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Marcha contra a intolerância - Ipanema, 17 de junho de 2012

 
Manifestação de minorias étnicas e religiosas contra a vinda do Presidente do Irã Mahamoud Ahmadinejad ao Brasil - Ana Branco (O Globo)



RIO - Com camisas e cartazes, cerca de mil pessoas participaram de uma passeata, na manhã deste domingo, na Praia de Ipanema, para protestar contra a visita desta semana ao Brasil do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. O chefe de Estado iraniano se encontrará na quarta-feira, em Brasília, com presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por quem foi pessoalmente convidado, em novembro do ano passado, a visitar o Brasil.

A manifestação reuniu integrantes de comunidades israelenses e grupos que representam minorias, como os homossexuais. O líder do Irã já defendeu a destruição do Estado de Israel, negou a existência do Holocausto e pregou a pena de morte à homossexualidade, que considera um crime (Leia mais: Israel critica Brasil por receber Ahmadinejad)

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O protesto começou por volta das 11h30m, na Praça dos Arcos, nas proximidades da Rua da Consolação, e durou cerca de uma hora e meia e foi pacífico.

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Somente na semana passada o Governo brasileiro criticou o discurso do Presidente iraniano. O Itamaraty afirma que durante o encontro desta quarta-feira Lula vai reafirmar o descontentamento do Brasil com o discurso do líder do Irã, que acusou Israel de estabelecer um regime cruel e racista no Oriente Médio.

Além do Holocausto, Ahmadinejad negou, em 2007, que houvesse homossexuais no Irã, de onde muitos gays fogem, por serem considerados criminosos, sujeitos a prisão. Durante palestra na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, ele disse que "nós não temos homossexuais como em seu país (EUA). Nós não temos isto em nosso país. Não temos este fenômeno".

Leia a matéria na íntegra em https://oglobo.globo.com/mundo/rj-sp-protestam-contra-visita-de-mahmoud-ahmadinejad-ao-brasil-na-proxima-quarta-feira-3171934#ixzz1y4rZSlMs

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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO

Estive lá e tive o prazer de encontrar queridos militantes do Grupo Arco-Íris, da ABGLT e de outras regiões do Brasil. Até representantes do Amapá estavam presentes. A marcha foi linda! O grupo extremamente diverso tinha um grito em comum: "Chega de intolerância!"

Parabéns às lideranças judaicas, do movimento LGBT, do movimento negro, de ativistas de outras religiosos e outros amantes da liberdade e da diversidade.


João Silva, Claudio Nascimento Silva, Silvia Furtado e Sergio Viula


Depois da marcha, tivemos nosso momento de confraternização LGBT, almoçando juntos. Foi bom estar com Cláudio Nascimento, seu marido João, Toni Reis, Júlio Moreira, Silvia Furtado (do Centro de Referência LGBT de Friburgo) e outros queridos militantes, entre eles uma querida que trabalha no estado do Amapá, cujo nome não recordo porque só conversamos durante o almoço.


Toni Reis, Julio Moreira, e uma galera maravilhosa!



Eu estou ali no canto direito. :)


Abraço a tod@s!

Manifestante Gay protesta diante de Ahmadinejad

Pela vida dos gays: o protesto que encarou a homofobia de Ahmadinejad


 
Ahmadinejad: manifestante gay consegue driblar segurança

Enquanto o então presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, cumpria agenda oficial em Brasília, um ato solitário rompeu o silêncio e chamou atenção para uma das maiores atrocidades ainda praticadas no século XXI: a perseguição, prisão, tortura e execução de pessoas LGBTQIA+ no Irã.

Júlio Cardia, 25 anos, funcionário de uma empresa de serviços, faltou ao trabalho naquele 23 de novembro para protestar. Sozinho, infiltrado entre jornalistas e autoridades, ele conseguiu se sentar no fundo da sala onde Ahmadinejad concedia uma entrevista coletiva. Quando a coletiva se aproximava do fim, ergueu um cartaz com os dizeres: “Pela vida dos gays, contra Ahmadinejad” — imediatamente arrancado por seguranças iranianos. Em seguida, ele desfraldou uma bandeira do arco-íris antes de ser retirado do local.

Do lado de fora, afirmou com firmeza:

“Não aceitamos que pessoas como nós, gays, estejam sendo esquartejadas no Irã.”

Júlio não agiu sozinho. Ele participou da articulação de protestos junto a representantes das comunidades judaica e baha’i. Cerca de 200 pessoas se mobilizaram na capital federal para denunciar a visita de Ahmadinejad, que representa um regime abertamente opressor com relação aos direitos humanos — especialmente contra mulheres, minorias religiosas e pessoas LGBTQIA+.

Na ocasião, estava previsto um encontro entre Ahmadinejad e estudantes de uma faculdade particular, que acabou sendo cancelado após alerta de risco por parte das autoridades brasileiras — um indicativo de que o protesto estava surtindo efeito.

Quando questionado por um jornalista sobre os protestos LGBTQIA+ no Brasil, Ahmadinejad tergiversou:

“Achamos que as pessoas estão livres para expressar suas ideias. No Brasil existe essa liberdade, e no Irã também.”

Uma resposta cínica, vinda de um regime conhecido por executar homossexuais com base em leis arcaicas e interpretações radicais da religião. O Irã é um dos poucos países onde ser gay pode levar legalmente à pena de morte.

Durante a visita, Ahmadinejad ainda tentou desviar o foco ao tratar de outros temas: defendeu o programa nuclear iraniano, se eximiu de responsabilidade pela prisão de três americanos por "espionagem", e reafirmou sua postura contra Israel e em favor da unificação palestina sob mediação do Irã.

Mas nada disso encobriu a força simbólica de uma única voz levantando um cartaz e uma bandeira. O ato de Júlio Cardia não foi apenas um protesto — foi um grito de resistência em meio à complacência diplomática. Uma lembrança de que a dignidade humana está acima de acordos comerciais, discursos evasivos e alianças políticas.


📝 Fora do Armário reforça: não há negociação possível quando vidas estão em jogo. O silêncio diante da homofobia institucionalizada é cumplicidade.

🏳️‍🌈 Que o ato de Júlio inspire muitos a não se calarem.

#DireitosHumanos #LGBTQIA #IranNão #ForaAhmadinejad #ResistênciaQueer #ForaDoArmário

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