






Saiu no Estadão, originalmente publicado pela BBC: uma pesquisa conduzida por especialistas britânicos revelou que ainda há terapeutas oferecendo “tratamentos” para homossexuais, mesmo sem qualquer comprovação científica de eficácia — e pior, mesmo sabendo dos riscos psicológicos envolvidos.
A pesquisa entrevistou 1.400 terapeutas britânicos, e uma “minoria significativa” admitiu já ter ajudado ao menos um paciente a “reduzir seus sentimentos homossexuais”. Muitos alegaram que fizeram isso com a melhor das intenções.
Mas como disse o professor Michael King, da University College London:
“Sabemos que os esforços para mudar a orientação sexual de uma pessoa resultam em poucas mudanças e podem ser prejudiciais.”
O Royal College of Psychiatrists, do Reino Unido, afirma que todos os homossexuais têm o direito de se proteger de terapias potencialmente nocivas, e a Associação Americana de Psiquiatria (APA) já pediu oficialmente para que profissionais éticos cessem qualquer tentativa de mudar a orientação sexual de indivíduos.
Comentário deste blogueiro:
Ao que tudo indica, quem mais precisa de terapia são esses profissionais que se colocam como fiscais do desejo alheio. A justificativa de que “agiram com boas intenções” é apenas um verniz para esconder o preconceito internalizado. Fica a pergunta incômoda (mas necessária): se um paciente heterossexual dissesse que quer deixar de ser hétero, será que esses terapeutas se mostrariam tão “solícitos”? A resposta provavelmente é não — e isso revela tudo.
Na minha própria vivência, já estive do lado da auto-homofobia, aquele lugar sombrio onde a gente tenta lutar contra o que sente por medo da rejeição social. Já desejei, em silêncio, ser hétero — não por convicção, mas por sobrevivência. É algo que infelizmente muitas pessoas LGBTQIA+ ainda passam. Mas não há libertação na negação de si mesmo.
Hoje, posso dizer com orgulho:
Sinto-me feliz por ser gay. Sinto-me completo. Sinto-me forte.
E se eu tivesse a chance de escolher de novo, escolheria ser gay. Sem dúvida, sem medo, sem vergonha.
Se eu pudesse, daria de presente a cada gay, lésbica, bissexual, trans ou queer que ainda sofre calado por medo de não ser aceito esse sentimento de paz e orgulho que carrego hoje. Que ninguém mais se deixe enganar por essas “sereias carnívoras” disfarçadas de terapeutas, conselheiros ou líderes religiosos.
O segredo da felicidade está em amar a si mesmo.
Seja você hétero, homo ou bi: AME-SE.
Ame quem você quiser, da melhor maneira que puder. Porque o amor — o verdadeiro — não precisa de cura. Precisa de liberdade.
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