Mostrando postagens com marcador paris. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador paris. Mostrar todas as postagens

Paris: Até quando?

Foto: G1
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/11/estado-islamico-reivindica-ataques-em-paris.html
Por Sergio Viula

Vi a mensagem de um amigo querido, Cláudio Pfeil, que estava em Paris com seu marido no momento dos atentados desse novembro/2015. Inicialmente, pensei que fosse uma tirada dele, que é filósofo e psicanalista. Achei que ele estivesse criando uma cena imaginária para tirar alguma lição de vida no final das contas. Não era uma anedota. Era real. E isso ficou claro ao longo da postagem. Mas, por que fui tomado de surpresa por essa notícia que já rodava as redes sociais e ocupava os noticiários na TV? Simplesmente, porque ontem fiquei aprisionado em sala de aula, além de passar horas debruçado sobre minha pesquisa. 

Mas o que me leva a escrever essa breve e triste postagem é uma pergunta: Até quando? Até quando Paris e outros centros extraordinários de cultura, lazer, história, atividade econômica e progressismo em vários sentidos ficarão à mercê de gente louca como esses que não entendem o que é liberdade (muito menos, são capazes de apreciá-la) e só conhecem o poder das bombas.

Como lidar com gente que tem a mente lavada por fanatismo, fundamentalismo, extremismo, seja lá que nome quiserem dar a isso?

Mas que ninguém se engane. Nada é tão simples.

A primeira coisa que me veio à mente foi: Quem será que quer começar uma nova guerra?

1. Governantes de superpotências ansiosos por aderência da França e outros países a seus planos expansionistas e imperialistas?

2. A indústria bélica - essa que produz armas de todos os tipos: portáteis, áreas, com rodas, flutuantes?

3. Governantes de países divididos entre os que apoiam esses mesmos governantes (nem sempre melhores que seus opositores) e aqueles que apoiam facções rebeldes e extremamente violentas?

4. As próprias facções rebeldes, querendo desestabilizar possíveis aliados dos governantes que elas querem derrubar?

5. Extremistas de direita interessados em expulsar imigrantes e/ou impedir a entrada de refugiados?

6. A extrema esquerda para ter o pretexto de culpar a extrema direita?

É muito gato para um balaio só, minha gente.

Enquanto isso, eu me pergunto: Quem deterá esses loucos - esses infelizes sociopatas que odeiam tudo o que signifique liberdade, igualdade e fraternidade. Haveria lugar mais emblemático do Paris para um ataque terrorista feito pelos que se ressentem contra o projeto Republicano Democrático de Bem-Estar Social com a Laicidade como princípio? Coloco os quatro conceitos juntos de propósito, porque os ressentidos contra a liberdade que o secularismo propõe e promove têm o hábito de odiar os quatro e tudo que tenha a menor semelhança com qualquer deles. E aqui entram muitos que não oram a Alá. Não se iludam pensando que o Islamismo radical é a única ameça, mas não mintam para si mesmo dizendo que ele não seja uma das principais e mais perigosas.

De qualquer modo, Paris sobreviverá. A questão é: Quantos parisienses e agregados terão que morrer ainda?

O fundamentalismo religioso e outras ideologias econômicas, políticas e religiosas que se esforçam para sabotar o projeto democrático serão combatidos, mas quando serão definitivamente imobilizados ou tornados completamente obsoletos?

Enquanto isso, na sociedade brasileira, vemos uma onda ridícula, mas perigosa, de fascismo grassando em setores da política, das forças (militares, policiais, etc.), da educação, das telecomunicações, das religiões, principalmente as de cunho evangélico e católico. Abramos nossos olhos antes que o dragão se torne tão grande que já não nos seja possível detê-lo.

DIGAMOS NÃO a tudo o que tente aprisionar, encaixotar e adestrar o ser humano numa lógica de sujeição, subjugação a alguma figura ou instituição, tendo como base moralismos maniqueístas, esses mesmos que conservadores e fundamentalistas incensam continuamente, mesmo sendo os mais desprezíveis seres humanos do ponto de vista ético, porque esses discursos muito facilmente seduzem os tolos. E me refiro a um leque que vai de carecas neonazistas a pastores televisivos, passando por um rosário de atores sociais que ninguém diria. Não seja um deles: nem do primeiro tipo nem do segundo.

Brazil: Kissing rally against homophobia in the Parliament

On the rainbow flag, it reads: A right of all.



São Paulo, Brazil – Three days before the decision-making session to decide whether Marco Feliciano, a deputy and a pastor who has made homophobic, racist and chauvinist statements on the Internet and on TV, will remain in charge of the Human Rights and Minorities Committee of Brazilian Parliament, one more demonstration has just taken place (23/03) on Paulista Ave, reinforcing rejection against the Congressman. It was a kissing rally organized by protesters over Facebook.


PARIS - FRANCE


Not only that, but also in Paris (France) Brazilians have protested against Feliciano.


Demonstration demanded the deputy-pastor's rennouncing 
of the Human Rights Committee
Photo: BBCBrasil.com

Poema de um eterno professor e grande amigo meu


Obra magna
Claudio Pfeil






Feliz é o homem


capaz de se encantar


e fazer o encanto durar


o tempo que for possível


Para além do sonho


e da fantasia


no cair da noite


no alvorecer do dia


Em horas de paz


e também de agonia


no corpo presente


na ausência vazia


No seco, no duro


no quente, molhado


no espinho, no verde


no cinza, algodão


Na voz que se cala


no toque macio


na boca que beija


na palavra não


No vento que sopra


na falta de ar


no silêncio da pedra


no querer amar


Na saudade que bate


na onda revolta


no gozo sem nome


no sim da paixão


Na insistência do mesmo


no rebento do novo


na rotina caseira


na incerteza do chão


No lençol esticado


no gato dormindo


no café da manhã


no ouvir eu te amo


Sorte grande


tem este homem


que passa o tempo


sem perder seu tempo


pois que do tempo


que o verá morrer


encanta-se a recriar o tempo


a fazer do instante


mais do que um instante


nem coisa, nem nada


encantamento puro


duração do encanto


adoração da vida


Feliz é o homem


Grande é a sorte


Eis que em verdade


Sorte não é


Arte! pois


é o que faz este homem


que o tempo dissolve


e que da dissolução faz


o sentido de si


sua obra magna






Paris 22 de abril 2011

Postagens mais visitadas