexual perante a lei. Grupos católicos e evangélicos criticaram a decisão judicial e alertaram sobre projetos que, segundo afirmaram, pretendiam "induzir" os adolescentes que estudam em escolas públicas à homossexualidade.

Na quinta-feira passada o ministro da Educação, Fernando Haddad teve reunião com parlamentares da bancada evangélica e disse que a pasta não fará mudanças no material que compõe os kits de combate a homofobia.

Porém, nessa quarta-feira o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse que o governo entendeu que "seria prudente não editar esse material". Carvalho explicou que Dilma tomou sua decisão após conversar sobre o assunto com parlamentares de diversas religiões que criticaram o projeto.

O material estava sendo elaborado por empresas contratadas pelo Ministério da Educação (MEC) e seria distribuído ao final de cursos sobre direitos humanos e minorias que devem ser ministrados para alunos do Ensino Médio de escolas públicas.

Segundo o MEC havia antecipado, o material que estava em preparação incluía vídeos que mostravam como o amor surgia entre dois meninos ou entre duas meninas, além de depoimentos de travestis e transexuais sobre suas vidas e relações amorosas.

Carvalho disse que, após conversar nesta quarta-feira com os parlamentares que se opõem ao projeto, Dilma decidiu ainda que "daqui para frente todo material que versar sobre costumes será feito a partir de consultas mais amplas à sociedade".

Fonte: EFE

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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO


Não consigo acreditar que alguém que se elegeu falando tanto sobre direitos humanos, contra ditadura e sofrendo todo tipo de calúnia desses mesmos fundamentalistas, agora faça o jogo deles. Que vergonha para uma presidente que foi aplaudida como um símbolo de nova etapa na mudança de paradigmas desse país. Depois do ex-metalúrgico eleito presidente, ela é a primeira mulher eleita para o cargo máximo do Executivo. Todos e todas esperavam um pouco mais de desprendimento, de autonomia em relação aos vícios de governos antigos, especialmente os da ditadura. Infelizmente, Dilma sucumbe covardemente a esse "lobby" maligno de fundamentalistas alarmistas e promotores de todo tipo de segregação na sociedade.

Eles a ameaçaram usando o suposto esquema Palocci e - ao ceder a essa chantagem - ela acaba dando a entender que haja algo a temer de fato nisso tudo, uma vez que cede aos caprichos do dogma excludente desses fundamentalistas que não estão em busca de justiça, pois se estivessem não negociariam no caso. Eles teriam entrado contra o governo para corrigir a corrupção. Mas, não. Eles usaram um suposto de esquema de corrupção como moeda de troca.

CORRPUTOS! FASCISTAS! FUNDAMENTALISTAS CEGOS PARA O HUMANO E OBCECADOS POR DINHEIRO E PODER!

Isso é o que são esses parlamentares que só buscam o enriquecimento de suas igrejas e próprias contas, mesmo que seja às custas da saúde mental e da integração social de pobres adolescentes que vivem sob o medo de serem eles mesmos por causa do preconceito alheio.

Não se produz homossexuais por cartilha ou video. Não se produz heterossexuais por meio de pregação religiosa ou programa de "reversão" sexual. As pessoas são o que são, e merecem ser respeitadas assim.

O que há de tão assustador na liberdade, na felicidade, na dignidade do ser humano tal como ele é?

Por que estas pessoas embuídas de um poder que não sabem usar em benefício da sociedade como um todo temem tanto a sexualidade?

Que poder libertador, gerador de felicidade e autonomia tem a sexualidade, especialmente quando ela não se submete aos ditames dos neuróticos religiosos e outros moralistas, para assustá-los tanto?

Fica aqui minha conclamação a que todos os professores, sejam da rede pública ou particular, lidem com seus alunos respeitando suas identidades e suas orientações sexuais, criando um ambiente de livre expressão dentro de sala de aula, de respeito em todos os momentos na escola, de troca de experiências, compartilhamento de aspirações, temores, amores, esperanças. Educar não é somente ensinar a ler e a contar. Educar é preparar para a vida e tudo o que ela comporta.

Esses dias uma aluna minha xeretou a internet em busca de informações sobre mim. Ela encontrou o blog e o twitter. Depois, deixou um recado elogiando minha luta aqui. Fiquei feliz em ver a atitude consciente dela e respondi com a maior naturalidade e carinho.

Como é bom não ter o que temer! Não me venderei como o fez Dilma. O dia em que uma empresa ou escola for pequena demais para respeitar a individualidade de seus colaboradores e alunos, ao ponto de não ter lugar mais para mim, tomarei as devidas providências e seguirei em frente. Trabalho não falta para quem sabe trabalhar e ama o que faz!

SEJA VOCÊ MESMO RESPEITANDO O DIREITO DO OUTRO DE SER ELE(A) MESMO(A).

E nunca se esqueçam de que Dilma Roussef, em quem eu também votei (não sei se você votou nela), vendeu-nos aos fundamentalistas. Essa atitude dela é muito mais reveladora de princípios e caráter do que se imagina à primeira vista.

Firma contratada pelo Partido Republicano para derrubar a decisão de Obama de que impedir o casamento entre pessoas do mesmo sexo é ilegal se retira do caso

A firma King & Spalding funciona nesse prédio


1180 Peachtree Street
Atlanta, GA 30309

Fonte: The Associated Press
Tradução e adptação para o blog Fora do Armário: Sergio Viula



O Partido Republicano, considerado conservador e franco opositor aos direitos dos LGBT nos EUA, contratou a firma de direito King & Spalding para construir de modo minucioso um processo contra a decisão de Barack Obama de que impedir o casamento entre pessoas do mesmo sexo é inconstitucional. A firma possui 800 advogados e é reconhecida como líder na área do Direito.

O presidente da empresa, Robert Hays Jr., porém decidiu abandonar o caso depois que grupos de defesa dos direitos gays anunciaram a decisão de fazerem um protesto em Atlanta e começaram uma campanha baseada em telefonemas para clientes da empresa. A King & Spalding é uma empresa conhecida por possuir advogados gays assumidos em seu quadro de funcionários e clientes gays que utilizam seus serviços.

Os conservadores logicamente criticaram a decisão da empresa de abandonar a construção do processo que pretendia convencer os juízes de que o casamento entre pessoas do mesmo sexo era inconstitucional, contrariando a decisão do presidente Barack Obama como líder do Executivo.

A mão de obra recrutada para o "telemarketing" contra o caso e contra a decisão inicial da empresa foi recrutada entre as associações estudantis de alunos gays de faculdades de Direito. Estudantes que estão se preparando para tornarem-se advogados começaram a contatar clientes da empresa para divulgar a decisão da mesma.

O representante dos Republicanos escolhido para coordenar a construção desse processo anti-casamento gay junto à firma de Direito é Paul Clemente, um oficial do Departamento de Justiça (algo como o Ministério da Justiça aqui no Brasil) que trabalhava na administração do ex-presidente George W. Bush.

Paul Clemente que foi mantido por um comitê parlamentar ao custo de $ 520,00 por hora (quinhentos e vinte dólares por hora) disse que vai mudar para outro escritório de Direito a fim de que possa continuar o trabalho.

Governo do Rio de Janeiro: Duas conquistas para os LGBT



Nesta sexta-feira (15) o Governador Sergio Cabral, em reunião no Palácio das Laranjeiras conjuntamente com o Secretário de Assistência Social e Direitos Humanos – Rodrigo Neves; o Superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos – Cláudio Nascimento; o Subsecretário de Comunicação da Casa Civil – Ricardo Cota e que contou também com as presenças do Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro – Eduardo Paes; deu uma importante demonstração de compromisso e respeito à comunidade LGBT: a aprovação da campanha publicitária do Programa Rio Sem Homofobia e a aprovação do decreto que adota o nome social de travestis e transexuais na administração pública estadual para usuários(as) e funcionários(as).

No dia 16 de maio de 2011 haverá uma solenidade do Palácio Guanabara para o lançamento oficial da campanha publicitária do Programa Rio Sem Homofobia, onde serão apresentadas as peças publicitárias e o plano de mídia que abraçará todo o estado fluminense. Também nessa data o Governador assinará o decreto que adota o nome social de travestis e transexuais na administração pública estadual.

Claudio Nascimento comenta a importância desse ato: “Esse é um momento histórico para a comunidade LGBT. Com certeza estamos diante de uma ação sem precedentes na história do Brasil – uma campanha contra a homofobia desta magnitude, envolvendo diversas mídias, num momento em que o debate contra o preconceito e a intolerância, é mais do que oportuna. Como militante gay e agora gestor público, me sinto orgulhoso por participar dessa iniciativa que servirá e muito para mobilizar corações e mentes para o respeito às diferenças.”

Projeto Interagir reunido essa semana no Rio - estive lá a convite de Toni Reis








Ontem, pela manhã, tive o privilégio de participar de uma reunião do Projeto Interagir. O convite foi feito por Toni Reis, e foi uma excelente oportunidade para ter contato com várias lideranças e parceiros de ONGs que lutam pelos direitos LGBT. Fui tão bem recebido que me senti em casa, apesar ter sido a primeira vez que falei pessoalmente com aquelas pessoas queridas. Parece que vem mais por aí... ;)

Fiquei especialmente feliz em ver como o Toni Reis, que é extremamente experiente e bem letrado, gostou de ler "Em Busca de Mim Mesmo". Ele fez várias menções carinhosas ao livro. Também adquiriu mais dois para dar de presente a duas pessoas-chave, uma delas é Marta Suplicy. Portanto, "Em Busca de Mim Mesmo" chega agora ao Senado Federal... ;) Outro querido (no meio da terceira foto acima), cujo nome agora me escapa, adquiriu dois exemplares também. O melhor, porém, foi ter compartilhado experiências e ideias com gente tão produtiva e lutadora.

Abraço a tod@s que estiveram lá ontem. :)

Sergio Viula

Excelente campanha portuguesa de inclusão




A Rede Ex Aequo de Portugal lançou uma excelente campanha de inclusão nas escolas portuguesas. Eles têm um site muito bom.

Dentre os diversos materiais que eles disponibilizam, eu gostaria de destacar os seguintes e incentivar a leitura dos interessados na área de educação inclusiva:

Para professores:
https://rea.pt/arquivo/professores.pdf


Perguntas e respostas sobre orientação sexual e identidade de gênero:
https://rea.pt/arquivo/perguntas.pdf


Para mais informações sobre o projeto, envie email para inclusao@rea.pt

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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO


O Brasil não pode perder a oportunidade de desenvolver projetos inclusivos de qualidade, como é o caso do Projeto Escola sem Homofobia. Tem muita gente ignorante, que nada sabe de pedagogia, psicologia, política (no sentido filosófico do termo), sociologia, e mesmo assim fica dando pitaco homofóbico. Só por aí, já se vê a necessidade da educação inclusiva. Essa gente mal educada não consegue enxergar o valor da boa educação: aquela que constrói uma sociedade igualitária, diversificada, pacífica e produtiva. Traduzindo: uma sociedade justa e feliz!

Deputados, Senadores, Ministros do Supremo Tribunal Federal e Presidente Dilma, é hora de reunir os três poderes e fazer valer a inclusão e a paz nas escolas. Mostrem que os senhores foram bem educados, não só nos conhecimentos específicos de suas áreas de atuação, mas em humanidades também. Aprovem o Projeto Escola sem Homofobia. Não deixem a superstição e a ignorância falarem mais alto do que o Direito.

Portugal está dando um banho de inclusão comparado com o Brasil...

Governo federal defende criminalização da homofobia





A elaboração de leis para criminalizar as ações e o discurso homofóbico, como acontece hoje com o racismo no Brasil, foi defendida pelo secretário nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da Presidência da República, Ramaís de Castro da Silveira. Ele participou, nesta quinta-feira (7/4/11), de audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que teve como objetivo discutir os assassinatos e violências cometidas recentemente contra travestis em Belo Horizonte.

Para Ramaís Silveira, a tipificação de crimes relacionados à homofobia teria um efeito direto na sociedade brasileira, reduzindo as práticas homofóbicas existentes na sociedade hoje. Ele afirmou que o governo federal defende que os legislativos federal e estaduais elaborem legislação condenando as práticas homofóbicas.

Ramaís Silveira lembrou que os assassinatos e a violência contra travestis em Belo Horizonte não são fatos isolados e estão acontecendo em todo o país. "Essa violência é fruto de um preconceito contra uma parcela que representa 10% da população brasileira", considerou. Para ele, apesar de a sociedade brasileira pretender se apresentar como moderna, infelizmente ainda há direitos civis básicos que são negados a determinadas parcelas da população.

O secretário nacional cobrou a adoção de iniciativas de prevenção ao discurso homofóbico por meio da educação e da promoção dos Direitos Humanos. Ele destacou que principalmente os travestis são vítimas de preconceito e marginalização na sociedade e defendeu que a denúncia dessas atitudes preconceituosas seja uma bandeira de toda a sociedade brasileira.

A diretora do Centro de Referência de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais do Estado de Minas Gerais, Walkiria La Roche, lamentou o assassinato dos dois travestis em Belo Horizonte. Ela defendeu que o Estado elabore campanhas de conscientização voltadas para o público LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais). "Hoje são feitas campanhas voltadas para idosos ou para a criança e o adolescente, mas não temos campanhas voltadas para o público LGBT", considerou.

Os crimes - O primeiro crime ocorreu em 26 de setembro do ano passado e teve como vítima Ademir do Nascimento Silva, de 31 anos. Ele levou quatro tiros na esquina da avenida Afonso Pena com a rua Cláudio Manoel, no bairro Funcionários. Em 2 de março deste ano, Gustavo Brandão de Aguilar, de 22 anos, foi morto com nove tiros no cruzamento da Afonso Pena com a rua Maranhão, também no Funcionários.


Discurso da intolerância ganha força na sociedade


Deputados presentes na reunião afirmaram que o discurso da intolerância está ganhando força no Brasil e defenderam um combate efetivo à homofobia. O autor do requerimento e presidente da comissão, deputado Durval Ângel (PT), alertou que os discursos e ataques homofóbicos tem aumentado nos últimos anos no Brasil. "O aumento da intolerância no Brasil é lamentável. Os ataques homofóbicos não são casos isolados", considerou.

Durval Ângelo afirmou que o discurso homofóbico encontra-se hoje disfarçado em um discurso supostamente ético e religioso. "Um exemplo desse discurso pode ser visto na madrugada em vários canais televisivos, nos horários vendidos para igrejas", disse.

Para o deputado, estamos assistindo a um grande retrocesso na nossa sociedade, apesar de o governo federal ter feito esforços para promover a tolerância das diferenças, em especial em relação a defesa da livre orientação sexual. "Entretanto, estamos perdendo a guerra na base da sociedade e as igrejas e os meios de comunicação tem um papel fundamental na divulgação do discurso homofóbico", considerou.

Durval Ângelo defendeu que seja feita uma mobilização envolvendo toda a sociedade e não apenas as associações ligadas à defesa da livre orientação sexual. "Não podemos transformar o movimento em um gueto, pois assim vamos perder a guerra ideológica", afirmou. Ele defendeu o diálogo e a aproximação com a sociedade para combater o discurso da intolerância.

O deputado Rogério Correia (PT) destacou que a questão da defesa da livre orientação sexual é um tema nacional, sendo que está na hora da sociedade enfrentar esse debate e combater a intolerância. O parlamentar afirmou que não há no governo do Estado de Minas Gerais uma preocupação no combate à homofobia, não sendo adotada nenhuma política pública nesse sentido.

Disque-denúncia - Rogério Correia disse ainda que irá apresentar um projeto para implantação de um disque-denúncia contra a homofobia em Minas Gerais. Durval Ângelo sugeriu que o projeto seja repassado aos grupos ligados à defesa da liberdade de orientação social, para que possam apresentar sugestões e aprimorar o texto a ser apresentado na ALMG. Rogério Correia solicitou que a Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da Presidência da República também apresente sugestões ao projeto.


Criação de frente parlamentar em defesa da liberdade de orientação sexual



A criação de uma frente parlamentar voltada para a defesa da liberdade de orientação sexual foi defendia pelo coordenador do Centro de Referência LGBT da Prefeitura de Belo Horizonte, Carlos Magno. Ele falou que alguns deputados estaduais já se manifestaram e apoiaram a criação da frente. "Queremos reunir os parlamentares comprometidos com a defesa dos Direitos Humanos e da liberdade de orientação sexual", afirmou.

A deputada Luzia Ferreira (PPS) lembrou que a luta pela garantia dos direitos dos grupos marginalizados é cotidiana e que ainda há um longo caminho pela frente. Ela também defendeu a criação da frente para a defesa da liberdade de orientação sexual. Nesse sentido, o deputado Rogério Correia sugeriu que os movimentos procurem se mobilizar para criar a frente no âmbito nacional, reunindo parlamentares federais e estaduais.

Também participaram da reunião outros representantes de grupos ligados à liberdade de orientação social, como, por exemplo, a presidente da Associação de Travestis e Transexuais de Minas Gerais (Cellos), Adriana K; e a vice-presidente do Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual (Asstrav), Anyky Lima. Na audiência, apoiadores e militantes da causa e vítimas de agressões puderam se manifestar e apresentar denúncias. Outro assunto debatido foram as declarações do deputado federal Jair Bolsonaro que foram condenadas e classificadas como homofóbicas durante a reunião, assim como os depoimentos dos deputados João Leite (PSDB) e Vanderlei Miranda (PMDB) dados recentemente no Plenário da ALMG.

Requerimento - Foi aprovado requerimento do deputado Celinho do Sinttrocel (PCdoB) solicitando a realização de audiência pública conjunta com a Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social para debater as condições de saúde dos trabalhadores em Minas Gerais e comemorar o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Doenças e Acidentes de Trabalho.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; e Rogério Correia (PT); e deputadas Liza Prado (PSB) e Luzia Ferreira (PPS). Também participou da reunião o coordenador-geral da Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da Presidência da República, Gustavo Bernardes.


Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - www.almg.gov.br

Dilma e Obama: relator LGBT na OEA

No curso de sua visita oficial ao Brasil, o presidente Barack Obama e a presidenta Dilma Rousseff anunciaram que a Organização dos Estados americanos (OEA) irá colocar um «relator especial» para promover e proteger os direitos das pessoas LGBT.




A OEA foi fundada como uma união dos Estados de América do Norte e do Sul, há mais de um século, para assegurar a paz, a solidariedade e a justiça nesse continente.

MANIFESTO DA II MARCHA NACIONAL CONTRA A HOMOFOBIA




MANIFESTO DA II MARCHA NACIONAL CONTRA A HOMOFOBIA

"Nada é mais forte que uma ideia cujo tempo chegou". Vitor Hugo




Igualdade de direitos. Fim da discriminação. Fim da violência. Cidadania plena. Reconhecimento. Respeito. Essas são as nossas reivindicações. Somos milhões de brasileiras e brasileiros, ainda excluídos da democracia e ignorado pelas leis do país.

Somos lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), de todos os cantos do país, de todas as profissões, de todos credos, de todas raças, de todos sotaques, de todas opiniões, de todas etnias, de todos gostos e culturas. Mas temos algo em comum. Não usufruímos nossos direitos pelo simples fato de termos uma orientação sexual ou identidade de gênero diferente da maioria. Somos milhões de cidadãos /ãs de "segunda classe " em nosso Brasil.

Faz 22 anos que o Brasil se democratizou e promulgou a "Constituição Cidadã". Entretanto, em todo esse período, nossa jovem democracia não foi capaz de incorporar a população LGBT. Até hoje não existe sequer uma lei que assegure nossos direitos civis. Não existem leis que nos protejam da violência homofóbica.

A homofobia não é um problema que afeta apenas a população LGBT. Ela diz respeito também ao tipo de sociedade que queremos construir. O Brasil só será um país democrático de fato se incorporar todas as pessoas à cidadania plena, sem nenhum tipo de discriminação. O reconhecimento e o respeito à diversidade e à pluralidade constituem um fundamento da democracia. Enquanto nosso país continuar negando direitos e discriminando lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais não teremos construído uma democracia digna desse nome.

Por essa razão é que a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais - ABGLT, convoca e coordenará todos os/as ativistas de suas 237 ONGs afiliadas e pessoas e organizações aliadas à II Marcha Nacional contra a Homofobia, a ser realizada na cidade de Brasília , em 18 de maio de 2011, com concentração às 9h, na Esplanada dos Ministérios, em frente à Catedral Metropolitana.

O dia 17 de maio é comemorado como o dia internacional contra a homofobia (ódio, agressão, violência, discriminação e até morte de LGBT). A data marca uma vitória histórica do Movimento LGBT internacional. Foi quando a Organização Mundial de Saúde retirou a homossexualidade do Código Internacional de Doenças.

Vamos a Brasília, novamente, para denunciar a homofobia, o racismo, o machismo e a desigualdade social. Temos assistido nos últimos meses ao recrudescimento da violência homofóbica, a exemplo do que ocorreu recentemente em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Ceará, no Paraná e em Minas Gerais. Chama a atenção o fato de que muitos dos agressores não pertencem a grupos de extrema-direita violentos, mas são jovens de classe média, o que demonstra como a homofobia está amplamente difundida em toda sociedade.

O Brasil está mudando. Elegemos um operário e agora uma mulher presidenta da República, que coloca como meta central de seu governo a erradicação da extrema pobreza. A sociedade brasileira não é contra o reconhecimento dos direitos LGBT. A grande oposição à cidadania LGBT vem dos fundamentalistas religiosos. Algumas denominações evangélicas e parte da igreja católica dedicam esforços imensos a atacar permanentemente a comunidade LGBT e bloquear qualquer ação que garanta direitos a essa população.

O Brasil é um país plural e diverso, que respeita todas os credos e religiões, contudo nosso Estado é laico – separamos a religião da esfera pública, isso está garantido constitucionalmente. O movimento LGBT defende a mais ampla liberdade religiosa. Respeitamos todos os credos e opiniões, mas, entendemos que crenças religiosas pertencem à esfera privada - individual ou comunitária. Religião é uma escolha, a cidadania não!

Não aceitamos que dogmas religiosos sejam usados como justificativas para o preconceito e negação de direitos aos LGBT. É preciso assegurar a laicidade do Estado e garantir o respeito à diversidade.

A II Marcha Nacional Contra a Homofobia é, portanto, um grito, um protesto, um manifesto de respeito aos direitos individuais e coletivos.

Queremos igualdade de direitos e políticas públicas de combate à homofobia. Reivindicamos que o Estado brasileiro, de conjunto (ou seja, os três poderes), e em todas as esferas da federação (União, Estado e municípios) incorporem a diretriz de combater a homofobia e promover a cidadania plena para a população LGBT.

Defendemos que:

- o Estado laico seja assegurado, sem interferência dos fundamentalismos religiosos;

- o Governo Federal acelere a implementação do Plano Nacional de Promoção dos Direitos Humanos e Cidadania de LGBT, garantindo recursos orçamentários e o necessário controle social e accountability na sua execução, promovendo a diminuição da homofobia;

- todos governos estaduais e municipais instituam : coordenadorias LGBT, Conselhos LGBT e Planos de Combate à Homofobia;

- o Congresso Nacional aprove a criminalização da homofobia (PLC 122), a união estável e o casamento civil; a alteração do prenome das pessoas transexuais, o reconhecimento do nome social das travestis;

- o Judiciário, em todos os níveis, faça valer a igualdade plena entre todas as pessoas, independente de sua orientação sexual e/ou identidade de gênero;

- o Superior Tribunal de Justiça reconheça como entidades familiares as uniões entre pessoas do mesmo sexo;

- o Supremo Tribunal Federal julgue favoravelmente às Ações que pleiteiam a união estável entre pessoas do mesmo sexo e o direito das pessoas transexuais alterarem seu prenome.

Na ocasião da II Marcha, convidamos a todas e todas para participar do VIII Seminário LGBT no Congresso Nacional, a ser realizado no dia 17 de maio – Dia Internacional Contra a Homofobia – no auditório Nereu Ramos.


Março de 2011

ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais

Jovem espancado em boate por dançar com outro homem

Fonte: UOL CenaG


O estudante Diego Almeida Nascimento, 19 anos, precisou ser hospitalizado depois de ser espancado dentro de uma boate da zona Sul de Joinville, em Santa Catarina. O jovem, que é homossexual assumido, foi atacado por três homens quando estava dançando com um outro rapaz.

“O segurança chegou para nós e disse: ‘veadinho você não pode dançar assim. Aqui não é um local gay’. Então eu pedi para falar com o gerente. Questionei o preconceito e disse que tinha muitos homossexuais ali. Ele mandou os seguranças me colocarem para fora e os três me espancarem”, contou.

As marcas da agressão estão estampadas nos rosto, nas costas e braços de Diego.

Conforme testemunhas, policiais militares estavam no local, mas não teriam feito nada para intervir na agressão. O caso será investigado.

Obama Faz Mudança Histórica sobre Direitos Gays



Obama: Lei Contra o Casamento Gay é Inconstitucional


Numa decisão histórica sobre direitos gays, a administração Obama anunciou que acredita que a Constituição geralmente proibe tratamento desigual de gays e lésbicas, particularmente quando se trata de benefícios federais para casais homossexuais legalmente casados. Eric Holder que tem um cargo equivalente ao de Ministro da Justiça nos EUA disse que o Departamento de Justiça não mais se oporá às demandas legais para a defesa do casamento gay. O Defense of Marriage Act (em português, decreto pela defesa do casamento) foi aprovado pelo Congresso em 1996 para impedir que o governo federal reconhecesse casamentos homossexuais e estendesse a eles os mesmos benefícios concedidos aos casais heterossexuais.

Homofobia em Uganda é financiada e promovida por pastores americanos



Ala da direita americana, pastores do ódio e seus associados em Uganda são responsáveis pelo sangue dos homossexuais ugandenses. Não bastassem os suicídios de jovens americanos, decorrentes do preconceito que eles ajudam a manter nos EUA, eles ainda exportam esse ódio para outros países.


Veja o texto abaixo:


Prezado Roberto,


Pastores dos Estados Unidos estão exportando intolerância para Uganda, com resultados brutais.

Esse é um assunto que toca meu coração, porque eu passei mais de uma década trabalhando pela igualdade com um líder leigo na minha própria igreja, e agora, como diretor atuante no programa de Religião e Fé do HRC (Campanha de Direitos Humanos) – que ajuda líderes religiosos de todos os matizes a falarem em nome da igualdade e contra-atacarem quando o ódio é promovido em nome da religião.

Na quinta-feira, essa perversão da fé custou ao defensor dos direitos gays em Uganda, David Kato, a vida. Ele foi espancado até a morte em sua casa depois que seu nome apareceu entre aqueles listados numa revista (tabloide) anti-gay, sob o título “Enforquem-nos!”.

Desde pelo menos 2009, os missionários Americanos radicais têm acrescentado conferências e oficinas anti-gays aos seus esforços nos EUA – e agora eles estão começando a ordenar ministros e construir igrejas por toda a África Oriental focados quase que totalmente na pregação contra a homossexualidade.

Estes Americanos extremistas não pediram a morte de David. Mas eles criaram um clima de ódio que gera a violência – e eles têm que parar e reconhecer que estão errados.

"Parem de Exportar o Ódio." Assine nossa petição para Carl Ellis Jenkins, Lou Engle, e Scott Lively.

Nós entregaremos sua assinatura a três homens que se desviaram de seu caminho para promover o ódio:



Scott Lively é o pastor de Massachusetts promoveu uma conferência anti-gay em Uganda com dois outros pastores americanos. Alguns meses mais trade, um projeto de lei foi introduzido em Uganda para tornar a homossexualidade punível com a morte.


Lou Engle é um pregador de Missouri que congrega dezenas de milhares nos EUA falou numa concentração em Uganda esse ano, a qual focava sobre orar para que o projeto de lei fosse aprovado. (Engle alega não apoiar algumas partes do projeto de lei, mas documentos internos demonstram que ele veio para falar sobre “a ameaça da homossexualidade”, e defender os esforços do governo ugandense para “coibir o crescimento do vício usando a lei”)


Carl Jenkins é da Georgia e está presidido sobre um grupo que está abrindo 50 novas igrejas em Uganda para “ajudar a limpar a imoralidade, incluindo a homossexualidade”, de acordo com sua equipe.


Eles têm fomentado a hostilidade num país onde a homossexualidade já é ilegal, ataques violentos são comuns, estupro é usado para “curar” pessoas de sua orientação sexual – e uma lei chocante tem sido proposta para tornar a homossexualidade punível com prisão perpétua e até com a morte.

E eles estão associados com alguns dos maiores e mais ricos grupos de direita dos EUA. Quando o congresso Americano considerou a resolução denunciando o grotesco projeto de lei ugandense pela pena morte para gays, o Family Research Council (Conselho de Pesquisa da Família) de extrema direita – agora classificado como um grupo de ódio pelo Southern Poverty Law Center (Centro Legal de Pobreza do Sul) – gastou 25.000 dólares para fazer lobby para impedir que a resolução fosse aprovada.

A religião nunca deveria ser usada para espalhar ódio. Estes homens não falam por mim e outros milhões de seguidores de diversas religiões que apoiam a igualdade, não a despeito de nossa fé, mas por causa dela.

É sobre isso que trata nosso programa de Fé e Religião: ajudar pessoas de todas as diferentes tradições a se pronunciarem de tal maneira que reclamemos o âmago dos valores religiosos que abraçamos na América. ]

No coração de todas as tradições religiosas está o amor pela humanidade e o amor pelo criador – não o ódio contra o próximo. Criar um clima de ódio vai contra a própria ideia de fé – mas é exatamente isso que a ala da direita na América está fazendo.

Diga aos missionários e grupos radicais: “Parem de exportar ódio.”

Quer sejamos pessoas de fé ou não, nós não podemos ficar calados e parados enquanto uma minoria radical promove uma agenda de ódio em nome de Deus. Por favor, apoie-nos e proteste hoje.


Sinceramente,




Sharon Groves
Religion and Faith Program
(Programa de Religião e Fé)



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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO:


O texto acima é fruto da troca de e-mails entre Sharon Groves e Roberto Luiz Warken. Eu já havia denunciado a participação de pastores americanos na promoção da homofobia em Uganda em outro post meses atrás, mas a correspondência trocada aqui dá nome aos bois, como diz o ditado popular.

É dessa fonte suja de promoção do ódio que Silas Malafaia, Magno Malta, Rozângela Justino e pessoas que lideram esses grupos de "reversão" (Exodus, MOSES, Deus se Importa, G.A., etc) têm bebido. O resto você mesmo pode concluir. Refiro-me ao ministério Focus on the Family do Dr. James Dobson, um dos mais ardorosos pregadores anti-gay da ala da direita americana. Esse cara é incensado pelas editoras e pastores evangélicos no Brasil, mas entre outros absurdos, ele foi um dos maiores braços de apoio a George Bush e sua guerra no Iraque. Esses caras adoram ver o circo pegar fogo desde que o picadeiro não seja o deles.

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