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Segundo dia dos pais com pandemia

Dia dos pais na pandemia: Um misto de tristeza e alegria



 Por Sergio Viula


A pandemia da Covid-19 estourou no Brasil no início de 2020. Isso significa que esse ano, estamos comemorando o dia dos pais pela segunda vez em meio a esse pandemônio. Nesse meio tempo, muitos pais morreram e muitos filhos, idem. 

Esse 08 de agosto não será o melhor dia dos pais para muita gente, como você já deve saber. Porém, o que muita gente não sabe é que a Covid-19 matou mais homens do que mulheres - o que significa que existem menos pais vivos hoje. Portanto, que filho vai comemorar esse dia do mesmo jeito tendo enterrado seu pai? Que pai vai comemorar esse dia do mesmo jeito tendo enterrado seu filho ou sua filha? E no caso das famílias homoparentais como a do Paulo Gustavo, o dia será um misto de tristeza e alegria - tristeza pelo pai que morreu e alegria pelo pai que continua vivo e amando aqueles dois pimpolhos.

De acordo com uma reportagem publicada pelo site UOL (https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/bbc/2020/11/24/por-que-mais-mortes-entre-homens-por-covid-19-e-misterio-para-a-ciencia.htm) com "informações coletadas até 2 de novembro pela plataforma Global Health 50/50, um banco de dados internacional voltado à igualdade de gênero na saúde, mostram que 57,2% dos 36.805 que morreram pela covid-19 na Itália eram do sexo masculino. No Equador, eles eram 66,4% dos 12.181 óbitos. No México, 64% dos 89.171 mortos."

O relatório continua e mostra países onde o índice de mortos entre homens foi mais que o dobro: 

"E há países onde mais que o dobro de homens morreu em consequência da doença. É o caso do Peru, onde 69,4% dos 34.187 que morreram eram homens."

Portanto, se você ainda tem seu pai, garanta que ele seja vacinado contra a Covid-19 e que ele continue usando máscara quando tiver contato com outras pessoas. Faça o mesmo. 

Se seu pai foi amoroso e participou de sua vida e criação, retribua esse amor e esse cuidado. Caso contrário, sinta-se livre para seguir com sua vida junto daqueles que o/a amaram e cuidaram de você sem olhar para trás. 

Quanto a mim, alegro-me pelos dois filhos que tenho - Larissa e Isaac (em ordem cronológica), e agora ainda tenho um motivo a mais para me alegrar - serei avô de Clara em outubro. Portanto, esse ainda não será o primeiro dia dos pais para o Vitor, assim como esse ano não foi o primeiro dia das mães para a Larissa, mas ano que vem, cada um a seu tempo, poderá experimentar a alegria de receber um "feliz dia dos pais" e um "feliz dia das mães" com tudo o que eles têm direito. ^^


Aos pais que sempre amaram seus filhos biológicos ou adotivos, especialmente aos pais de filhos LGBT+ que se orgulham deles em todos os sentidos, parabéns! Aos pais gays, bissexuais, transgenêros, assexuais, queer, etc. que amaram e amam seus filhos biológicos ou adotivos, parabéns ainda mais purpurinados. A paternidade de vocês é um ato de amor revolucionário!


Leia:

Não aprenda a ser pai com a Bíblia. Veja por quê.

https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/2015/08/nao-aprenda-ser-pai-com-biblia-veja-por.html 


Dia dos Pais: um podcast.


Uma mensagem sobre paternidade.
Ouça esse podcast dividido em duas partes.


Primeira: https//t.co/SOHQiTumme


Parte final: https://t.co/tCQCBcpkIs

ONU Brasil: Pai de um milhão - uma mensagem para o Dia dos Pais válida para todos os dias e para as mães também

ONU Brasil adicionou um novo vídeo: 
Avelino, o pai de um milhão.


Pessoas LGBT não são as únicas vítimas da homofobia e da transfobia. Avelino Mendes é um pai que perdeu o filho, Lucas Fortuna, para a violência homofóbica em 2012. Ainda assim, ele se recusou a deixar a memória do filho desaparecer em meio às estatísticas.

Desde a morte de Lucas, Avelino tornou-se um ativista no Brasil, ajudando famílias a aprenderem a aceitar e amar seus filhos e filhas LGBT. Avelino diz que perdeu Lucas, mas que a militância o fez ganhar milhões de filhos e filhas em todo o Brasil. Ele gostaria que todos os pais conseguissem entender que ter um filho ou filha LGBT não é algo triste: “pode ser a maior alegria do mundo”. 

United Nations Free & Equal: https://www.facebook.com/free.equal/
ONU Brasil: https://www.facebook.com/ONUBrasil/
UNFE: https://www.unfe.org/pt



Vídeo no Facebook: https://www.facebook.com/ONUBrasil/videos/1129731780444644/


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO

Tive o privilégio de conhecer Avelino pessoalmente e partilhar com ele de uma Parada LGBT em Copacabana lembrando do filho dele (Lucas Fortuna) e protestando contra a homofobia e a transfobia. Todos os homens nessa manifestação vestiram saias, inclusive ele e eu - os dois veteranos do grupo. Isso foi feito, porque Lucas costumava fazer manifestações assim contra as políticas segregacionistas de gênero.

Lucas Fortuna, filho de Avelino Fortuna.


Nesse dia dos pais, muitos pais chorarão a falta de seus filhos mortos pelo ódio alheio.

Avelino Mendes Fortuna, tua participação nessa luta é de inestimável valor. 

Beijo e força, meu caro.


Avelino Mendes Fortuna no FB: https://www.facebook.com/avelino.fortuna

NÃO APRENDA A SER PAI COM A BÍBLIA. Veja por quê.



NÃO APRENDA A SER PAI COM A BÍBLIA.

E veja por quê.

A maioria das pessoas acredita sinceramente que a Bíblia seja uma excelente fonte de inspiração e de aprendizado para tudo na vida, especialmente quando se trata das relações familiares. Bem, nada poderia estar mais distante da verdade do que isso, e sendo hoje o dia dos pais, acho que seria muito oportuno visitar alguns “amiguinhos” bíblicos.

Abraão, por exemplo, mandou seu filho Ismael com a mãe, que era escrava de Sara, sua esposa, para o deserto sem qualquer logística de sobrevivência, apesar de ser podre de rico. Ele sabia que seu filho estava sendo enviado para a morte, mas o fez assim mesmo. Não interessa a historinha do anjo que “providenciou” água nem o que mais tenha inventado a imaginação humana para justificar a expulsão e o subsequente retorno da escrava com seu filho. O que importa aqui é que Abraão foi um tremendo canalha.

Isso aconteceu depois que Sara lhe deu outro filho, Isaque, a quem o velho Abraão, supostamente sob as ordens de deus, levou para sacrificar no monte Moriá. A Bíblia tenta dar toda uma explicação “espiritualizada” para esse absurdo, mas é óbvio que isso estava mais para surto psicótico do que para qualquer teste de virtude. Isaque seria sacrificado como muitos povos faziam a seus inúmeros deuses. Aliás, o deus dos judeus não era melhor que qualquer deles, porque também recebia oferendas semelhantes, inclusive prescritas pelas leis do Levítico: animais sangrados até a morte, cereais, azeite, etc.

Assim sendo, um dos mais importantes personagens bíblicos revelou-se como um desprezível filicida. Claro que se pode dizer que ele não chegou às vias de fato. Afinal, Ismael (o filho de Agar) e Isaque (o filho de Sara) viveram para formar numerosos povos, mas Abraão foi longe o bastante para sabermos que ele acreditava que pudessem existir bons motivos para matar um filho, como no caso de Isaque em que ele chegou a pegar o cutelo para sangra-lo, sendo supostamente impedido por deus, e como no caso de Ismael, quando ele o expulsou de casa sabendo que morreria no deserto. Detalhe: em ambos os casos os filhos eram extremamente jovens, portanto, vulneráveis.

A expulsão de Ismael: https://www.bibliaonline.com.br/acf/gn/21/10

A quase imolação de Isaque: https://www.bibliaonline.com.br/acf/gn/22/6

A história de Ismael não é alvo de atenção dos escritores bíblicos. E isso por uma simples razão: todos os escritores bíblicos vieram da descendência de Isaque. Guerrinha de famílias determinando muito do que se pode dizer e ouvir, escrever e ler. Por isso, não sabemos exatamente que tipo de pai foi Ismael, mas sobre Isaque, podemos dizer que não foi nada exemplar.

Para começar, Isaque demonstrava preferência pelo seu filho Esaú. Talvez como forma de compensação, Rebeca tinha em Jacó o seu queridinho. A tensão entre os dois irmãos só fazia crescer, de modo que até mesmo no leito de morte, Jacó usou de um subterfúgio para enganar seu pai e tomar a bênção que seria de Esaú. Isso porque a preferência de Isaque por Esaú encontrava respaldo num dispositivo de discriminação sacralizado entre o povo judeu sob o eufemismo de “direito à primogenitura” e também como “a bênção do primogênito”. Detalhe: Esaú só era mais velho que Jacó por minutos, porque eles eram gêmeos. Por ter “roubado” a bênção do irmão, valendo-se da cegueira do pai, Jacó teve que fugir para não ser morto por Esaú, só sendo perdoado muitos anos depois, porque o irmão ainda foi generoso o suficiente para isso.

Não foram suficientes as mancadas de seu avô (Abraão) e de seu pai (Isaque) para que Jacó aprendesse a ser um pai melhor. Ele também demonstrava afeto especial por José, seu filho mais novo. Vale lembrar que Jacó teve filhos com várias mulheres: duas esposas que eram irmãs (!!!) e as escravas delas, totalizando quatro mulheres. E do mesmo jeito que elas competiam entre si, seus filhos também eram tratados com níveis diferentes de apreço – o que culminou na venda de José pelos próprios irmãos para uma caravana de mercadores a caminho do Egito.

Deixando os patriarcas de Israel para trás, eu poderia falar de Samuel, metido a grande profeta, mas péssimo pai. Poderia falar de Saul que desprezava seu filho Jônatas por seu amor a Davi. Poderia falar de Davi que teve vários filhos, mas era um guerreiro ambicioso que só queria acumular terras e tesouros, negligenciando todos eles. Tanto que seu filho Absalão acabou se revoltando contra ele, sendo morto num confronto com os soldados do pai. Além disso, Davi dava preferência à Salomão em termos de sucessão, mesmo ele não sendo o primeiro filho e nem o filho da primeira mulher. Salomão era filho de Bate-Seba, mulher de Urias, com quem Davi se casou depois de acabar com a vida do marido dela. E mesmo assim, Davi quase não transferiu o reino para Salomão, apesar de já estar nas últimas no leito de morte. Depois, o próprio Salomão teve mais mulheres que qualquer rei de Israel e certamente teve mais filhos do que os próprios escritores bíblicos foram capazes de registrar, sendo o principal deles Roboão, que considerava o próprio pai um homem que explorava severamente os súditos e os povos subjugados, como se pode ver no versículo abaixo:

E falou-lhes conforme o conselho dos jovens, dizendo: Meu pai agravou o vosso jugo, porém eu o aumentarei mais; meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões. 2 Crônicas 10:14

E foi por causa disso que o povo se rebelou contra Roboão, filho de Salomão, herdeiro do trono, que acabou rachando o reino de Israel em dois e ficando com a menor parte.

A lista continua, mas já podemos ver que tipos foram os patriarcas, os reis e os profetas só por essa mostragem.

Por isso, digo sem receio que se alguém quiser aprender a ser bom pai, a primeira coisa que deve fazer é não seguir os conselhos bíblicos nem os exemplos de seus personagens. Entre os mais sórdidos ensinamentos, está de assassinar o filho que simplesmente maldisser seu pai ou sua mãe, e o estímulo ao espancamento como forma de disciplina, porque filhos, assim como esposas, eram considerados objetos de propriedade do pai ou marido.

A lógica é a mesma: a vontade do pai/marido vai prevalecer nem que seja na base da porrada, como diz o livro de Provérbios:

A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da correção a afugentará dela. Provérbios 22:15

Ah, e não é coisa só de Velho Testamento, não – o que já seria bem desprezível. A ideia do filho morrer por causa de algum momento de rebeldia está no Novo Testamento também, porque em se tratando de Bíblia, o absurdo não pode parar:

Quando um homem amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe, certamente morrerá; amaldiçoou a seu pai ou a sua mãe; o seu sangue será sobre ele. Levítico 20:9

E quem amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe, certamente será morto. Êxodo 21:17

Porque Deus ordenou, dizendo: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser ao pai ou à mãe, certamente morrerá. Mateus 15:4

Porque Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e quem maldisser, ou o pai ou a mãe, certamente morrerá. Marcos 7:10

O Novo Testamento tenta amaciar o tom, dizendo “honra teu pai e tua mãe para que se prolonguem teus dias…”, mas, na verdade, essa estratégia eufemística visava a verter a ideia de ” para que não sejam encurtados os teus dias” em “para que se prolonguem teus dias”. São duas coisas bem diferentes e só servem para confundir o leitor a respeito da pena de morte para quem simplesmente amaldiçoasse ou dissesse mal de seus pais, conforme lei instituída por Moisés e seus comparsas.

Só que não para por aí. Nem deus escapa. Esse deus pai, que é projeção da mente dos homens que estabeleceram as regras do jogo entre os judeus, não podia ser diferente da neurose que o criou, é claro.

Deus é tão egoísta, sanguinário e concentrado em como manter sua reputação diante de terceiros como qualquer desses maus pais das escrituras bíblicas. As maldições e castigos que ele promete, ao menor sinal da menor desobediência ou descuido, revelam muito de seu caráter sanguinolento. O clímax foi não ter poupado seu próprio filho, e único, como diz João 3:16.

Um pai que envia para o castigo mais terrível e desprezível seu filho unigênito – que ainda por cima é inocente – não pode ser bom exemplo para pai algum. Não bastasse isso, ele ainda manda para o inferno aqueles que não entenderem ou não aceitarem tal plano absurdo – o que, paradoxalmente, torna a crucificação do próprio filho inútil e desnecessária para cada um desses bilhões de condenados, sendo muitos deles eternamente punidos por não entenderam a economia judaico-cristã de salvação.

Indubitavelmente, o cristianismo é construído sobre uma terrível concepção de paternidade.

Assim, fica a dica: quer ser um bom pai? Apenas ame incondicionalmente.

Oriente seu filho ou filha com carinho, passe tempo de qualidade com ele e com ela, entenda que eles não são propriedades suas e nem extensões de você mesmo, muito menos uma espécie de segunda chance para ser bem-sucedido em coisas que você não fez ou nas quais fracassou na vida quando tinha a idade deles.

Seus filhos são PESSOAS. São INDIVIDUALIDADES. São autores de suas próprias biografias. Você pode e deve participar, mas jamais determinar o que eles serão e farão de si mesmos.

Ao mesmo tempo que isso assusta, também liberta.

Assusta, porque a maioria dos pais acha que pode e sabe mais do que podem ou sabem de fato; liberta, porque você não é responsável pela maior parte das coisas que seus filhos farão na vida, especialmente se você tiver sido um pai presente, amoroso e compreensivo nos anos da infância e adolescência.

Lembre-se, eles são indivíduos autônomos, seja para o melhor ou para o pior. E você não pode e nem deve assumir a parte que é só deles.

Resumindo, pais que não atrapalham já ajudam muito. E pais que jogam para longe de si as neuroses do patriarcalismo, das quais essas escrituras judaico-cristãs são produtos e produtoras ao mesmo tempo, terão chance de serem pais melhores.

Felizmente, entre aqueles que atribuem à Bíblia alguma importância, existem muitos que não a obedecem ao pé da letra. Isso pode explicar como puderam ser melhores pais do que os próprios pais da Bíblia e do que o pai “divino” de Jesus, apesar de acreditarem ter tirado dessas escrituras algum ensinamento útil ao exercício de sua paternidade.

A palavra pai já foi usada para muita bobagem. Cito três casos:

1. O diabo é o pai da mentira (quem mente são os homens, especialmente aqueles que afirmam a existência do diabo);

2. Deus é o papai do céu (desse pai, todos somos e sempre fomos órfãos por razões óbvias);

3. Em dezembro, as crianças são presenteadas pelo Papai Noel (invenção humana, assim como as duas anteriores).

Que tal sermos pais de verdade de filhos que são de verdade? Não somos miniaturas de deus e eles não são cópias gorduchas de anjos. Não somos seus criadores nem seus donos e eles não são nossos eternos aduladores sob pena de banimento de nosso suposto paraíso particular.

O que você nunca vai aprender com as escrituras judaico-cristãs e dificilmente vai extrair de outras crenças religiosas, mesmo que elas estejam recheadas de palavrinhas encantadoras como “deus é amor”, “o amor é o cumprimento da lei” para disfarçar um rosário de erros imperdoáveis em suas páginas e doutrinas, inclui o seguinte, mas essa lista pode ser acrescida de muitas outras:

1. Criar os filhos para serem autônomos;

2. Ajuda-los a desenvolver o pensamento crítico;

3. Fomentar uma atitude ética para com a vida, inclusive uma capacidade maior de empatia em relação ao próximo e aos animais;

4. Prepara-los desde a infância para viverem livres de sentimentos discriminatórios em relação a raça, religião, cultura e orientação sexual;

5. Instigar a curiosidade científica;

6. Desarmar mecanismos sociais e culturais de “demonização” do corpo, de desprezo ao mundo que nos rodeia;

7. Cria-los num ambiente de afirmação da vida e do prazer que a acompanha, sem a negação da dor que muitas vezes nos atinge, mas pensar em como supera-la ou transforma-la em força.

Pais inteligentes e amáveis se preocupam em viver e educar assim, em vez de perder seu tempo ouvindo o que padres, pastores e outros líderes religiosos afirmam ser a “vontade de deus” ou dos deuses para a vida de seus filhos. Entre as maiores loucuras que alguns pais já fizeram por darem ouvidos a esses supostos “iluminados” ou “ungidos”, estão a recusa de tratamento médico, a recusa de vacinação (como vimos novamente há pouco com a vacinação contra o HPV em meninas de até 13 anos), o home schooling (educação escolar em casa para evitar o ensino científico e/ou inclusivo), a proibição de acesso à cultura popular infantil (filmes, desenhos, jogos, etc), o espancamento, o exorcismo, a pressão para que essas crianças ajam como pequenos mensageiros de deus, inclusive fazendo supostos milagres , etc.

Ser um bom pai inclui proteger as crianças desses predadores de consciências e corpos. Que tipo de pai você quer ser? Pense bem antes de responder.

Feliz dia dos pais!

*Sergio Viula é pai de dois filhos, uma com 23 anos e outro com 20 anos na data desse post.

DIA DOS PAIS, DAS MÃES, NATAL E CONGÊNERES

CANSADO DE DIA DOS PAIS, DAS MÃES, NATAL 
E CONGÊNERES


Honestamente, não parei para pensar mais que três minutos antes de escrever esse post. Escrevo simplesmente a partir de um certo cansaço de certos costumes sedimentados, sempre às custas de muita propaganda porque interessa vender, como a celebração do Dia dos Pais, Dia das Mães e Natal. Tem coisa mais chata do que TER que comprar presentes, TER que planejar almoços ou sair para almoçar, TER que ver a cara de um monte de gente que você geralmente pagaria para não ter que encontrar? Sinceramente, não há datas mais estressantes do que essas.

Pior ainda, é ver um monte de gente falando em pai ou em mãe, e o seu já ter morrido. Ou o pai e a mãe ainda estarem vivos, mas sem filho, porque o que eles tinham já morreu. Isso é uma tortura. Até falar em sala de aula sobre isso é extremamente temerário, sensível. E como se não bastasse o sofrimento dessas pessoas nos Dia dos Pais, Dia das Mães, Natal, ainda tem o Dia de Finados para enterrar ainda mais o pobre coitado numa tristeza que mistura saudade, revolta e depressão, dependendo do perfil do indivíduo ou de como se deu sua perda.

Meu dia dos pais vai ser simples, mas nada divertido. Estarei com meu pai Estarei com meu filho e provavelmente com minha filha. OK, sou um dos poucos sortudos que, aos 45 anos, ainda tem pai e mãe e, mesmo sendo gay, tem dois filhos. Isso não é problema. O problema é ter que passar tempo com outras pessoas que vêm a reboque e que não me interessam minimamente e poderiam respirar bem longe de mim.

Em vez de ser um momento de descontração, esse tipo de ‘celebração’ acaba se tornando MAIS UM compromisso numa agenda que já tem UM PORRADA de outros nem sempre agradáveis para cumprir.


Qualquer semelhança é... parentesco mesmo.


Amo meus filhos, amo meu pai. Eles também me amam. E todos nós temos defeitos ou características que não se encaixam perfeitamente no modo de pensar uns dos outros. Isso é uma típico de qualquer grupo social, inclusive a família. Existem, porém, aqueles que têm ou tiveram pais ou mães que não perderiam nada para os maiores psicopatas do cinema. O que faz uma pessoa assim diante de tanta pressão social para reconhecer as qualidades do progenitor?

Bem, eu prefiro abraçar meu pai e meus filhos à hora que eu quiser – e olha que eu faço muito isso – a ter que cumprir uma agenda social só porque todos os MACAQUINHOS estão fazendo a mesma coisa e, como eu sou MACAQUINHO também, preciso fazer isso senão a MACACADA fica absolutamente transtornada diante da exceção.

E TUDO ISSO SE TRATA APENAS DE MOVIMENTAR O COMÉRCIO E ESCOAR A PRODUÇÃO INDUSTRIAL. Nós é que fazemos o nosso melhor para dar a essa data uma aura de afetividade. JÁ É TRABALHO suficiente para quem pode e deve amar o ano todo e de muitas maneiras diferentes, dispensando completamente essas formalidades desgastantes que sempre atraem algumas moscas indesejadas à mesa do almoço.

DIA DOS PAIS. O TEMPO VOA. VEJA SÓ.

DIA DOS PAIS 2013


Eu e meus filhos



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Evangélico e militar, pai conta como encarou a homossexualidade do filho


Pais e filhos: relação fortalecida em família



HELOÍSA NORONHA
Colaboração para o UOL


Foto 1 de 7 - O industriário Ricardo Reder, 48 anos, conta que o fato de seu filho Victor ter admitido ser homossexual, há cerca de dois anos, caiu como uma bomba na família Bob Donask/UOL

Receber a notícia de que o filho é homossexual é um acontecimento que pode abalar as estruturas de uma família, por mais que ela se considere aberta às diferenças. É mais fácil lidar com as piadinhas maldosas quando tudo não passa de suspeita e falatório. Mas o cenário muda depois de um irrefutável: "Pai, eu sou gay".

Para o industriário Ricardo Reder, 48 anos, de Santana do Parnaíba (SP), o fato de Victor ter admitido ser homossexual, há cerca de dois anos, caiu como uma bomba. "Pertenço a uma família tradicional do interior de Minas Gerais, de uma cidadezinha pequena. Imagine, para mim, o que essa descoberta causou", admite. O garoto, hoje com 18 anos, ficou tão perturbado com a reação dos pais que decidiu buscar abrigo na casa da avó. "Você nunca acha que tem preconceito, até a realidade tomar conta da sua vida", diz Ricardo.

Preconceito superado



"Aceitar meu filho incondicionalmente me fez uma pessoa mais feliz", diz Ricardo


Ele e a mulher, a analista de faturamento Suerda, de 42 anos, descobriram o Grupo de Pais Homossexuais (GPH) na internet e encontraram na figura de Edith Modesto, sua fundadora, o apoio de que precisavam. "Ela nos disse algumas verdades", confessa Ricardo, que um mês após a declaração do filho resolveu trazê-lo de volta para casa. Edith chamou a atenção do casal para o fato de que uma relação não é feita só de sexo. "Em vez de ficar imaginando seu filho na cama com outro homem, pensa que ele vai ter alguém pra cuidar dele quando estiver doente", ela disse para Ricardo. Essa visão amorosa fez com que ele repensasse alguns conceitos. "Nunca deixei de amá-lo. E me coloquei no lugar dele, tentando compreender o seu sofrimento."

Da rejeição inicial até hoje, o relacionamento da família só melhorou. "Fui para a casa da minha avó porque fiquei muito chateado com a reação dos meus pais", conta Victor. O jovem quis dar um tempo para Suerda e Ricardo, e também para si mesmo. "Queria que sentissem a minha falta", completa. Ele conta que uma das maiores emoções da vida dele foi quando o pai foi buscá-lo: "Me senti amado, acolhido. Nossa relação, que até então era um pouco distante, melhorou muito. Ele passou a me ver como pessoa, como ser humano. Hoje somos muito unidos".

O grupo de Edith, pesquisadora e especialista em diversidade sexual, surgiu a partir de uma experiência pessoal. Mãe de sete filhos, ela e o marido passaram pela mesma situação de Ricardo e Suerda quando seu caçula, Marcello, assumiu ser homossexual. "Fiquei muito surpreso quando soube, há vários anos", conta o professor universitário aposentado Lauro, 81. "Nunca percebi, porque ele não tinha nenhuma característica. O que me importa é que ele é um professor da USP, com doutorado nos Estados Unidos, inteligente, trabalhador e meu amigo", afirma.
Companheirismo e aceitação


Antonio (direita) sempre desconfiou que Airon fosse gay: "Não me choquei"


Militar e evangélico, Antonio Aparecido dos Santos, 51 anos, de São Paulo, é um exemplo para muita gente que se considera de mente aberta e moderna. Sobre a homossexualidade, ele é objetivo em seu argumento: "Quem somos nós para julgar a natureza alheia?”. Após sempre ter desconfiado que o filho, Airon Wisniewski, de 22 anos, fosse gay, Antonio não se surpreendeu com a confirmação. "Não me choquei nem um pouco e aceitei numa boa”, afirma. O filho se orgulha de ter uma relação de companheirismo com o pai. “Nunca vou me esquecer do momento em que decidi ‘sair do armário’. Ele tirou os óculos, colocou a mão no meu ombro e disse que, independente de qualquer coisa, continuaria a ser meu pai e a me amar muito”, revela, emocionado.

Foi com a mesma convicção que Laurindo Pissioli, de 61 anos, de Frutal (MG), apoiou a filha, a analista de testes Cristiane, 35 anos. “Quando ela era pequena, todo mundo a achava diferente", lembra. Cristiane diverte-se ao contar que o pai sempre apresenta suas namoradas aos amigos como noras. "O pessoal questionava: ‘Laurindo, como você pode ter uma nora se só tem filhas?' E ele: ‘É nora porque é mulher da minha filha, oras!’. Todo mundo ria”, afirma Cristiane.

Laurindo Pissioli e a filha Cristiane

Agir com naturalidade é a resposta do militar Antonio para quem tenta atingi-lo com preconceitos. Quando alguém diz que o filho dele é "bicha", sabe o que ele diz? “É bicha, sim. Tem saúde e me dá muita alegria. E aí?", conta Antonio, que considera o namorado de Airon um filho. “Gosto tanto do Anderson que até dou bronca de pai nele”, diverte-se ele, que, no quartel, aconselha um amigo de trabalho a aceitar a filha homossexual.

Para Ricardo Reder, o caminho da aceitação foi mais doloroso. Hoje ele até permite que Victor leve o namorado para dormir em casa. "Eu achava que fazia de tudo por meu filho e descobri que estava errado. Hoje posso afirmar que aceitá-lo plena e incondicionalmente me transformou numa pessoa mais feliz e completa."

Dia dos Pais vem chegando... Parabéns aos gays que são pais!!!


Homoparentalidade no Brasil: quando o amor vira estatística — e transforma vidas


Em 2010, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deu um passo histórico: pela primeira vez, o Censo Demográfico incluiu perguntas que permitiram identificar casais do mesmo sexo na composição dos domicílios brasileiros. O resultado? Foram registrados 60.002 casais homossexuais, o que representava 0,16% do total de cônjuges no país.

A distribuição regional revelou o seguinte panorama:

  • Sudeste: 32.202 casais

  • Nordeste: 12.196 casais

  • Sul: 8.034 casais

  • Centro-Oeste: 4.141 casais

  • Norte: 3.429 casais

Entre os estados, São Paulo liderava com 16.872 casais homoafetivos, seguido do Rio de Janeiro, com 10.170. Mas além dos números, o dado mais simbólico estava naquilo que ainda era invisível para muitos: a formação de famílias com filhos, a chamada homoparentalidade.

O Censo revelou que a maioria dos casais homoafetivos ainda não possuía filhos, o que não surpreende diante das barreiras legais e sociais enfrentadas. Contudo, entre casais formados por mulheres, havia uma proporção maior de arranjos com filhos, enquanto entre casais formados por homens, predominavam os arranjos sem filhos.

É importante lembrar que, por ser a primeira vez que o tema foi abordado oficialmente, muitos casais podem ter evitado declarar sua condição, seja por medo de discriminação, seja por falta de clareza nas definições do questionário. O então presidente do IBGE, Eduardo Nunes, afirmou que a subnotificação é comum em levantamentos iniciais, e que com o tempo, os números tendem a se tornar mais precisos, à medida que a sociedade evolui em direção à visibilidade e ao respeito.

Mas por que tudo isso importa?

Porque com tantos pais biológicos que não dão a mínima para seus filhos, é um verdadeiro show de paternidade o que os casais homossexuais estão fazendo através da adoção ou da reprodução assistida. Em vez de fugir da responsabilidade, esses casais lutam com todas as forças para garantir o direito de educar, nutrir e amar crianças que muitas vezes foram rejeitadas pelo mundo.

E é justamente esse amor incondicional, esse ambiente de aceitação e cuidado, que dá a essas crianças muito mais chances de se tornarem adultos felizes, saudáveis e produtivos. Os pais e mães que se lançam nessa jornada descobrem alegrias que antes desconheciam, e mostram ao mundo que formar uma família é, acima de tudo, um ato de coragem — e de amor.

Agora, deixemos algo claro: adotar tem que ser um direito de todos os casais estáveis e equilibrados, pois não é só o direito do casal — é, sobretudo, o direito da criança de ter uma família que a ame e cuide dela. Mas que ninguém se engane: adotar não é brincadeira. É um compromisso que exige abnegação, paciência, entrega e responsabilidade a longo prazo. Porque filhos são para sempre.

Por isso, parabéns a quem assumiu essa responsabilidade com amor. Parabéns aos que entenderam que família não é sobre biologia, é sobre vínculo, cuidado e presença. Parabéns a todos os pais e mães que, fora do armário, estão ensinando ao mundo uma nova forma de amar — mais honesta, mais generosa e muito, muito mais humana.

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