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Curitiba: Toni Reis lança livro sobre homofobia na educação (20 de maio de 2015)



Toni Reis lança em Curitiba livro sobre homofobia na educação

Data: 20 de maio de 2015
Local: Curitiba, locais abaixo

O livro “Homofobia no ambiente educacional - o silêncio está gritando” se baseia na tese de doutorado em educação do Prof. Dr. Toni Reis, conhecido por sua luta pelos direitos humanos.

A publicação tem 329 páginas e conta com prefácio da UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, o qual afirma inclusive que “Ainda há muito a ser feito para se chegar a um ambiente educacional que acolha e respeite a diversidade sexual. Por outro lado, há muitas pessoas e instituições trabalhando para que isto se torne uma realidade. O livro Homofobia no ambiente educacional - o silêncio está gritando representa uma contribuição significativa para o conhecimento sobre o problema e para o avanço da resposta brasileira ao mesmo.”  

O livro é dividido basicamente em duas partes. A primeira parte trata de diversidade sexual, educação e estado da arte.  Nesta parte há uma contextualização de atitudes contemporâneas na sociedade brasileira em relação a sexualidade humana e gênero. Para tanto, volta-se ao tempo da Grécia Antiga e as concepções filosóficas quanto a estes assuntos naquela época, uma vez que alguns vestígios delas foram incorporados à filosofia cristã que se sucedeu e que nos influencia até hoje. Na linha do tempo, analisa-se como a homossexualidade passou de um fenômeno aceito dentro de determinados parâmetros na Grécia Antiga e outras sociedades da antiguidade, para se transformar em pecado, crime e, por último, doença, somente vindo a ser retirada da Classificação Internacional de Doenças (da Organização Mundial da Saúde) em 1990.  Acrescentando os fenômenos do patriarcado e do machismo presentes em nossa sociedade, esta viagem no tempo tem por objetivo apontar para algumas das fontes do preconceito contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT).

Continuando na primeira parte do livro, passa-se a fazer uma exposição do conceito de direitos humanos e como, ao mesmo tempo, há tanto avanços quanto retrocessos no reconhecimento e no respeito aos direitos humanos das pessoas LGBT. Por um lado, houve avanços consideráveis nas políticas públicas federais afirmativas para pessoas LGBT na primeira década do atual milênio, seguidos de avanços na esfera do judiciário, como a equiparação da união estável homoafetiva à união estável entre casais heterossexuais e o subsequente reconhecimento do casamento civil de pessoas do mesmo sexo. Por outro lado, os assassinatos de pessoas LGBT e as denúncias em canais formais sobre a violação de seus direitos permanecem em níveis elevados e inaceitáveis. Esta análise continua no livro com uma avaliação dos marcos nas políticas de educação que poderiam contribuir para promover o respeito à diversidade sexual e diminuir o preconceito e a discriminação por meio do conhecimento.   em 2009.

A segunda parte do livro analisa em categorias as falas das 84 pessoas entrevistadas – autoridades, professores/as e estudantes. Acima de tudo, a análise revelou que embora existissem na época da pesquisa diversas iniciativas voltadas para a promoção do respeito à diversidade sexual no meio educacional, como o programa Brasil Sem Homofobia, o curso Gênero e Diversidade na Escola, as disposições sobre educação contidas no Plano Nacional de Políticas para as Mulheres e no Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT, a maioria da comunidade escolar entrevistada as desconhecia, ou seja, não vieram a ser efetuadas sistematicamente nas escolas e nos colégios.

Não obstante, embora muitos dos/das entrevistados/as não estivessem familiarizados/as com o termo “homofobia” na época da pesquisa, a grande maioria soube descrever situações vivenciadas e sentimentos que demonstraram que tinham consciência da existência da homofobia, embora sem atribuir este nome a ela. Exemplos mais marcantes incluem as seguintes falas:

“[Consequências] desastrosas.
... dessas que afetam o ser humano e tal. Ela, puxa vida, destruidor com o tempo da gente, não é só destruição... física, não. É, destruidor... psicológico, emocional.
- É, destrói o ser humano como um todo, né.
...
- A evasão. Evasão da escolar. Baixo rendimento” (Grupo focal com professores(as)).


“- Eu já vi um monte (...) de gente surrando, surrando um viado né, tipo (...) Já, já vi o cara batendo no, no, no cara assim, e o cara caiu no chão. O cara começou a chutar a cara dele (...)  Xingar ele, falou um monte de coisa. Depois ele foi, pego o ônibus e foi embora.” (Grupo focal com estudantes).

“O trabalho deles é lá na BR. Lá morreram até demais de travesti lá, morre muito lá” (Grupo focal com estudantes).

As pessoas entrevistadas também perceberam as dificuldades que podem ser enfrentadas por estudantes LGBT em lidar com a sua orientação sexual ou identidade de gênero e o processo do assumir-se, para si e para os outros. As dificuldades percebidas dizem respeito às relações com a família, ao preconceito, à discriminação, à exclusão e ao efeito adverso disso sobre o rendimento escolar e a permanência na escola, bem como o dano psicológico provocado pela rejeição, incluindo a depressão e o suicídio.

As opiniões dos(das) profissionais de educação e estudantes em relação a pessoas LGBT variaram entre positivas, meio-termo e negativas, pendendo mais para o lado negativo.  As práticas dos(das) profissionais de educação diante de atitudes discriminatórias e práticas homofóbicas geralmente se caracterizavam como ações pontuais em face de situações que surgem, mas não de um processo contínuo de educação para o respeito à diversidade.

Também ficou manifesta a existência de muito preconceito:

“eu gostaria muito de saber isso, se é genético, se é sem-vergonhice, o que que é, se é carência”; “viadinho”; “bicha louca já é desmunhecada, ela quer ser a estrela, ‘ai, ai, ai, ai’”;  “ela [a lésbica] pega a figura feminina, estraçalha, se torna barriguda como um homem bebedor de cerveja, cabelo curto, aquele andar todo...”; “O problema é travesti... travesti constrange” (falas diversas em grupos focais com professores(as)).

O livro conclui fazendo uma série de recomendações para reverter o quadro encontrado, em especial a formação inicial e continuada para professores(as),  materiais didáticos de apoio e uma mudança de enfoque, deixando de abordar a diversidade sexual como uma questão biológica e incluindo-a na área do ensino sobre direitos humanos. 

Lançamento

A fim de facilitar o acesso de profissionais de educação e outras pessoas interessadas, o lançamento será realizado em três sessões no dia 20 de maio de 2015:

Sessão 1 – 08h00 – Auditório do Mercado Municipal, Rua da Paz, esquina com a Sete de Setembro, em cima do mercado de orgânicos

Sessão 2 – 13h30 – Auditório do Mercado Municipal

Sessão 3 – 18h30 – Centro de Formação Continuada da Secretaria Municipal da Educação, Rua Dr. Faivre, 398


O livro está sendo publicado pela Editora Appris e pode ser encomendado pelo site da mesma: 
https://editoraappris.com.br/produto/homofobia-no-ambiente-educacional-o-silencio-esta-gritando/



Informações adicionais

Toni Reis: (41) 9602 8906
Editora Appris: (41) 3030 4570 / 3203 3108

Curitibanos, evento esse final de semana (10-13 de fevereiro)

GAYS da região sul se reune em Curitiba para definir respostas
à epidemia da aids na comunidade


O Curso, que enfoca políticas públicas e atividades de prevenção, conta com participantes do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

Começou hoje (10/02) em Curitiba o primeiro de sete cursos de 40 horas para lideranças gays de todo o país. Os cursos fazem parte do Projeto Interagir “Ações de Advocacy em HIV/Aids para a comunidade de gays e outros HSH”, cujo objetivo é contribuir para o enfrentamento da epidemia e redução da incidência do HIV/Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis (DST) entre gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH), por meio da qualificação de organizações da sociedade civil em ações de advocacy e prevenção.

O projeto é financiado pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde e é executado pela Associação Paranaense da Parada da Diversidade (APPAD) em parceria com sete organizações das cinco regiões do Brasil e com o apoio da rede regional ASICAL – Associação para a Saúde Integral e Cidadania na América Latina. Em Curitiba, a realização do curso conta com o apoio das Coordenações Municipal e Estadual de DST/Aids.

Os demais seis cursos serão realizados até o final de abril, nas cidades de Campo Grande, Salvador, Recife, Alfenas-MG, Rio de Janeiro e Belém do Pará.

Os cursos enfocam dois aspectos principais: advocacy (incidência política) no Executivo e no Legislativo, a fim de garantir o aumento de ações e recursos financeiros no enfrentamento das DST e HIV/Aids entre a população de gays e outros HSH, bem como aprovar legislação que promova sua cidadania e direitos humanos da comunidade LGBT. O segundo aspecto é a própria prevenção junto a esta população. Ao final do curso, os participantes terão elaborado um plano de advocacy junto ao Executivo e Legislativo, e um plano de prevenção, ambos para implementação nas cidades e estado onde moram.

Segundo dados do Ministério da Saúde, os casos notificados de aids nas categorias de transmissão homo e bissexual estão estabilizados em um patamar relativamente estável, porém elevado – dado o tamanho da população específica – de em torno de 4 mil casos por ano, representando 13% do total anual de casos novos de aids. Um fator que causa preocupação é que existe uma leve tendência de aumento entre jovens gays na faixa dos 13 a 24 anos. O risco relativo de infecção por HIV entre gays é 11 vezes maior quando comparado a homens heterossexuais, e o risco relativo de desenvolver a aids é 18 vezes maior que entre estes últimos. O Ministério atribui esta vulnerabilidade acrescida em parte à homofobia na sociedade como um todo, o que também pode levar ao acesso limitado a serviços de saúde em função da estigmatização.

Apesar dos dados epidemiológicos, o valor médio destinado a ações de prevenção junto à população de gays e outros HSH nos Planos de Ações e Metas dos estados e municípios contemplados pela Política de Incentivo do Ministério da Saúde foi de apenas 4,22% do total para prevenção no ano de 2009. A Política de Incentivo é uma forma de financiamento fundo a fundo (do Fundo Nacional de Saúde para os 27 Fundos Estaduais e em torno de 400 Fundos Municipais de Saúde) especificamente para ações de enfrentamento da epidemia das DST e Aids, dentro do processo de descentralização do Sistema Único de Saúde. As estratégias de advocacy definidas no curso visam à atuação junto às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde para que haja mais recursos e intensificação das ações de prevenção, diagnóstico e atenção junto aos gays e outros HSH. Também tem o objetivo de promover a efetiva implantação nos estados do Plano Nacional de Enfrentamento da Epidemia de Aids e das DST entre Gays, HSH e Travestis.

Os participantes do curso em Curitiba e dos cursos nas demais cidades já participaram de um curso virtual (via internet) sobre advocacy e prevenção, também disponibilizado através do Projeto InteraGir. Os cursos presenciais têm o propósito de aprofundar os conhecimentos já adquiridos e também ampliar a abrangência do projeto para além dos sete municípios e estados nos quais o Projeto já vem sendo desenvolvido.

As sete organizações que atualmente executam o Projeto são: Centro Paranaense da Cidadania, de Curitiba (PR), Movimento Gay de Alfenas (MG); Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual, de Belo Horizonte (MG); Instituto Papai, de Recife (PE); Grupo Liberdade Igualdade e Cidadania Homossexual, de Feira de Santana (BA); Grupo Homossexual do Pará, de Belém (PA); e Associação de Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul.

Serviço:
Data: 10 a 13 de fevereiro de 2011
Local: Hotel Centro Europeu, Rua João Negrão, 780
Horário: 09 às 18 horas.

Informações adicionais:

Márcio Marins – Presidente da APPAD – (41) 3222 3999 – (41) 9109 1950

Toni Reis – Coordenador Geral do Projeto – (41) 9602 8906

Alberto Alexandre – Ponto focal do Projeto Interagir na Região Sul – (41) 9915 6520 / 9688 5683

Igor Francisco – Presidente do CEPAC (ONG Ponto Focal na Região Sul) – (41) 9957 2181

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