Mostrando postagens com marcador bissexual. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador bissexual. Mostrar todas as postagens

Dia Internacional do Orgulho LGBT: Importantes apontamentos

Por Sergio Viula







DIA 28 DE JUNHO é o Dia Internacional ORGULHO LGBT! E temos muito do que nos orgulhar! A maioria de nós sobreviveu a uma infância e adolescência onde era cada um por si e todos contra nós. Se você foi criança antes da década de 1990, arrisco-me a dizer que você não tinha referências positivas que representassem a sua individualidade enquanto pessoa sexodiversa na TV, no rádio ou nas publições impressas. Às vezes, eu me pego pensando: Quem dera eu pudesse ter assistido algo como Heartstopper quando eu tinha 12 anos, por exemplo. Se você ainda não ouviu falar nessa série da Netflix, ela foi inspirada nessa HQ aqui: https://amp-mg.jusbrasil.com.br/noticias/3125198/brasil-registra-54-crimes-virtuais-por-minuto


Teaser official da série na Netflix



Família, escola, igreja e trabalho

A família, ambiente onde devíamos ter sido acolhidos e incentivados ao pleno desenvolvimento de nossas habilidades e de nossos afetos, foi justamente onde encontramos mais incompreensão e repressão. Se nos enfiamos no armário - muitos de nós por décadas -, foi justamente por causa de algum interdito estabelecido por nossos pais ou outras figuras de autoridade contra a diversidade sexual. Esses episódios provavelmente aconteceram diante da TV ou ao redor da mesa de jantar. O cúmulo da violência emocional já é bastante conhecido; trata-se da verbalização de frases como "prefiro um filho viciado, bandido ou até morto a um filho gay." Muitas pessoas LGBT nunca se recuperam das feridas emocionais causadas pelas atitudes de quem deveria protegê-las e orientá-las no pleno desenvolvimento de suas identidades. Ao contrário disso, as famílias muitas vezes pressionam a pessoa LGBT para que se "converta" em heterossexual (e cisgênera no caso das pessoas trans).


A escola, ambiente onde deveríamos ter sido incentivados para o pleno desenvolvimento de nossas habilidades cognitivas e psicossociais, ouvimos os primeiros xingamentos e piadas de mau gosto por parte de estranhos sobre nosso jeito de agir e de falar. Muitas vezes, até mesmo nossos gostos pessoais por cores, brinquedos, jogos, grupos musicais e outras formas de entretenimento são criticados impiedosamente. Esse tipo de censura torna-se um dos mais sórdios estímulos à autorrepressão e à autocondenação por parte das pessoas LGBT por causa da LGBTfobia externa que acaba sendo internalizada por meio dessas interações destrutivas.


A igreja, ambiente onde deveríamos supostamente ser acolhidos como filhos e filhas amadas de algum deus, convivendo fraternalmente uns dos outros, é o lugar onde ouvimos as piores recriminações. E elas vêm do lugar que simboliza autoridade máxima em termos de doutrina - o púlpito. Mas, não apenas dali. Os estudos bíblicos em pequenos grupos, os cultos realizados em casas de "irmãos", os cochichos das bilhardeiras e bilhardeiros de plantão - todos esses dispositivos de controle são usados para manter a sexodiversidade dentro de uma caixa preta que não pode ser acessada sem que alguma degraça nos sobrevenha. Curiosamente, essa mesma igreja é o lugar menos seguro para crianças e adolescentes justamente por causa do assédio sexual que estes sofrem (muitas vezes, calados) por parte de pastores, diáconos, líderes de mocidade, organizadores de acampamentos, etc. Se esses lugares já são perigosos para a criança ou adolescente heterossexual cisgênero, imagine para a criança ou adolescente LGBT! Ninguém perde coisa alguma ficando longe dessa fábrica de neuroses.


Finalmente, o trabalho - esse ambiente onde deveríamos aplicar nossas habilidades, conhecimentos e experiência, preferencialmente numa atmosfera de cooperação, visando à manutenção e à expansão da empresa que nos contratou. Não é bem isso que encontramos ali, todavia. O bullying "corporativo", geralmente, disfarçado de piada, gracejo ou mesmo de supervalorização das experiências heterossexuais no campo erótico-afetivo, romântico e familiar é um dispostivo de repressão utilizado contra as pessoas sexodiversas. Em outras palavras, quem é heterossexual e cisgênero pode falar das férias com a namorada ou namorado sem qualquer constrangimento,  ou comentar sobre os filhos sem qualquer recriminação, mas nós, LGBT, somos tacitamente coagidos a não falar sobre nosso final de semana com nosso namorado ou namorada homoafetivo(a).  Se falarmos, devemos estar preparados para o que virá depois, uma vez que provavelmente não teremos mais sossego depois disso. Observe que a maioria dos funcionários heterossexuais de qualquer empresa tem um porta-retrato com seu amor em cima da mesa, mas pergunte a si mesmo(a) o seguinte: Quantos LGBT fazem o mesmo tranquilamente? Garanto que são muito poucos ainda. Você pode estar dizendo a si mesmo(a) que se isso lhe acontecesse, você raclamaria com um chefe. Mas, que chefe? A maioria deles faz participa ou finge que não vê o jogo de seus "subordinados" LGBTfóbicos.


Qual será o resultado disso tudo?

O resultado de toda essa pressão social e de muitas outras é a neurose do armário. Com isso, refiro-me à repressão e camuflagem que a pessoa LGBT acaba fazendo contra si mesma para tentar tansitar pela sociedade LGBTfóbica sem ser apontada o tempo todo como uma desviada ou pervertida. 

Mas, não pense que é confortável viver no armário para evitar confrontos. De modo algum, pois não existe um único ser humano que se reprima com sucesso por muito tempo, se é que consegue se reprimir de fato por qualquer átimo. O que acontece geralmente é que a pessoa enfiada no armário acaba recorrendo à vida dupla. Isto é, ela age como  se fosse heterossexual e cisgênera, inclusive casando-se ou namorando alguém do outro sexo, mas dá vazão ao seu real desejo em escapadelas que estão longe de ser satisfatórias. Pelo contrário, essa duplicidade cobra um preço emocional altíssimo. 

Experiências sexuais vividas às escondidas exigem um arsenal de mentiras e disfarces capaz de deixar cicratizes profundas em qualquer psiquê. Entre as pessoas que já viveram assim por algum tempo e depois saíram do armário, muitas deram um novo e belo rumo à própria vida. Porém, muitas pessoas já morreram ou ainda morrerão nessa gangorra emocional, jamais tendo experimentado o sabor da liberdade de ser e de agir de acordo com sua própria vontade sem as máscaras auto-impostas na esperança de evitar a dor da rejeição. Sair do armário pode doer, mas é uma vez só. Viver no armário é arrastar uma dor muito maior pelo resto da vida. 


Felizmente, é cada vez mais comum que as pessoas saiam do armário o mais cedo possível. É importante que se diga que essa "coisa" de sair do armário só se faz necessária porque a sociedade parte do princípio de que, via de regra, todo mundo é heterossexual e cisgênero. O nome disso é hetero-cisnormatividade. E nada poderia estar mais longe da verdade. Na realidade, a heterossexualidade exclusiva é uma ponta do espectro das nuances que caracterizam a sexualidade humana assim como a homossexualidade é outra. A maioria das pessoas está em algum lugar entre as duas. Mas, por causa do reiterado reforço dessa hetero-cisnormatividade imposta por meio de vários mecanismos e dispositivos psicossociais presentes em nossa cultura, a maioria das pesssoas LGBT precisa dizer em algum momento quem elas são e como se sentem. Sair do armário é libertador, mas também é um ato político e pedagógico ao mesmo tempo.


Dentre as pessoas que logo cedo se assumiram e colocaram a cara no sol, algumas foram acolhidas sem maiores problemas. Porém, a maioria teve que travar alguma batalha dentro da própria casa. Nos casos mais graves, as pessoas LGBT podem sofrer represálias e até serem expulsas de casa. Mas, a maioria conseguiu refazer a vida e se estabelecer sozinha. Essas pessoas contruíram seus próprios lares e estabeleceram novas e significativas amizades tanto com outras pessoas LGBT como com pessoas heterossexuais e cisgêneras esclarecidas.


Em paralelo a todos esses enfrentamentos no plano individual, nós, LGBT, ainda travamos verdadeiras batalhas no plano coletivo. Já travamos muitas lutas para fazer valer nossos direitos mais fundamentais; direitos esses que só foram garantidos ao custo de muito esforço e graças a aliados nas mais diversas esferas de poder.


Para conhecer melhor a história da diversidade sexual e das identidades de gênero no Brasil desde o período colonial até a contemporaneidade, recomendo sem moderação o livro Devassos no Paraíso, de João Silvério Trevisan. Não existe nada igual em português ou em qualquer outra língua a respeito da história LGBT do lado de baixo do equador.



Adquira o seu com a Companhia das Letras:
https://www.companhiadasletras.com.br/livro/9788547000653/devassos-no-paraiso-4-edicao-revista-e-ampliada




Como começou o Movimento LGBT?


Falando especificamente sobre a origem do Movimento LGBT moderno, algumas iniciativas heróicas e muito relevantes foram feitas na Europa, mas a luta por direitos ganhou força sem precedentes a partir do ano de 1969 com a Revolta de Stonewall, em Nova York, Estados Unidos. Esse levante aconteceu no dia 28 de junho; por isso, comemoramos o Dia Internacional do Orgulho LGBT nessa data.

No Brasil, especificamente, o Movimento LGBT, como concebido no período moderno foi deflagrado durante a Ditadura Militar (1964 a 1985). Duas publicações foram essenciais para esse despertamento: o jornal Lampião da Esquina (1978 a 1981) e o jornal ChanacomChana (1981 a 1987). O primeiro focava mais nos gays e nas travestis, enquanto o segundo era voltado para as demandas lésbicas, sendo vendido no Ferro's Bar em São Paulo. 

Apesar ter seu público majoritariamente entre lésbicas, o Ferro's Bar tentou reprimir a circulação do jornal - o que resultou num ato político promovido pelas lésbicas que deu origem ao que ficou conhecido como o Stonewall brasileiro (https://amp-mg.jusbrasil.com.br/noticias/3125198/brasil-registra-54-crimes-virtuais-por-minuto). A proibição da comercialização do periódico foi suspensa e o dia 19 de agosto ficou conhecido como o Dia do Orgulho Lésbico em São Paulo. Posteriormente, sendo adotado em todo o Brasil, nos Estados Unidos e em alguns países da Europa.



Fonte: 
https://jornal.usp.br/tv-usp/na-ditadura-midias-alternativas-quebraram-tabus-sobre-lgbts/




Conquistas da comunidade LGBT no Brasil:



1. criminalização da LGBTfobia;

2. reconhecimento social da identidade de gênero;

3. fim do tratamento das identidades trans como patologias;

4. fim dos tratamentos de “cura gay” por parte dos profissionais de saúde mental;

5. casamento civil igualitário;

6. permissão para casais homoafetivos adotarem crianças;

7. permissão para que crianças intersexo não tenham o sexo definido em suas certidões de nascimento;

8. procedimentos para a transição de gênero realizados pelo SUS.



Ainda há muito o que se fazer. Porém, essas vitórias para os direitos das pessoas LGBT, que nada mais são do que DIREITOS HUMANOS aplicados a indivíduos sexodiversos e que por muito tempo viveram sem quaisquer garantias civis, são fundamentais e profundamente emblemáticas. Cada uma dessas conquistas deve ser motivo de orgulho para toda a comunidade LGBT e seus aliados.


Apesar dos avanços, o Brasil ainda é o país que mais mata pessoas LGBT no mundo, muitas vezes com requintes de crueldade. O site Homofobia Mata, criado por Eduardo Michels, que durante 10 anos fez a melhor pesquisa sobre violência LGBTfóbica do Brasil, tem registros detalhados desses crimes até o ano em que ele se 'aposentou' da pesquisa: algum momento entre 2018-2019. Confira.


Mas, quando pensamos em outros países, temos, por um lado, motivos para celebração e, por outro lado, motivos para lamentação e luta. Entre os casos que nos alegram, podemos citar países progressistas e inclusivos como a Holanda, o Canadá, a Noruega. Só para citar três. Existem mais, é claro. Entre os casos que nos entristecem profundamente e que devem nos inspirar a lutar pelo fim da LGBTfobia em todo o mundo, encontram-se os países mais terrivelmente fundamentalistas e implacavelmente LGBTfóbicos, como a Arábia Saudita, o Qatar, o Irã, entre outros.


Atualmente, 69 países ainda condenam cidadãos LGBT por sua orientação sexual ou identidade de gênero. Até há pouco tempo, eram 71, mas Angola, Moçambique e Butão, que condenavam a sexodiversidade, baniram as leis absurdas. Que os demais sigam esse bom e justo exemplo.








Não basta descriminalizar a sexodiversidade


É preciso manter em mente que não basta não prender ou não condenar pessoas LGBT ao cárecere ou à morte. É preciso garantir seus direitos fundamentais em todos os países - direitos como os que já foram conquistados no Brasil e citados anteriormente nesse artigo.


Ainda existem muitas pessoas LGBT confinadas em campos de refugiados para não perderem suas vidas em suas próprias comunidades ou pelas mãos de seus prórpios parentes LGBTfóbicos. Um lamentável exemplo de campo de refugiados que atualmente conta com um grande número de pessoas LGBT é o campo de Kakuma no Quênia. Locais como esse deveriam proteger essas pessoas e proporcionar-lhe transição segura para locais onde elas pudessem morar, trabalhar e atingir sua autorrealização sem risco de morte, mas isso não está acontecendo e as autoridades internacionais parecem não se importar ao ponto de agir.


Por tudo isso e muitas outras coisas não mencionadas aqui por falta de espaço, é preciso celebrar o Dia do Orgulho LGBT com muita alegria e com muito orgulho próprio, fortalecendo a resistência contra a LGBTfobia que ainda grassa em certos ambientes. 

É preciso que as organizações que se colocam como representantes do Movimento LGBT organizado trabalhem de fato para combater essas injutiças, inclusive movendo processos contra pessoas ou instituições que façam demonstrações públicas de LGBTfobia, como foi o caso da cantora gospel Bruna Karla, que fez declarações extremamente homofóbicas numa entrevista veiculada pela Internet ao se referir a um "amigo" seu que é gay e que estava organizando seu casamento há alguns meses. Gente que faz esse tipo de discurso LGBTfóbico, especialmente em veículos de comunicação com amplo alcance, incluindo aqui as redes sociais, tem que ser processada. E os recursos obtidos com esses processos devem ser investidos em programas ou projetos que visem ao esclarecimento da população em geral e à capacitação de pessoas LGBT, especificamente, para profissionalização e inclusão no mercado de trabalho, a fim de que atinjam autonomia financeira.



LGBTfobia governamental



Damares e Jair Bolsonaro:
Dois inimigos declarados da comunidade LGBT

É notória a prevaricação do governo federal, capitaneada por Jair Bolsonaro e sua trupe de incompententes e desonestos. Estes devem ser alvo de reiteradas ações no Judiciário a fim de obrigá-los a cumprirem suas obrigações no que tange à comunidade LGBT. Tolerância zero para com fascistas e outros desse tipo. O mesmo deve ser aplicado a qualquer governo em nível estadual ou municipal.



O Estado não é vaca leiteira. O Estado corresponde ao conjunto de instituições no campo político e administrativo que organiza o espaço de um povo ou nação. 



É possível que também existam pessoas, inclusive LGBT, apenas funcionando como "cabides de emprego" em organizações vinculadas ao poder público. Em vez de trabalharem de fato para a inclusão e o bem-estar social de pessoas LGBT, esses servidores ou ocupantes de cargos comissionados só fazem isso mesmo: ocupam um cargo, quando deveriam realizar de fato o ofício confiado a elas. Em outras palavras, garantem seus salários, mas não cumprem suas obrigações. Refiro-me, especialmente, a organizações que são financiadas com dinheiro público, tais como coordenadorias e secretarias municipais e estaduais, bem como suas semelhantes na esfera federal. Esses órgãos geralmente estabelecidos por meio de lei ou decreto deveriam servir ao propósito de garantir os direitos das pessoas LGBT no âmbito do Estado, mas o que vemos muitas vezes é o contrário: Os responsáveis por seu funcionamento não cumprem seu papel - o que constitui crime de prevaricação (quando apenas deixam de fazer o que devem) ou peculato (quando se beneficiam pessoalmente dos poderes que seus cargos lhe conferem).  Devem ser advertidos - para começo de conversa - e processados se não fizeram os devidos ajustes de conduta, sendo eventualmente substituídos por quem tenha a competência e o compromisso de fazer o que o cargo determina.


A luta continua


Como se vê, temos muitos motivos pelos quais nos orgulharmos, mas também muitas lutas que precisamos continuar travando. E precisamos fazer isso sem nos descuidarmos de nossa própria vida. Afinal, temos pouco tempo para viver. Quem chegar aos 90 ou mais, ainda terá vivido pouco. Imaginem quem viver até os 40 anos de idade. E, cá para nós, a gente nunca sabe se vai estar o primeiro ou no segundo grupo. Por isso, não podemos adiar nossa autorrealização em nome de ideologias, partidos, organizações ou figuras políticas quaisquer que sejam elas. A vida passa rápido e logo seremos apenas mais um CPF cancelado, como diz aquele fascista do qual nos livraremos em outubro pelos meios democráticos mais legítimos - as eleições.


Uma imagem vale mais que mil palavras.




Então, lute, proteste, celebre! Porém, acima de tudo, VIVA sua vida da melhor maneira possível, respeitando a sua própria individualidade como ser fundado e atravessado pela diferença. Afinal, nem as impressões digitais dos meus dois polegares são idênticas - quanto menos esses mais 9 bilhões de indivíduos que respiram o oxigênio desse lindo planeta.

Empodere-se com leituras que abordem os interesses de nossa comunidade. Na Internet, você pode encontrar muita coisa boa em texto, podcast e vídeo. Não dê IBOPE para os detratores. Fortaleça nossos concidadãos LGBT e os canais que valorizam a nossa subjetividade e a nossa comunidade. 

Uma boa lista de livros autorados por pessoas LGBT ou que entendem bem a nossa realidade, mesmo não sendo LGBT necessariamente. pode ser acessada aqui no site da Companhia das Letras:

https://www.companhiadasletras.com.br/evento/leiacomorgulho

Eu mesmo comprei uma penca de livros esse mês por aqui. 

Também recomendo muitíssimo o livro de Letícia Lanz, O Corpo da Roupa, que só pode ser adquirido por aqui: O CORPO DA ROUPA (https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-827981469-livro-o-corpo-da-roupa-leticia-lanz-2-edico-original-_JM) . Ela também escreveu A CONSTRUÇÃO DE MIM MESMA (https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-827981469-livro-o-corpo-da-roupa-leticia-lanz-2-edico-original-_JM). Li esse também e recomendo. O primeiro é uma obra fantástica sobre gênero e o segundo é autobiográfico e tocante. Letícia Lanz é uma pessoa trans com excelente formação e entende muito bem do que está falando.

Tem SORTEIO DE LIVRO  no meu INSTAGRAM! Começa hoje, domingo, 26/06/22, e termina na terça-feira, dia 28/06/22, quando farei uma live às 22h para anunciar os vencedores. Serão dois livros. Saiba mais nesse meu vídeo aqui no Instagram: 
https://www.instagram.com/tv/CfRS0U6haAX/?utm_source=ig_web_copy_link


***********

LEIA MAIS LIVROS COM TEMÁTICA LGBT. 🌈
Deixo aqui um link para os meus livros (ebook no Amazon):
https://www.amazon.com.br/Sergio-Viula/e/B00ASO8T24/ref=aufs_dp_fta_dsk

***********



Parada LGBT de São Paulo 2022


Orgulhe-se de suas cores não apenas durante uma das mais de 270 paradas do orgulho LGBT que acontecerão esse ano no Brasil. Afinal, todo dia é uma nova oportunidade para ser e fazer a diferença no mundo! Viva seu dia-a-dia bem out and proud! (Não entendeu, joga no Google). 😂😂😂😂

Na cama com um bissexual



Ultimamente, não tenho sentido vontade de sair com ninguém. Para falar a verdade, tenho declinado de convites para encontros vindos de gente muito interessante. A maioria pelas redes sociais. Não sei por quê. Simplesmente, não me sinto empolgado com esse tipo de interação. Gosto mesmo é daqueles encontros que acontecem quando a gente menos espera. Aquela coisa bem olho no olho. Cantadas online não costumam me cativar. Sei que posso dar a impressão de querer parecer difícil. Não quero, não. Mas também não sou fácil. Vai entender...

Esses dias, saí com um carinha que eu achei muito interessante. Ele era negro, um pouco mais baixo que eu, simpático e bom de papo. Mas não me refiro a esse papinho chulé de cantada barata, não. Na verdade, esse tipo de conversa é broxante. Entre outros atrativos, o cara sabia conversar sobre tudo e não tinha tabus para falar de sua própria sexualidade e de sua vida pessoal nos mais diversos aspectos.

Depois que passamos um bom tempo na cama, tomamos um banho e abrimos uma bebida - ele uma Skol e eu um Kovak Ice. Ficamos conversando sobre nossas experiências.Ele é pai de duas filhas e eu também sou pai de dois filhos. Achei isso fascinante e contei um pouco da minha história para ele e ouvi um pouco da dele também. Uma das coisas que mais me cativaram foi o fato dele se identificar como bissexual e vivenciar muito tranquilamente ambos os tipos de relação, seja com mulheres ou com homens. Curiosamente, ele prefere as mulheres, ou seja, sua "escala de trabalho" é mulheres quase sempre; homens, de vez em quando. Mas ele me disse que passou a transar muito melhor com as mulheres depois de se permitir o sexo com homens - o que demorou alguns anos. E o mais curioso foi que ele fez sexo passivo comigo sem o menor grilo. Nada de querer provar "macheza". Apenas, deixar o desejo conduzir a relação. E nada melhor do que estar em paz consigo mesmo. Tudo fica melhor.

Mas não fui só eu que me admirei com ele. Uma coisa que o deixou intrigado foi a tranquilidade com que eu encarei sua bissexualidade. Mas, gente, por que não? Foi aí que ele me contou que os caras geralmente não aceitam esse fato pelos mais diversos motivos. A maioria pensa que ele é um gay mal resolvido ou apenas um hétero curioso.

Não, minha gente! Definitivamente, bissexualidade EXISTE e é mais comum do que vossas mercês imaginam. Ponham isso em suas cabecinhas ocas, please. 

O último cara que ficou com ele chegou a chamá-lo de duas caras. Que ousadia! Que baixaria! Como é que alguém pode julgar o outro assim se não está na pele dele para saber como funciona sua cabeça, seu desejo?

Por essas e outras, não é nada simples ser uma pessoa bissexual numa sociedade como a nossa: se ele fala para a mulher com quem deseja ficar que é bissexual, ela já pensa logo que ele é gay e pode nem querer ficar com ele; se ele diz para o homem com quem deseja ficar que é bissexual, o cara já pensa logo que ele deve ser um gay enrustido ou mal-resolvido. A mera menção da frase "sou bissexual" desencadeia um processo de ciúmes, uma espécie de crise possessiva do tipo: ele nunca vai ficar só comigo. Mas que bobagem, especialmente quando os nem estão namorando. É só uma ficada, bee. Além disso, quem garante que o gay ou heterossexual com quem você namora vai ser fiel, bunyta?

Nas palavras desse pedacinho de paraíso em forma de gente, quando ele está com alguém, ele fica exclusivamente com aquela pessoa. Isso quer dizer que se ele estiver com uma mulher, ficará só com ela. Nota-se que ele é romântico, que acredita em fidelidade. O mesmo acontece quando ele está com um homem, mas ele me confidenciou que nunca namorou um homem para valer. Isso porque seu desejo mais constante e mais intenso é voltado para as mulheres. Achei tudo isso fantástico! O ser humano é incrivelmente complexo e ao mesmo tempo essencialmente simples. Talvez, nós mesmos compliquemos o que é descomplicado por si só. Criamos as caixinhas e depois queremos enfiar todo mundo nelas como se fosse massa de bolo. Não funciona assim, darling.

De qualquer modo, eu não estava ali para romance mesmo. Porém, não posso negar que rolou um clima de muita cumplicidade. E depois dessa bebidinha e de toda essa conversa, eu disse a ele: Quero te dar uns 'amassos' de novo. Ele sorriu e disse: Eu também. Eu respondi: Então, vem cá. Deita aqui e relaxa enquanto eu exploro um pouco mais dessa tua pele linda. Ele deitou com aquela cara de maroto...

Daí para frente, fica a cargo da imaginação de vocês.

Se a gente vai se ver de novo? Talvez, mas sem pressa. Nenhum do dois está em busca de contos de fada no momento.

Bem, no jogo da vida, tudo pode acontecer, mas quando o placar termina em empate, isso significa que todo mundo saiu feliz! E tem coisa melhor do que ser feliz sem ter que dar nome a tudo e sem qualquer garantia de replay? Permita-se, mona!

SSEX BBOX: Sergio Viula confirmado. Veja quem mais aqui.


Divulgue e compareça. Será simplesmente phodástico!

PROGRAMAÇÃO COMPLETA

DA 1ª CONFERÊNCIA INTERNATIONAL [SSEX BBOX] & MIX BRASIL DE SÃO PAULO: http://migre.me/rQeRT

----------------------------------------------------------------------

DESDE DOMINGO, 01/11/15, VOCÊ JÁ PODE SE INSCREVER NA 1ª CONFERÊNCIA INTERNACIONAL [SSEX BBOX] & MIX BRASIL.

A CONFERÊNCIA É GRATUITA E AS VAGAS SÃO LIMITADAS.
CLIQUE NO LINK E INSCREVA-SE!
http://www.ssexbbox.com/primeira-conferencia/


13 Coisas que não se deve dizer às pessoas bissexuais

13 Coisas que não se deve dizer às pessoas bissexuais

Sim, pessoas bissexuais realmente existem, mas não são mais — ou menos — promíscuas, monogâmicas ou indecisas que quaisquer outras pessoas.

por ELIEL CRUZ 
The Advocate 
02 de junho de 2014
https://www.advocate.com/bisexuality/2014/06/02/13-things-never-say-bisexual-people

Traduzido por Sergio Viula para o blog Fora do Armário


Como um homem bissexual orgulhoso de si mesmo, há anos tenho navegado pela área cinzenta e complicada que minha identidade ocupa no espectro da sexualidade. Apesar de todos os ganhos que a comunidade LGBT conquistou, bissexuais ainda são vistos com dúvidas — ou rechaço direto — por gays, lésbicas e heterossexuais igualmente. Desde pessoas me perguntando se eu já sou um "gay completo" até outras questionando minhas motivações, eu já devo ter ouvido de tudo.





Infelizmente, o pensamento binário daqueles que negam a existência da bissexualidade oprime a todos, perpetuando padrões inabaláveis de identidade, sejam heteronormativos ou homonormativos. Ser íntimo de alguém do mesmo sexo não significa que você seja gay, exatamente como ser íntimo de alguém do sexo oposto não significa que você seja heterossexual — simplesmente significa que você se encontra em algum lugar do lindo e fluido espectro da sexualidade.

Então, aqui estamos nós no supostamente iluminado ano de 2014, e todavia, a bifobia persiste. Sem obedecer qualquer ordem em particular, aqui vão algumas das mais cansativas mentiras que a sociedade realmente precisa parar de contar sobre a comunidade bissexual.


1. Bissexuais não existem.




Essa é a primeira e mais difundida mentira sobre a bissexualidade. Algumas pessoas simplesmente não compreendem uma sexualidade na qual os indivíduos sejam atraídos por mais de um gênero. Você pode testar as águas, mas você em algum momento vai escolher um lado, segue o raciocínio. Mas pessoas bissexuais não precisam de ciência  —  ou da aprovação daqueles que se sentem atraídos por apenas um dos gêneros  — para provar que existem.


2. Bissexuais estão apenas passando por uma fase. 

Sim, é verdade que existem muitos gays e lésbicas que usaram a bissexualidade como uma forma de reduzir o impacto de se assumirem para seus pais conservadores. Muitos podem ter se identificado como bi por um tempo, enquanto estavam ainda tentando compreender sua própria orientação. E ao mesmo tempo que se assumir é uma decisão intensamente pessoal, as estratégias de alguns não deveriam invalidar as identidades da maioria, para a qual a bissexualidade não foi uma "pedra de apoio", mas um destino concreto e final. 


3. Bissexuais são sexualmente gulosos.

Pessoas bissexuais não são automaticamente mais promíscuas do que qualquer outra pessoa — gay ou heterossexual. Ser atraído por mais de um gênero realmente atrai mais parceiros em potencial, mas não aumenta as probabilidades de se conectar física e emocionalmente com o dito parceiro em potencial. E assim como ter um gosto eclético não torna alguém em alcoólatra, ser bissexual não faz de ninguém um guloso.


4. Bissexuais são traidores.



Um traidor é um traidor. Pessoas bissexuais traem, e o mesmo fazem pessoas que se identificam como heterossexuais, gays, transexuais, ou o que quer que seja. A sexualidade de uma pessoa ou sua identidade de gênero não a obrigam a trair.


5. Todos os bissexuais são poliamorosos.

Enquanto o poliamor parece se mostrar mais prevalente na comunidade queer, não há informação consistente que conecte o poliamor mais diretamente aos bissexuais do que às pessoas de quaisquer outras orientações sexuais. Buscar esse tipo de estrutura de relacionamento não está ligado a uma ou outra sexualidade especificamente.


6. Bissexuais tem medo de compromisso.

Ser atraído por ambos os gêneros não tem nada a ver com compromisso. Alan Cumming abordou essa concepção errônea numa cândida entrevista no ano passado. "Eu tenho um apetite sexual saudável e uma imaginação saudável" - disse Cumming à revista Instinct. "Eu ainda me defino como bissexual apesar de ter escolhido estar com Grant. Eu sou sexualmente atraído pela forma da fêmea apesar de estar com um homem e acho apenas que os bissexuais têm uma reputação ruim."


7. Todas as mulheres são bissexuais.




A sexualização da mulher não conhece fronteiras na cultura contemporânea. Mas só porque a mídia do mainstream continua a explorar a sexualidade feminina, numa clara tentativa de vender produtos, não significa que todas as mulheres transitem entre os dois lados, a la Shakira e Rihanna em "Can't Remember to Forget You." Desculpe, Shakira, não vamos comprar o que aqueles quadris estão vendendo.


8. Bissexuais são atraídos por qualquer coisa que se mova.


Ah, por favor. Só porque alguém é bissexual não significa que ele não tenha padrões. Essa é a mesma lógica que os caras homofóbicos usam para explicar porque não querem dividir um vestiário com homens gays. Você bem que gostaria que estivéssemos olhando para o seu material, querido.   


 9. Bissexuais não são atraídos por gêneros binários.


Robyn Ochs


A respeitada ativista bissexual Robyn Ochs descreve a bissexualidade como o potencial "de ser atraído — romântica e/ou sexualmente — por pessoas de mais de um sexo e/ou gênero, não necessariamente ao mesmo tempo, não necessariamente do mesmo modo, e não necessariamente com a mesma intensidade." Então, não, não tem nada a ver com binarismos, minha gente.


10. Bissexuais espalham HIV.

Homens que fazem sexo com homens não estão em risco desproporcional de infecção por HIV. Os bissexuais também não estão mais propensos a espalhar a doença do que os outros — tomar as devidas precauções é necessário, independentemente de sua orientação sexual. Sempre use proteção, conheça o estado sorológico de seu parceiro e o seu próprio.


11. Bissexuais vivem para sexo a três.

Sexo a três não é uma marca do estilo de vida bissexual  — é apenas uma opção, do mesmo modo que o são para qualquer outro ser sexuado.


12. O apagamento dos bissexuais é um mito.




De fato, a Comissão de Direitos Humanos de San Francisco publicou um relatório de cinquenta páginas em 2011 sobre a invisibilidade bissexual dentro da comunidade LGBT, demonstrando que o fenômeno está vivo e em boa forma. Como detalhado pela comissão,  palavreado como  "casamento gay" ou "homossexualidade" não é inclusivo e apaga a identidade das pessoas bissexuais. E mesmo os principais festivais do Orgulho objetivando ser inclusivos parecem ignorar a mensagem. 


13. Bissexuais são uma comunidade pequena.

Em 2007, uma pesquisa com 768 autoidentificados lésbicas, gays e bissexuais descobriu que um total de 48,9 por cento se identificava como bissexual — aproximadamente metade. Os bissexuais podem não falar tanto quanto seus irmãos gays e lésbicas, mas isso deve-se mais a estigmas persistentes do que à falta de força numérica. Gostem ou não, a comunidade bissexual está aqui, e está aqui para ficar. 

Canal das Bee: Super recomendo!

CANAL DAS BEE

CONFIRA NO YOUTUBE.

Muito bom!!!





TEMA DESSA CONVERSA: ESTUPRO



Tem muita coisa boa no canal. 
Confira aqui: 
https://www.youtube.com/user/CanalDasBee

Controlar a vida sexual dos outros, chega dessa neurose!


Controlar a vida sexual dos outros, 
chega dessa neurose!


por Sergio Viula


Não é interessante que um estudo intitulado “Who are the Swingers and Why do they Swing?”, falando de casais que fazem sexo com outras pessoas, tenha descoberto que os swingers são geralmente pessoas de classe média-alta que vêm tanto da ala conservadora como da ala liberal no campo político? Não posso deixar de destacar que, curiosamente, o percentual de conservadores é o mais alto.

Ninguém deveria se espantar com o fato de que sexo seja algo tão poderosamente estimulante e potencialmente satisfatório. Afinal, ao longo da história evolutiva, desenvolvemos um sistema nervoso minuciosamente conectado aos nossos órgãos sexuais, enchemos nosso sangue de hormônios sexuais e dedicamos vastas áreas do nosso cérebro a pensamentos sobre sexo. O que causa espanto é por que tanta gente se sente impelida a condenar a própria vida sexual e a dos outros ao celibato ou a algum tipo de moralismo castrador que impeça a fruição do que tão efemeramente se esvai – o corpo. Mesmo que um ser humano possa desfrutar prazer sexual por 100 anos, isso ainda seria considerado tempo ínfimo no contexto da história universal.  Prazer está relacionado à vida. Na morte, não há dor nem prazer. 

Ironicamente, nossos restos mortais poderão abastecer outros seres vivos que, mesmo vivendo menos do que nós, farão muito mais sexo do que muitos daqueles que lhes servirão de pasto. Imagine servir de lanchinho para minhocas que sempre se fertilizam mutuamente fazendo um 69... Para que desperdiçar tempo precioso que poderia ser bem gozado? Por que se submeter a coisas nocivas como medo, culpa e ansiedade? Cada minuto de prazer mutuamente consentido dispensa qualquer justificativa. 

É quase certo que enquanto nos deleitamos aqui pensando em sexo (fazer é melhor ainda) alguma voz irada esteja gritando palavras como gonorreia, sífilis, AIDS, para silenciar o desejo que o dono dessa mesma voz sente aflorar dentro de si mesmo e para espalhar pânico entre os que não sigam sua cartilha de autocastração. Contudo, deixar de desfrutar do próprio corpo e/ou do corpo alheio não é solução para nada disso. O cuidado de si não impede o sexo e vice-versa. Além disso, a falta de prazer sexual, assim como de outros prazeres na vida – todos eles direta ou indiretamente ligados à satisfação dos sentidos – pode gerar diversas doenças psicossomáticas (aquelas caracterizadas pela circularidade mente-corpo).

O que pessoas neuróticas geralmente fazem quando se trata de falar de sexo é acentuar o negativo. Essa parece ser – para elas – a melhor forma de encerrar o assunto antes que sintam comichões na glande ou na vulva.

A “sabedoria” popular dirá que não há coisa mais perigosa para seu lar, família e país, para sua saúde e bem-estar do que SEXO. De acordo com Stephen Mason, Ph.D. em seu aritgo Look At It This Way, publicado em Agosto de 2009, 31% dos homens e 43% das mulheres hoje sofrem de um ou mais sintomas de disfunção sexual. Como poderia ser diferente em meio ao controle exercido pelo Estado, pelas religiões, pelas famílias, etc.? 

O Dr. Mason destaca que o mais óbvio sinal de neurose é uma necessidade esmagadora de controlar alguma coisa.  O neurótico se sente à deriva em meio a emoções e crenças irracionais.  Ele faz de tudo para exercer controle sobre si mesmo e sobre os outros. Essa parece ser a força motivadora por trás daqueles que censuram e condenam tudo o que eles não podem manejar.

Ultimamente, tenho ouvido algumas pessoas dizerem que é importante controlar a Internet. Geralmente, essas pessoas saem com pérolas tais como: “pornografia é coisa do diabo”, “a promiscuidade vai acabar com o casamento”, “masturbação é igual ao adultério”, “camisinha estimula a prostituição”, “prostituição é coisa de comunista” (dizem alguns da direita), “prostituição é coisa de capitalista” (dizem alguns da esquerda), e por aí vai. 

Tem gente que ouve ou lê esse tipo de coisa e conclui que tudo isso deve estar certo. Outros repetem essa papagaiada acreditando que esse discurso poderá lhes dar um status de superioridade moral ou uma qualidade de pureza tipo exportação. Essas pessoas acreditam que sexo não seja normal, íntegro, saudável. É muito provável que essas pessoas nunca tenham visitado um hospício.  O pior é que esse tipo de discurso prevalece em muitos ambientes e na cabeça de muita gente. 

Esses dias, eu estava vendo comentários feitos por HOMENS GAYS a respeito de casamento e de promiscuidade num grupo GAY desses que se criam no Facebook. Numa postagem sobre direitos civis, um cara soltou essa: “Como podem querer respeito se não se dão o respeito”. Ele se referia à liberdade com que alguns encontram parceiros e vivenciam a sexualidade. A lógica aqui é: você não pode exigir direitos civis e segurança social se der o cu para qualquer um ou se comer o cu de qualquer um. Mas, pergunto: Será que dar o seu PRÓPRIO cu ou comer o cu dos outros quando esses VOLUNTARIAMENTE o dão faz de você menos cidadão do que qualquer pessoa que não trepe, ou que só trepe de um jeito, ou sempre com a mesma pessoa a vida inteira? Recorro ao dito popular: O que tem a ver o cu com as calças?

Ah, e é bom que fique claro: recorro ao cu por ser um dos tabus que os neuróticos adoram alimentar e manter. A maior e melhor parte do sexo pode não ter nada a ver com penetrar ou ser penetrado(a), mas com lamber e ser lambido(a). Só isso já poderia diminuir imensamente as tensões masculinas com relação à expectativa de mulheres ou de outros homens por ereção, tornando tudo ainda mais divertido. 

Outro mito é pensar que os homens são naturalmente predadores sexuais. Quem acredita nisso esquece que as mulheres, tanto as heterossexuais quanto as homossexuais e as bissexuais, carregam imenso potencial para experiências sexuais. Provavelmente, fatores históricos, culturais e sociais expliquem porque as mulheres ‘parecem’ menos ativas que os homens na pegação. Ninguém me convence de que isso nada tenha a ver com genuína falta de desejo ou com algum tipo de natureza intrinsicamente romântica. Esse tipo de hipótese parece – isso, sim – mais uma das muitas estratégias de infantilização da mulher. Mulheres fogosas podem deixar um homem ou outra mulher no tatame quando o assunto é relação sexual.

O mais interessante é ver que as pessoas que fazem esse discurso moralista em público são as mesmas que fazem o contrário dele em particular. A sensação que tenho é que quanto mais santarrona, mais puta; quanto mais pudico em público, mais puto entre quatro paredes. E, às vezes, nem precisa de paredes.

Sobre a luta por controle, vale dizer que esse batalhão de neuróticos devota toda energia possível para tentar estabilizar suas próprias psiquês movediças - nada menos que desespero. Já os que estão confortáveis com o sexo têm mais o que fazer. A lógica dessas pessoas é a seguinte: para que declarar uma guerra diária aos desequilibrados se esse tempo pode ser gasto desfrutando do que realmente interessa: de SEXO? 

O Dr. Mason caridosamente nos faz lembrar que cem anos atrás, os especialistas estavam convencidos de que a masturbação desviava sangue do cérebro para as genitais e causava demência. Quanta gente deve ter enlouquecido sob o peso da ansiedade de que a loucura se instalasse depois de uma simples ‘bronha’ ou ‘siririca’. É provável que pouquíssimas mulheres se permitissem esses prazeres, levando em conta que sempre foram mais vitimadas pelo controle social sobre o sexo. Não admira que o número de casos de histerismo entre mulheres tenha chamado a atenção de Freud.

O Dr. Mason também recorda que cinquenta anos atrás, livros de medicina ainda incluíam como sintomas da masturbação a postura encurvada e os olhos fundos. Imagine quantos acadêmicos, de tanto se debruçarem sobre livros e computadores, seriam rotulados atualmente como punheteiros ‘compulsivos’. O Dr. Mason registra também que apenas uma geração atrás, o cirurgião geral das Nações Unidas foi demitido porque ousou usar os termos masturbação e educação sexual na mesma frase.  

Hoje os neuróticos entre nós (juntamente com aqueles que sabem mais e nada fazem) têm espalhado uma mensagem realmente doente: Se as pessoas vão se masturbar, elas pelo menos terão que se sentir culpadas e envergonhadas.

Então, da próxima vez que alguém começar a lhe dizer que é preciso banir a pornografia, censurar a Internet, fechar clubes de swing, casas de massagem, saunas e similares, ou simplesmente ‘dar-se o respeito’, ou que tudo o que não se encaixe no casamento monogâmico e vitalício é promiscuidade, pergunte a si mesmo(a) se essa necessidade de controlar outros que eles demonstram não seria simplesmente a incapacidade deles de se controlarem a si mesmos. E nunca esqueça: os neuróticos nunca ficam satisfeitos. Deixe que eles fechem o sex shop local, e a próxima coisa que eles farão será fechar todo e qualquer site que fale com naturalidade, liberdade e prazer sobre as delícias de um encontro sexual bem-sucedido, mesmo quando esse encontro for apenas de si consigo mesmo num delicioso cinco contra um. 

Faça tanto sexo tanto quanto desejar com aqueles/aquelas que legitimamente o consentirem; ou faça sexo a vida inteira com apenas uma pessoa se os dois desejam isso; ou não faça sexo algum se esse ‘não-fazer’ for fruto de um ‘não-desejo’ tão tranquilo quanto o ‘não-desejo’ de comer carne por parte de uma zebra. Se o ‘jejum’ for fruto de autoimposição e de imposição externa, essa abstinência não passará de mera repressão e hipocrisia. 

Gente que goza em paz geralmente vive em paz.. Gente sexualmente frustrada geralmente transfere essa frustração para tudo e todos à sua volta. Há quem chegue às raias do estupro e da morte. Não é a pornografia, o swing, a masturbação, a prostituição e coisas semelhantes que promovem a violência sexual. Pelo contrário, onde homens e mulheres podem se entregar livremente ao prazer que aspiram, desde que sob consentimento mútuo e em condições semelhantes, não há motivação para toma-lo à força.





O que posso fazer? Ideias para Aliados dos LGBT




Aliado - Rutger

Center for Social Justice Education and LGBT Communities
247 Tillett Hall (LC) ↔ 848-445-4141
socialjustice.rutgers.edu


O que posso fazer?

Ideias para Aliados


Uma lista para iniciantes em coisas que você pode fazer para ser um apoiador.


1. Confronte a Homofobia e Resista ao Heterossexismo

2. Recuse-se a tolerar atitudes, declarações ou piadas anti-lésbicas, anti-gays, anti-bissexuais ou anti-transexuais.

3. Pela aos outros que retirem ‘humor’ anti-LGBT de locais de convivência ou que sejam colocados em escritórios particulares ou lugares de residência privada.

4. Denuncie todo comportamento de assédio ou discriminação às autoridades competentes.

5. Exiba material positive em apoio às pessoas que são lésbicas, gays, bissexuais ou transgêneras. Se possível coloque panfletos sobre atividades de grupos e programas de apoio, e fontes de recursos para pessoas que sejam lésbicas, gays, bissexuais, ou transgêneras.

6. Tenha informação disponível para serviços que pessoas que são lésbicas, gays, bissexuais ou transgêneras possam precisar. Conheça recursos, incluindo literatura, grupos de apoio, organizações, indivíduos, etc. na sua área de modo que você possa indica-los às pessoas quando necessário.

7. Não pressuponha que todo mundo que você encontra/conhece seja heterossexual.

8. Use linguagem especificamente inclusiva, não marcada por gênero, que não presuma a heterossexualidade alheia. Use linguagem inclusiva nas conversas e também em materiais escritos, políticas [organizacionais], formulários, etc.

9. Eduque-se em temas e preocupações que são relevantes para pessoas que são lésbicas, gays, bissexuais ou transexuais. Tome a iniciativa de obter informação acurada.

10. Frequente eventos, encontros ou programas patrocinados por ou para pessoas que se identificam como LGBT.

11. Ganhe perspectiva conversando com pessoas que são LGBT. Aprenda através de suas experiências.

12. Mantenha uma perspectiva equilibrada. Não assuma que a orientação sexual de uma pessoa que é LGBT seja o aspecto mais importante da vida daquela pessoa. Lembre-se que todos são indivíduos multifacetados cuja sexualidade é apenas uma parte de sua vida total.

13. Não pressuponha que ser LGBT seja tão difícil e apresente tantos problemas que você precise sentir pena das pessoas que são LGBT. Elas têm os mesmos problemas que todos. Elas têm tantas chances de ser bem-ajustadas quanto de ter dificuldades em lidar com o estresse em suas vidas.

14. Por causa do preconceito e da discriminação, porém, elas têm que lidar com alguns tipos de geradores de estresse específicos.

15. Não pressuponha que ser lésbica, gay, bissexual ou transgênero não importa; por exemplo, pensando que “eles são iguais a todo mundo e eu trato todas as pessoas do mesmo jeito.” Ao mesmo tempo em que todos merecem ser tratados com igualdade, isso é diferente de tratar todo mundo do mesmo jeito. A experiência de ser lésbica, gay, bissexual ou transgênero numa sociedade amplamente discriminadora tem um efeito profundo em como aquela pessoa se vê a si mesma e como ela experimenta o mundo.

16. Respeite a confidencialidade o tempo todo. É imperativo que você seja digno de confiança.

17. Examine suas próprias arbitrariedades e medos. Você tem que explorar seus sentimentos e crenças mais profundos sobre a homossexualidade. Se você estiver desconfortável com esse assunto, isso será dito a outros. Sua habilidade para se abrir e aceitar será limitada por suas crenças e atitudes não examinadas. Esteja pronto para avaliar áreas com as quais você esteja desconfortável. Esteja pronto a conversar sobre suas dúvidas, medos e incertezas com outros, de modo que você possa resolvê-los.

18. Conheça seus limites. Poderá haver momentos em que as necessidades e preocupações de um indivíduo estejam além de sua habilidade para ajuda-lo. Saiba quando você atingiu o limite de seu conhecimento ou paciência e esteja preparado para buscar outros com conhecimento e expertise adicional para lhe dar assistência.

19. Não se surpreenda quando alguém sair do armário para você.

20. Lide com sentimentos primeiro. Você poderá ser útil apenas por ouvir e dar a alguém a chance de falar sobre seus sentimentos e experiências.

21. Ofereça reforço positivo para pessoas que sejam lésbicas, gays, bissexuais ou transgêneros que se contraponha às mensagens de vergonha e culpa sobre a homossexualidade que são tão prevalentes na sociedade.

22. Tome por certo que em qualquer lugar (por exemplo, local de trabalho, reuniões organizacionais, locais residenciais, etc.) existem pessoas que são lésbicas, gays, bissexuais ou transgêneros se questionando quão seguro aquele ambiente é para elas. Ofereça segurança fazendo claro que seu apoio às pessoas que são lésbicas, gays, bissexuais ou transgêneros.

Inclua temas e tópicos LGBT em seminários de treinamento, currículos, programações, oficinas de desenvolvimento profissional, etc. quando apropriado.

23. Se as pessoas chegarem à conclusão de que você é lésbica, gay, bissexual ou transgênero porque você fala sobre tópicos LGBT, ou porque você é amigo de pessoas lésbicas, gays, bissexuais ou transgêneros, ou porque você está lendo uma publicação lésbica, gay, bissexual ou transgênero, ou porque você tem sido carinhoso com alguma pessoa do mesmo gênero: resista ao seu ímpeto de negar isso. Desafie a si mesmo a resistir em ver tal pressuposição como uma acusação, ou alguma coisa que tenha que ser negada.  Desafie-se a não se recolher à segurança de sua identidade heterossexual e aos privilégios heterossexuais.

24. Lembre-se que as pessoas que são lésbicas, gays, bissexuais ou transgêneros vêm dos mais diversos backgrounds com uma série de experiências. Trate todos como indivíduos singulares.

Fonte: Northern Illinois University Safe Zone Ally Handbook

Assim como pessoas lésbicas, gays, bissexuais ou transgêneros podem precisar passar por estágios para “sair do armário”, as pessoas heterossexuais também experimentam mudanças de atitude a respeito das minorias sexuais. Onde você está no processo de se tornar um ALIADO?

1. Repulsa

A homossexualidade e vista como um crime contra a natureza. Gays/lésbicas* são doentes, loucos, imorais, ímpios, etc..
Tudo é justificado para muda-los: prisão, hospitalização, terapia negativa de comportamento, violência, etc.

2. Pena

Chauvinismo heterossexual. A heterossexualidade p mais Madura e certamente preferível. Qualquer possibilidade de se tornar heterossexual deve ser reforçada, e aqueles que parecem ter nascido assim devem ser alvo de pena.

3. Tolerância

A homossexualidade é apenas uma fase do desenvolvimento adolescente que muitas pessoas podem atravessar e da qual a maioria sai ao crescer. Assim, gays/lésbicas* são menos maduros do que heterossexuais e deveriam ser tratadas com aquele protecionismo e indulgência que se dão às crianças. Gays e lésbicas não devem receber posições de autoridade porque ainda estão atuando através de seu comportamento adolescente.

4. Aceitação

Ainda implica em que haja algo para se aceitar. É caracterizada por declarações como “você não é lésbica, você é uma pessoa” ou “o que você faz é problema seu” ou “por mim, tudo bem, simplesmente não ostente isso”.

5. Apoio

Trabalha para salvaguardar os direitos de lésbicas e gays. Pessoas neste nível podem sentir-se desconfortáveis, mas estão cientes do clima de homofobia e injustiça irracional.

6. Admiração

Reconhece que ser gay/lésbica em nossa sociedade exige força. As pessoas nesse nível estão dispostas a verdadeiramente examinar suas atitudes, valores e comportamentos homofóbicos.

7. Apreciação

Valoriza a diversidade das pessoas e vê gays/lésbicas* como uma parte válida de nossa diversidade. Essas pessoas estão dispostas a combater a homofobia em si mesmas e nos outros.

8. Acolhimento

Reconhece que pessoas gays/lésbicas* são indispensáveis em nossa sociedade. Vê gays/lésbicas* como indispensáveis em nossa sociedade. Vê gays/lésbicas* com afeição genuína e deleite, e estão dispostas a ser aliadas e defensoras.

Esse folheto foi reproduzido e adaptado de UC Riverside LGBT Resource Center “Trans Ally”. Traduzido por Sergio Viula para o blog Fora do Armário em 16/março/14.

Nota do tradutor: Onde se lê gays/lésbicas*, incluam-se bissexuais e transgêneros. Eles não constavam nesse segundo folheto, mas deviam constar.  ;)

FROZEN: Veja porque assistir


Acabei de assistir Frozen por indicação de Débora Ramires hoje de manhã. Peguei uma sessão ao meio-dia, quase exclusivamente para mim. Cinema vazio devido ao horário. Simplesmente AMEEEI! Ela está absolutamente correta na análise e indicação (vejam post compartilhado abaixo). Chorei... tudo tão queerly touching and surprising! Nossa, sem palavras aqui! Não sei como Débora as encontrou... Obrigado pela dica, smart girl. 

E fica aqui meu reforço na recomendação. 

Beijos queer!

Sergio Viula


ONU lança campanha mundial para promover a igualdade LGBT



ONU lança campanha mundial para promover a igualdade LGBT


O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) lançou esta sexta-feira (26) a campanha Livres e Iguais de educação pública global para promover a igualdade de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT).

Numa conferência de imprensa realizada na Cidade do Cabo, África do Sul, a Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, acompanhada pelo arcebispo emérito Desmond Tutu e pelo Juiz Edwin Cameron do Tribunal Constitucional Sul-Africano anunciou o projeto que terá um ano de duração. A versão brasileira da campanha será lançada em outubro próximo.

“A Declaração Universal dos Direitos Humanos promete um mundo no qual todos nascem livres e iguais em dignidade e direitos – sem exceções, sem que ninguém seja deixado para trás”, disse a Alta Comissária Pillay. “No entanto, ainda é uma promessa vazia para muitos milhões de pessoas LGBT forçadas a enfrentar o ódio, a intolerância, a violência e a discriminação em uma base diária.”

“A mudança de atitudes nunca é fácil. Mas já aconteceu em relação a outras questões e está acontecendo já em muitas partes do mundo em relação a esta mesma questão. Ela começa com conversas muitas vezes difíceis”, disse Pillay. “E é isso que nós queremos fazer com esta campanha. “Livres e Iguais” vai inspirar milhões de conversas entre as pessoas em todo o mundo e em todo o espectro ideológico.”

A campanha tem como objetivo aumentar a conscientização sobre a violência e discriminação homofóbica e transfóbica, e incentivar um maior respeito pelos direitos das pessoas LGBT. Ao longo do próximo ano, será lançada uma série de conteúdos criativos na mesma linha conceitual de O Enigma, um vídeo divulgado pelo ACNUDH para o Dia Internacional Contra a Homofobia e Transfobia, e A história de uma mãe do Brasil, que é o primeiro de uma série de filmes com entrevistas aos familiares das pessoas LGBT em todo o mundo.

A história de uma mãe brasileira

O Enigma


A campanha surge na sequência de um relatório ACNUDH publicado em dezembro de 2011, que foi o primeiro relatório oficial da ONU sobre a violência e discriminação contra pessoas LGBT. O relatório documentou abusos generalizados dos direitos humanos. Hoje, mais de 76 países ainda criminalizam relações homossexuais consensuais, enquanto em muitos outros a discriminação contra pessoas LGBT é generalizada – inclusive no local de trabalho, bem como nos setores da educação e saúde. A violência e a manifestação de ódio contra pessoas LGBT, incluindo agressão física, violência sexual e assassinato seletivo, foram registadas em todas as regiões do mundo.

A campanha vai se focar na necessidade de reformas legais e educação pública para combater a homofobia e transfobia.

Várias celebridades empenhadas em promover a igualdade deram o seu apoio a “Livres e Iguais”, tornando-se campeões da igualdade da ONU e ajudando a espalhar mensagens e materiais de campanha através das redes sociais. Entre esses incluem-se o artista pop Ricky Martin, a cantora Sul Africana Yvonne Chaka Chaka, a atriz de Bollywood Celina Jaitly e a cantora brasileira Daniela Mercury. Outros campeões da igualdade serão anunciados à medida que a campanha se desenrola.

Siga a campanha Livres e Iguais nas redes sociais:
Facebook: https://www.facebook.com/free.equal
Twitter: http://www.twitter.com/free_equal

Saiba mais sobre a campanha Livre e Igual em 
https://www.unfe.org/

Postagens mais visitadas