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Pastor da igreja de Marco Feliciano se suicida

Suicídio de pastores evangélicos preocupa lideranças denominacionais



Por Sergio Viula

O suicídio de pastores não é coisa rara. Suicídios são geralmente abafados pelas famílias e amigos. Imaginem por essas organizações milionárias que são essas igrejas pentecostais e neopentecostais, principalmente.

Um pastor da igreja do pastor e deputado Marco Feliciano se suicidou essa semana.

O suicídio mata 01 pessoa no Brasil a cada 45 minutos, de acordo com o site JM Notícias, ligado à Igreja Batista. O alerta vem da Convenção Batista do Planalto Central (CBPC) depois que o pastor Djalma da Silva Maranhão, 62 anos, se suicidou na terça-feira (04/09/18).

Fonte: https://www.jmnoticia.com.br/2018/09/06/apos-suicidio-de-pastor-convencao-batista-lanca-alerta-sobre-prevencao/

Criador do The Big Gay Musical deixa mensagem e põe fim à vida

      Fred M. Caruzo

Por Sergio Viula

O jornal The Washington Post informa que o escritor, co-diretor e produtor do filme “The Big Gay Musical” — um filme culto e super gay que tenta reconciliar religião (cristã) e sexualidade — decidiu tirar sua própria vida na semana passada.

Fred M. Caruso postou na página do filme uma mensagem, com toques de humor e tristeza, informando os fãs e amigos sobre sua decisão.
 
Ele explicou que postou na página do filme, porque o Facebook não permite postagens com horário programado em páginas pessoais.
 
Essa notícia me deixou muito triste, por se tratar de uma vida humana que se foi, mas também por se tratar de um de homem gay inteligente e extremamente produtivo. A morte acontece justamente na semana do massacre em Orlando e pode não ter qualquer conexão com a tragédia, já que ele vinha ensaiando o suicídio há algum tempo, mas ninguém poderá precisar quanto dessa tristeza contribuiu para que o suicídio acontecesse agora.
 
Assisti o filme na íntegra quando estava disponível no YouTube e adorei a sacada. Depois, ele não aparecia mais por causa de direitos autorais. Só existem pedaços ou uma versão legendada em espanhol, que não é tão parecido com a língua portuguesa quanto se pensa, principalmente quando exige leitura rápida. :(

The Big Gay Musical é simplesmente maravilhoso!


Assista o começo aqui (o momento da criação- inglês): https://youtu.be/PhZ-b9QlxQc


Obrigado, Caruzo. 

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Veja um trecho da mensagem
em que ele fala do propósito da postagem:


"O propósito dessa mensagem é o de me certificar que não haja confusão ou questões sobre o que aconteceu comigo. Eu queria que tudo viesse de mim. POR FAVOR, não postem coisas na minha wall (Acho que vocês nem podem). Não estou tentando obter uma página memorial.

(...)

A todos vocês que tocaram minha vida, obrigado do fundo da minha alma. Eu espero ter tocado alguns de vocês (e eu sei que toquei alguns de vocês). Eu realizei mais na minha vida do que eu talvez jamais tivesse podido. Eu cresci a base de queijo Government, [colecionando] rótulos de alimentos e [e vivendo] em residências administradas pelo governo. Eu produzi grandes peças e filmes (dois dos quais eu escrevi e dirigi) e viajei pelo mundo todo. Não me arrependo de nada, especialmente da escolha que faço agora. Eu passei os últimos dias dirigindo por toda parte tentando encontrar uma solução diferente - mas não consegui.

O mais sinceramente (e pela minha própria família (D PHI) para sempre YITB)
Fred M Caruso


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A  matéria na íntegra pode ser lida aqui: .The Washington Post.

https://www.washingtonpost.com/news/morning-mix/wp/2016/06/16/i-am-finding-peace-big-gay-musical-creator-posts-suicide-note-to-facebook/

Michael não aguentou o bullying na escola

Michael Morone


Ele tinha apenas 11 anos. Estudava numa escola de Raleigh na Carolina do Norte. Não suportou o sofrimento que o bullying de seus colegas de escola lhe causava, e tentou enforcar-se em seu próprio quarto. Só não morreu, porque os pais chegaram a tempo de resgatá-lo, mas os danos já estavam feitos. Michael Morone ficou em coma durante duas semanas até que voltou a dar sinais de consciência, movendo apenas os braços. Os médicos dizem que a falta de oxigenação do cérebro durante o período em que ficou pendurado no quarto pode causar danos permanentes. E tudo isso aconteceu porque ele simplesmente gostava do desenho “My Little Pony”.

Felizmente, quando ele reclamava do bullying e explicava a razão, os pais deixavam claro que o amariam da mesma forma se ele fosse gay e que não deveria se envergonhar de gostar dos pôneis coloridos, mas ele não aguentou a pressão na escola.

Os dubladores do programa predileto de Michael enviaram presentes, gravaram vídeos e criaram um fundo que, com a doação de outros fãs, chegou a mais de 80 mil dólares. Esse dinheiro vai ajudar nas despesas médicas do menino.

Michael não foi o primeiro caso naquela escola. Em 2000, um outro estudante se enforcou no ginásio por ser perseguido pelos outros alunos.

O que essa história deixa claro é que um programa educativo que supere a ditadura de gênero é imprescindível. A ideia de que isso é de menino e aquilo de menina é um conceito fabricado a partir de preconceitos e só ajuda a perpetuar o estigma contra aqueles que não se enquadram nessas categorias. No Brasil, recentemente os deputados federais rejeitaram a inclusão da não-discriminação por identidade gênero e orientação sexual no Plano Nacional de Educação. A decisão foi tomada sob intensa campanha de deputados fundamentalistas e expectadores da ala católica e evangélica. Houve mobilização de vários setores a favor da inclusão dos termos identidade de gênero e orientação sexual no texto, mas prevaleceu a ignorância e o desprezo pela vida humana.

Renovemos o Congresso nas próximas eleições para deputados e senadores. Nossa vida merece mais que isso. Nosso voto é nossa única esperança de ver gente séria e comprometida com a inclusão nas casas de lei mais importantes do país.

Garoto gay do Reino Unido comete suicídio depois de sofrer bullying sem parar

Garoto gay do Reino Unido comete suicídio depois de sofrer bullying sem parar
 
Um inquérito levantou como foi que um garoto de 14 anos fez 20 queixas de bullying para a direção de sua escola e driblou as configurações de seus computador para pesquisar sobre métodos de suicídio

Com informações do GayStar News 
de artigo escrito por Joe Morgan 
em 18 de novembro de 2013.

Tradução e adaptação: Sergio Viula





Ayden Keenan-Olson, 14 anos, cometeu suicídio despois de sofrer bullying ininterrupto

O garoto britânico Ayden Keenan-Olson, 14, decidiu tirar sua própria vida engolindo uma overdose de comprimidos vendidos sob prescrição médica.

Ele deixou duas notas dizendo que não aguentava mais lidar com o bullying homofóbico e racista em sua escola localizada em Colchester, Essex.

Ele foi encontrado morto em sua cama no dia 14 de março, mas a audiência judicial aconteceu somente essa semana.

Keenan-Olson tinha se assumido para seus pais pouco antes do natal, três meses antes de sua morte.

Sua mãe diz que ‘depois do natal ele parecia um menino diferente - ele podia falar abertamente às pessoas que era gay.’

Ela descreveu o filho como sensível e que desejava iniciar sua própria campanha anti-bullying.

O diretor da Escola Philip Morant confirmou que o garoto havia registrado 20 queixas sobre incidentes de bullying desde que entrou se matriculou em 2010.

Ele já havia tentado suicídio seis meses antes de sua morte.

Transexualidade e Suicídio - um alerta de Daniela Andrade



TEXTO DE DANIELA ANDRADE


Nos EUA as taxas de suicídio entre as pessoas transgêneras é 26 vezes maior que a do restante da população.

E no Brasil? No Brasil não existimos, somos invisíveis para o governo, sociedade e movimentos sociais, salvaguardando raras e modestas iniciativas. Mas é sabido que o maior grau de violência e o maior número de assassinatos de pessoas LGBTs se dá justamente com o grupo de travestis e transexuais.

Há um vácuo total no que diz respeito ao conhecimento e a promoção de políticas públicas para as demandas e reivindicações da população trans*.

Nome social não é conquista, é esmola que não funciona na ampla maioria dos lugares, conquista seria se a lei de Identidade de Gênero (ou lei João W Nery) proposta por Erika Kokay e Jean Wyllys no começo desse ano fosse aprovada. Mas será que seria aprovada quando? Há 17 anos inúmeros projetos de leis similares têm sido colocado em consulta no Congresso Nacional e jamais votados.

Enquanto isso seguimos sem ter direito a ter nosso nome e gênero respeitados, e tudo se arrasta com sacrifício e lentidão no judiciário, em que juízes muitas vezes preconceituosos decidem por vias esdrúxulas que você pode se chamar Maria mas continuará com sexo masculino nos documentos, ou chamar João e continuar com sexo feminino.

Enquanto isso, há raros equipamentos de saúde pública no Brasil que atendam as demandas dessa população como a hormonioterapia. Sem falar que próteses para essa população costumam ser vistas como luxo, estética, jamais como necessidade e, portanto, não são cobertas pelo governo, o que leva centenas de travestis e transexuais a recorrerem ao danoso silicone industrial, que muitas vezes causa-lhes sérios problemas de saúde ou óbito.

Enquanto isso continuamos marginalizad@s, excluíd@s do mercado de trabalho formal e com grande parte tendo de recorrer à prostituição - e o problema aqui não é se prostituir, quem escolher se prostituir, é uma escolha legítima e que deve ser respeitada. Mas, dado o nível do preconceito por conta de nossa identidade de gênero, dado o grau de escolaridade geralmente baixo entre essa população, dado o fato de que a sociedade desde sempre nos associou à marginalidade e ao crime e inclua aqui os empresários e os que fazem as entrevistas de emprego, quase que não restam outras opções. E devem ser aplaudidas as que se prostituem, por que além de enfrentarem violências dos clientes, ainda enfrentam violência da polícia e da sociedade, assim como devem ser aplaudidas as que com uma luta heroica superaram esse círculo vicioso de exclusões.

Enquanto isso muitas pessoas travestis e transexuais continuam tendo de abandonar a escola, dado o preconceito e discriminação generalizados vindos inclusive de professores que não respeitam o nome e o gênero das pessoas travestis e transexuais.

Enquanto isso muitas pessoas travestis e transexuais continuam sendo expulsas de casa por seus familiares, onde muito cedo precisam saber como se virarem sozinh@s na rua.

Enquanto isso continuamos constando nos manuais de diagnósticos médicos como fetichistas e transtornad@s mentais.

Enquanto isso pessoas esperam por 3, 5, 10, 15 anos em uma fila à espera de uma cirurgia de transgenitalização que pode nunca chegar, já que há raros hospitais que as realizam no Brasil.

Enquanto isso, continuamos a não existir para a população, a menos que queiram fazer piada nos programas de humor ou dizer que somos marginais nos programas policiais ou constarmos como enfeites ao pronunciarem "transgêneros" ou "travesti e transexual" quando precisam falar as sigla LGBT e LGBTT.

A Assustadora Cruzada Cristã Contra os Gays

A Cruzada da Direita Cristã Contra os Gays é Muito Mais Assustadora Do Que Você Pensa


Por 
Chris Hedges


O dinheiro disponível à direita crista está solidificando instituições – de universidades da ala direita a concessões de mídia – que propagam a cultura do ódio.



Tradução: Sergio Viula 





A sentença de Dharun Ravi por abuso movido por ódio que possivelmente levou seu colega de quarto na Rutgers, Tyler Clementi, a cometer suicídio, ou a aceitação pública de Barack Obama do casamento gay, impede que muitos de nós vejamos que a vida para gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros está piorando – e muito.

Ninguém entende isso melhor que o ativista gay e pastor Mel White. White, juntamente com seu marido e parceiro de 30 anos, Gary Nixon fundaram a Soulforce, uma organização comprometida a usar resistência não-violenta para acabar com a opressão com base religiosa. White e centenas de voluntários da Soulforce protestam do lado de fora de mega igrejas que pregam ódio e preconceito em nome da religião. White viaja para comunidades onde jovens gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros cometeram suicídio. Ele realiza cultos memoriais na intenção deles em frente às portas das igrejas. White também acusa os pastores dessas igrejas de assassinato. Seus livros “Stranger at the Gate” (Estranho no Portão) “To Be Gay and Christian in America” (Ser Gay e Cristão na América) e “Holy Terror: Lies the Christian Right Tell Us to Deny Gay Equality” (Terror Santo: Mentiras que a Direita Cristã nos Conta para Negar a Igualdade Gay), são dois dos mais importantes trabalhos que examinam a crueldade inata e o proto-fascismo da direita cristã. White, mais do que talvez qualquer outro pregador no país, tem tirado homens e mulheres jovens do precipício do desespero, ou seja, de sucumbir ao destino trágico de Tyler Clementi. E White está assustado.

“Que tipo de ambiente cria um Dharun Ravi que levaria a praticar aquele tipo de bullying, bem como uma criança como Tyler a se tornar uma vítima dele?” – perguntou White quando eu o contactei por telefone em sua casa em Long Beach, Calif. “É a sociedade,e no coração dela é a igreja. As igrejas deveriam ser condenadas, não apenas Ravi. Ele é apenas uma extensão do ódio que as pessoas sentem contra essa ameaça, a ameaça gay. O Papa Bento XVI deveria ser julgado. Richard Land dos Batistas do Sul deveria ser julgado. Líderes religiosos, protestantes e católicos, deveriam ser julgados. Eles fizeram isso acontecer, mas muito poucos americanos fazem essa conexão.”

White aplaude o presidente Obama por tomar uma posição pessoal a favor da igualdade no casamento. Mas ele também destaca que o discurso do presidente foi acompanhado por uma reiteração de que os estados têm o direito de determinar suas próprias políticas para com o casamento.

Apesar dos ganhos conquistados pelos gays na cultura mais ampla, especialmente na indústria do entretenimento, e apesar do banimento do “não pergunte, não diga”, os direitos civis de gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros na maioria dos estados estão deteriorando, disse White.

A cultura de ódio alimenta as frustações e sentimentos de traição entre os empobrecidos, desempregados, subempregados e desesperados. E quanto mais tempo a expansão da crescente classe baixa for ignorada, quanto mais tempo nos recusarmos a definir o que está acontecendo em nosso estado corporativo como uma viciosa luta de classes, mais a cultura de ódio vai se espalhar. A minguante cultura de tolerância está confinada agora principalmente a membros brancos, urbanos, com nível universitário e da classe media, porque esse grupo se recusa a envolver-se na luta de classes, e despercebidamente endossa o deslocamento econômico que está fortalecendo uma potencial cultura do ódio.

“Os progressistas deveriam se mudar para fora de Nova York imediatamente”, White continua. “Pessoas gays deveriam evacuar as maiores cidades para ver como é a vida para gays em áreas rurais. Os centros urbanos para a comunidade gay estão isolados demais da realidade mais ampla. Muitos nestas comunidades [urbanas] parecem não se preocupar com a realidade. As pessoas gays podem sobreviver, infelizmente, sem prestar atenção à realidade, especialmente se forem brancos e do sexo masculino. Se você é homem e branco, você geralmente pode passar.”

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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO

O fenômeno é semelhante no Brasil, onde as igrejas fundamentalistas se inspiram no fundamentalismo católico e protestante dos EUA. A diferença é que aqui, ao invés de prevalecer o suicídio, prevalece o homicídio. Por isso, precisamos urgentemente da aprovação da lei anti-homofobia, associada a uma pedagogia da inclusão que celebre a diversidade sexual e combata o ódio.


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Outro Bullycídio nos EUA

Outro Bullycídio

30 de Abril de 2012

Vidas Inacabadas: "Na segunda-feira, outro adolescente gay de Utah tirou sua vida em resposta à intolerável agressão por causa de sua orientação sexual. Jack Reese, 18, ​​é a mais recente vítima da guerra contra adolescentes gays a ter lugar em escolas do país.

https://unfinishedlivesblog.com/2012/04/29/gay-utah-teen-bullied-to-death-emergency-community-summit-called/




Por uma coincidência dolorosa, o namorado de Jack, Alex Smith, falou sobre as experiências de Jack com bullying escolar para um evento da comunidade voltada para o problema do assédio moral, sem o conhecimento de que o amor de sua vida já tinha tirado sua própria vida naquele mesmo dia. Detalhes da morte de Jack não foram tornados públicos até o momento.

De acordo com a Ogden Outreach, uma organização local de serviços para a juventude LGBT, "a taxa de suicídio entre adolescentes gays em Utah é de 8 vezes a média nacional. "

"Jack era muito bom com computadores e adorava jogar seus jogos de X-Box. Ele gostava de esquiar, andar de motocicleta de quatro rodas nas montanhas e trabalhar com plantas. Jack amava os animais e vai sentir saudades do gato. Ele era muito bom com as crianças e amava cuidar delas. Jack estava aprendendo a falar japonês e gostava de tudo que tivesse a ver com o Japão. Ele também era muito bom em desenho e fotografia." -Sr. Reese, pai do Jack


Não se entregue jamais!



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Adolescente gay do Tennessee se enforca depois de deixar uma nota no lixo que dizia: ‘por favor, ajude-me, mamãe’

Phillip Parker, 14, enforcou-se no banheiro de seus pais.



via 4WSMV Nashville


Um adolescente gay do Tennessee matou-se na sexta-feira, depois de deixar uma nota no lixo que dizia: 'Por favor, ajude-me, mamãe' - reportou a SMV-TV de Nashville.


Phillip Parker, 14, enforcou-se no banheiro de seus pais em Gordonsville depois de um ano de constante bullying, disseram membros da família à WSMV, uma afiliada da NBC.

"Ele continuava dizendo-me que tinha uma pedra sobre o peito" - disse à estação a avó de Phillip, Ruby Harris.

"Ele só queria tirar aquela pedra de sobre o peito para que pudesse respirar."

A família disse que reportou o bullying à escola (Gordonsville High School) em várias ocasiões, mas a situação só piorava.

Um oficial disse à WSMV que o distrito escolar está preparando um plano para tratar do assunto com os alunos na segunda-feira.

"Ele não deveria ter se matado para que pudesse ser trazido à vida" - o pai do adolescente, também chamado Phillip, disse à estação.

A mãe do adolescente, destinatária da nota encontrada no lixo, disse que ela não imaginou o nível de dor de seu filho até que fosse tarde demais.

"Eu deveria ter sabido que havia algo errado, mas ele parecia feliz," Gena Parker disse ao Canal 5 de Notícias em Nashville. "Depois de fazer o que fez, nós descobrimos muita coisa que não sabíamos, e tem muito bullying em andamento naquela escola."

A tragédia aconteceu um mês depois que outro jovem adolescente do Tennessee, Jacob Rogers, tirou a própria vida, e apenas uma semana depois que Eric James Borges, que havia produzido um video anti-suicídio encorajando outros jovens gays a continuarem lutando, matou-se na Califórnia.

Uma vigília à luz de velas foi feita na noite de segunda-feira em Gordonsville para honrar a memória de Phillip.


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO


Mais que qualquer luta externa, tipo combate ao bullying (apóio totalmente), o mais importante é aceitação incondicional em casa. Pais que estão mais preocupados com o que o pastor vai dizer, ou o vizinho, ou o parente fulano de tal, só contribuem para o aumento dessa dor de inadequação que os adolescentes passam e que é agravada no caso do adolescente gay num ambiente hostil.

Tem que amar, aceitar, apoiar, etc. Tem que deixar namorar na idade que todo adolescente namora. Tem que deixar trazer o namorado em casa, jantar juntos, etc. Tem que mostrar que não há nada errado em ser gay e amar quem se ama. O que não se pode fazer é fingir que nada está acontecendo, que é uma fase, que ele está feliz solitário , etc.

AMOR: Essa é a melhor forma de neutralizar o ódio. AMOR INCONDICIONAL. ACEITAÇÃO E ORGULHO valem mais do que homenagens póstumas e punição de culpados, porque PROTEGE a pessoa e não a reputação machista de quem quer que seja.

Read more in English: http://www.nydailynews.com/news/national/gay-teen-tennessee-hangs-leaving-note-trash-read-mom-article-1.1010752#ixzz1kQF8zwYd

Adolescente comete suicídio um mês depois de fazer filme 'It Gets Better' (Melhora)

Perda trágica: Eric James Borges, um jovem gay de 19 anos, cometeu suicídio quarta-feira passada depois de incentivar outros jovens a assumirem suas vidas


Um adolescente que produzia videos e fez um filme emocionalmente inspirativo em apoio a jovens gays e lésbicas cometeu suicídio. Um mês depois de filmar It Gets Better, sites gays e lésbicos informaram que Eric James Borges, 19 anos de idade - conhecido como EricJames entre seus amigos - havia tirado a própria vida. Os motivos e circunstâncias que cercam a morte do adolescente não foram revelados, mas através de seu trabalho Borges revelou sua homossexualidade e que sua 'assunção' ano passado havia sido uma experiência traumática.


Depois de ser chutado de sua família 'cristã extremista' por causa de sua orientação sexual, Borges foi construir a vida na Califórnia

O video que ele fez um mês antes de se suicidadar (em inglês):


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO

Infelizmente, a pressão externa foi muito intensa para ele. Só quem passa por toda essa perseguição religiosa de famílias cristãs homofóbicas é que sabe. Ele era muito jovem. Os jovens lidam com mais dificuldade com tudo isso. Felizmente, eu tinha 34 anos quando enfrentei os 'picos' de perseguição por causa da minha assunção como gay. Se não estivesse mais maduro e mentalmente estruturado, não sei se teria aguentado. Quem já leu 'Em Busca de Mim Mesmo' sabe do que eu estou falando.

Fico especialmente feliz quando vejo outras pessoas encontrando encorajamento e força a partir daquela leitura. E por isso também mantenho esse blog 'Fora do Armário'. São gotas de água fresca em meio à desertificação existencial que dogmas e preconceitos vão impondo sobre a vida de tanta gente. Mas o que cada um precisa mesmo é tomar as rédeas da própria vida e seguir em frente. Gostem os demais ou não.

É trágico e lamentável que esse jovem não encontrou as forças necessárias para seguir em frente.  É mais um 'Bobby' que se vai. Assista ao filme Orações por Bobby e você vai entender exatamente o que quero dizer com isso.

Adolescente gay comete suicídio: Até quando?

Adolescente que se assumiu gay no YouTube e sofria bullying comete suicídio


REDAÇÃO ÉPOCA
20/09/2011



Jamey Rodemeyer, 14 anos


Mais uma história triste de suicídio de um adolescente vítima do bullying nos Estados Unidos, segundo o Huffington Post e a Buffalo News. O nome do menino desta foto é Jamey Rodemeyer, e ele tinha 14 anos. Jamey mantinha um blog onde escrevia constantemente sobre xingamentos e humilhações que sofria na escola por ser gay. Entre um lamento e outro, ele também escrevia sobre Lady Gaga, seu grande ídolo. “Ela me deixa muito feliz, e me faz ter certeza de que nasci assim”.

Em seu blog no Tumblr, no começo de setembro, Jamey fez um desabafo: “Ninguém na minha escola procura prevenir suicídios, enquanto são vocês que me xingam e me fazem chorar”. Em outro post, no dia seguinte, ele também falou sobre o bullying: “Eu sempre digo o quanto sofro bullying, mas ninguém escuta. O que eu tenho que fazer para que me escutem?”.

Seus últimos posts antes de aparentemente cometer suicídio foram sobre o desejo de reencontrar sua bisavó, morta recentemente, e um agradecimento à sua diva Lady Gaga. Logo depois, foi encontrado morto do lado de fora da sua casa.

Abaixo, o vídeo (em inglês) que Jamey deixou quatro meses antes de morrer, quando parecia demonstrar uma visão positiva do mundo. O título é “As coisas melhoram! Eu prometo!”. “Meu conselho a vocês é o seguinte: Mantenha a cabeça erguida que você chega longe”, afirma. É triste que ele não tenha conseguido.


Jovem se mata depois de procurar reversão na igreja



O jovem Williams da Silva Barbosa, de 18 anos, cometeu suicídio, na noite de ontem (4). Segundo familiares ele estava depressivo. Para cometer o suicídio, Williams usou um lençol e pulou de cima da sua cama, o jovem residia na Rua “E”, no bairro Eldorado.

Familiares e amigos ficaram surpresos e, ainda em estado de choque, revelaram o suposto motivo que teria forçado a vítima cometer o suicídio por enforcamento: seria discriminação sexual, pois o mesmo era homossexual e estava tentando viver uma vida normal.

Williams frequentava uma igreja evangélica e estava acreditando que sua vida iria mudar.

Ainda segundo familiares, ao saber da sua opção sexual o pastor de nome não revelado por sua família não aprovou sua permanência na igreja.

Williams tentou falar por três vezes com o pastor de sua igreja mais não foi atendido pelo mesmo, “talvez seja esse o motivo de sua depressão” frisou Luizinha tia da vítima.

O corpo do jovem foi encaminhado para o Instituto Médico Legal de Arapiraca, onde será submetido à necropsia e posteriormente será liberado para sepultamento.


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO

"...o mesmo era homossexual e estava tentando viver uma vida normal."

"Williams frequentava uma igreja evangélica e estava acreditando que sua vida iria mudar."

E ainda tem uns idiotas que acham que esse tipo de "PREGAÇÃO" seja uma forma de terapia, defendendo o SUPOSTO direito de colocar à disposição das pessoas (muitas vezes ignorantes sobre o risco que correm) esse tipo de "tratamento". Para começar, não existe motivo para terapia na homossexualidade em si. Terapia pode ser necessária para se livrar do "jugo" da discriminação e do preconceito internalizado que a sociedade (a igreja, principalmente) perpetuam.

A lamentável morte desse jovem não será chorada por aqueles que desprezam os homossexuais. Eles não assumirão sua parcela de culpa. Dirão apenas que esse é o fim dos pecadores sem arrependimento. Que o diabo veio para matar, roubar e destruir (soa parecido com a igreja?).

Mas, não estava esse jovem supostamente fazendo o que esses pregadores da morte aconselham?

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Mais um jovem se mata nos Estados Unidos por causa de "bullying" homofóbico

Lance Lundsten


Lance Lundsten, 18, estudante homossexual do Instituto Jefferson em Minnesota (EUA), se matou no último sábado (15). Os amigos acreditam que o suicídio foi motivado por bullying. A polícia está investigando o caso.

A imprensa local tem relatado que a polícia trabalha apenas com a hipótese de suicídio. Chamados à casa da vítima pela própria família, os policiais encontraram o jovem já desmaiado. Ele foi levado ainda com vida para o Douglas Country Hospital, onde faleceu.

Em seu perfil do Facebook, Lance deixava claro que era homossexual. Amigos do jovem relataram que, na véspera de seu suicídio, ele havia sido intimidado por conta de sua orientação sexual e que isso pode ter contribuído para que ele encerrasse sua própria vida.

Lance Lundsten foi enterrado no última segunda-feira (17).


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO


Até quando?

Eu poderia ter tomado o mesmo rumo. Sei lá como superei toda a dor e tirei forças de onde aparentemente não as tinha para me emancipar de vez. Meu livro "Em Busca de Mim Mesmo" poderia ter sido a história de um jovem gay que não suportou a pressão e sucumbiu. Felizmente, não!!! Eu sobrevivi a tudo isso e outras coisas, e tive a coragem de falar clara, sincera e objetivamente sobre esses dramas e outros questionamentos de suma importância para quem quer viver sendo dono-de-si-mesmo. Que pena que esse jovem não se abriu com alguém capaz de entender seu drama e orientá-lo. Talvez ele nem soubesse por onde começar... Eu também não tive. As pessoas que me rodeavam entendiam do assunto muito menos do que eu mesmo. Fiquei à deriva, mas não afundei definitivamente num oceano de confusão e solidão por muito pouco.

Por essas e por outras é que a PL 122 NÃO podia ter sido ARQUIVADA pelo SENADO. Esse Senado brasileiro envergonhou a democracia brasileira, os direitos humanos, a cidadania de milhões de pessoas homoafetivas e bi-afetivas (não sei se já usaram esse termo ou se é um legítimo neologismo), e debochou - por sua omissão - da memória de inúmeros homossexuais assassinados, feridos e discriminados na história desse país.

Obviamente, o arquivamento não encerra o assunto. É sério demais para acabar com uma canetada descuidada (ou seria mal-intencionada?).

Estudante gay se mata em Nova Iorque



🏳️‍🌈 O caso Tyler Clementi: um alerta contra o preconceito e o cyberbullying


Tyler Clementi, estudante de 18 anos da Rutgers University, era um jovem violinista talentoso e reservado. Poucos dias após iniciar sua vida universitária, teve sua privacidade violada de forma cruel: seu colega de quarto, Dharun Ravi, e uma amiga, Molly Wei, instalaram uma câmera escondida para filmá-lo durante um momento íntimo com outro rapaz em seu quarto.

Sem o seu consentimento, o vídeo foi transmitido pela internet. Três dias depois, Tyler postou uma mensagem de despedida no Facebook e se jogou da ponte George Washington, tirando a própria vida.


Esse caso revelou de forma brutal:


  • A pressão psicológica e o isolamento enfrentados por jovens LGBTQ+ em ambientes hostis.

  • O impacto devastador da exposição pública e da humilhação online.

  • Como o preconceito estrutural pode se infiltrar até nos espaços que deveriam ser seguros, como as universidades.


⚖️ Justiça e reação pública


Ravi e Wei foram acusados de invasão de privacidade, e o caso provocou um debate nacional nos EUA sobre:

  • A necessidade de leis mais duras contra o cyberbullying e crimes de ódio.

  • A urgência de promover educação para a diversidade nas escolas e universidades.

  • A importância de acolher emocionalmente jovens que se descobrem LGBTQ+, muitos dos quais enfrentam discriminação dentro da própria família.


A morte de Tyler Clementi não foi um caso isolado. Foi parte de uma série de suicídios que, na época, geraram campanhas como “It Gets Better”, voltadas para mostrar aos jovens LGBTQ+ que a dor do presente não define seu futuro — e que há redes de apoio e caminhos de resistência.


💬 Reflexão necessária


O suicídio de Tyler não foi causado apenas por um vídeo. Foi causado por uma sociedade que ainda ensina que amar alguém do mesmo sexo é motivo de vergonha. Por colegas que acham que intimidade alheia é piada. Por um mundo que não protege seus jovens mais vulneráveis.

É preciso lembrar que Tyler Clementi era uma pessoa real, com sonhos, sensibilidade e talento. A tragédia que o levou à morte precisa ser levada a sério — para que nenhuma outra vida LGBTQ+ se perca por conta do preconceito.



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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO


Esse triste desfecho para uma situação de invasão de privacidade levanta várias questões:

1. É preciso que haja legislação rigorosa contra a invasão de privacidade e a exposição da vida privada na rede mundial de computadores ou similares.

2. Nunca ouvi falar de uma garota ou um garoto que tenha se matado porque alguém o filmou com a namorada ou a filmou com o namorado. Nem mesmo quando essa filmagem foi feita durante o próprio ato sexual. Isso demostra a homofobia internalizada por muitos homossexuais devido à influência da homofobia à qual são expostos em casa, na rua, na escola, etc.

3. Até que ponto o que os outros pensam deve ter impacto sobre mim? O que é mais importante: minha felicidade, saúde e realização pessoal ou a opinião dos outros, inclusive pais (ou filhos!!!) ou familiares e amigos?

4. Penso que o suicídio é uma opção individual - e não poderia ser diferente - não necessariamente movida por desequilíbrio mental ou emocional, como queiram. Mas, quando alguém comete suicídio por um motivo desses (a filmagem de um beijo ou mesmo de sexo), a única coisa que fica clara é que essa pessoa agiu movida por sentimentos ou pensamentos adoecidos, e não como dona de si mesma.

5. A vida deste jovem é mais uma vida desperdiçada pela homofobia, e a vida de seus pais será marcada pela culpa pelo silêncio, por nunca terem lhe assegurado seu amor independentemente de sua orientação sexual.

O remédio?
 
Amar! Amar e deixar amar.
Viver e deixar viver.

Ator de Harry Potter Ajuda Grupo GLS

Daniel Radcliffe

Daniel Radcliffe usa sua fama para salvar vidas LGBT+


O eterno Harry Potter decidiu enfrentar um dos inimigos mais cruéis da juventude LGBT+: o suicídio. Daniel Radcliffe fez uma substancial doação ao “The Trevor Project”, uma organização americana que oferece apoio emocional e prevenção ao suicídio entre lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e pessoas queer.

“Estou muito contente por iniciar o meu apoio ao The Trevor Project, que salva vidas todos os dias através do seu trabalho crítico”, afirmou Radcliffe.

“É extremamente angustiante considerar que o suicídio, em 2009, esteja entre as três principais causas de morte entre jovens. É realmente devastador saber que a juventude LGBT+ tem até quatro vezes mais chances de tentar suicídio do que seus pares heterossexuais.”

“É extremamente importante que os jovens compreendam que não estão sozinhos e, talvez ainda mais importante, que as suas jovens vidas têm valor real”, completou o ator, que já foi capa da revista gay Attitude em apoio à comunidade.


COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO

É com alegria e respeito que celebramos esse gesto de humanidade vindo de um jovem talento que, além de brilhar nas telas, também se mostra extraordinário fora delas.

O alto índice de suicídios entre jovens homossexuais não tem nada a ver com a homossexualidade em si, mas sim com a rejeição, a solidão e a culpa que muitas instituições religiosas, familiares e sociais plantam na mente dessas crianças e adolescentes desde muito cedo. Sentimentos forjados nos porões do preconceito e alimentados por discursos dogmáticos.

Se você quer compreender melhor o que está por trás desse sofrimento silencioso, assista aos vídeos disponíveis aqui no blog e no nosso canal no YouTube:

🎥 Identidade Gay
🎥 As Falácias da Reversão Sexual

Quando crianças e jovens LGBT+ forem tratados com o mesmo respeito e dignidade que qualquer outro jovem, o sofrimento vai diminuir. O problema nunca foi ser gay, o problema é o preconceito.

Parabéns, Daniel Radcliffe! Sua atitude salva vidas e ilumina caminhos! 🌈✨

SUICÍDIO: A QUASE NÃO-FALADA TERCEIRA MAIOR CAUSA DE MORTE NO MUNDO

Albert Camus

SUICÍDIO: A QUASE NÃO-FALADA
TERCEIRA MAIOR CAUSA DE MORTE NO MUNDO

Post publicado em 2009


Por Albert Camus

Só há um problema filosófico verdadeiramente sério: o suicídio. Julgar se a vida merece ou não ser vivida é responder a uma questão fundamental da filosofia. O resto, se o mundo tem três dimensões, se o espírito tem nove ou doze categorias, vem depois. Trata-se de jogos; é preciso primeiro responder. E se é verdade, como quer Nietzsche, que um filósofo, para ser estimado, deve pregar com o seu exemplo, percebe-se a importância dessa resposta, porque ela vai anteceder o gesto definitivo. São evidências sensíveis ao coração, mas é preciso ir mais fundo até torná-las claras para o espírito. Se eu me pergunto por que julgo que tal questão é mais premente que tal outra, respondo que é pelas ações a que ela se compromete. Nunca vi ninguém morrer por causa do argumento ontológico. Galileu, que sustentava uma verdade científica importante, abjurou dela com a maior tranquilidade assim que viu sua vida em perigo. Em certo sentido, fez bem. Essa verdade não valia o risco da fogueira. Qual deles, a Terra ou o Sol gira em redor do outro, é-nos profundamente indiferente. (O Mito de Sísifo)


Por Sergio Viula

Apesar de ser professor há tanto tempo, eu precisava concluir meu estágio numa escola estadual para poder cumprir as exigências da licenciatura em Filosofia. Na última sexta-feira, consegui completar esta etapa. A disciplina continua até dezembro, mas o estágio já foi encerrado. Ufa! É cansativo ter mais este compromisso, além de todos os que eu já tenho.

A professora Márcia, minha orientadora no estágio, também formou-se em Filosofia pela UERJ. Ela é uma pessoa muito atenciosa e muito inteligente. Mas o que me chamou a atenção foi que ela estava profundamente impressionada com uma situação com a qual ela deparou-se naquela semana.

Márcia ia fazer uma prova na UERJ por causa de outro curso que ela está fazendo. Ao chegar ao prédio da universidade, ela deu de cara com um corpo estirado no chão. Uma jovem havia pulado do décimo segundo andar do prédio. O suicídio não é novidade no complexo da UERJ. Muitas pessoas já entraram no prédio só para pular para a morte. Raríssimos são os casos de alunos da própria faculdade. As pessoas que vão até ali não fazem parte da comunidade universitária. Não que os alunos não tenham alguns bons motivos para pular...

Márcia perguntou-me: O que você acha que leva uma pessoa a se matar? Loucura?

Eu respondi: Não. Não acho que seja loucura suicidar-se. Pode ser até muito racional matar-se. A questão sobre se a vida vale a pena é muito pertinente. E se a resposta for que não vale a pena sofrer em vão, o suicídio pode ser a decisão mais lógica.

Ela respondeu: É verdade. Pode ser um excesso de racionalidade.

Bem, fui atrás de algo interessante sobre o assunto. Achei Albert Camus, filósofo que levantou a mesma questão, e fiquei surpreso que minha limitada inteligência tenha alcançado um pensamento semelhante ao dele. E a questão não é nada despropositada, pois, segundo a Wikipédia, 815.000 pessoas cometeram suicídio só no ano 2000 — uma morte a cada 40 segundos.

Um livro que trouxe enorme contribuição para o campo da reflexão sobre o suicídio foi o livro do sociólogo francês Émile Durkheim. O Suicídio, publicado em 1897, foi um estudo de caso de um suicídio, uma publicação única em sua época que trouxe um exemplo de como uma monografia sociológica deveria ser escrita.

Todos os grupos sociais registram suicídios em alguma medida. Durkheim diferenciou quatro tipos de suicídio:

Émile Durkheim

Suicídio egoísta
O egoísmo é um estado onde os laços entre o indivíduo e os outros na sociedade são fracos. Uma vez que o indivíduo está fracamente ligado à sociedade, terminar sua vida terá pouco impacto no resto da sociedade. Em outras palavras, existem poucos laços sociais para impedir que o indivíduo se mate. Esta foi a causa vista por Durkheim entre divorciados.

Suicídio altruísta
O altruísmo é o oposto do egoísmo, onde um indivíduo está extremamente ligado à sociedade, de forma que não tem vida própria. Indivíduos que cometem suicídio baseado no altruísmo morrem porque acreditam que sua morte pode trazer uma espécie de benefício para a sociedade. Em outras palavras, quando um indivíduo está tão fortemente ligado à sociedade, ele cometerá suicídio independentemente de sua própria hesitação se as normas da sociedade o levarem a tal.

Durkheim viu isto ocorrer de duas formas diferentes: onde indivíduos se veem sem importância ou oprimidos pela sociedade e preferem cometer suicídio. Ele viu isto acontecer em sociedades "primitivas" ou "antigas", mas também em regimentos militares muito tradicionais, como guardas imperiais ou de elite, na sociedade contemporânea; onde indivíduos veem o mundo social sem importância e sacrificariam a si próprios por um grande ideal. Durkheim viu isto acontecer em religiões orientais, como o Sati no Hinduísmo. Alguns sociólogos contemporâneos têm usado esta análise para explicar os kamikazes e os homens-bomba.

Suicídio por anomia
A anomia é um estado onde existe uma fraca regulação social entre as normas da sociedade e o indivíduo, mais frequentemente trazidas por mudanças dramáticas nas circunstâncias econômicas e/ou sociais. Este tipo de suicídio acontece quando as normas sociais e leis que governam a sociedade não correspondem com os objetivos de vida do indivíduo. Uma vez que o indivíduo não se identifica com as normas da sociedade, o suicídio passa a ser uma alternativa de escape. Durkheim viu esta explicação para os suicidas protestantes.

Suicídio fatalista
O fatalismo é o estado oposto à anomia, onde a regulação social é completamente instilada no indivíduo; não há esperança de mudança contra a disciplina opressiva da sociedade. A única forma do indivíduo ficar livre de tal estado é cometer suicídio. Durkheim viu esta razão nos escravos que cometeram suicídio na Antiguidade, mas viu uma relevância mínima na sociedade moderna.



FRANÇA: Gays e bissexuais estão mais expostos ao suicídio

Segunda-feira, 7 de março de 2005

Estudo divulgado pelo jornal francês Libération nesta sexta-feira, 4/3, revelou que gays e bissexuais estão mais expostos a cometer uma tentativa de suicídio que os heterossexuais. O estudo, realizado na França entre 1998 e 2003, revela que um de cada três indivíduos que comete uma tentativa de suicídio é homossexual ou bissexual. De acordo com a pesquisa, eles também mal se protegem nas relações sexuais com parceiros desconhecidos. Segundo Marc Shelly, médico de saúde pública do Hospital Fernand-Vidal de Paris e um dos autores do estudo, a tendência ao suicídio neste setor da população não está vinculada a fatores geográficos, socioprofissionais ou ao fato de viverem sós ou em família, mas a fatores psicossociais, como "a homofobia que provoca uma péssima estima pessoal". Na opinião do porta-voz da federação francesa de centros de gays e lésbicas (CGL), David Auerbach, "o relatório confirma o que vivemos a cada dia". "Se extrapolarmos os resultados, podemos considerar que a metade dos jovens suicidas são homossexuais ou questionam sua orientação sexual", acrescenta. Segundo Auerbach, "o suicídio não está vinculado à homossexualidade, mas à homofobia e é preciso fazer campanhas de prevenção". O estudo, realizado com 933 homens entre 16 e 39 anos, foi elaborado por pesquisadores independentes franceses sob a supervisão do Instituto Nacional da Saúde e da Investigação Médica (INSERM).

O corpo que Márcia viu estirado na UERJ esta semana não é o único de que tomei conhecimento. No semestre passado, outro caso chamou-me a atenção. Foi o caso de um rapaz que teve uma decepção amorosa com outro. Parece que ele não conseguia suportar o final do relacionamento e decidiu jogar-se. Morreu, logicamente. Fiquei pensando em como a perda de alguém que a gente ama pode traduzir-se em final para muitos de nós, independentemente da orientação sexual.

O fato de alguém não ter se suicidado ainda não significa que esteja confortável com a própria vida. Muita gente não se sente à vontade nem com a vida e nem com a morte. Como diz Emil Cioran: A obsessão pelo suicídio é própria de quem não pode viver, nem morrer, e cuja atenção nunca se afasta dessa dupla impossibilidade.

Eu, particularmente, acredito que viver dispense qualquer justificativa. Não preciso de razões pós-mundanas, nem moralistas, nem românticas, ou de qualquer outra ordem para querer viver. O mesmo valeria para a morte. Nada me impediria de querer morrer, exceto o fato de que, neste momento, sinto-me muito bem vivendo! Não posso descartar o fato de que ter filhos também me motive a levar a vida de um jeito diferente do que levaria se não os tivesse. Se não tivesse filhos, poderia correr mais riscos financeiros, por exemplo. Estar desempregado num momento e empregado em outro não faria muita diferença. Viver no Rio de Janeiro ou enfiar-me no meio do mato e comer da pesca e da caça também não faria a menor diferença. Mas, como tenho responsabilidades para com eles, fico mais retido em algumas das minhas aventuras em potencial.

E, como gosto de viver (a maior parte do tempo!!!), procuro ser feliz o máximo que eu possa. Esta felicidade não depende de coisas extraordinárias. Ela se atém a coisas bem cotidianas quase o tempo todo. Agora, sinceramente, não sei se eu insistiria em viver se a vida fosse somente dor. Por isso, jamais condenaria aqueles que decidem interrompê-la quando ela não faz mais sentido ou é somente sofrimento. Acredito que seja um direito de qualquer indivíduo a escolha entre continuar vivo ou morrer. Aliás, só o indivíduo tem direito de decidir sobre viver ou morrer. Tudo o mais é homicídio e, a meu ver, é ilegítimo. Não sei como a sociedade, de um modo geral, pode ser tão avessa ao suicídio e encarar com certa naturalidade a cadeira elétrica, a câmara de gás, o enforcamento, o pelotão de fuzilamento, a guerra etc.

Talvez uma boa receita para sofrer menos seja lembrar menos. Ter pouca memória para o que nos fez ou faz sofrer evita o ressentimento. E tem ainda o outro lado dessa mesma moeda. Veja o que diz Nietzsche: A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez.

Viver sem esperanças excessivas e sem medos infundados. Eis a melhor receita para a paz pessoal!


E banana pra quem se ressentir da felicidade alheia!!!!

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