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ENTREVISTA: Uma família homoparental que vai inspirar você!

Por Sergio Viula

OBS: As fotos desse post foram cedidas 
pelo casal para este post, exclusivamente.

Daniel Poubel, à esquerda, e Lucio Bragança.




Faz algum tempo que esse casal querido, formado por Lúcio Bragança e Daniel Poubel, acompanha o Blog Fora do Armário. Mas o contrário também é verdade - este blogueiro acompanha as postagens deles no Facebook e sempre se encantou com o modo como eles construíram uma linda família.

Por isso, perguntei ao casal se eles topariam dar uma entrevista para o Blog Fora do Armário. E para a nossa alegria (^^), eles toparam. O que você vai ler abaixo é fruto dessa conversa por e-mail.

A entrevista e as fotos foram autorizadas pelo casal para publicação exclusiva aqui no Blog Fora do Armário. Por favor, não as reproduza sem autorização deles, mas fique à vontade para compartilhar o link dessa linda história.

Lucio Bragança tem 34 anos e Daniel Poubel, 30. Eles são originários de MUQUI - ES, mas trabalham em outra cidade como professores. 



Fora do Armário: Como foi que vocês se conheceram e quando decidiram se casar? As famílias de vocês já sabiam que vocês eram homoafetivos? 

LUCIO:
Daniel e eu nos conhecemos desde pequenos, fomos vizinhos em nosso bairro, o tempo passou e tomamos caminhos diversos, porém em determinados momentos nos encontrávamos em algumas situações, porém nunca namoramos antes. Eu tive um relacionamento heteroafetivo e desse relacionamento surgiu os dois filhos que estão conosco. Fiquei viúvo e poucos anos depois reencontrei Daniel, e então resolvemos ter um relacionamento e assumir nossa homossexualidade. As famílias não sabiam de nossa homossexualidade, assumimos a nossa “nova vida” e enfrentamos os desafios e as consequências juntos.


DANIEL:
Nosso amor é antigo, desde criança nos víamos, mas nunca tivemos a oportunidade de conversar. Algo dentro de mim se revirava quando o via. Na adolescência, então, com a descoberta velada de minha orientação sexual, percebi que era apaixonado por ele. Contudo, a vida nos fez tomar caminhos diferentes e por um longo período não nos vimos mais. Quando de uma oportunidade única, tive a chance de reencontrá–lo e fui à conquista. Estamos juntos há 9 anos, sendo 4 anos casados oficialmente como o primeiro casamento civil de nossa cidade atual. Em relação aos parentes, eles souberam de nossa sexualidade e namoro ao mesmo tempo, digo que além de nos descobrirmos juntos, também estreamos juntos (rsrs). No início foi complicado, mas com o passar do tempo as coisas foram se organizando e a vivência de nossa FAMÍLIA superou, pelos menos em parte, o preconceito dos PARENTES. 



Fora do Armário: Quando decidiram ter filhos? Como vieram a ter dois? 

LUCIO: Como respondi anteriormente, quando assumimos nosso relacionamento, eu já era pai de dois filhos - filhos, que juntos, desde o início, compuseram nossa família.

DANIEL: Sempre sonhei em ser pai, e quando a oportunidade de casar com Lucio surgiu, o pacote veio completo. Adorei. Casei com o amor da minha vida e tive a oportunidade de ser pai de gêmeos.



Fora do Armário: Falem mais sobre os filhos. 

LUCIO:
Quando fomos morar juntos, os meninos (filhos) tinham 5 anos. E resolvemos, depois de alguns meses morando juntos, assumir para os filhos de forma simples o nosso modelo de família. Não houve segredo, uma vez que na convivência eles percebiam que o amor, o afeto, o carinho e a responsabilidade eram oferecidos a eles, e não era diferente, ou seja, o sexo dos componentes do casal não fazia diferença na relação familiar. Para eles que convivem em um ambiente familiar livre de estereótipos e preconceitos, não foi construída a ideia de que o casal homoafetivo é imperfeito, igual ao que determinados discursos tentam propagar. A nossa relação sempre foi aberta com eles, sabem de tudo, em relação a nosso modo de vida e a sua história.

DANIEL: Em nosso seio familiar, tentamos ao máximo esclarecer tudo que é possível, mas a questão de família é algo natural, vivido no dia-a-dia. Se alguém perguntar aos nossos filhos o que é uma família, eles responderão que é amor. Tudo é tão tranquilo e as pessoas que questionam chegam tão impressionadas que apenas digo: “somos uma família como qualquer outra, eu sou o Pai e ele o Papai (assim que nossos filhos nos chamam), amamos, cuidamos, educamos e pronto.” 



Fora do Armário: Como vocês descreveriam a experiência de paternidade? Quais foram os maiores desafios e as maiores alegrias até o presente momento?

LUCIO: A experiência da paternidade é maravilhosa, digo que foi algo que de melhor aconteceu em minha vida, muitos altos e baixos, muitos desafios, mas é tudo muito motivador. Os maiores desafios foram nos primeiros anos, quando passamos em um concurso público e tivemos que nos mudar e começar do zero, em uma cidade onde não tínhamos ninguém para nos auxiliar em nenhuma situação, então tivemos que abrir mão de muita coisa pessoal em função da dedicação integral à família. O maior orgulho é o carinho deles como filhos, e a resposta vem da escola, onde são os melhores alunos (boletim nota máxima em todas as disciplinas) em rendimento e comportamento, elogiados e respeitados por todos da escola, e todos sabem que são integrantes de uma família homoafetiva, porque desde a matrícula fomos à escola e apresentamos a situação, e exigimos respeito e tratamento digno, igual ao oferecido a todos os alunos e às outras família. Nós como pais somos muito elogiados pelos professores e equipe gestora da escola onde estudam, pois eles são referência no ambiente escolar e o nosso orgulho é que por meio deles, em uma manifestação silenciosa, todo o discurso de ódio proferido em relação à adoção por casais homoafetivos cai por terra.

DANIEL: Como sempre tive essa vontade de constituir uma família, não vi um grande desafio, mas sim um grande aprendizado. Como Lúcio disse, abrimos mão de muitas coisas que um casal jovem faria normalmente, para poder cuidar dos meninos, porém em momento algum me arrependo disso, pelo contrário, digo sempre que quando saímos para passear ou fazer qualquer outra coisa sem os nossos filhos, nos sentimos como se faltasse algo, ficamos incomodados, não nos sentimos completos. Mas quando estamos com eles, nos divertimos muito. Eles são motivo de muito orgulho - carinhosos e inteligentes, sempre são muito elogiados por nossos amigos e profissionais da escola. 



Fora do Armário: Que traços de personalidade vocês destacariam como os mais positivos em cada um dos filhos?
LUCIO: O carinho, o respeito, a amizade, o companheirismo e a gratidão.

DANIEL: Ao mesmo tempo que são muito parecidos, também são únicos em suas personalidades. Ambos são extremamente carinhosos e preocupados com o bem-estar de quem eles gostam, e talvez por vivenciarem nossas lutas diárias em prol de uma vida mais justa e uma sociedade menos preconceituosa, percebo neles um senso crítico muito grande. 



Fora do Armário: O que mais mudou na relação do casal depois dos filhos chegarem?

LUCIO: Nossa vida foi muito diferente da vida das famílias dos amigos, porque vivemos quase em função deles nestes últimos anos pelo compromisso que assumimos e pelo prazer em estarmos presentes com eles durante parte do dia. Optamos por trabalhar em um turno como professores, e dessa forma pudemos dar a eles muitos momentos de companheirismo. Sabemos que essa fase é passageira - em breve estarão estudando em escola integral e em faculdade, e, depois, vão seguir a suas vidas, se preferirem em outros lugares, então tentamos aproveitar ao máximo o tempo juntos.
DANIEL: Nos tornamos mais companheiros, mais unidos, mais cúmplices. Depois que constituímos nossa família, só tivemos nós dois um pelo outro, por eles e para eles. Isso nos uniu muito e nos fez superar muitos desafios. 



Fora do Armário: As crianças demonstram alegria por terem pais tão carinhosos como vocês?

LUCIO: A alegria deles é visível, no carinho, no dia dos pais fazem cartas e desenhos maravilhosos para a gente, selecionam filmes e séries para assistirmos juntos, são excelentes companheiros.

DANIEL: Digo que eles são um grude, e quando é um dia de muito trabalho e chego tarde em casa, eles fazem questão de exigir atenção, mesmo que seja sentar comigo no sofá e ver um filme, ou andar atrás de mim naquela correria do horário de almoço pra contar o que aconteceu na escola naquele dia. 



Fora do Armário: Existe alguma demonstração que foi muito especial para vocês?

LUCIO: Todos os dias são feitos de pequenas demonstrações - a mesa de café da manhã preparada, ser acordado ao som do “parabéns para você” na flauta, a medalha recebida como premiação no campeonato de xadrez, a chegada da escola com afobações e novidades, o simples fato de cobri-los em noites frias ou até mesmo de vistoriar o quarto a procura de pernilongos invasores!

DANIEL: Algo que me marcou muito no início do nosso relacionamento de pai e filhos foi que eles sempre faziam desenhos me representando e me davam de presente. Tenho vários guardados até hoje. Era a forma deles comunicarem que gostavam de mim. Hoje em dia, eles são um grude, tudo que eles fazem é especial.



Fora do Armário: Quais são os planos de vocês para os próximos cinco anos?

LUCIO:  Viver, na plenitude da palavra. Curtir cada momento juntos, e com certeza, viajar, viajar muito!

DANIEL: Curtir muito a família e aproveitar a vida ao máximo.



Fora do Armário: Vocês poderiam deixar alguma mensagem final para os leitores do Fora do Armário?
LUCIO: Tudo fica muito mais fácil quando temos alguém junto da gente, enfrentando os desafios da vida que não são poucos, por isso quero agradecer a meu companheiro Daniel. Ele tem sido também a minha inspiração de viver em dias tempestuosos. Aos leitores, eu sugiro a plenitude da frase “viver e não ter a vergonha de ser feliz”. Afinal, ficamos muito tempo no armário, e temos que sair dele para o mundo sentir o nosso brilho e deixar espaço para lá, para guardar o preconceito, do qual ainda, infelizmente somos vítimas.

DANIEL: Ao meu Mozão, te amo. Aos meus filhos, amo vocês. Aos leitores, lembrem-se sempre: Vivam a vida de vocês! A felicidade é construída. Então arrombem as portas do armário e curtam de montão. E nunca se esqueçam de dizer para a sociedade hipócrita que se incomoda com sua felicidade que VOCÊ NÃO É OBRIGADO A GOSTAR, MAS A RESPEITAR SIM.


O Blog Fora do Armário agradece muito pelo carinho de Lucio e Daniel em compartilharem suas vidas conosco aqui.

Casal lésbico ganha mais de 3 milhões de dólares depois que o filho reclamado pelos pais biológicos foi assassinado pelo pai

Casal lésbico ganha mais de 3 milhões de dólares depois que o filho foi reclamado pelos pais biológicos e assassinado pelo pai

O casal disse que o advogado agiu negligentemente em não suspender os direitos parentais dos pais biológicos


O casal pensava que estava começando uma família, 
mas os pais biológicos tinham outros planos.



23 de agosto de 2017
Por Joe Morgan
Gay Star News
https://www.gaystarnews.com/article/lesbian-couple-wins-3-25m-adopted-son-reclaimed-birth-parents-killed-father/#gs.fKO3tqU

Tradução: Sergio Viula



Um casal lésbico ganhou milhões de dólares depois que seu filho adotivo foi reclamado pelos pais biológicos e morto pelo pai.

Heidi e Rachel McFarland, do estado de Iowa, levaram o menino Gabriel, com quatro meses de nascido, do hospital para casa, acreditando que aquele seria o começo de sua família feliz.

Depois que o casal ajudou a cortar o cordão umbilical, elas passaram cada momento acordadas com Gabriel até que ele foi devolvido aos pais biológicos.

"Era como se ele soubesse instantaneamente", disse Rachel McFarland, "que nós éramos suas mães".

Mas apenas 11 dias antes que elas pudessem finalizar a adoção, a mãe do menino, uma garota de 16 anos chamada Markeya Atkins mudou de ideia sobre abrir mão do filho.


Pai biológico mata o bebê


Em Iowa, pais biológicos têm até três meses para mudarem de ideia sobre a concessão de um filho para adoção.

O pai da criança, Drew James Wheeler-Smith, com 17 anos, ficou encarregado de cuidar da criança enquanto a mãe biológica foi dar um errado a alguém.

Menos de uma hora mais tarde, em April 22, 2014, a mãe biológica de Gabriel voltou e encontrou o bebê inconsciente em sua cadeira. O menino tinha espuma branca em volta da boca e o pai havia sumido.

Um perito médico identificou mais tarde que Gabriel morreu de trauma craniano.




Rachel disse que quando elas descobriram, "Heide gritava, e eu olhei para a papelada e lá estava o endereço. Eu enviei uma mensagem de texto para Markeya e ela confirmou que havia sido ele.’

O pai, Weehler-Smith, agora com 20, foi considerado culpado por assassinato em segundo grau em 2015 e sentenciado a 50 anos de prisão, de acordo com o registro.

Mas o casal McFarland decidiu processar o advogado formal da mãe biológica, Jason Rieper, por negligência processual. O juri decidiu a favor delas.

O casal disse que o advogado agiu negligentemente em não suspender os direitos parentais dos pais biológicos. O advogado de Rieper, David R Brown, questionou essa caracterização.

O advogado disse que está desapontado com o veredito do juri. Ele alega que o julgamento focou sobre o envolvimento de Rieper no caso de adoção e não na morte ocorrida posteriormente.

"Você não pode controlar as emoções de uma mãe biológica de 16 anos", disse Brown à revista People.


Advogado julgado por ter agido negligentemente


"Eu acho que se tivesse forçado a barra e a pressionado a abrir mão de seus direitos", acrescentou eIe, "Eu acho que alguém poderia alegar que teria sido inapropriado".

Em 2014, Atkins disse que queria Gabriel de volta porque ela sentia que as McFarlands haviam se distanciado desde que o receberam. Ela tinha medo de que ele deixasse de ser parte de sua vida para sempre.

E ao mesmo tempo que o casal nunca esquecerá seu amor por Gabriel, a família delas está crescendo.

Rachel e Heidi foram abordadas por outra mulher grávida logo depois da morte de Gabriel, e elas adotaram um bebê chamado London.

Heidi também deu à luz uma outra filha recentemente, chamada Vienna.

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