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Manifestante Gay protesta diante de Ahmadinejad

Pela vida dos gays: o protesto que encarou a homofobia de Ahmadinejad


 
Ahmadinejad: manifestante gay consegue driblar segurança

Enquanto o então presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, cumpria agenda oficial em Brasília, um ato solitário rompeu o silêncio e chamou atenção para uma das maiores atrocidades ainda praticadas no século XXI: a perseguição, prisão, tortura e execução de pessoas LGBTQIA+ no Irã.

Júlio Cardia, 25 anos, funcionário de uma empresa de serviços, faltou ao trabalho naquele 23 de novembro para protestar. Sozinho, infiltrado entre jornalistas e autoridades, ele conseguiu se sentar no fundo da sala onde Ahmadinejad concedia uma entrevista coletiva. Quando a coletiva se aproximava do fim, ergueu um cartaz com os dizeres: “Pela vida dos gays, contra Ahmadinejad” — imediatamente arrancado por seguranças iranianos. Em seguida, ele desfraldou uma bandeira do arco-íris antes de ser retirado do local.

Do lado de fora, afirmou com firmeza:

“Não aceitamos que pessoas como nós, gays, estejam sendo esquartejadas no Irã.”

Júlio não agiu sozinho. Ele participou da articulação de protestos junto a representantes das comunidades judaica e baha’i. Cerca de 200 pessoas se mobilizaram na capital federal para denunciar a visita de Ahmadinejad, que representa um regime abertamente opressor com relação aos direitos humanos — especialmente contra mulheres, minorias religiosas e pessoas LGBTQIA+.

Na ocasião, estava previsto um encontro entre Ahmadinejad e estudantes de uma faculdade particular, que acabou sendo cancelado após alerta de risco por parte das autoridades brasileiras — um indicativo de que o protesto estava surtindo efeito.

Quando questionado por um jornalista sobre os protestos LGBTQIA+ no Brasil, Ahmadinejad tergiversou:

“Achamos que as pessoas estão livres para expressar suas ideias. No Brasil existe essa liberdade, e no Irã também.”

Uma resposta cínica, vinda de um regime conhecido por executar homossexuais com base em leis arcaicas e interpretações radicais da religião. O Irã é um dos poucos países onde ser gay pode levar legalmente à pena de morte.

Durante a visita, Ahmadinejad ainda tentou desviar o foco ao tratar de outros temas: defendeu o programa nuclear iraniano, se eximiu de responsabilidade pela prisão de três americanos por "espionagem", e reafirmou sua postura contra Israel e em favor da unificação palestina sob mediação do Irã.

Mas nada disso encobriu a força simbólica de uma única voz levantando um cartaz e uma bandeira. O ato de Júlio Cardia não foi apenas um protesto — foi um grito de resistência em meio à complacência diplomática. Uma lembrança de que a dignidade humana está acima de acordos comerciais, discursos evasivos e alianças políticas.


📝 Fora do Armário reforça: não há negociação possível quando vidas estão em jogo. O silêncio diante da homofobia institucionalizada é cumplicidade.

🏳️‍🌈 Que o ato de Júlio inspire muitos a não se calarem.

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