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Homofobia em Uganda é financiada e promovida por pastores americanos



Ala da direita americana, pastores do ódio e seus associados em Uganda são responsáveis pelo sangue dos homossexuais ugandenses. Não bastassem os suicídios de jovens americanos, decorrentes do preconceito que eles ajudam a manter nos EUA, eles ainda exportam esse ódio para outros países.


Veja o texto abaixo:


Prezado Roberto,


Pastores dos Estados Unidos estão exportando intolerância para Uganda, com resultados brutais.

Esse é um assunto que toca meu coração, porque eu passei mais de uma década trabalhando pela igualdade com um líder leigo na minha própria igreja, e agora, como diretor atuante no programa de Religião e Fé do HRC (Campanha de Direitos Humanos) – que ajuda líderes religiosos de todos os matizes a falarem em nome da igualdade e contra-atacarem quando o ódio é promovido em nome da religião.

Na quinta-feira, essa perversão da fé custou ao defensor dos direitos gays em Uganda, David Kato, a vida. Ele foi espancado até a morte em sua casa depois que seu nome apareceu entre aqueles listados numa revista (tabloide) anti-gay, sob o título “Enforquem-nos!”.

Desde pelo menos 2009, os missionários Americanos radicais têm acrescentado conferências e oficinas anti-gays aos seus esforços nos EUA – e agora eles estão começando a ordenar ministros e construir igrejas por toda a África Oriental focados quase que totalmente na pregação contra a homossexualidade.

Estes Americanos extremistas não pediram a morte de David. Mas eles criaram um clima de ódio que gera a violência – e eles têm que parar e reconhecer que estão errados.

"Parem de Exportar o Ódio." Assine nossa petição para Carl Ellis Jenkins, Lou Engle, e Scott Lively.

Nós entregaremos sua assinatura a três homens que se desviaram de seu caminho para promover o ódio:



Scott Lively é o pastor de Massachusetts promoveu uma conferência anti-gay em Uganda com dois outros pastores americanos. Alguns meses mais trade, um projeto de lei foi introduzido em Uganda para tornar a homossexualidade punível com a morte.


Lou Engle é um pregador de Missouri que congrega dezenas de milhares nos EUA falou numa concentração em Uganda esse ano, a qual focava sobre orar para que o projeto de lei fosse aprovado. (Engle alega não apoiar algumas partes do projeto de lei, mas documentos internos demonstram que ele veio para falar sobre “a ameaça da homossexualidade”, e defender os esforços do governo ugandense para “coibir o crescimento do vício usando a lei”)


Carl Jenkins é da Georgia e está presidido sobre um grupo que está abrindo 50 novas igrejas em Uganda para “ajudar a limpar a imoralidade, incluindo a homossexualidade”, de acordo com sua equipe.


Eles têm fomentado a hostilidade num país onde a homossexualidade já é ilegal, ataques violentos são comuns, estupro é usado para “curar” pessoas de sua orientação sexual – e uma lei chocante tem sido proposta para tornar a homossexualidade punível com prisão perpétua e até com a morte.

E eles estão associados com alguns dos maiores e mais ricos grupos de direita dos EUA. Quando o congresso Americano considerou a resolução denunciando o grotesco projeto de lei ugandense pela pena morte para gays, o Family Research Council (Conselho de Pesquisa da Família) de extrema direita – agora classificado como um grupo de ódio pelo Southern Poverty Law Center (Centro Legal de Pobreza do Sul) – gastou 25.000 dólares para fazer lobby para impedir que a resolução fosse aprovada.

A religião nunca deveria ser usada para espalhar ódio. Estes homens não falam por mim e outros milhões de seguidores de diversas religiões que apoiam a igualdade, não a despeito de nossa fé, mas por causa dela.

É sobre isso que trata nosso programa de Fé e Religião: ajudar pessoas de todas as diferentes tradições a se pronunciarem de tal maneira que reclamemos o âmago dos valores religiosos que abraçamos na América. ]

No coração de todas as tradições religiosas está o amor pela humanidade e o amor pelo criador – não o ódio contra o próximo. Criar um clima de ódio vai contra a própria ideia de fé – mas é exatamente isso que a ala da direita na América está fazendo.

Diga aos missionários e grupos radicais: “Parem de exportar ódio.”

Quer sejamos pessoas de fé ou não, nós não podemos ficar calados e parados enquanto uma minoria radical promove uma agenda de ódio em nome de Deus. Por favor, apoie-nos e proteste hoje.


Sinceramente,




Sharon Groves
Religion and Faith Program
(Programa de Religião e Fé)



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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO:


O texto acima é fruto da troca de e-mails entre Sharon Groves e Roberto Luiz Warken. Eu já havia denunciado a participação de pastores americanos na promoção da homofobia em Uganda em outro post meses atrás, mas a correspondência trocada aqui dá nome aos bois, como diz o ditado popular.

É dessa fonte suja de promoção do ódio que Silas Malafaia, Magno Malta, Rozângela Justino e pessoas que lideram esses grupos de "reversão" (Exodus, MOSES, Deus se Importa, G.A., etc) têm bebido. O resto você mesmo pode concluir. Refiro-me ao ministério Focus on the Family do Dr. James Dobson, um dos mais ardorosos pregadores anti-gay da ala da direita americana. Esse cara é incensado pelas editoras e pastores evangélicos no Brasil, mas entre outros absurdos, ele foi um dos maiores braços de apoio a George Bush e sua guerra no Iraque. Esses caras adoram ver o circo pegar fogo desde que o picadeiro não seja o deles.

Os absurdos de Giles Muhame (editor do Rolling Stone ugandense) e do Pastor Solomon Male

Pastor Male e Giles Muhame

A vida é interessante.




Pr. Solomon Male

Giles Muhame, editor do Rolling Stone


Estou sentado, mirando algumas lindas paisagens. Uma montanha alta, cercada de nuvens. Ao pé da montanha, casas, brancas, banhadas pelo sol. Um cartão postal perfeito.

Existe um vento soprando contra mim, frio. Frio para minha pele hipersensível. O quadro é de verão, mas não consigo entender o vento frio. Preciso vestir alguma coisa quente... Ei, Kampala tem baixas de 18 graus centígrados, quando chegam a acontecer. Lindo país, esse. Não há dúvida de que luto para continuar lá!

A vida é interessante de outras maneiras.

Você sabe do jornal em Uganda que decidiu capitalizar sobre nosso fabuloso “status” como ugandenses gays? Sair por aí mostrando quem somos… imagine, detonando nosso ilustre véu de sigilo...


Jornal Rolling Stone

Giles Muhame do pedra rolante (N.T.: o autor brinca com o nome Rolling Stone) esteve na Alta Corte hoje. Aparentemente, o juiz não estava convencido sobre por que motive o cavalheiro não estava preparado para se defender. Problemas com sua ‘esposa’? Ou com os advogados? Ummmmm!

Um juiz da alta corte ugandense na terça-feira estendeu uma proibição sobre a publicação na mídia de fotos identificando as pessoas como homossexuais, despertando a ira de um proeminente pastor anti-gay.

O juiz Vincent Musoke-Kibuuka estendeu a proibição numa audiência terça-feira no caso do homofóbico tabloide Rolling Stone, que não tem qualquer conexão com a revista americana. O juiz esperava ouvir argumentos da parte dos editores do jornal Rolling Stone defendendo o direito deles de exporem homens e mulheres gays em seu novo e esporadicamente publicado tabloide. Mas Musoke-Kibuuke estendeu a proibição, primeiramente pronunciada em 1 de novembro (2010), quando o editor Giles Muhame insistiu que não estava preparado para oferecer uma defesa, citando “um problema com minha esposa”.

Mas, aparentemente ele tem uma sólida defesa preparada. Só precisa de um pouco mais de incubação. Eu não estava na corte, mas aí está a história contada pela AP.

"Você apresentou razões que não são muito satisfatórias”, disse o juiz, provocando uma desculpa murmurada de Muhame.

Muhame disse a AFP (Associated Federal Press) que quando o caso for retomado na sexta-feira, ele defenderá veementemente o direito de publicar fotos que ele encontrar em sites de paquera gay, como ele fez na edição de novembro do Rolling Stone

"Não sei dizer o que nossa defesa vai abordar. Mas estaremos prontos. Estamos preparando excelentes notas”, disse ele.

Sabe o que eu mais gosto sobre aquele artigo?

É do pastor Solomon Male. Ele é incensado como se não tivesse a chance de ver as fotos de homens gays nos jornais. Obviamente, ele acredita como Bahati, que o cascalho rolante (N.T.: outro jogo de palavras com o nome do jornal) estava fazendo um favor ao mundo, expondo pessoas que eles pensavam serem gays.

Falando em nome da National Coalition Against Homosexuality and Sexual Abuse in Uganda (Coalizão Nacional contra a Homossexualidade e o Abuso Sexual em Uganda), o pastor Solomon Male acusou a corte de usar a proibição de expor as pessoas para proteger "criminosos agressivos, desumanos e egoístas." Gritando no pórtico do tribunal, o pastor Male perguntava: "Como podem homossexuais que deliberadamente quebram a lei exigir o direito à privacidade?"

A homossexualidade é definida no código penal de Uganda como “conhecimento carnal contra a ordem da natureza”, e pode acarretar uma sentença de sete anos de prisão.

O pastor Male foi investigado por calúnia depois de acusar um proeminente pastor evangélico, que é o conselheiro da Primeira Dama de Uganda, de abusar sexualmente de garotos adolescentes.


Pr. Ssempa (o pastor "come-cocô" de Uganda)


Obviamente, homossexuais são criminosos que não merecem qualquer proteção de qualquer parte das Leis e da Constituição de Uganda. A linguagem bombástica… é uma característica muito, muito comum a ele, como também para seu colega pastor ‘come cocô’ Ssempa (N.T.: Esse pastor Ssempa a quem o autor do artigo se refere é um louco que fez reuniões para explicar o que significa a relação sexual gay. Ele fazia a plateia acreditar que os gays são um bando de “come-cocô.”)

Gug (pseudônimo usado pelo autor que significa “Gay vivendo em Uganda”)

O trecho abaixo são palavras do próprio Giles Muhame num release depois da polêmica sobre as fotos que expunham pessoas supostamente gays no jornal Rolling Stone:

O jornal lutará contra os homossexuais em diferentes frentes.

As pessoas que nos apoiam devem permanecer fortes – os agentes do diabo hão de ser derrotados.

É uma questão de tempo.

A sanidade tem que prevalecer a qualquer custo.

Publicado por Giles Muhame
Editor-Chefe,
Rolling Stone


Fonte do texto de Gay em Uganda (Gug) em inglês:
https://gayuganda.blogspot.com/2010/11/pastor-male-and-giles-muhame.html

Tradução de todos os textos nesse post: Sergio Viula para o blog Fora do Armário


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO


Querido Marcio Retamero, seu comentário perguntando sobre as ligações religiosas do editor do jornal foi o que me encorajou a ir atrás de toda essa informação. Obrigado. Espero que esse espetáculo macabro de ignorância e preconceito movido por pastores homofóbicos em Uganda responda sua pergunta.

Quem quiser, pode copiar esse texto à vontade. Peço apenas que dêem crédito ao Fora do Armário, porque não encontrei esses textos em português até hoje. Por isso, decidi traduzi-los eu mesmo. :)

Só um detalhe: quando o jornal publicou essa miséria toda, ele tinha apenas dois meses de existência. Dá a impressão de que o jornal foi criado especialmente para promover essa desgraça toda. O editor Giles Muhame só tem 22 anos e é o editor-chefe do tabloide. Quem o apóia são pessoas da estirpe desses pastores. Resta alguma dúvida, minha gente, de que nosso maior desafio hoje é o fundamentalismo religioso e homofóbico?

Foi por isso que eu lancei "Em Busca de Mim Mesmo", mas ainda tem gente que acha que é apenas mais uma biografia, com fofocas sórdidas... Quem leu sabe que é bem o contrário. É minha resposta a esse tipo de fundamentalismo e outras sutilezas que teimam em tornar nossa vida mais complicada. A vida em si é muito simples.

Resistamos a tudo isso com as armas da democracia e do direito!

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