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Desireé e voluntários no centro do Rio de Janeiro: Proteja o Gol!

Desireé, estrela da campanha "Proteja o Gol" 
de conscientização por sexo seguro, na Av. Rio Branco, RJ.



Estávamos eu e meu filho caminhando pela Av. Rio Branco, no Centro do Rio de Janeiro, em busca de material de desenho para o curso dele, quando nos deparamos com uma intervenção de conscientização sobre sexo seguro e HIV. A deslumbrante Desireé, drag queen que literalmente reina nas boates e festas noturnas cariocas, estava distribuindo panfletos e camisinhas. Não pude resistir. Parei, falei com ela, estalei dois beijos nas bochechas e pedi para tirar foto.

Meu filho recebeu o material da campanha e ficou observando. Depois expliquei melhor quem era Desireé e porque esse trabalho é tão importante.

Parabéns à UNAIDS, aos voluntários, a Desireé e todos os envolvidos nesse trabalho.

O dia foi 13 de junho de 2014.

Viva a Copa, viva o amor, mas viva tudo isso com tesão e segurança.











Cadê a campanha por sexo seguro (camisinha) no carnaval 2014?



Domingo passado, chamei a atenção dos leitores do blog Fora do Armário e das minhas páginas no Facebook e no Twitter sobre a total ausência de campanha pelo uso da camisinha (sexo seguro) durante o carnaval. 

O Ministério da Saúde sempre lança a campanha vários dias antes do carnaval. Pois bem, hoje fiquei sabendo que eles acabaram de lançar uma campanha. 

Longe de ser a melhor que já fizeram e com pouquíssima visibilidade até o momento, parece mais uma ação para dar um cala-boca nos descontentes. 

De que adianta uma campanha que não se vê ostensivamente? Mais uma patacada da administração Dilma. Podia ser uma propaganda de drops, chocolate, chiclete. Não há qualquer referência sexual. A quem querem agradar? O que pretendem com isso? Campanha "exorcizada" por fundamentalistas e conservadores que se arrepiam só de ouvir a palavra sexo? É o que parece...


VEJA A CAMPANHA DA CEDS-RIO 

(COORDENADORIA ESPECIAL DE DIVERSIDADE SEXUAL DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO), COORDENADA PELO CARLOS TUFVESSON.

Pena que fique restrita à CIDADE do Rio de Janeiro. Por isso, minha cobrança em relação ao governo federal continua de pé:

http://www.cedsrio.com.br/site/noticias/2014-02/beijinho-no-ombro-camisinha-no-bolso

Dilma, Fundamentalismo e AIDS - Vale a pena ler





A prevenção à AIDS no governo Dilma e a censura dos vídeos da campanha do Carnaval de 2012 Jorge Beloqui1 e Veriano Terto Jr.

Este texto tem como objetivo apresentar e brevemente analisar uma série de episódios de censura do governo federal às campanhas governamentais de prevenção à AIDS, em especial a recente campanha de prevenção para o carnaval de 2012. Tais atos de censura devem ser conhecidos e debatidos pela opinião pública e devem ser confrontados por todos aqueles que lutam por uma saúde sexual de qualidade e pela promoção e garantia dos direitos sexuais. O silêncio e a omissão nestes casos poderão significar retrocessos, não só na resposta ao HIV/AIDS, mas também a toda uma série de possíveis avanços e conquistas na defesa e promoção dos direitos sexuais e no caráter laico do estado brasileiro.

Antecedentes:

a. Segundo turno da campanha eleitoral para presidente da República: outubro de 2010

Os três candidatos mais votados (Dilma Roussef, Marina da Silva e José Serra) manifestam-se contra o casamento igualitário, ou seja entre as pessoas do mesmo sexo, porque casamento seria, em suas opiniões, algo religioso.

Ignoravam assim o art. 226 da Constituição Nacional, que garante o casamento civil, ou seja, estavam desconhecendo o caráter laico do casamento, identificando-o com o casamento religioso. Para o juramento para a posse, a Presidenta tem que se comprometer a defender e fazer cumprir a Constituição.

b. Em março/abril de 2011 surgem denúncias de tráfico de influência contra o então Ministro da Casa Civil, Antônio Palocci.

Há ameaças de parlamentares de convocá-lo ao Congresso para explicar os fatos. A bancada religiosa fundamentalista, com o Dep. Anthony Garotinho (PR/RJ) à frente, é recebida pela Presidenta e manifesta que só não convocarão o Ministro Palocci se retirarem o vídeo do “kit anti-homofobia”2. Este vídeo tinha o aval da UNESCO e da UNAIDS

c. Meses depois, outra frustração: no Dia Mundial de Aids, 1.º de dezembro, após anunciar a decisão de fazer uma campanha para os jovens homossexuais, o governo apresentou peças consideradas pouco eficientes, confusas e superficiais. E que não falavam nem de HIV, nem de jovens, nem de homossexuais.

1 Jorge Beloqui, Prof. Dr. em Matematica (GIV, ABIA, RNP+, IME-USP) e Veriano Terto Jr (ABIA)

2 Conjunto de materiais áudio-visuais e impressos sobre o tema da homofobia nas escolas produzido pelo Ministério da Saúde, com o objetivo de diminuir atos de discriminação e preconceitos contra alunos homossexuais nas escolas brasileiras.

Os Dados Epidemiológicos

A Lei 8080/90 (Art. 7º, inciso VIII), estabelece que os dados epidemiológicos devem ser utilizados pelo SUS - Sistema Único de Saúde ”para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática”.

O Boletim Epidemiológico sobre a Aids, lançado no dia 28 de novembro de 2011, mostra que a epidemia tem crescido entre os homossexuais nos últimos anos. De 1998 a 2010, o percentual de casos na população heterossexual de 15 a 24 anos caiu 20,1%.
Entre os gays da mesma faixa etária, no entanto, houve aumento de 10,1% (Fonte: Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, 2011).

Façamos um recorte dos casos de AIDS notificados em homens de 15 a 24 anos, entre os anos 1980 e 2009, segundo o site: www.aids.gov.br. Omitimos a análise dos dados de 2010 e 2011 porque provavelmente estão atrasados. É possível observar que, excluindo os casos de transmissão ignorada, os casos absolutos em homossexuais estão em aumento e igualam-se aos casos absolutos em heterossexuais em 2009. Já se adotando a classificação mais ampla de Homens que fazem sexo com Homens (HSH), teríamos a soma de dados de homossexuais e bissexuais para comparar com os heterossexuais.

Assim, o número de casos de AIDS em HSH sempre supera o número de casos em heterossexuais. É possível aprofundar a análise destes dados, comparando as taxas de incidência de AIDS em homossexuais, HSH e heterossexuais. Como é conhecido, a proporção de homens homossexuais e de HSH é menor que a proporção de heterossexuais.

Em artigo publicado na Revista de Saúde Pública (2008) estima-se o quociente das taxas de incidência de AIDS entre HSH e heterossexuais entre 15 e 49 anos, no período de 1996 a 2003. No ano de 2003, os HSH apresentavam uma taxa de incidência de AIDS entre 6 e 18 vezes superior à taxa dos homens heterossexuais. Esta variação se deve às diversas estimativas da proporção de população HSH e heterossexual.

Atualizando o cálculo, vemos que a partir de 2003 as taxas de incidência de HSH começam a aumentar em relação àquelas dos heterossexuais. No ano de 2009 a taxa de incidência em HSH estava entre 6,9 e 21,1 vezes superior à de heterossexuais. Seguindo a metodologia do artigo mencionado, usamos as mesmas estimativas para a população de 15 a 24 anos, até o ano 2009. A taxa de incidência em HSH é entre 12,2 e 37,5 vezes superior aquela dos heterossexuais em 2009. Ela vem aumentando desde 2003 quando foi entre 9,2 e 28,3 vezes superior à taxa entre homens heterossexuais. Na seqüência, os resultados publicados de uma pesquisa do Ministério da Saúde (PCAP 2009) constataram uma prevalência do HIV de 10,5%, ou seja, de cada 10 homossexuais adultos, um está infectado pelo HIV.

Indo além dos dados epidemiológicos, podemos ressaltar alguns determinantes sociais: para atacar a epidemia de AIDS em HSH também é necessário agir sobre eles. A Fundação Perseu Abramo publicou em 2009 a pesquisa “Diversidade Sexual e Homofobia no Brasil: intolerância e respeito às diferenças sexuais”, indicando que 92% da população reconhece que existe preconceito contra pessoas LGBT e que 28% reconhece e declara o próprio preconceito contra esta população, percentual este cinco vezes maior que o preconceito contra negros e idosos, também identificado pela Fundação.

A Campanha do Carnaval 2012

Os dados epidemiológicos levaram ao Ministério da Saúde (MS) a dar um foco prioritário nos jovens gays. A campanha completa foi lançada em 2 de fevereiro na quadra da escola de samba Acadêmicos da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
Na cerimônia, foram exibidos quatro vídeos que seriam veiculados nas redes de TV nacionais, sendo três antes do Carnaval e um após.
No dia seguinte, 3 de fevereiro, eles foram colocados no site do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do próprio Ministério da Saúde, inclusive aquele que apresentava dois rapazes conversando numa boate.

Este vídeo ficou disponível por apenas quatro ou cinco dias, quando for retirado do ar por determinação do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Epidemia de versões e contradições

O Ministério da Saúde negou o veto. “Esse vídeo não é para TV, nem para internet; foi postado por engano. É para ser veiculado apenas em ambientes fechados, como boates”, expressou à Conceição Lemes o jornalista Leônidas Albuquerque, da Assessoria de Imprensa do Ministério. Ainda segundo o jornalista do Ministério: “o vídeo para a TV está em fase final de produção.”

No Programa de Aids, surgiu a versão de que o material havia sido vetado pelo Planalto. Esta versão foi confirmada pelo jornal Folha de São Paulo. O Ministro nega que teria havido veto. Oficialmente, o material apresentaria incorreções, entre elas a inexistência de legenda. No entanto, no vídeo apresentado no site do Departamento de AIDS, as inscrições estão lá. Questionado, o ministro afirmou que no dia 12 a campanha destinada ao público gay estaria no ar.

A decisão do ministro de determinar a retirada do material foi considerada por organizações não governamentais como um claro sinal de recuo, principalmente diante de fatos que ocorreram no passado recente, já citados acima.

Segundo notícia da Agência Brasil - veículo mantido pelo Governo Federal e administrado pela Empresa Brasil de Comunicação – a Assessoria de Imprensa do Ministério da Saúde informou que houve “um equívoco” do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais ao publicar no seu site um vídeo com cenas de um casal homossexual trocando carícias em uma boate. O filme faz parte da campanha de prevenção às DST/Aids lançada para o Carnaval deste ano.

“De acordo com a assessoria do Ministério, o vídeo foi feito para ser exibido exclusivamente em locais fechados, que recebem público homossexual, e não deveria ter sido disponibilizado na internet”, destaca a Agência Brasil. No entanto, para reportagem da jornalista Ligia Formenti, no jornal O Estado de S.Paulo, a assessoria de imprensa da pasta informou que o material programado para ser veiculado na TV aberta, na semana seguinte, era o mesmo que aquele divulgado no site, apenas mais curto.

Pelo Twitter, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou no dia 09/02/2012 que não houve veto do vídeo. “O Ministério elaborou um amplo plano de comunicação para divulgar a campanha de prevenção da Aids durante o Carnaval de 2012. Para isso, foram produzidos diferentes vídeos, spots de rádio e peças publicitárias, que serão distribuídos de maneira distinta, para públicos diferentes”.
A nota do ministro informa ainda que “o vídeo postado no portal do
Departamento será utilizado para divulgação em ambientes fechados, como clubes noturnos e eventos que atraem o público-alvo da campanha. Assim como o vídeo com o cantor Michel Teló foi produzido apenas para uso nas redes sociais, e os spots para as rádios regionais”.

Contradizendo a nota do ministro, o release no site do Departamento de DST e Aids e Hepatites Virais expressa:

“Os filmes a serem transmitidos pela TV e internet apresentam situações em que os públicos-alvos da campanha – homens gays jovens e um casal heterossexual – encontram-se prestes a ter relações sexuais sem camisinha. Em ambos os casos, surgem personagens fantasiosos com uma camisinha”.

O movimento social se manifesta e analisa os vídeos

Em carta de 08/02/2012 a Articulação Gay, composta por vários grupos, solicita publicamente à presidenta Dilma Rousseff e ao ministro Alexandre Padilha o levantamento do veto ao vídeo gay. Por sua vez, o Fórum de ONGs/AIDS do Estado de São Paulo, na sua Reunião do dia 10 aprovou uma Carta de Repúdio ao Governo Federal , na qual manifesta:

“Contestamos a versão divulgada pelo Ministério da Saúde de que o filme censurado não seria veiculado em TV, mas apenas em ambientes fechados frequentados por homossexuais.”

São evidências do veto do governo:

1) O filme foi apresentado durante o lançamento das peças da campanha dia 2/02, no Rio de Janeiro;

2) A descrição do filme, como sendo para TV, consta de texto amplamente divulgado pelo Ministério da Saúde;

3) O filme foi retirado sem explicações do site oficial do Departamento de DST-Aids;

4) As características técnicas do filme apresentam o padrão comercial da televisão brasileira , como o formato de 30 segundos, a linguagem para grande público , estética e narrativa igualmente características dessa tradicional mensagem publicitária de TV.”

Na verdade, no vídeo dos gays jovens há somente beijos e abraços, e nada indica que estejam prestes a ter relações sexuais, como no caso do vídeo para heterossexuais, onde o casal rola na areia.

A Rede de Jovens vivendo com HIV expressou em sua carta titulada “Carnaval da Intolerância”: “Se o vídeo de dois jovens, do mesmo sexo, trocando caricias em uma campanha de prevenção a Aids é escandaloso para o Brasil a ponto de ser retirado do ar, essas pessoas não assistem ou fingem não assistir as novelas e os reality show.”

A revista gay A Capa por sua vez (15/02/2012) escreve: “Poderíamos imaginar que o que se produziu foi um vídeo com uma sequência de cenas típicas da pós-pornografia, que provoca escândalo na maior parte das pessoas que o assistisse. Ou que não seria apropriado para a imagem dos gays que está cada vez mais higienizada. Mas, não. É absolutamente careta e institucional. Infelizmente, está longe de ser um material erotizado. A erotização da camisinha se faz necessária para a abordagem preventiva, porque para ampliar o seu uso é urgente torná-la mais sedutora e menos “brochante.” E acrescenta: “Imaginem se o vídeo do ministério for mesmo exibido dentro dos espaços fechados dos animados bailes de Carnaval. Vai quebrar o clima! É contraproducente. Ele só serve mesmo para a conservadora TV brasileira que, afinal, nem beijo tem!”

O Grupo Gay GLICH e a Articulação da Parada Gay, ambos de Feira de Santana (BA), também divulgaram uma Carta de repúdio à substituição do vídeo: “o site do Departamento Nacional de DST/AIDS e Hepatites Virais traz uma notícia dizendo que: Os jovens gays de 15 a 24 anos são o principal foco da campanha do Ministério da Saúde para o Carnaval deste ano. A ação dá prosseguimento ao tema lançado no Dia Mundial de Luta contra a Aids, em 1º de dezembro último”. E prossegue a Carta: “a notícia não condiz com a realidade, já que na prática, em nenhum momento, nem na campanha de 1º de Dezembro nem no Carnaval existe um foco nos homossexuais jovens, principalmente na TV, veículo de comunicação de maior acesso da população brasileira. Ao contrário, os gays são citados de forma ínfima em ambas as campanhas, nas quais deveriam ser o foco principal.”

A HOMOFOBIA INSTITUCIONAL que vem sendo notada neste governo, inverso do que pregam as supostas campanhas, tem cada vez mais colocado os homossexuais nas situações de vulnerabilidade social. Por isso, enquanto a HOMOFOBIA INSTITUCIONAL estiver instaurada neste governo, os gays, HSH e travestis continuarão sendo as vítimas da AIDS e tratadas como réus pela sociedade, porque o governo brasileiro se recusa a apresentar um pouco do modo que realmente vivemos, que nos beijamos e que a forma mais comum de gays, HSH ou travesti se infectar com o vírus HIV é pelo sexo.”

A ABIA, em 16/02/2012, manifesta-se em idêntico sentido. Mas também aponta para a relação entre os lugares onde os gays são mais vulneráveis, sobretudo os mais jovens, como a escola e sua própria família.

“[Estes vetos] expõem mais um retrato da forma homofóbica e hipócrita que o binômio homossexualidade-juventude é tratado no Brasil. Desde a mais tenra idade, a situação destes jovens nas escolas onde estudam é insustentável. Por conta do preconceito e da omissão dos gestores de educação e dos professores, estes jovens terminam ou sendo expulsos ou forçados a abandonar a escola. A exemplo do ambiente escolar, muitas vezes são forçados a abandonar o lar, por causa do ódio de familiares e vizinhos. Frente ao abandono em dois ambientes que deveriam ser de acolhimento e segurança: a família e a escola, tais jovens tornam-se presas fáceis de exploradores e de qualquer um que prometa uma saída para os horrores enfrentados por estes jovens. Neste ano, a campanha de carnaval do Ministério da Saúde, destinada a jovens homossexuais (segundo as estatísticas do próprio ministério o segmento mais afetado pela epidemia de HIV/AIDS) também sofreu vetos do próprio governo e teve sua veiculação suspensa na TV aberta e restringida a lugares “específicos” como bares e boates frequentados por esta população, num claro ato de censura e discriminação, como se as condições de vulnerabilidade estivessem restritas a estes locais e não difundidas de forma ampla na sociedade. (sublinhado nosso)

Enquanto isto, no exterior o a diplomacia brasileira projeta o Programa Nacional de AIDS como um exemplo para o mundo, se coloca como paladino dos Direitos Humanos e vende o Rio de Janeiro como destino turístico gay. Contrastando com a realidade nacional o que vemos é hipocrisia, censura e homofobia. Os resultados são e serão cada vez mais evidentes: aumento dos casos de HIV, exploração sexual e violências de todas as formas contra uma parcela significativa da juventude brasileira.”

Na verdade, outro argumento que confirma que o vídeo era para a TV aberta, é que tendo o público alvo de 15 a 24 anos, uma parte deles é menor de idade e dificilmente poderia ir nesses lugares específicos.

O fato de não querer veicular uma cena de abraços e beijos entre dois homens na TV aberta mostra que, apesar de o STF ter aprovado em 05/05/2011 a união civil estável entre pessoas do mesmo sexo, embasado no princípio de igualdade, o Poder Executivo resiste em admitir esta parceria como algo que deve ter o mesmo respeito que uma parceria entre pessoas de sexos diferentes, em relação estável ou não. A veiculação na TV aberta certamente seria de grande valia para os jovens gays e travestis que são discriminados na sua própria família e na escola e provavelmente auxiliaria na sua inclusão, diminuindo, portanto, um dos determinantes sociais desta vulnerabilidade ao HIV/AIDS. Já o veto explícito a essa inclusão reforça a visão oposta: o Poder Executivo não reforça a igualdade nem a equidade do amor e sexo entre pessoas do mesmo sexo. E prefere, como diz a Carta da ABGLT, relegar os homens que fazem sexo com homens a seus “locais específicos”, fora da grande mídia.

O novo vídeo

O vídeo que substituiu aquele censurado fornece dados epidemiológicos, falando de percentagens e proporções dos casos de AIDS. O Poder Executivo, na sua pressa por apresentar algo para a TV que agradasse a seus censores, parece pensar que a linguagem de números, percentagens e proporções é mais compreendida pela população do que os abraços, beijos e brincadeiras na praia. O novo vídeo fala várias vezes para usar camisinha, enquanto não mostra nenhuma. Já os outros vídeos de campanhas anteriores mostravam o preservativo. Nada de imagem! Será que a imagem do preservativo também foi vetada?

Por último anuncia “AIDS não tem cura”, o que é imperdoável num programa que já se orgulhou de ser vanguarda no enfrentamento do HIV. Nas conferências de AIDS da International AIDS Society de Viena (2010) e de Roma (2011), a comunidade científica internacional lá reunida concordou que propor a cura da AIDS como um caminho a ser explorado pelas pesquisas é algo viável, segundo os resultados mais recentes de estudos que começam a apontar naquela direção. Para um programa que já concordou em ser apontado como uma referência mundial, teria sido mais adequado colocar na campanha mensagens do tipo: “Juntos venceremos a AIDS, juntos alcançaremos ou trabalharemos pela cura” ou mensagens semelhantes, e não repetir um slogan antigo e já tão criticado.

Outros Programas de AIDS

Outros Programas de AIDS manifestam-se e reforçam a necessidade de campanhas na TV aberta. O PEDST-AIDS do Estado de São Paulo e os Programas Municipais de várias cidades de São Paulo expressaram em 15/02/2012:

“Campanhas direcionadas para jovens gays necessitam ser divulgadas na mídia televisiva, com linguagem específica e direta, pois constituem-se em ferramenta imprescindível para o enfrentamento da epidemia, redução da homofobia e do preconceito. É importante ressaltar que as campanhas devem ser veiculadas no carnaval, dia mundial de luta contra a aids e em outras oportunidades, de forma permanente.

Portanto, antes, durante e depois do carnaval, cabe a todos nós, cidadãos brasileiros, combater a homofobia, assim como o racismo e demais manifestações de preconceito e intolerância em relação a diversidade humana. E lembrar que, de acordo com a Constituição Federal, todos os cidadãos são iguais perante a lei.”

A nota foi criticada por alguns ativistas porque estes Programas locais poderiam ter produzido seus próprios vídeos e não ficar reféns do Ministério da Saúde. Na verdade, até agora, as campanhas de Carnaval e do 1 de Dezembro de todos os anos foram coordenadas pelo Departamento de DST e Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.

Ao mesmo tempo, na capital da censura, o Programa de DST-AIDS do Distrito Federal divulga um vídeo em que aparecem vários casais, inclusive um casal de rapazes “fortões” aparece rapidamente.

Consequências para o Departamento de DST e Aids e Hepatites Virais (DDST-AIDS e HV)

Efetivamente, depois do fiasco de 1 de dezembro de 2011 e desta campanha de Carnaval, o DDST-AIDS e HV já não está em condições de coordenar campanhas. Dada a incapacidade deste Ministério de responder à altura da epidemia, a Rede de Jovens vivendo com HIV/AIDS afirma “É incoerente estarmos discutindo a criação de um plano nacional de enfrentamento da epidemia de Aids para a juventude diante de uma política fragilizada.” Como este Departamento de DST e Aids e Hepatites Virais não tem mais autonomia, alguns outros ativistas expressaram: ” O sonho acabou, ou vai acabar: Dilma assassinou o Programa de AIDS brasileiro”.

Cabe as perguntas:

1. Como foi contratada a veiculação em “locais fechados”? Para quais dias e para passar com qual frequência, em quais locais?

2. Se uma parte da população a ser atingida é menor de idade, como poderiam estar nos locais tais como boates ou saunas?

3. O vídeo com apresentação de dados epidemiológicos veiculado no dia 12 de fevereiro foi apresentado no lançamento da campanha no Rio? Por que este vídeo não passou pelos Grupos de Comunicação da Comissão de Articulação com os Movimentos Sociais (CAMS) e da Comissão Nacional de Aids (CNAIDS), como é a prática costumeira do Ministério da Saúde?

4. Por que foram apresentados na comunidade da Rocinha (RJ), que é uma “população geral”, vídeos que iam para “locais fechados”?

5. Os dados epidemiológicos podem ser veiculados em TV aberta para o grande público, mas cenas de beijos, abraços e rodar na areia são somente para locais fechados? O que o público entende mais: epidemiologia e números ou beijos, abraços, etc3?

6. Por que a peça veiculada a partir de 12 de fevereiro não estava nos planos e nem foi apresentada no lançamento da campanha?

7. O que o vídeo retirado tem que não pode seguir para a TV aberta?

8. De quem é a responsabilidade por todo o recurso gasto com este elemento da campanha que depois não foi utilizado?

9. Qual é a estratégia de publicidade do Ministério da Saúde e do Governo Dilma para a população LGBT?

10. Se a campanha foi elaborada pelo Ministério da Saúde e aprovada pela SECOM da Presidência da República, o que fez o Ministério da Saúde retirá-la do ar e elaborar novos materiais?

11. Representante do Ministério da Saúde afirmou que a campanha não foi modificada devido à pressão da bancada evangélica. Quem, então, pressionou para a modificação?

3 O vídeo que substituiu aquele censurado, com seus números e proporções, foi veiculado diversas vezes em durante os dias de carnaval, inclusive nos intervalos da transmissão dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro. É de se perguntar se alguém assistindo aos desfiles reunido com amigos e familiares, no clima de descontração e torcida que caracterizam os desfiles, tenha absorvido tantos números e proporções, para no final da propaganda receber a mensagem: “a AIDS não tem cura”.

Reações de Parlamentares

No dia 10 de fevereiro, a deputada Erica Kokay (PT-DF) fez um pedido formal de informações ao Ministério da Saúde sobre a retirada do vídeo. Já o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) fez outro pedido de informações segundo informa o Jornal do Brasil (em 15/02). Por outro lado segundo a Agência de Notícias da AIDS (21/02) integrantes das Frentes Parlamentares de HIV/Aids e LGBT se uniram para buscar explicações sobre o vídeo da campanha de prevenção ao HIV no Carnaval voltado ao público gay, que foi tirado do site do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais.
Vale a pena registrar aqui as reações dos parlamentares, pois elas demonstram que este conjunto de censuras e atitudes autoritárias do governo federal não afeta apenas as políticas de enfrentamento do HIV/AIDS ou a vida da população jovem homossexual. Na verdade, a censura é muito menos à AIDS, enquanto doença e fenômeno social. Os vetos dirigem-se em especial à visibilidade da homossexualidade na população jovem masculina.

As recentes atitudes do governo federal podem implicar em retrocessos na promoção e defesa da saúde e direitos sexuais da população homossexual, o que ameaça todo um conjunto de avanços e esforços realizados por diversos setores brasileiros na direção de posições mais igualitárias e progressistas em relação aos temas juventude e homossexualidade. Também pode constituir o prenúncio de políticas mais retrógradas do governo federal para outras populações discriminadas.

Neste sentido, as manifestações de protesto contra atitudes obscurantistas e retrógradas de governos e/ou de qualquer outro setor da sociedade, devem ir além dos movimentos sociais de AIDS e homossexual e contar com a participação e solidariedade de diferentes atores, como as fundações e centros acadêmicos de pesquisa em sexualidade, saúde e gênero, movimentos e instituições dedicadas aos direitos humanos, e pesquisadores nestes campos, entre outros.

O ex ministro de Educação, Fernando Haddad, fala sobre violência homofóbica em fevereiro de 2012

No dia 15 de fevereiro, segundo amplamente noticiado pela mídia, Fernando Haddad, pré-candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) à prefeitura de São Paulo, reagiu a ameaças políticas da chamada bancada evangélica no Congresso Nacional (em particular do Senador Magno Malta (FSP 10/02/2012)) e aos ataques ao kit anti-homofobia encomendado pelo Ministério da Educação quando era titular da pasta. Haddad alertou para as consequências da polêmica, como a liberação da violência - "forças obscurantistas" em "alguns indivíduos perturbados". “- Muitas vezes as pessoas não se dão conta de como esse tipo de abordagem libera, não que elas queiram promover a violência, mas não se dão conta de quanto isso libera em alguns indivíduos perturbados forças obscurantistas que acabam comprometendo a integridade física de cidadãos. O que lamento desse debate é a não percepção de que, muitas vezes, ao não abordar adequadamente a questão dos direitos humanos, você acaba, sem querer, promovendo uma violência que é crescente no país contra as pessoas com outra orientação sexual”.

Temos assim uma constatação pública, ainda que tardia, do ex-ministro de Educação sobre a promoção da violência pela bancada religiosa.

O Estado Laico e o direito à Saúde

Por outro lado, o Departamento de DST e Aids e Hepatites Virais (DDST-AIDS e HV) e Programas estaduais elaboraram juntamente com membros da sociedade civil Planos de Enfrentamento da Epidemia em HSH e o Plano de Enfrentamento da Feminização da Epidemia. Mas as semelhanças acabam por aqui. Enquanto houve três dias internacionais de luta contra a AIDS dedicados a chamar a atenção sobre as mulheres e a prevenção do HIV/AIDS, não houve nenhum dedicado aos gays, travestis e transexuais. E a tentativa infrutífera do ano 2011 mostrou que talvez não haverá tão cedo.

Isto reforça a necessidade de um Estado realmente laico para enfrentar as situações de vulnerabilidade da saúde. Ele é o único capaz de garantir não somente a liberdade religiosa, de ser ateu ou agnóstico, mas a igualdade entre os cidadãos, a partir da autonomia das ações políticas do Estado perante as ações religiosas. Só o Estado Laico pode tratar igualmente e equitativamente uma epidemia que no Brasil escolheu os HSH, as travestis e transexuais, as trabalhadoras e trabalhadores comerciais do sexo, os usuários de drogas e a população encarcerada como seus alvos prediletos.

No caso dos HSH, travestis e transexuais, o entendimento derivado do reconhecimento da união civil entre pessoas do mesmo sexo como uma família pelo STF (05/05/2011), a coloca como “sinônimo perfeito de família”. O beijo entre duas pessoas do mesmo sexo tem a mesma respeitabilidade do que o beijo entre duas pessoas de sexos diferentes. O próprio ex-ministro de Educação expressou sua preocupação com a crescente violência homofóbica originada pelas ações e discursos de pessoas que se dizem religiosas. A prevenção do HIV-AIDS não se limita a fornecer preservativos aos cidadãos: é necessário agir para diminuir os determinantes sociais da vulnerabilidade destas populações, veiculando pela TV aberta mensagens claras contra a homofobia e pela igualdade da diversidade sexual. E isto somente um Estado laico poderá realizar.

Assim agindo, o Estado segue o princípio de acesso universal à saúde consagrado pela Constituição de 1988. Omitindo-se, instaura a vulnerabilidade programática com os HSH, travestis e transexuais. Lembramos de um ministro de Saúde que expressou que o Estado se ocupa da Saúde e a(s) Igreja(s) da religião.

Afinal, o governo da presidente Dilma Rousseff pretende sacrificar o direito à saúde e segurança de minorias e o próprio Estado Laico para agradar à bancada da intolerância religiosa instalada no Congresso Nacional?


Fonte:
http://www.clam.org.br/publique/media/ArtigoVeriano.pdf

O Lado Positivo de Fabrício (Corajoso depoimento sobre HIV-AIDS)

Documentário: O Lado Positivo do Fabrício

19 de fevereiro de 2012 | by Eleiçoes Hoje

Por Marcelo Gerald


Fabrício


Um amigo me enviou este documentário nesta semana, eu fiquei impressionado com a qualidade do material produzido pela Faculdade Assis Gurgacz , ainda mais em tempos em que o Governo Federal censura a campanha contra a AIDS com o intuito de agradar os teocratas de sua base conservadora.

“O Lado Positivo do Fabrício” é um depoimento corajoso. Mostra a necessidade de prevenção, mas vai além, ajuda a quebrar vários tabus e preconceitos dissolvidos em nossa sociedade.

Trata-se de um material raro que certamente ajudará a melhorar a convivência da sociedade com os portadores de HIV. Para ver, rever e repassar.

NOTA DESTE BLOGUEIRO EM 02/02/2025:

Infelizmente, o vídeo não se encontra mais disponível. Porém, Fabrício faz um discurso excelente no TED TALK. Veja abaixo:


☝☝☝


Se você tiver interesse no depoimentos das alunas que produziram o vídeo "O Lado Positivo de Fabrício", acesse esse link: https://youtu.be/c6Vs6JpWhO8

Disparatada: Dilma, você usa camisinha? Qual a sua fantasia?

Disparatada: Dilma, você usa camisinha? Qual a sua fantasia?


Por Tiago Duque* em 15/02/2012 às 18h40






Não temos mais dúvida quanto ao retrocesso do governo de Dilma Rousseff em relação aos direitos sexuais e reprodutivos. Nos últimos dias, mais um material educativo que abordava a temática da diversidade sexual não agradou a presidenta. Depois de ser divulgado como vídeo carro-chefe da campanha de prevenção às DST/Aids para o Carnaval, as imagens voltadas aos jovens gays foram retiradas do site do Ministério da Saúde com a justificativa de que agora, em vez de ser exibido na TV aberta, só vai poder ser usado nos lugares fechados frequentados por este público.

Poderíamos imaginar que o que se produziu foi um vídeo com uma sequência de cenas típicas da pós-pornografia, que provoca escândalo na maior parte das pessoas que o assistisse. Ou que não seria apropriado para a imagem dos gays que está cada vez mais higienizada. Mas, não. É absolutamente careta e institucional. Infelizmente, está longe de ser um material erotizado. A erotização da camisinha se faz necessária para a abordagem preventiva porque para ampliar o seu uso é urgente torná-la mais sedutora e menos brochante.

As reações contrárias a censura presidencial merecem todo o nosso apoio, evidentemente. Mas, cabe-nos refletir sobre alguns pontos que me parecem bastante reveladores do atual momento político-moral-sexual que vivemos no Brasil. Por exemplo, é fundamental perceber como em uma realidade de escassez corremos atrás das migalhas. Porque a luta é pela exibição de um vídeo água com açúcar e não por outra coisa com a cara da maioria das bichas que vão trepar durante o Carnaval, com camisinha ou não.

Imaginem se o vídeo do ministério for mesmo exibido dentro dos espaços fechados dos animados bailes de Carnaval? Vai quebrar o clima! É contraproducente. Ele só serve mesmo para a conservadora TV brasileira, afinal, nem beijo tem! Por isso, o seu veto absurdo nos revela o quanto à realidade em nosso entorno é absolutamente conservadora, moralista e preconceituosa.

Imaginem se as bichas, como os demais jovens, precisassem mesmo destas campanhas para ser convencidas a usarem o preservativo, iriam continuar vulneráveis à infecção. É preciso apostar em campanhas mais polêmicas, que dialoguem com outras juventudes, não somente com aquela que segue um estilo gay norte-americano burguês e, sob a proteção dos DJ das boates, está em busca do seu par romântico. Isso não significa que o romantismo não seja um ameaça à saúde e não deva ser abordado nas campanhas, afinal, não podemos esquecer o caso dos vulneráveis amantes apaixonados sob a proteção de Deus, que são orientados pelo Papa a não usarem camisinha. Mas, temos que fazer apostas políticas educacionais na área da saúde que sejam mais ousadas.

No entanto, mesmo com a injustiça de mais este veto, há aqueles que defendem o não enfoque nos gays quando se trata de Aids. Como se o estigma pudesse ser apagado. Não podemos negar a nossa história, nem reproduzir o que há de pior nela. Esconder os dados da epidemia, tentar driblar os moralismos e achar que estaremos mais seguros se não desconfiarem da gente, além de ser covarde, só aumenta a suspeita que gera a violência. Mais do que fugir do estigma que a imagem do portador do virus HIV ainda carrega, é preciso enfrentá-lo, trazê-lo para a luz. Assumi-lo. Assim, poderemos entender os mecanismos que o gera e buscar superá-lo.

As eleições estão aí e o que a Dilma também nos ensina é que não basta só eleger mais mulheres, mais negros, mais viados (são tão poucos concorrendo a cargos públicos) ou gordos para que os mais discriminados tenham a chance de sobreviverem com mais dignidade neste país. Ainda que seja preciso olhar, valorizar e reconhecer todas estas características, Dilma é um bom exemplo de que não necessariamente as características pouco valorizadas garantem que se vá governar em prol da sua própria história de exclusão e violência. Se assim o fosse, temas como o aborto e a responsabilização pelas torturas e mortes durante a ditadura já teriam sido resolvidos, afinal ela é mulher e foi presa política.

Em relação à presidenta, fiquei muito curioso para perguntar se ela usa camisinha, ou se pensa, como muitos, que isso é coisa só de viado, que não merece defesa e investimento. Esta semana ouvi de um pastor aos gritos em uma praça que era uma vergonha distribuir camisinha de graça enquanto falta remédio no centro de saúde. Como se uma coisa não tivesse nada a ver com a outra. Como se o SUS também não tivesse que fazer promoção da saúde. Como se ele tivesse apenas que tratar das doenças.

Espero que a resposta da presidenta a minha dúvida não seja grosseira como foi a dada para um jornalista, ainda na campanha eleitoral, que lhe perguntou sobre sua sexualidade. Questionada sobre os boatos de campanha que dizia que ela era homossexual, negou de forma frágil e preconceituosa, como se ser lésbica fosse uma ofensa e o fato de ter constituído família fosse uma prova inquestionável de que é hetero. "Ah, meu querido, não vou responder a isso, eu tenho filho e sou avó, pelo amor de Deus. Esse tipo de discussão eu não vou ter aqui", disse Dilma (veja abaixo).

Outra pergunta que faço é sobre a sua fantasia. Presidenta, qual é o seu desejo para o Carnaval? Como se apresentará? Com que roupa irá? Se me permite sugestões, vista a mais discreta, delicada. Não use nada agressivo nem que te diferencie muito no salão. Porque a de revolucionária e guerrilheira já não te cai tão bem.


*Tiago Duque é sociólogo e tem experiência como educador em diferentes áreas, desde a formação de professores à educação social de rua. Milita no Identidade - Grupo de Luta Pela Diversidade Sexual.

GGB elogia campanha tríplice do Ministério da Saúde para gays, heteros e travestis

Saúde vai direto no alvo da prevenção durante o carnaval 2012

GGB elogia campanha tríplice do Ministério da Saúde para gays, heteros e travestis


Salvador, sábado, 4 de fevereiro de 2012
http://www.ggb.org.br/campanha%20aids%20ministerio%20saude%20carnaval%202012.html









Peças da campanha carnaval 2012


O Grupo Gay da Bahia (GGB) na figura do seu presidente, professor Marcelo Cerqueira, em Brasília nessa última sexta-feira, a tarde parabenizou o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde através do seu diretor Dirceu Greco e diretor ajunto Eduardo Barbosa pela campanha de prevenção da aids para o carnaval de 2012, lançada no dia 2 de fevereiro no Rio de Janeiro com a presença do Ministro Padilha da Saúde.

De acordo com o ativista Marcelo Cerqueira a campanha ficou muito bonita, comunicativa e o melhor foi que equiparou os três grupos de gêneros sem estigmatizar nenhum deles como “grupo de risco” reproduzindo a mesma cena de paquera com um casal gay, um de um homem e uma travesti, e um casal jovem heterossexual em ambientes alusivos a cada grupo.

A mensagem principal é promover o uso do preservativo nas relações sexuais com as frases “isso rola muito” e outra de apoio que diz “esperar por isso não rola”, alusivo a uma fada que traz em sua mão uma camisinha. “Genial uma campanha governamental ousar dessa maneira reconhecendo gêneros e práticas sexuais distintas das pessoas”, declarou Cerqueira alertando que o importante é se prevenir.

Ainda na opinião do ativista outro fato positivo da iniciativa para o carnaval de 2012 foi a continuidade da campanha de prevenção lançada pelo Departamento dia 1º de dezembro de 2011 que teve como foco a população de jovens gays e heterossexuais.

Cerqueira pontua que hoje em relação a sexo a juventude não é a mesma de 20 anos passados existindo agora as múltiplas identidades e práticas sexuais não hegemônicas a exemplo da bissexualidade entre os jovens de ambos os sexos que recebem estímulos dos mais diversos meios e que isso acaba aguçando a curiosidade em realizar algumas práticas sexuais. “Hoje a diversificação do desejo leva esse grupo a se relacionar sexualmente com outros grupos apenas por prazer e diversão” declarou informando ainda que não somente os jovens, mas os homens adultos se relacionam com outros homens, com mulheres, com travestis e retomam suas “preferências sexuais” de forma normal. A campanha acertou porque envolve todo esse contexto subjetivo do desejo sexual.

Foram produzidas três peças eletrônicas para divulgação pela TV e internet, que são um vídeo de 30 que mostra um casal de homem e mulher em cena de carinho na praia e um caranguejo entregando a camisinha, um casal gay masculino na balada e a presença de uma fada, um ser fantasioso, lembrando da camisinha e finalmente outro vídeo que promove o diagnóstico precoce para o HIV. Já as peças gráficas são quatro cartazes três deles dedicados aos gêneros e um com a sugestão para fazer o teste do HIV. 
Consta balões de oxigênio, bandanas, camisetas, porta-documento para pescoço e praguinhas s serem distribuídas nas ações de mobilizações durante o carnaval de Salvador, Olinda, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo, Florianópolis, Belo Horizonte e Diamantina em Minas Gerais.

Na empolgação rola de tudo. Só não rola sem camisinha. Tenha sempre a sua. 

Dia Mundial de Combate à AIDS. Veja como fazer o exame grátis neste sábado



Postos e Clínicas da Família no Rio vão fazer exames de HIV no sábado

Lilian QuainoDo G1 RJ
30/11/2011 

Ação da prefeitura faz parte do Dia Mundial de Luta contra a Aids.
Monumentos do Rio serão iluminados de vermelho a partir do dia 1º.




Hans Dohmann, Lucinha Araújo e Carlos Tufvesson participam da campanha no Rio
(Foto: Lilian Quaini/G1)


No próximo sábado (3), a Secretaria municipal de Saúde e a Defesa Civil do Rio vão oferecer testes para detectar HIV e sífilis nos postos de saúde e nas Clínicas da Família em toda a cidade.

Segundo a prefeitura, 185 unidades estarão prontas para realizar os exames e os resultados podem ser conhecidos em cerca de dez dias pela internet ou nos postos onde o interessado fez o exame.

A iniciativa faz parte da campanha "Fique Sabendo", e marca a participação da prefeitura no Dia Mundial de Luta contra a Aids, celebrado todos os anos no dia 1º de dezembro.

As unidades que farão os exames funcionarão no sábado (3) das 8h às 17h e 3.200 funcionários estarão envolvidos no atendimento aos funcionários. A expectativa é realizar 30 mil testes.

O secretário de Saúde do município, Hans Dohmann, disse que estão inscritos no programa de DST/Aids no Rio mais de 20 mil pessoas. Segundo o diretor do Unaids no Brasil, Pedro Chequer, cerca de 250 mil pessoas têm o HIV no país e não sabem. Por isso, segundo Hans Dohmann, o nome da campanha é "Fique Sabendo".

Quem quiser saber qual a unidade mais próxima de sua casa para fazer o exame pode ligar para o 1746, a Central de Atendimento da Prefeirura, informou o secretário.

Folheto da campanha "Fique Sabendo"
(Foto: Divulgação/Prefeitura )

Prêmio Viva Cazuza

A presidente da Sociedade Viva Cazuza, Lucinha Araújo, mostrou sua preocupação com o aumento no número de jovens contaminados com o vírus HIV.

Segundo disse, somente este ano a Sociedade Viva Cazuza recebeu 11 crianças contaminadas, um número alto comparado a anos anteriores.

Lucinha anunciou o Prêmio Cazuza de Vídeo, que vai dar notebooks aos três melhores vídeos de 30 segundos que abordem os cuidados para prevenir a Aids no carnaval de 2012. O tema é "Você que se cuide".

Já o secretário anunciou que a 50ª Clínica da Família, a ser inaugurada na sexta-feira (3), em Campo Grande, na Zona Oeste, se chamará Agenor de Miranda Araújo Neto Cazuza, em homenagem ao cantor.

Monumentos iluminados

A prefeitura informou ainda que vai iluminar de vermelho, cor da campanha contra a Aids, monumentos da cidade, entre eles o Cristo Redentor, nas noites de 1º, 2 e 3 de dezembro. Carlos Tufvesson, coordenador especial de Diversidade Sexual, disse que a Cúria Metropolitana vai apoiar a campanha e vai iluminar a Catedral Metropolitana.
Outros monumentos são os Arcos da Lapa, a Câmara dos Vereadores, a Praça Paris, o Monumento a Estácio de Sá, a Fiocruz e o Centro Cultural e de Referência do Afroreggae.

Prevenção na Central

Já a Secretaria de Estado de Saúde vai participar do Dia Mundial de Luta Contra a Aids nesta quinta-feira (1º) levando a campanha “Fique Sabendo”, à Central do Brasil. Das 9h às 17h, técnicos vão tirar dúvidas sobre Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis e realizar testes rápidos anti-HIV.

O estande terá sala de coleta e local para orientações específicas, de acordo com cada caso e seus resultados, informou a secretaria. Haverá ainda distribuição de preservativos um vagão “vestido” com uma camisinha gigante.

As atividades serão supervisionadas pela Gerência DST/HIV/AIDS, Sangue e Hemoderivados da secretaria. Mas a campanha envolve diversos parceiros com o objetivo de incentivar a população a realizar, de forma consciente, voluntária e espontânea, o teste anti-HIV, explicou a secretaria.

Sem preconceito

A campanha do Dia Mundial de Luta contra a Aids deste ano ( 2011 ) tem como slogan “A Aids não tem preconceito”. A ideia é chamar a atenção da vulnerabilidade da doença população de jovens gays.

O Dia Mundial de Luta contra a Aids foi instituído pela Assembléia Mundial de Saúde, com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), para relembrar o combate à doença. No Brasil, a data passou a ser comemorada a partir de 1988, por decisão do Ministério da Saúde.

Campanha de combate à Aids, no carnaval, será voltada às jovens

A ilustração acima é do site "Saúde é Vital" da Editora Abril
e mostra o crescimento da incidência do HIV em mulheres




O novo público é de mulheres entre 15 e 24 anos


Fonte: Jornal do Brasil
Maria Luisa de Melo


Este ano, a campanha de combate à Aids, promovida pelo Ministério da Saúde, antes do Carnaval, tem público novo – e bem novo: mulheres entre 15 e 24 anos. O motivo é que elas estão iniciando sua vida sexual cada vez mais cedo. Segundo o Ministério, justamente por volta dos 15 anos.

Mas brasileiras ainda mais jovens, com idades entre os 13 e os 19 anos, por sua vez, também vêm merecendo a atenção do departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde: é nesta faixa etária que o HIV mais tem se propagado, segundo dados de pesquisa do órgão, coletados em dezembro último.

Embora iniciem sua vida sexual por volta dos 15 anos, a taxa de contaminação está crescendo a cada ano entre as mais novas. De acordo com informações do último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, que levanta os casos de HIV no país, o nível de incidência do vírus, em 2007, era de 2,8 para cada cem mil habitantes, em moças entre 13 e 19 anos. Em 2008, o índice subiu para 3. E, em 2009, também cresceu, chegando a 3,1.

Cabeleireiros contra AIDS (L'Oreal e UNESCO)



💇🏽‍♂️ Cabeleireiros Contra a Aids: informação, acolhimento e combate ao preconceito

Quem frequenta salões de beleza sabe: ali rolam conversas que vão muito além do corte ou da coloração. Amores, dramas, desabafos — tudo passa pelas cadeiras desses espaços que, para muitas pessoas, funcionam como pequenos santuários de escuta e cuidado. Foi apostando nesse vínculo de confiança que nasceu a campanha Cabeleireiros Contra a Aids, uma parceria global entre a L’Oréal e a UNESCO, presente no Brasil desde 2010.

🌍 Contexto e Objetivo A campanha surgiu da ideia de que cabeleireiros têm uma relação próxima com seus clientes, marcada por confiança, escuta e diálogo. A L’Oréal percebeu que essa proximidade poderia ser um canal poderoso para levar informação correta sobre HIV/Aids, especialmente em comunidades onde o tema ainda é tabu.

O foco não é transformar os profissionais de beleza em especialistas, mas sim em multiplicadores de informação, ajudando a educar e conscientizar, desmistificando preconceitos e estimulando o diálogo sobre prevenção, testagem e tratamento.

📌 Principais características da campanha:

  • Capacitação: os cabeleireiros são treinados com informações baseadas em dados da UNESCO e de organizações de saúde.

  • Materiais educativos: panfletos, cartazes e até conversas guiadas são fornecidos aos profissionais.

  • Ações em salões: muitos salões aderem com campanhas internas, eventos ou rodas de conversa.

  • Participação internacional: a campanha já esteve ativa em mais de 30 países, com milhões de profissionais alcançados.

🇧🇷 No Brasil A campanha chegou ao Brasil com apoio da L'Oréal Brasil e ONGs parceiras, e tem sido especialmente relevante:

  • Em salões de beleza populares, especialmente em regiões periféricas e em grandes centros urbanos.

  • Em ações ligadas ao Dezembro Vermelho, mês de luta contra o HIV/Aids.

  • Em comunidades LGBTQIA+, que estão entre os grupos mais afetados historicamente pela epidemia.

✊🏽 Importância social A campanha não é apenas sobre saúde — ela também atua no enfrentamento ao preconceito. Em muitas regiões, o HIV ainda é associado a estigmas morais e sociais. Ao falar sobre o tema de forma aberta e acessível, os cabeleireiros ajudam a:

  • Reduzir o medo e a vergonha em torno do vírus.

  • Incentivar a testagem e o tratamento precoce.

  • Promover empatia e acolhimento.

🔗 Quer saber mais ou participar? O perfil deles no Facebook é:

https://www.facebook.com/cabeleireiroscontraaids/?brand_redir=183100213787#

Acesse, compartilhe e, se puder, leve essa ideia para o seu salão. Informação salva vidas — e pode muito bem começar num corte de cabelo.

HIV: uma perspectiva londrina


Li há dias que um rapaz inglês, soropositivo, ou seja, portador do vírus HIV, considerava o governo britânico omisso no que diz respeito ao combate à AIDS. Provavelmente, ele esteja certo. Sou apenas um forasteiro na capital inglesa. Além disso, campanhas anti-AIDS nem sempre são claras e raramente têm a visibilidade que deveriam. É muito mais fácil lembrar o slogan da Coca-Cola do que o slogan da última campanha do governo sobre HIV/AIDS, seja ele o britânico ou o brasileiro.

Apesar disso, fiquei muito bem impressionado com a facilidade com que se pode fazer um teste de HIV em Londres. Os locais de testagem são anunciados em diversos passeios públicos, e o resultado pode ser obtido em 20 minutos. Obviamente, Londres é uma cidade à frente da maioria (talvez de todas as outras na Inglaterra). Seria ótimo se, em todo o país, o acesso fosse igualmente facilitado e amplamente anunciado.

O teste, porém, não previne. O teste só revela a situação atual do indivíduo testado. A prevenção é como o “pão nosso de cada dia” — tem que ser um hábito. A camisinha tem que fazer parte do dia a dia de todas as pessoas, sejam gays, heterossexuais ou bissexuais, soropositivas ou não.

Acho que o Brasil precisa avançar bastante nesse aspecto, apesar de estar entre as nações que mais apoiam as pessoas soropositivas (portadoras do HIV).

Em termos de população gay, acredito que as publicações LGBT pudessem fazer mais. Todas as revistas e todos os jornais LGBT deveriam publicar uma lista de centros de testagem gratuita em todos os números desses periódicos. Eles também poderiam criar fotonovelas com enredos que educassem sobre o uso de preservativos. Vou ainda mais longe: poderiam mostrar as batalhas diárias que os soropositivos enfrentam em casa, no trabalho, no médico, nas relações amorosas. Tudo isso sem deixar de mostrar o quanto as pessoas soropositivas podem viver intensamente, se souberem como. Poderiam educar os sorodiscordantes (casais em que só um dos parceiros é soropositivo) sobre como se relacionarem com segurança sem deixarem de viver seu amor. Até mesmo o mercado pornô (talvez especialmente este) pudesse enfocar de forma criativa e caliente o uso do preservativo.

Penso que a educação sexual, onde quer que seja oferecida, precisa encarar essas questões de modo aberto, inteligente, sem preconceitos. E não pode ser apenas em formato de texto. Tem que ter charges, quadrinhos, fotonovela, desenho animado, mesas de debate, entrevistas, música. Por que será que até hoje não ouvi ninguém cantar sobre isso? Cazuza ainda se arriscou a cantar “o meu tesão agora é risco de vida... Será?”, mas parece-me que ele estava respondendo ao preconceito dos que pensavam que AIDS era doença de homossexual.

Falta alguém com a coragem de tocar nesse assunto de forma mais profunda, mais franca, mais esclarecedora, mais humana. O que a gente mais ouve é gente reclamando de injustiça social, racismo, machismo, etc. Ótimo! Tem que falar nessas coisas mesmo! Mas por que ninguém canta alguma coisa sobre o drama de ser soropositivo numa sociedade majoritariamente ignorante? E não somente o drama, volto a dizer, mas também o potencial que cada um deles possui para viver a vida intensamente e com saúde, se souberem como.

A ideia está lançada! Apropriem-se dela e desenvolvam-na! Poetas, jornalistas, cartunistas, compositores e educadores, mãos à obra. No final, o prazer é todo nosso, ou seja, de todos nós!!!!

Carnaval 2010: campanha contra aids foca mulher e gay




Carnaval 2010: campanha contra aids foca mulher e gay



FRANCISCO CARLOS DE ASSIS - Agencia Estado



SÃO PAULO - A campanha publicitária de prevenção à aids do governo federal para o carnaval deste ano terá como foco principal mulheres de 13 a 19 anos e jovens gays, de 13 a 24 anos. Segundo pesquisa que acaba de ser divulgada pelo Ministério da Saúde estes são os dois grupos mais vulneráveis ao contágio pelo vírus HIV.

A campanha, lançada hoje pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério na Vila Olímpica da Mangueira, no Rio de Janeiro, tem como slogan "Camisinha. Com amor, paixão ou só sexo mesmo. Use sempre". O material é direcionado tanto para quem tem relação sexual estável quanto para relações casuais.

Pela primeira vez, nos dez anos de sua existência, a campanha terá dois momentos. No primeiro, veiculado uma semana antes dos dias de folia, as peças tratam do uso da camisinha. Na semana seguinte ao carnaval, outros materiais falarão sobre a importância de se fazer o teste de HIV quando se viveu alguma situação de risco.

São três vídeos, um para as meninas, um para os jovens gays e o outro (a ser veiculado no período pós-carnaval) de incentivo à realização do teste de HIV. Em ambos, a protagonista é uma camisinha falante que alerta os jovens para o uso do preservativo, narrada na voz da atriz Luana Piovani, que aderiu à campanha e não cobrou cachê.


Números



Os números mais recentes da aids no Brasil mostram que a epidemia na década de 2000 comporta-se de forma diferente entre os jovens. Na população geral, a maior parte dos casos está entre os homens e, entre eles, a maioria das transmissões ocorreram em relações heterossexuais.

Considerando somente a faixa etária dos 13 aos 24 anos, a realidade é outra. De 13 a 19 anos, a maior parte dos registros da doença está entre as mulheres. Entre os jovens de 20 a 24 anos, os casos se dividem de forma equilibrada entre os dois gêneros. Para os homens dos 13 aos 24 anos, a principal forma de transmissão é a homossexual.

Entre as mulheres, o aumento de casos de aids se deu em todas as faixas etárias. Em 1986, a razão era de 15 casos em homens para cada um em mulheres, e a partir de 2002, a razão de sexo estabilizou-se em 15 casos em homens para cada 10 em mulheres. Na faixa etária de 13 a 19 anos, o número de casos de aids é maior entre as mulheres jovens. A inversão apresenta-se desde 1998, com oito casos em meninos para cada dez em meninas.


Dificuldades


De acordo com o Ministério da Saúde, diversos fatores explicam a maior vulnerabilidade dos jovens à infecção pelo HIV. Entre as meninas, as relações desiguais de gênero e o não reconhecimento de seus direitos, incluindo a legitimidade do exercício da sexualidade, são algumas dessas razões.

"No caso dos jovens gays, falar sobre a sexualidade é ainda mais difícil do que entre os heterossexuais. Eles sofrem preconceito na escola e, muitas vezes, na família. Isso faz com que baixem a guarda na hora de se prevenir, o que os deixa mais vulneráveis ao HIV", explica Mariângela Simão, diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do ministério.

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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO

Só para lembrar que dizer não para pareceiros ou parceiras que não queiram usar a camisinha é muito simples. Segure a onda e diga NÃO se não houver camisinha. Sem camisinha, a palavra do dia é NÃO.

Com camisinha, sua imaginação é que manda.

Veja o video abaixo e pratique sexo seguro!!!

Se liga!

Segundo a Organização Mundial da Saúde quase 34 milhões de pessoas no mundo são portadoras d o HIV, e cerca de 2,7 milhões de novas infeçcões ocorrem por ano.

HIV: a luta continua – e a conscientização também

2010. Já se passaram quase três décadas desde que o mundo ouviu falar pela primeira vez sobre o vírus HIV. Desde então, milhões de vidas foram perdidas, milhões de famílias afetadas, e uma batalha constante vem sendo travada contra a desinformação, o preconceito e a negligência.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), quase 34 milhões de pessoas no mundo vivem com o HIV neste momento. Só no último ano, foram 2,7 milhões de novas infecções. Esses números impressionam – e deveriam nos fazer parar para refletir: por que ainda estamos tão distantes de vencer essa epidemia?

Apesar dos avanços nos tratamentos com antirretrovirais, que transformaram o HIV em uma condição tratável e não mais uma sentença de morte, ainda existe um enorme abismo entre o que a ciência já pode oferecer e o que, de fato, chega às pessoas.

Muitas dessas novas infecções poderiam ter sido evitadas com educação sexual adequada, acesso facilitado a preservativos, testagem gratuita, e principalmente com menos preconceito. A estigmatização das pessoas vivendo com HIV continua sendo uma barreira absurda. E, convenhamos: ninguém transmite o vírus por ser soropositivo. O que transmite é a falta de informação, de diálogo e de responsabilidade.

É também fundamental lembrar: HIV não tem cara, não tem classe social, não tem orientação sexual. A epidemia não escolhe vítimas, mas a sociedade ainda insiste em culpabilizar certos grupos.

Em 2010, temos tudo nas mãos para virar essa página. O que falta é coragem política, comprometimento coletivo e, principalmente, empatia. A prevenção começa com uma conversa, com um gesto de cuidado, com a quebra de tabus. E continua com testes regulares, com sexo seguro e com o fim do julgamento sobre quem vive com o vírus.

No Fora do Armário, seguimos acreditando que o conhecimento liberta – e salva. Que tal começar (ou continuar) essa mudança por você mesmo?


💬 Vamos conversar sobre HIV com mais humanidade, menos medo e zero preconceito.


🌈 Compartilhe, informe-se, cuide-se.


#ForaDoArmário #HIV #Prevenção #ConsciênciaÉAmor #2010

Homofobia, AIDS, Camisinha


HIV, AIDS e juventude LGBT: dados que não podem ser ignorados


Na Bahia, os números falam por si: até 2007, já haviam sido notificados 8.263 casos de infecção pelo HIV, com 2.514 mortes causadas pela Aids, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SESAB). Somente naquele ano, 519 novos casos foram registrados no estado, além de 51 óbitos.

A população LGBTQIA+ é a mais afetada pela epidemia. Homens homossexuais representam 26% dos casos, bissexuais, 16% — juntos, 42% das notificações. Enquanto isso, os heterossexuais representam 19%. Esses números escancaram uma realidade muitas vezes negligenciada pelas políticas públicas de saúde: o impacto desproporcional da Aids sobre a comunidade LGBT.

De acordo com estudos do Ministério da Saúde, gays têm 11% mais chance de se infectar com o HIV e 18% mais risco de morrer de Aids. Esses dados não são uma simples coincidência. A homofobia estrutural é um fator determinante nessa vulnerabilidade. A intolerância expulsa jovens de casa, rompe vínculos familiares e empurra adolescentes LGBTQIA+ para situações de risco, como a prostituição e a falta de acesso à prevenção e à informação.

O preconceito também se reflete nos dados sobre violência. No Brasil, um homossexual é assassinado a cada dois dias, vítima da homofobia. Enquanto isso, uma pesquisa realizada pelo sociólogo Alberto Carlos Almeida, em A Cabeça do Brasileiro (2007), revelou que 78% dos brasileiros são contra a homossexualidade masculina — número que salta para 91% no Nordeste.

Nos anos 90, a Aids ainda era cercada pelo estigma da "peste gay", e muitos homossexuais adotaram rapidamente o sexo seguro como forma de proteção e sobrevivência. Hoje, no entanto, o cenário entre os jovens mudou: o medo da epidemia diminuiu, e, com isso, o uso do preservativo também caiu. Isso torna ainda mais urgente o papel do Estado em promover campanhas educativas, contínuas e específicas, que falem diretamente com os adolescentes LGBTQIA+, garantindo acesso à informação, ao preservativo e ao direito de viver sua sexualidade com liberdade e segurança.

Neste mesmo espírito, a campanha do Ministério da Saúde daquele ano trouxe o lema:
“Sua atitude tem muita força na luta contra a Aids.”

Sim, tem. Mas para isso, é preciso garantir que todas as atitudes — inclusive as do poder público — estejam do lado da vida, da saúde, do acolhimento e dos direitos da população LGBTQIA+.

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