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CNBB se posiciona a respeito dos casais homoafetivos e suas famílias


Aparecida (SP) – Os quatro bispos eleitos na quinta-feira pela 53ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para participar do Sínodo sobre a Família, em outubro, em Roma, vão propor que a Igreja discuta questões desafiadoras para a pastoral, como a situação dos casais divorciados que vivem uma segunda união e a acolhida aos homoafetivos. O bispo de Camaçari (BA), dom João Carlos Petrini, um dos delegados escolhidos, adiantou que esse não é o foco central, mas é um desafio que receberá atenção especial. “Há uma expectativa de que o Sínodo dê uma resposta a essa questão, embora não se concentre nela”, disse dom Petrini, para o qual o Sínodo deverá buscar uma resposta com equilíbrio.

Leia mais aqui. Texto muito informativo sobre diversos temas, inclusive esse:
https://www.em.com.br/app/noticia/nacional/2015/04/25/interna_nacional,641013/conferencia-dos-bispos-defende-acolher-casais-homoafetivos.shtml


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO

Parabéns aos Bispos da CNBB pela lucidez demonstrada em todos os posicionamentos referentes aos casais em segundo casamento, aos casais homoafetivos, à terceirização de mão-de-obra e à redução da maior idade penal.

Levando em consideração o que a fé e as orientações dadas pelos sacerdotes representam para tantos milhões de brasileiros, folgo em ver uma abordagem mais humanista, mais inclusiva, mas simpática às dores daqueles que sofrem com preconceitos muitas vezes reforçados pelo discurso religioso carente de lucidez.

Espero que o Vaticano considere cada palavra desse posicionamento da CNBB com a abertura intelectual e com o espirito caritativo que deveriam acompanhar todas as decisões que afetam direta e profundamente as vidas dos que já têm sido oprimidos por tempo demasiado.

Claro que dentro da própria igreja já devem estar revoltados aqueles que não conseguem enxergar a beleza da diversidade e como sua celebração pode enriquecer a vida comunitária e devocional de cada paróquia nessa imensa rede de eclésias que compõe a Igreja Católica e pela qual o Vaticano é o responsável máximo.

A melhor maneira de mostrar que não existe monstro embaixo da cama não é cobrindo a cabeça com o lençol, mas acendendo a luz do quarto.

Francisco, acenda a luz: mostre que o monstro imaginado por essas crianças na fé e no amor não passa de imaginação infantil. A Igreja e todo mundo só têm a ganhar em qualidade de vida com a inclusão dessas famílias.

Dia do Orgulho Hétero é desnecessário, diz presidente da CNBB

Dia do Orgulho Hétero é desnecessário, diz presidente da CNBB


Cardeal Raymundo Damasceno, presidente da CNBB


JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA – folha.com


Desnecessário. Assim classificou a criação do Dia do Orgulho Heterossexual o presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), cardeal Raymundo Damasceno.

"Certas manifestações geram manifestações de oposição. Não há necessidade disso, quem tem sua identidade clara não tem necessidade de reivindicar isso [a criação do dia]", declarou na tarde desta quinta-feira.

Uma nota pública de repúdio à criação do dia, com o pedido expresso de veto, foi divulgada nesta quinta-feira pelo Conselho Nacional LGBT, órgão sob a alçada da SEDH (Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República).

"A possível sanção deste projeto banalizaria o enfrentamento da homofobia e estimularia atos de violência, como os que temos assistido nos últimos meses, sobretudo em São Paulo (...) Entendemos que a legislação aprovada pela Câmara paulistana não é compatível com os valores e objetivos fundamentais da República, como a igualdade, a dignidade da pessoa e o princípio da não-discriminação", afirma o documento.


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Christopher Hitchens


A Inutilidade do Sacerdote na Visão de Christopher Hitchens

Christopher Hitchens, um dos mais influentes críticos da religião, argumentava que os sacerdotes são completamente desnecessários. Em Deus Não É Grande, ele destaca que não oferecem nada que a filosofia, a ciência e a razão não possam fornecer de forma mais eficaz. Para Hitchens, a função sacerdotal é uma relíquia de tempos supersticiosos, baseada na ilusão de que precisamos de intermediários para lidar com o divino — sendo que o próprio conceito de divindade é uma criação humana.

Além disso, ele denunciava como o clero historicamente perpetuou ignorância, repressão sexual e intolerância, enquanto se arrogava uma autoridade moral infundada. Hitchens ironizava a ideia de que sacerdotes possuem um conhecimento especial sobre a vida ou a ética, reforçando que a moralidade pode e deve ser construída sem dogmas religiosos.

Se vivemos em uma era de ciência, direitos humanos e pensamento crítico, por que ainda precisaríamos de sacerdotes? O humanismo secular não apenas dispensa essa figura como oferece um caminho mais livre e justo para a construção da ética e da sociedade.

Padre contraria CNBB e elogia a decisão do STF sobre os casais gays

Por que não famílias homossexuais?

Padre contraria CNBB e elogia Supremo por legalizar união de casais gays no Brasil


Frei Gilvander Moreira


RIO - A primeira reação do frei Gilvander Moreira, padre mineiro da Ordem dos Carmelitas, ao ser convidado a analisar a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo foi de temor: "Vou ser reconhecido por quem é de mente mais aberta, mas vou apanhar muito dos 
dogmáticos e conservadores". Porém, mesmo desconfiado de que pagaria caro pela entrevista, resolveu falar porque "a causa é justa e vale a pena". Mestre em Exegese Bíblica, professor de Teologia e assessor da Comissão Pastoral da Terra, Frei Gilvander disse que o Supremo está de parabéns por tornar visíveis as milhares de uniões homoafetivas do país.

Deus é amor e não discrimina e nem pune ninguém por opção ou orientação sexual.

Como o senhor recebeu a decisão do Supremo?


GILVANDER MOREIRA: Com alegria, pois é uma vitória dos movimentos e dos grupos
que historicamente vêm lutando pelo direito à liberdade sexual homossexual.

Nesse caso, o STF posicionou-se com justiça e equidade. A sociedade está em constante transformação, e esse grupo em questão existe e está no dia a dia vivendo e construindo suas relações à margem da sociedade. Devido a isso, o Direito não podia mais se esconder ou continuar negando esse direito a relações homoafetivas. Foi um exemplo de coragem e cidadania. Tornou-se visível o invisível. Declara-se assim o início do fim da hegemonia da moral heterossexual. Abre caminho para a afirmação, à luz do dia, das mais de 60 mil uniões estáveis entre homossexuais no Brasil, que até aqui pagavam um altíssimo preço pela sua orientação sexual.

Como o senhor vê hoje a situação dos homossexuais no Brasil?

GILVANDER: Segundo o pesquisador Luiz Mott, da UFBA, o mais preocupante é que o registro de violência contra a população LGBT vem umentando ao longo dos anos.

De janeiro a novembro de 2010, Mott contabilizou 205 assassinatos. Estima-se que o número de casos de discriminação da população LGBT atinge entre 10 mil e 12 mil por ano no país.

O senhor considera a sociedade brasileira preconceituosa?

GILVANDER: Infelizmente estamos numa sociedade preconceituosa, intolerante, hipócrita e cínica. Ainda há muito moralismo, fundamentalismos e sectarismos em segmentos conservadores de igrejas e da sociedade, que ficaram irritados e questionam o acerto da decisão. No último Censo, foi declarado que há mais de 60 mil uniões estáveis homoafetivas no Brasil. O movimento que defende os direitos dos homossexuais está crescendo, o que é muito bom. Na decisão do STF, não se pode deixar de destacar e parabenizar a luta deste movimento, que vem 
marchando pelas ruas e erguendo suas bandeiras.

Já ouviu confissões de pessoas que se declararam homossexuais? Que conselhos costuma dar?

GILVANDER: Já ouvi. Uma, por exemplo, perguntou: "Gostei muito da sua homilia

de ontem. Por isso, resolvi me confessar. Frei Gilvander, ser homossexual é pecado?". Disse ainda que tinha lido um livro da Renovação Carismática que dizia que não era pecado ser homossexual, desde que não colocasse em prática o sentimento. Mas a pessoa disse que não tinha como não colocar em prática.

Diante disto, preferia até se suicidar. Respondi que, se o elo mais forte de uma corrente é justamente o elo mais fraco, só poderá ser mais justo e aplaudido por Deus o elo enfraquecido e discriminado. Feliz do povo que ouve os clamores dos que fazem outra opção sexual senão a hegemônica. Deus ouve os clamores de todas as pessoas oprimidas. Deus é amor e não discrimina e nem pune ninguém por opção ou orientação sexual. Deus acolhe a todos sem distinção. Eu disse ainda que devemos respeitar todos, mas não podemos respeitar todos da mesma forma. Sentindo-se compreendida e acolhida, a pessoa desistiu do suicídio. Ergueu a cabeça, levantou-se e foi embora.

A união civil entre pessoas do mesmo sexo ameaça a família?

GILVANDER: Penso que não, por vários motivos. São minorias e há uma grande pluralidade de famílias hoje. Há famílias tradicionais; famílias só com mãe e filhos (monoparental); 80 mil famílias sobrevivendo debaixo da lona preta em acampamentos clamando por reforma agrária; milhares de famílias que sobrevivem apertadas em um único quarto de cortiço; milhões de famílias arrochadas em barracos nas favelas; famílias só "marido e mulher", sem filhos. Por que não pode haver também famílias homossexuais?

Há referências diretas ou indiretas na Bíblia sobre o tema?

GILVANDER: Na Bíblia, o primeiro relato da Criação (Gênesis 1,1-2,4a) mostra o ser humano profundamente ligado a todas as criaturas do universo. De uma forma poética, o relato bíblico insiste na fraternidade de fundo que existe entre todos os seres vivos, que são uma beleza. Nas ondas da evolução, Deus, ao criar, sempre se extasia diante de todas as criaturas e exclama: "Que beleza! Bom! Muito bom!" O livro de Atos dos Apóstolos resgata, nas primeiras comunidades cristãs, essa mística ao dizer que não há nada impuro. Tudo é puro, é sagrado.

O que o senhor tem a dizer sobre o uso da camisinha?

GILVANDER: Devemos preservar a nossa vida, a do próximo e a de toda a biodiversidade. Para isso, são necessárias várias coisas, entre as quais o uso da camisinha nas relações sexuais. Por questão de saúde pública e respeito à sacralidade de cada um. Não podemos correr risco de contrair HIV e/ou doenças sexuais que matarão o outro aos poucos. Isso não tem o apoio do Deus da vida.

Mas camisinha não é panaceia para todos os males. Enquanto houver sexismo, imoralidades e erotismo trombeteados aos quatro ventos por novelas e filmes, reduzindo a mulher a objeto, infelizmente só usar camisinha será paliativo. É preciso educação de qualidade e elevar o nível cultural do povo.

Sua posição a respeito de tais temas é solitária na Igreja?

GILVANDER: Não. Há muitos teólogos e teólogas, cristãos e cristãs, que partilham conosco essas posições. Todo o povo da Teologia da Libertação. Na Igreja, há membros que comungam conosco dessa visão mais compreensiva com os direitos das minorias. Há igrejas e não apenas uma igreja.

Quando membros da Igreja instituição se posicionam de forma moralista, proselitista e autoritária, afugentam muitas pessoas. Mas quando membros da igreja ouvem, dialogam e, inspirados no evangelho de Jesus Cristo, testemunham o grande sonho do Deus, o da vida em liberdade e abundância, cativam muitas pessoas para se
engajar em projetos humanizadores.

Fonte: https://oglobo.globo.com/politica/padre-contraria-cnbb-elogia-supremo-por-legalizar-uniao-de-casais-gays-no-brasil-2770237?utm_source=chatgpt.com

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