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Alguns equívocos do Moses

Por Sergio Viula

 

Este post tem por objetivo refletir sobre algumas declarações de João Luiz Santolin, presidente do Moses, durante um seminário promovido pelo Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos (CLAM) em parceria com o Instituto de Estudos da Religião (ISER), conforme publicado no livro "Religião e Sexualidade: Convicções e Responsabilidades, organizado por Emerson Giumbelli, publicado pela Editora Garamond, 2005 (ISBN 8576170604, 9788576170600).

De acordo com Santolin, o Moses foi fundado em 1997. Ele está certo. Ele só não disse que isso aconteceu durante a Parada Gay celebrada no Rio de Janeiro, no referido ano. Também não disse que éramos três: Santolin, Liane França e eu (quem tiver dúvida, consulte o jornal O Globo, publicado no dia seguinte ao da passeata, pois nossos nomes estão lá no último parágrafo da matéria de cobertura da Parada Gay). Obviamente, ele não disse, devido ao constrangimento causado pela entrevista que dei em novembro de 2004 à revista Época, na qual disse abertamente que "curar" homossexuais é uma farsa, e que minha experiência com o Moses só confirma isso.

Segundo Santolin, o objetivo do Moses é celebrar a Deus como criador da sexualidade humana. Isso é questionável, especialmente levando-se em conta que o Moses toma o mito de Adão e Eva como relato verídico da criação do homem - o que, por si só, não nega a possibilidade da homossexualidade, pois a passagem se refere ao sexo genital, nada declarando sobre orientação sexual. Que existe macho (homens gays também são machos, pois têm pênis) e fêmeas (mulheres gays também são fêmeas, pois têm vagina), isso não se discute. O que não pode se pode ignorar é que sexo biológico é uma coisa e sexualidade (ou orientação sexual) é outra. Machos e fêmeas podem ser bissexuais, homossexuais ou heterossexuais.

Além disso, há o hermafrodita que apresenta características biológicas de macho e de fêmea ao mesmo tempo. Se deus é o criador da sexualidade humana, ele não parece ter vetado nenhuma dessas possibilidades, pois elas ocorrem naturalmente - e com mais frequência do que se imagina.

Santolin também colocou como objetivo do Moses reafirmar nossa fé em Jesus Cristo como redentor da família. Contudo, há que se perguntar de que "família" ele está falando. Se ele se refere à família formada por macho, fêmea e prole, esse modelo nunca foi o único. Em diversos grupos humanos houve e há casos de um homem com várias mulheres consideradas legítimas esposas. Há também (se bem que mais raro) casos em que uma mulher possui vários maridos considerados legítimos em seus grupos étnicos. Além disso, em muitos lares da atualidade filhos são criados por outros que não os pais biológicos.

Existem famílias totalmente fora desse padrãozinho reducionista que o Moses defende, como os casais onde cada filho é de um casamento e nenhum deles é filho igualmente do homem e da mulher que agora vivem juntos, mas a harmonia não é menor e nem maior do que em outros lares onde todos estão ligados consanguineamente. Há famílias de todos os tipos vivendo em harmonia ou em desajuste. Isso depende da maturidade e caráter de cada membro em suas respectivas famílias.

O objetivo de Santolin é, logicamente, o de opor-se ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e à adoção de crianças pelos mesmos - o que é uma crueldade num mundo repleto de órfãos. Nem mesmo a Bíblia pode ser evocada para defender tais idéias reducionistas, pois os patriarcas judeus tinham mais de uma mulher.

Abraão teve Sara, Agar e Quetura, no mínimo. Jacó teve Lia, Raquel, as duas criadas destas e ainda transou com um suposta prostituta que era sua nora disfarçada, porque ele negou-lhe outro filho em casamento quando ela ficou viúva sem descendência. A lei do levirato obrigava-o a conceder-lhe um de seus filhos para levantar descendência ao falecido. Davi teve Bate-Seba (que era de outro homem, a quem ele matou depois de adulterar com ela) e ainda casou com Abigail, mulher de Nabal, a quem ele também matou por causa de uma ofensa. Parece que o rei gostava de cobiçar a mulher do próximo. Salomão teve mil, e por aí vai. Segundo a Bíblia, eles são "santos homens de Deus". Nenhum deles tinha família formada por um só homem uma só mulher e filhos. E o Moses vem falar de família segundo os padrões bíblicos???





Tradução:

Quadro 1: Meu filho, o casamento é uma tradição sagrada que tem que ser preservada.

Quadro 2: Então, a resposta é não. Você não pode tomar uma terceira concubina.


Santolin colocou como objetivo do Moses ressaltar a importância de um devido preparo por parte da liderança evangélica para ajudar pessoas nas questões envolvendo sexo e sexualidade. Que tipo de preparo? Preparo como o de Rozângela Justino, Silas Malafaia, o do próprio Santolin, que não passam de proselitistas fundamentalistas? Esse suposto "preparo" reforça o preconceito.

Os outros objetivos acabam sendo apenas extensão destes. Passemos aos pontos em que o Moses crê, segundo o Santolin.

Ele diz que o trabalho do Moses é centralizado no conhecimento de Deus e na obediência à sua Palavra, a Bíblia Sagrada. Isso levanta diversos questionamentos.

Primeiro, qual conhecimento de deus? De que deus ele está falando? Obviamente, o deus dos evangélicos, que exclui e persegue todos os outros deuses. Não são os deuses da umbanda, nem do candomblé, nem do hinduísmo, nem os deuses chineses, etc. É o deus judaico-cristão. O que ele esquece é que esse deus foi arbitrariamente eleito o único e todo-poderoso. Ele era apenas o deus de Abraão, assim como diversas outras pessoas tinham seus deuses pessoais. Por diversos fatores histórico-culturais, este deus acabou tornando-se o deus de uma nação inteira, mas não o tempo todo. Ele foi deposto, recolocado no altar, algumas vezes sozinho, outras ao lado de outros deuses - e disso a própria bíblia dá conta, se for o caso de citá-la.

Segundo, como garantir que a bíblia é a palavra de deus se nem mesmo temos certeza de que esse deus existe? Mas se ele existe, certamente a origem e a preservação dos livros que compõe a bílbia levantam muitos questionamentos.

Os judeus têm um testamento, os cristãos dois, mas nestes dois testamentos eles acabam divididos, ou seja, católicos têm mais livros, protestantes têm menos. Conclusão, os próprios monoteístas não se entendem e ainda querem que nós aceitemos esse tipo de afirmação vazia - que a suspeitíssima bíblia seja a palavra de um deus cuja existência e caráter são quase uma piada.

Aí, o Santolin vem com essa conversa de que o Moses crê que existe uma sexualidade proposta pela Palavra de Deus. Bem, eu já falei sobre isso no início, mas vale dizer que nunca existiu uma sexualidade só.

A sexualidade humana é múltipla. Nascer com pênis ou vagina diz muito pouco sobre isso, se é que diz alguma coisa. A "divinização" da heterossexualidade serviu a projetos de poder baseados em procriação e multiplicação de mão de obra e de contingentes para os exércitos de povos beligerantes. Os judeus viviam invadindo terras e dominando povos. Era de se esperar que eles valorizassem aquelas relações que gerassem. Por isso tanta preocupação com o sêmen. A própria masturbação era mal vista. Entre os crentes de hoje chega a ser proibida. Uma crueldade com os solteiros, especialmente os mais jovens.

A heterossexualidade é tão natural quanto a homossexualidade, a bissexualidade, dentre outras formas de sexualidade. Basta ler o livro da natureza para perceber isso. Mas o Moses e outros igrejeiros preferem ler o jornal de três mil anos atrás. Se nem o de ontem presta mais, imagine os "barbarismos" desta ultrapassada escritura judaica.

Quando o Santolin diz que o Moses também tem como objetivo ser uma voz de conscientização em favor dos valores da família heterossexual e monogâmica, e dos padrões bíblicos para a sexualidade humana. Os pressupostos teológicos, éticos e antropológicos do Moses estão ancorados na Bílbia, segundo a tradição cristã evangélica, ele só confirma o que eu disse no início. É tudo baseado no mito de Adão e Eva, e os valores deste tipo de família que ele propõe nunca foram os únicos quando se toma em conta os diversos tipos de sociedade que adotaram outros modelos de família.

O que vemos hoje em termos de possibilidades de amar e de se organizar como núcleo familiar é apenas fruto da racionalidade humana. Nenhum dogma pode ser maior do que o amor entre duas pessoas, seja qual for o sexo biológico, especialmente quando envolve a redenção social e econômica de crianças cujo destino seria a miséria e a morte se não encontrassem pais adotivos a tempo - o que não significa que qualquer casal deva adotar, seja hetero ou homossexual, pois muitos não têm estrutura emocional ou financeira para tal empreitada.

Sobre o trabalho de aconselhamento do Moses, Santolin disse o seguinte: Cerca de 95% dos que nos procuram para aconselhamento são frequentadores ou membros de igrejas evangélicas. Essa colocação já deveria levantar suspeitas por parte dos que a ouvem. Por que será que o evangelho que estes pastores vivem anunciando como poder de deus não resolve o "problema"? Será que só agora surgiu uma "solução"? Dois mil anos depois do nazareno surge o Moses e finalmente uma "solução"?

Ora, se o evangelho é suficiente, por quê esses cerca de 95% dos que procuram o Moses são exatamente os frequentadores de igrejas evangélicas? O que ele não disse é que muitos não são só "frequentadores", são líderes (pastores, diáconos, missionários, líderes de departamentos da igrejas, etc.).

Aí ele diz que o caminho é um conhecimento maior da Bíblia e da comunhão com Deus, o que é chamado pelo cristão de Discipulado. Mas não é exatamente isso que a maioria dessas pessoas recebeu a vida inteira ou, pelo menos, desde que chegaram à igreja? Ou o evangelho não faz a mínima diferença, ou a homossexualidade é tão natural que não adianta lutar contra o que é naturalmente dado. Se a homossexualidade é tão natural quanto a heterossexualidade, o resultado de tentar transformar homossexual em heterossexual será tão nulo quanto o inverso. É uma completa estupidez e perda de tempo. Mas não há o que mudar. Tudo que precisa ser feito é reconhecer a legitimidade de todas essas afetividades humanas. E ponto!

Ah, e por falar em um suposto plano de deus para a sexualidade humana e para a família, cabe perguntar por que é que esses ditos ex-gays quando se casam, matam um leão por dia para não voltarem a se relacionar com outro homem, e alguns nunca se casam, como é o caso do Santolin? Ele afirma tanto que o casamento é uma bênção e a forma de deus regular a sexualidade humana, mas ele mesmo não se submete ao jugo. Cada um decide o que fazer. Tudo bem. Ele pode não casar. Joia. Mas, então, que seja mais discreto quanto a esse tipo de afirmação. A veemência dele parece ser uma tentativa de convencer a si mesmo mais do que aos outros, uma vez que ele continua solteiríssimo...

Grupos e igrejas como o Moses acreditam que é melhor deixar estas crianças à sorte dos orfanatos...



... a vê-las felizes em lares de dois pais ou duas mães como estas sortudas aí embaixo:






Dia dos Namorados: Um casal lindo que frequenta o Blog Fora do Armário

 
O amor nem sempre é a estrada mais fácil e reta,
às vezes ele é montanhoso e difícil, mas a visão de cima compensa o esforço!
Contra todos, a nosso favor!
Gustavo & Ivan.



Queridxs Leitorxs do Blog Fora do Armário,


Lembram que eu fiz uma chamada pelo Facebook, pelo Twitter e aqui pelo blog para que o pessoal que estivesse namorando, fosse trans, bissexual, lésbica ou gay enviasse fotos com seus respectivos amores para marcar o Dia das Namoradas e dos Namorados?

Pois bem, não vingou. kkkkk

Pensei que fosse ter mais adesão, porque ano passado, por causa da campanha de O Boticário e da polêmica do Malafento tribufento, fiz uma chamada de apoio à marca e muita gente LGBT e algumas pessoas heterossexuais participaram.

Mas a proposta era diferente esse ano. E talvez algumas pessoas tenham ficado sem jeito de se mostrarem em público. É possível que muitas leitoras e muitos leitores estejam solteiros, sem namoradxs ou até mesmo casadxs há tanto tempo que não se empolguem mais com essas "infantilidades" de amor romântico que ainda cativam Sergio Viula, apesar de não ser mais criança.

Mas será que existe idade ou tempo de relacionamento que tire o gosto de um bom romance. Duvido. Ele pode amadurecer e até ficar mais sereno, mas nunca menos gostoso se os dois cultivam esse amor com carinho e dedicação.

Daí, tive a grata surpresa de receber essa mensagem linda do Ivan Rebouças, que me enviou também a belíssima foto que vocês podem ver acima com a legenda que está logo abaixo dela. Claro que amei de cara a mensagem e a foto.

Trocamos mensagens por e-mail e Ivan me brindou com um lindo relato pessoal. Vou resumi-lo aqui para não expor detalhes desnecessários, mas vale a leitura.

Ivan me contou que foi casado até os 38 anos com uma mulher numa relação conjugal que durou 10 anos. A relação acabou e a esposa saiu de casa, levando o filho para morar a 800 km de distância, no sul do Brasil. A família o abandonou e ele ficou quase um ano e meio sem falar com o pai e com a irmã, que o defendeu no início, mas depois encrencou por causa do seu relacionamento com Gustavo, 20 anos mais novo, e - pasmem! - quem passou a aceitá-lo numa boa, assim com o relacionamento dele também, foi a ex-esposa. Hoje Ivan vê o filho sempre que pode, já com 3 anos de idade.

Ivan se refere ao parceiro como "minha paixão" e ao filho como"luz da minha vida". Ele diz que tem dias bons e dias de choro, por pensar que ele construiu um mundo sobre areia que se foi. Contudo, ele mesmo diz o seguinte:

"Estou aqui do alto do meus 40 anos, recomeçando do zero, mas com o coração verdadeiro a mim mesmo. Vamo que vamo!"

Ivan e Gustavo, obrigado por compartilharem sua história com o Blog Fora do Armário. A história de vocês é de superação e desejamos que vocês sejam sempre muito felizes juntos e que o filho de Ivan encontre nos dois todo carinho que um pai e seu marido podem lhe dar. E que a mãe também seja feliz, encontrando amor nos braços de outro homem que também só acrescente mais felicidade a esse lindinho que enche a vida de vocês de alegria.

E, cá entre nós, Ivan, nossa história tem muita coisa em comum. Fico orgulhoso de que você tenha encontrado o caminho de volta para si mesmo. Seja sempre feliz. Abraço forte para você e para o Gustavo.


Sergio Viula

The Language of Love - Kim Ho - English and Portuguese




English

This short 'will melt your heart' (The Advocate). Growing up, coming out and learning to speak THE LANGUAGE OF LOVE. In THE LANGUAGE OF LOVE 17 year old Charlie struggles to find the words to be true to himself...and his best friend.

A wry, delicate take on first love and awakening sexuality from a young man's perspective, THE LANGUAGE OF LOVE is written and performed by Kim Ho, under the mentorship of leading Australian playwright Tommy Murphy, and directed by Laura Scrivano, for The Voices Project from the Australian Theatre for Young People (atyp).


Português

Este curta "vai derreter seu coração" (The Advocate). Crescer, se assumir e aprender a falar A LINGUAGEM DO AMOR. Em A LINGUAGEM DO AMOR, Charlie, de 17 anos, luta para encontrar as palavras certas para ser verdadeiro consigo mesmo... e com seu melhor amigo.

Uma visão irônica e delicada sobre o primeiro amor e o despertar da sexualidade sob a perspectiva de um jovem, A LINGUAGEM DO AMOR foi escrito e interpretado por Kim Ho, sob a mentoria do renomado dramaturgo australiano Tommy Murphy, e dirigido por Laura Scrivano para o projeto The Voices Project, do Australian Theatre for Young People (atyp).

Bill e John - Mais do que Nunca: Uma Linda História de Amor Através do Tempo

Bill e John - Mais do que Nunca: Uma Linda História de Amor Através do Tempo


Estamos aqui desde 1965. Quando conheci Bill, ele morava em Washington Heights, e, de alguma forma, por acaso, descobrimos que este lugar estava disponível. Nos apaixonamos por ele no minuto em que o vimos e estamos aqui desde então... Mais de 50 anos.

William I. Campbell (bill) e John V. Hilton

Bill conta como foi o encontro deles: Eu vi essa pessoa fascinante e fiquei completamente encantado por ele. Pensei: "Isso é a melhor coisa que já me aconteceu." E, com certeza, foi.


Carta escrita por Bill para John em 1958


John mostra uma carta datada de 5 de dezembro de 1958, escrita por Bill. Os dois se conheceram em 6 de dezembro do ano anterior. Bill começa a carta assim: "Meu querido John, há um ano, exatamente hoje, estou me lembrando do nascimento da minha maior e completa felicidade neste dia. Sou o homem mais feliz e mais grato. Tentei te dizer de tantas formas e em tantos momentos o que tudo isso significou para mim, e preciso dizer novamente hoje. A alegria que conheci sendo seu amigo nunca foi superada."

John comenta orgulhosamente: "Estivemos juntos nos anos 50, 60, 70, 80, 90, nos anos 2000 e agora nos anos 2010. Sete décadas."


Bill e John


Bill está definitivamente nos estágios iniciais do Parkinson e não é tão ágil quanto costumava ser. Mas sua atitude é maravilhosa. Há muitas coisas que ele não consegue mais fazer tão bem como fazia antes sem problemas. Mas sim, ele precisa de um pouco mais de ajuda, e fico feliz em poder ajudar. Eu era o projeto dele. Agora ele é o meu projeto. É um verdadeiro privilégio. Eu chamo isso de "hora de retribuir". Estou retribuindo tudo o que ele fez por mim desde o primeiro dia.



O Bill fazia tudo em casa para que eu pudesse me graduar - conta John. Quando finalmente me formei, eu disse a Bill que ele nunca mais, enquanto estivermos vivos, faria a lavanderia de novo, e isso foi em 1971. Desde então, ele nunca mais fez a lavanderia.

Estivemos juntos nos anos 50, 60, 70, 80, 90, nos anos 2000 e agora nos anos 2010. Sete décadas.

John em pé e Bill sentado

Esse doc foi gravado nos dias 15 e 16 de abril de 2011 Bill Campbell faleceu em 7 de maio de 2011, sete semanas antes que o direito de casar fosse garantido em Nova York.


Assista ao vídeo abaixo (em inglês):

Por que essa obsessão pelo que os gays fazem na cama?

Por que essa obsessão pelo que os gays fazem na cama?


Chen Ching-hsueh e seu parceiro, Kao Chih-wei, mostram cartaz 
com a inscrição “devolvam meu direito de casamento”. 
Eles foram ameaçados de morte após tornarem pública 
a luta para se casarem em Taiwan. Foto: Sam Yeh / AFP


The Observer
Reproduzido pela Carta Capital
https://www.cartacapital.com.br/mundo/por-que-essa-obsessao-pelo-que-os-gays-fazem-na-cama/
17.01.2013



Por Nick Cohen

As discussões sobre a emancipação homossexual nos ensinaram, no mínimo, que o pênis ocupa um grande espaço na imaginação conservadora. Como a torre escura de Mordor, ele paira sobre tudo o mais, preenchendo a mente e obstruindo a luz. Os que tentam fingir que não, sempre tropeçam em seus próprios pés chatos.

Não é verdade que nós “só pensamos em sexo”, protestou a jornalista católica Melanie McDonagh em The Spectator. Sem corar, ela se dedicou a demonstrar que quase não conseguia pensar em outra coisa. A sociedade deveria tolerar homens e mulheres cuja atração pelo próprio sexo não é expressa em relações sexuais, ela explicou, ao iniciar uma discussão sobre os pintos dos vigários. Se um vigário usar seu pênis para fazer sexo “sem o objetivo de procriação”, porém, ele deve deixar a Igreja. Sua obsessão pública pelo que as pessoas educadas antigamente chamavam de “partes privadas” importaria menos se não fosse compartilhada por todas as religiões e por muitos membros da imprensa conservadora e do partido Tory.

A Igreja Anglicana é muito mais liberal que o judaísmo ortodoxo, o catolicismo e todas as versões do islamismo. Entretanto, acredita em uma versão modificada do credo de McDonagh. Um vigário pode ter uma parceria civil, admitiu a Igreja no início deste mês. Mas se ele desejar que seus superiores o elevem ao bispado, deve submeter sua vida sexual a um exame cruzado. Somente se puder lhes dizer que se abstém de sexo será promovido.
Essas questões envergonham o interrogador mais que ao interrogado. Imagine se você fosse procurar um emprego e o entrevistador dissesse que você era ideal para o cargo, mas tinha de lhes dizer com quem fez sexo e quando o ato sujo ocorreu pela última vez, para que pudessem contratá-lo. Por que alguém que não seja um voyeur perguntaria sobre isso? De maneira igualmente pertinente, diante da comoção sobre o casamento gay, quem desejaria insistir que os gays e as lésbicas devem ser os únicos grupos que não podem desfrutar plenos direitos civis?

A resposta sedutora que atraiu igualmente autores gays e héteros se resume na explicação que uma paciente do psicanalista Stephen Grosz deu para a reprovação de seu pai a seu relacionamento: “Quanto maior a frente, maiores as costas”. Ela havia descoberto que seu pai desfrutava secretamente o tipo de caso que ele a condenara por praticar abertamente. Estava escondendo sua culpa atrás de sua fúria.



O visconde Montgomery de Alamein, que comparava 
o casamento gay aos “feitos do diabo”, mas tinha 
relações apaixonadas e não consumadas com rapazes. 
Foto: Wikipedia


Muitos homófobos, que fazem uma grande exibição de repulsa diante das “práticas desnaturadas”, imitam esse senhor. Em 1965, o primeiro visconde Montgomery of Alamein tentou conter a abolição das penas criminais contra homossexuais berrando que “pode-se igualmente perdoar o diabo e todas as suas obras” quanto permitir o sexo gay. Fiel à forma, seu biógrafo, Nigel Hamilton, revelou que Monty tinha relacionamentos apaixonados, embora não consumados, com rapazes.

Nos Estados Unidos, o caminho do púlpito à casa de massagens gay é tão conhecido dos pregadores evangélicos, que é incrível que tenha sobrado nele uma folha de relva. Diante de mais um escândalo, um Christopher Hitchens cansado escreveu: “Sempre que ouço algum falastrão em Washington ou no território cristão martelar sobre os males da sodomia, mentalmente anoto seu nome em meu caderno e acerto meu relógio, satisfeito. Mais cedo do que tarde ele será descoberto sobre seus cansados e gastos joelhos em algum horrível motel ou banheiro”.

Sei que é perigoso generalizar sobre um assunto tão vasto e complexo quanto a sexualidade humana, mas aprendi em minha vida confessadamente retirada que os homens que são, como dizem, “seguros” de sua heterossexualidade têm pouco interesse pelo que seus amigos homossexuais fazem na cama, e essa indiferença é recíproca. Sempre que ouvimos conservadores anunciarem que a igualdade para os gays “solapa o casamento”, pensamos: nossos casamentos podem suportar isso, então o que há de errado com os seus?

Assim como os antissemitas com suas fantasias de poder secreto judeu, existe uma nota de inveja na voz de muitos que condenam os direitos deles. O Journal of Personality and Social Psychology confirmou suspeitas quando publicou trabalhos com estudantes que diziam ser heterossexuais. Os pesquisadores mediram o abismo entre o que os estudantes diziam e como eles reagiam a imagens de casais gays ou pornografia gay. Os que sentiam mais atração tinham maior probabilidade de demonstrar um medo intenso dos homossexuais.

“Mas que droga, na verdade você é gay” não é uma reação adequada ao preconceito, por mais verdadeiro que possa ser em casos individuais. Ele recai na falácia dos argumentos tu quoque[você também]. Se um orador diz: “O assassinato é errado” e um membro da plateia diz: “Mas você é um assassino”, ele provou que o orador é um hipócrita, mas não que o assassinato seja certo. Do mesmo modo, mostrar que muitos conservadores desejam sexualmente os que eles condenam não remove o estigma da homossexualidade. Tampouco modifica as opiniões dos homofóbicos que não são casos de armário.

Michael McManus tem uma cena de arrepiar em Tory Pride and Prejudice, sua história sobre a longa luta dos conservadores liberais para modificar a mentalidade de seu partido. Jerry Hayes, um exuberante deputado conservador, entra em um bar dos Comuns em 1986. O Departamento de Saúde decidiu que a única maneira de lidar com a nova ameaça da Aids é falar ao público de maneira sexualmente explícita. Ser franco com os eleitores também significa que algum infeliz tem de ser franco com a senhora Thatcher.

Ele encontra Willie Whitelaw, parecendo exausto e entornando uísque puro. “O que há de errado?”, ele pergunta. “Eu tive de explicar para Margaret sobre sexo anal”, é a resposta.
Ninguém alegou que Margaret Thatcher reprimia seu lado lésbico. Mas nos dias de cão seu governo aprovou uma pequena medida horrorosa conhecida como Seção 28, a última lei anti-homossexual a ser aprovada por um Parlamento britânico. Você também não pode dizer que todo mundo que acredita nos anátemas cristãos, islâmicos e judeus esteja negando seus impulsos homoeróticos. Eles são apenas fiéis que obedecem à autoridade religiosa e desejam tirar vantagem de sua licença para perseguir.

Assim como Thatcher, seu desinteresse pela homossexualidade não os retém, o que apenas serve para mostrar que o ódio flui de muitas fontes. No caso da homofobia, pode ser voyeurista, mal-educada, hipócrita, banal e disfarçadamente invejosa, ou pode ser ignorante, agressiva e servil à autoridade. Afinal, não importa. Ninguém tem o direito de negar um tratamento igualitário a um cidadão, seja qual for o motivo. Não tenho dúvida de que é satisfatório para os gays e as lésbicas dizerem tu quoque, mas noli me tangere [não me toque] é a resposta mais decisiva.

Macklemore – Same Love (vídeo, letra e tradução)



Tradução por Sergio Viula para o Blog Fora do Armário


When I was in the 3rd grade
Quando eu era criança na terceira série
I thought that I was gay
Eu pensava que fosse gay
Cause I could draw, my uncle was
Porque eu sabia desenhar, meu tio era
And I kept my room straight
Eu mantinha meu quarto arrumado
I told my mom, tears rushing down my face
Eu disse a minha mãe, lágrimas rolando pela minha face
She's like, "Ben you've loved girls since before pre-K"
Ela tipo, "Ben você amava as meninas desde antes da pré-escola"
Trippin', yeah, I guess she had a point, didn't she
Estranhamente, sim, ela tinha razão, não tinha
A bunch of stereotypes all in my head
Um monte de estereótipos na minha cabeça
I remember doing the math like
Eu lembro de fazer matemática tipo
"Yeah, I'm good a little league"
"Sim, eu sou bom de  baseball"
A pre-conceived idea of what it all meant
Uma ideia pre-concebida do que significavam
For those who like the same sex had the characteristics
As características daqueles que gostam do mesmo sexo
The right-wing conservatives think it's a decision
Os conservadores de direito acham que é uma decisão
And you can be cured with some treatment and religion
E que você pode ser curado com algum tratamento e religião
Man-made, rewiring of a pre-disposition
Criada por homens, reescrevendo uma predisposição
Playing God
Brincando de Deus
Ahh nah, here we go
Ah, não. Aqui vamos nós
America the brave
América, a brava
Still fears what we don't know
Ainda teme o que não conhece
And God loves all His children Is somehow forgotten
E Deus que ama todos os seus filhosestá de algum mdo esquecido
But we paraphrase a book written
Mas  nós parafraseammos um livro escrito
3,500 hundred years ago
3.500 anos atrás
I don't know
Não sei


And I can't change
E eu não posso mudar
Even if I tried
Mesmo que tentasse
Even if I wanted to
Mesmo que eu quisesse
And I can't change
E não posso mudar
Even if I tried
Mesmo que tentasse
Even if I wanted to
Mesmo que eu quisesse
My love, my love, my love
Meu amor, meu amor, meu amor
She keeps me warm [x4]
Ela me conhece [4x]


If I was gay
Se eu fosse gay
I would think hip-hop hates me
Eu pensaria que o hip-hop me odeia
Have you read the YouTube comments lately
Vocês leram os comentários no Youtube ultimamente?
"Man that's gay"
"Cara, isso é gay"
Gets dropped on the daily
Isso aparece todo dia
We've become so numb to what we're sayin'
Temos nos tornado tão insensívei ao que dizemos
Our culture founded from oppression
Nosso cultura fundada a partir da opressão
Yeah, we don't have acceptance for 'em
Sim, não demonstramos aceitação a eles
Call each other faggots
Chamamos uns aos outros de 'viados'
Behind the keys of a message board
Por trás das letras de uma mensagem no quadro
A word routed in hate
Uma palavra enraizada no ódio
Yet our genre still ignores it
Todavia, nosso gênero ainda ignora isso
Gay is synonymous with the lesser
Gay é sinônimo de menor (ou de menos)
It's the same hate that's caused wars from religion
É o mesmo ódio que tem causado guerras a partir da religião
Gender to skin color
Passando por gênero e cor da pele
Complexion of your pigment
Característica do seu pigmento
The same fight that lead people to walk-outs and sit-ins
A mesma luta conduzida por pessoas em passeatas e ocupações (NT: comparando com a luta dos negros americanos por direito civis)
Human rights for everybody
Direitos humanos para todos
There is no difference
Não há diferença
Live on! And be yourself!
Viva! Seja você mesmo!
When I was in church
Quando eu estava na igreja
They taught me something else
Eles me ensiram algo mais
If you preach hate at the service
Se você prega ódio no culto
Those words aren't anointed
Aquelas palavras não são ungidas
And that Holy Water
E aquela água benta
That you soak in
Com a qual você se encharca
Is then poisoned
Estará, então, envenenada
When everyone else
Quando todos os outros
Is more comfortable
estão mais confortáveis
Remaining voiceless
Continuando sem voz
Rather than fighting for humans
Ao invés de lutarem pelos humanos
That have had their rights stolen
Tendo seus direitos roubados
I might not be the same
Eu talvez não seja o mesmo
But that's not important
Mas isso não ímporta
No freedom 'til we're equal
Nenhuma liberdade até que sejamos iguais
Damn right I support it
Eu apoio a porra do Direito

 
I don't know
Eu não sei



We press play
Apertamos play
Don't press pause
Não aperte pausa
Progress, march on!
Progrida, marche!
With a veil over our eyes
Com um véu sobre nossos olhos
We turn our back on the cause
'Till the day
Damos nossas costa à causa 
Até o dia 
That my uncles can be united by law
Que meus tios possam se unir pela lei
Kids are walkin' around the hallway
As crianças correndo pelo corredor
Plagued by pain in their heart
Atingidas pela dor em seu peito
A world so hateful
Um mundo tão cheio de ódio
Someone would rather die
Alguém poderá preferir morrer
Than be who they are
Do que ser quem ele realmente é
And a certificate on paper
E um certificado no papel
Isn't gonna solve it all
Não resolverá mais isso
But it's a damn good place to start
Mas é um lugar muito bom para começar
No law's gonna change us
Nenhuma lei vai nos parar
We have to change us
Temos que nos modificar
Whatever god you believe in
Qualquer que seja o deus em que você creia
We come from the same one
Nós viemos de um mesmo
Strip away the fear
Lance fora o medo
Underneath it's all the same love
No fundo, o amor é o mesmo
About time that we raised up
Está na hora de crescermos



Love is patient, love is kind
O amor é paciente, o amor é gentil
Love is patient (not cryin' on Sundays)
O amor é paciente (chega de choro aos domingos)
Love is kind (not crying on Sundays) [x5]
O amor é gentil (chega de choro aos domingos) [5x]


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Fui pastor batista, casado com uma mulher, pai de dois filhos, militante entre o que acreditam ser possível reverter a orientação sexual de uma pessoa homossexual. Decidi reavaliar "aquela velha opinião formada sobre tudo" que caracteriza o fundamentalismo religioso e passei por uma tremenda metamorfose nos na estrutura do pensamento, da crença, da maneira de lidar com a afetividade e, consequentemente, com a vida, sem contudo modificar meu verdadeiro eu, o qual encontrou terra fértil, luz e oxigênio para desabrochar.

As páginas que você vai começar a ler trazem os detalhes dessa metamorfose. Dogmas serão questionados, comportamentos serão modificados, coisas consideradas inquestionáveis serão postas em xeque, mas o resultado é belo, assim como belo é o resultado da metamorfose que a lagarta experimenta para finalmente se transformar numa bela borboleta - o que, no meu caso, é uma metáfora absolutamente apropriada. Confira!

Sergio Viula

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Tribuna Hoje divulga relação amorosa entre Zeca Camargo e Raí

Foto: Divulgação
Fonte: TRIBUNA HOJE


Raí, ex-jogador do São Paulo e forte símbolo sexual entre as mulheres, chocou os holofotes com a notícia do seu relacionamento com Zeca Camargo. Segundo boatos, o casal já está junto há uns dois anos. Já o apresentador todo mundo sabe que só fica no armário durante os programas da TV. Nas baladas gay em Sampa, Zeca sempre bomba! Agora, de Raí, pouca gente desconfiava.

Segundo a colunista Fabiola Reipert, do R7, a Globo, que sempre surpreende pela manutenção de estereótipos conservadores, proibiu qualquer vinculação dos nomes de Raí e Zeca Camargo em programas da emissora. A colunista ainda revelou que Zeca ficou bastante irritado com isso, pois os dois têm passado por várias saias justas.

Zeca Camargo desmentiu os boatos sobre um suposto romance com o ex-jogador Raí. Durante um evento promovido pelo jornal "O Globo" no Rio de Janeiro, o apresentador do "Fantástico" foi questionado sobre os rumores e respondeu:

"Eu sei do que vocês estão falando e é sobre uma suposição. Falar sobre suposição é ajudar a espalhar o boato. Eu, como jornalista, respeito meu entrevistado e não falo sobre boatos, só sobre fatos."

Veja: https://blogcapoeiras.blogspot.com/2012/07/zeca-camargo-desmente-boato-de-romance.html?utm_source=chatgpt.com

Justiça realiza o primeiro casamento entre pessoas do mesmo sexo em AL




Justiça realiza o primeiro casamento entre pessoas do mesmo sexo em AL



A Justiça alagoana realizou, na tarde desta sexta-feira (2), o primeiro casamento entre duas pessoas do mesmo sexo em Alagoas. O casamento foi realizado pelo juiz Wlademir Paes de Lira, da 26ª Vara da Família. Para o magistrado, após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que entendeu a união homoafetiva como união estável – nos mesmos termos e fundamento da união estável entre pessoas de sexos diferentes – o não deferimento do casamento entre pessoas do mesmo sexo geraria uma incoerência no sistema jurídico brasileiro.






“Embora o STF não tenha analisado a questão do casamento homoafetivo, não impede que a matéria seja analisada pelo primeiro grau, já que os argumentos utilizados pela Suprema Corte sobre a interpretação extensiva do artigo do Código Civil que trata da união estável, se aplicam integralmente à interpretação do artigo 1.514, do mesmo Código Civil, que trata do casamento”, sustentou o juiz em sua decisão.

Caso haja alguma ação de anulação do casamento, o caso será encaminhado ao Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL). Entretanto, para o magistrado, essa possibilidade não interferiu na decisão de habilitação do casamento.

“Tenho a consciência de que este casamento poderá vir a ser anulado pelo Tribunal de Justiça ou por qualquer outro Tribunal Superior, mas isso não me permite optar pela não celebração, pois os direitos fundamentais que se procura preservar são autoaplicáveis, e o magistrado não pode se furtar em decidir a favor da concretização de tais direitos, por imposição da própria Consituição”, finalizou.

Novela indiana exibe pela primeira vez um romance gay

Os atores Dakssh Ajit Singh e Karan Singh, que vivem casal homossexual na novela "Maryada: Lekin Kab Tak"


Novela indiana exibe pela primeira vez um romance gay


MONCHO TORRES
DA EFE, EM NOVA DÉLHI


Pela primeira vez, dois anos após a homossexualidade se tornar legalmente permitida na Índia, uma telenovela se atreve a mostrar uma relação amorosa entre dois homens.

"Se você ama um homem ao invés de sua esposa, que necessidade havia de casar comigo?", pergunta em um capítulo da novela a jovem recém-casada para seu marido, depois de flagrá-lo trocando apaixonados "Te amo" com seu amante.

"Maryada... Lekin Kab Tak" ("honra, mas a que custo?", em hindi) é um drama focado em uma típica família patriarcal de Haryana --cidade no norte da Índia-- envolvendo lutas de poder e confusões amorosas.

A telenovela, que está prestes a chegar a 300 episódios, estreou em outubro de 2010, mas foi só em maio deste ano que introduziu a trama gay, que apresenta um homem recém-casado, primogênito de uma rica família, que se declara homossexual.

"A homossexualidade é uma realidade, existe e devemos aceitá-la", declarou a autora Damini K. Shetty ao jornal indiano "Economist Times" quando a polêmica história surgiu no roteiro.

Transmitida à noite, "Maryada... Lekin Kab Tak" obtinha audiência média de 1% nas primeiras semanas, segundo a revista "India Today", mas entre maio e junho, quando a temática gay foi introduzida, o índice aumentou para 1,2%, até atingir o atual 1,6%.

France Presse

Os atores Dakssh Ajit Singh e Karan Singh, que vivem casal homossexual na novela "Maryada: Lekin Kab Tak"

O produtor da novela, Tony Singh, disse ao jornal "Indian Express" que se tratava de um experimento. "Mas o fato é que, à medida que difunde a conscientização sobre temas tabu, as pessoas tenderão a ser menos críticas. É a única maneira de evoluir".

Na televisão indiana, já existiram personagens gays, mas apenas em papéis secundários e muitas vezes cômicos e exagerados, com um estereótipo "afetado".

No site da associação Gay Mumbai, a aparição de "Maryada" é comemorada como um "passo adiante", pois, segundo a entidade, "mostra uma ruptura de muitos dos estereótipos existentes na maioria das representações da homossexualidade dentro de Bollywood".

Os atores que interpretam o casal homossexual são Dakssh Ajit Singh, 30, e Karan Singh, 29, que se transformaram em ícones para a comunidade gay na Índia, embora se declarem heterossexuais na vida real.

Segundo o "India Today", o maior receio de Dakssh era romper com sua imagem masculinizada. No entanto, os dois atores acabaram aceitando o papel ao perceber a oportunidade profissional oferecida.

"Se dois atores de Hollywood como Jake Gyllenhaal e Heath Ledger puderam atuar em 'O Segredo de Brokeback Mountain', eu definitivamente poderia aceitar o desafio", destacou Karan Singh.


Embora façam parte da realidade indiana, inclusive nas zonas rurais, os homossexuais foram tradicionalmente discriminados em uma sociedade conservadora, que rejeita a discussão pública sobre a sexualidade. Por isso a televisão abordou o tema apenas após o Tribunal Superior de Délhi entender que a criminalização da homossexualidade violava a Constituição.

Nas ruas da capital indiana, as opiniões sobre "Maryada" se dividiram. A estudante de moda Manisha Dubey, por exemplo, disse à Agência Efe que não compreende o motivo pelo qual a sociedade "não faz o esforço de entender os gays".

"Meus pais abrem cada vez mais sua mente. Eu costumo ver a novela com eles e, embora ainda não cheguem a aceitá-la, estão no caminho certo. Meus avós, no entanto, sei que nunca aceitariam a homossexualidade", explicou a jovem, de 24 anos.

Roberto Carlos diz que é a favor do casamento gay em entrevista, diz jornal

Roberto Carlos diz que é a favor do casamento gay em entrevista, diz jornal


Cantor teria dito durante gravação do 'Programa do Jô' que 'ser contra a felicidade é loucura'.


Do EGO, no Rio



Roberto Carlos (Internet)


Roberto Carlos revelou nesta quarta-feira, 14, durante a gravação do "Programa do Jô", que é a favor da união homossexual, segundo a coluna "Olá", publicada no jornal "Agora".

O cantor teria dito que a relação entre pessoas do mesmo sexo não o afeta em nada e, por isso, não há motivo para ser contra. "Se um gay se casa com outro e não me causa problema algum, sou a favor. Ser contra a felicidade é loucura. Temos de parar com esse tipo de preconceito", afirmou o Rei.

Sair do Armário: algumas dicas



Se você está pensando em "sair do armário" sobre sua sexualidade, você deveria ler essas dicas antes de decidir se assume ou não; a quem dizer, caso você decida ir em frente; e como dizer aos seus pais...

Eu tenho algo a dizer a vocês...

Contar às pessoas sobre sua sexualidade é chamado sair do armário, assumir.

Você não precisa dizer a todo mundo que você é gay ou bi se você não quiser, mas provavelmente se sentirá melhor se puder ser honesto sobre quem você realmente é.

A quem dizer

Comece dizendo a alguém em quem você realmente confie, e que você saiba que o apoiará. Então, você poderá gradualmente dizer a mais pessoas. É uma boa idéia sondar as atitudes das pessoas sobre sexualidade antes que você converse com elas.

Contando aos seus pais

OK, talvez você tenha se apaixonado e quer compartilhar a alegria. Talvez você esteja cheio(a) de engolir sugestões bem-intencionadas" sobre como arrumar um namorado(a). Talvez você esteja confuso(a) e precise de conselho..

Quaisquer que sejam suas razões para assumir para os seus pais, esteja preparado para o choque, talvez um pouco de raiva, ou qualquer emoção que você possa não esperar. Goste ou não, isso vai ser difícil para seus pais de início. Mas espera-se que eles aceitem e apóiem você.

Onde e quando?

Grandes pronunciamentos no aniversário da vovó provocam grande impacto, mas são fracos em termos de sensibilidade. Certifique-se de que você esteja onde se sinta confortável.

Lembre-se: Plantar ideias antes da hora ajuda a diminuir o efeito surpresa.

E se disser de uma vez?

É fantástico ser honesto e não temer a "descoberta", mas isso é DECISÃO SUA. Se seus pais tendem a surtar seriamente, então você deve pensar cuidadosamente sobre se deve dizer isso a eles.

O que dizer

Se você se sente desconfortável em dizer "sou gay", talvez possa dizer: "Eu tenho um namorado/uma namorada ou "Eu não gosto realmente de rapazes/garotas".

Planeje sua fuga

Avise um amigo antecipadamente que você está para lançar a bomba, assim você terá aonde ir se precisar dar a seus pais (e a você mesmo) um pouco de espaço.

Dê tempo a seus pais - eles podem precisar de um prazo para se acostumarem com a ideia. E lembre-se, a reação inicial deles não será necessariamente permanente.

Não existe jeito certo ou errado de sair do armário. Esta deve ser uma experiência sob medida, individual como você.

Homofobia

Não espere que todos o apóiem. Infelizmente, a homofobia (medo ou atitude negativa para com pessoas gays) é muito comum e muitas pessoas gays passam maus bocados com os amigos e a família até que eles entendam. Veja nosso link sobre homofobia para maiores informações: https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/2011/04/homofobia.html


Fonte: BBC inglesa.

Bollywood tem 1º filme com beijo gay

O primeiro beijo gay de Bollywood - Índia



A polêmica tomou conta dos cinemas da Índia com a estreia do primeiro filme produzido no país - cuja indústria cinematográfica é conhecida como "Bollywood" - que mostra um beijo entre dois homens.

A trama mostra dois jovens de classe média que se apaixonam e enfrentam dificuldades em serem aceitos pelas outras pessoas.

A homossexualidade é um tabu na sociedade indiana. Apenas no ano passado a relação entre pessoas do mesmo sexo deixou de ser crime no país.

Um dos protagonistas do filme diz que já recebeu ameaças anônimas pelo correio. Para ele, no entanto, a homossexualidade é parte de todas as culturas, inclusive a indiana.

Já representantes de diversas religiões, incluindo hindus, sikhs, muçulmanos e cristãos, condenam o que chamam de “celebração da homossexualidade”.

O público também parece dividido quanto o que pensar sobre a polêmica. Enquanto alguns defendem o banimento de filmes com temática gay, outros veem a homossexualidade como algo aceitável.




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