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Estados Unidos: Do Estopim em Stonewall à Luta Contra a AIDS

Estados Unidos: Do Estopim em Stonewall à Luta Contra a AIDS

Por Sergio Viula

Stonewall significa reagir! Esmaguem a opressão aos gays!
Bancada Gay contra a Guerra e o Fascismo


A história LGBTQIA+ dos Estados Unidos é marcada por momentos de resistência, coragem e conquistas que ecoaram pelo mundo todo. Um dos marcos mais importantes ocorreu em junho de 1969, quando uma batida policial no bar Stonewall Inn, em Nova York, encontrou resistência inesperada.

Durante dias, pessoas LGBTQIA+ enfrentaram a violência policial, transformando a revolta em um símbolo de libertação. Esse evento ficou conhecido como o Estopim de Stonewall e marcou o início do Movimento de Libertação Gay, que mudou para sempre a forma como a comunidade LGBTQIA+ seria vista e organizada.

Entre as figuras que se tornaram ícones desse momento histórico estão Marsha P. Johnson e Sylvia Rivera, mulheres trans que estiveram na linha de frente da resistência, e Harvey Milk, o primeiro homem abertamente gay a conquistar um cargo político de grande relevância nos Estados Unidos, inspirando gerações.
Conquistas que mudaram a história


Batida policial contra pessoas LGBT reunidas,
geralmente em bares.



A luta que começou em Stonewall abriu caminho para avanços extraordinários:


  • Primeiras Paradas do Orgulho (1970): Um ano após Stonewall, a comunidade LGBTQIA+ levou sua voz para as ruas, inaugurando as tradicionais Paradas do Orgulho que hoje acontecem em todo o mundo.
  • Fim da política “Don’t Ask, Don’t Tell” (2011): Essa política proibia militares de se assumirem LGBTQIA+. Sua revogação significou mais liberdade e respeito para quem servia às Forças Armadas.
  • Casamento Igualitário (2015): A Suprema Corte dos EUA legalizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo em todo o país, garantindo igualdade de direitos.
  • Avanços dos direitos trans: Nas últimas décadas, a visibilidade e os direitos das pessoas trans avançaram significativamente, apesar de retrocessos políticos recentes.


ACT UP: Luta Contra a Epidemia de AIDS


Nos anos 1980, uma nova batalha surgiu: a epidemia de AIDS devastou a comunidade LGBTQIA+, especialmente homens gays, enquanto o governo e a indústria farmacêutica permaneciam indiferentes. Em 1987, nasceu em Nova York o ACT UP – AIDS Coalition to Unleash Power, um movimento radical que não aceitou o silêncio como resposta.
Táticas ousadas

O ACT UP ficou conhecido por sua ação direta radical, protestos criativos e desobediência civil. As intervenções artísticas do coletivo Gran Fury transformaram a dor em poder político, dando rosto e voz a uma comunidade ignorada pelas autoridades.
Ações marcantes


  • “Die-in” na Bolsa de NY (1987): Ativistas deitaram-se no chão, simbolizando os corpos de quem morria sem acesso a tratamento.
  • “Stop the Church” (1989): Protesto histórico contra a postura da Igreja Católica em relação à AIDS e aos direitos LGBTQIA+.

Ocupações da FDA e NIH: Pressão direta sobre instituições responsáveis por regulamentar medicamentos e pesquisas.




Ícones do ACT UP

Entre as figuras centrais desse movimento estão Larry Kramer, escritor e fundador do ACT UP; Peter Staley, ex-banqueiro que se tornou ativista de destaque; Ray Navarro, artista e militante; e Sarah Schulman, escritora e historiadora que eternizou a memória dessa luta.
Conquistas e Legado

O ACT UP conseguiu pressionar por medicamentos mais eficazes e acessíveis, garantiu a inclusão de mulheres, negros e pessoas pobres nos ensaios clínicos e impulsionou políticas públicas de prevenção e tratamento.

Ignorância = medo
Silêncio = morte
Lute contra a AIDS
ACT UP


Seu lema, “Silence = Death” (Silêncio = Morte), tornou-se um grito de guerra mundial, inspirando movimentos LGBTQIA+ em diversos países e deixando um legado de resistência e solidariedade que atravessa gerações.


Da Resistência ao Orgulho


Marsha P. Johnn

Sylvia Rivera

Harvey Milk, primeiro político abertamente gay eleito nos EUA


Da coragem de Stonewall à ousadia do ACT UP, a história LGBTQIA+ nos Estados Unidos é feita de luta, dor e, sobretudo, conquistas que transformaram vidas. Cada protesto, cada marcha, cada ato de desobediência civil pavimentou o caminho para os direitos que hoje celebramos — e para aqueles que ainda precisamos conquistar.

A mensagem que atravessa o tempo é clara: não existe orgulho sem resistência, e não há liberdade sem luta.

22 de maio: aniversário de Harvey Milk. Obrigado, guerreiro.


❤ ‪#‎happybirthdayharveymilk‬ ‪#‎harveymilkday‬ @HMilkFoundation


"Não é preciso comprometer coisa alguma para conceder às pessoas seus direitos... não custa dinheiro respeitar o indivíduo. Não é preciso qualquer acordo político para dar liberdade às pessoas. Nenhuma pesquisa de opinião é necessária para remover a repressão." - Harvey Milk, o primeiro homossexual eleito para cargo público na Califórnia. Nascido em 22 de maio de 1930.

ASSISTA O FILME:
https://www.primevideo.com/-/pt/detail/Milk---A-Voz-da-Igualdade/0GVEXOGDH99DNF1YDDBZAFL6M1



Os Tempos de Harvey Milk - Documentário - 28 de junho - Dia do Orgulho LGBT



Para entender melhor o que significa o Dia do Orgulho Gay (mais corretamente chamado Orgulho LGBT), assista o documentário que deu origem ao filme. Esse filme, logicamente com cenas reais, ganhou o Oscar de melhor documentário em 1984.

Uma boa dica para a reflexão de todos os nossos concidadãos e políticos sobre direitos humanos e sobre a razão pela qual as pessoas LGBT precisaram se organizar em movimentos.

Filme completo e legendado.


Tem legenda. Acione as captions.


Dia do Harvey Milk celebrado 32 anos após sua morte


🌈 Segunda-feira, 24 de Maio de 2010


Harvey Milk é celebrado nos EUA – 32 anos depois de seu assassinato


Trinta e dois anos após seu brutal assassinato, a vida e o legado de Harvey Milk, o primeiro homem assumidamente gay eleito para um cargo público nos Estados Unidos, foram celebrados em diversas cidades norte-americanas no último 22 de maio — data que agora marca oficialmente o Dia de Harvey Milk na Califórnia.

Este foi o segundo ano consecutivo de comemorações, mas o primeiro com reconhecimento oficial do Estado, graças a um decreto assinado em outubro do ano passado pelo então governador Arnold Schwarzenegger.

Harvey Milk foi morto a tiros em 27 de novembro de 1978, dentro da Câmara Municipal de San Francisco, por Dan White, um ex-vereador (cargo conhecido lá como city supervisor). No mesmo atentado, o prefeito George Moscone também foi assassinado. Milk tinha apenas 48 anos e havia sido eleito um ano antes para o cargo de supervisor municipal.


✒️ Comentário deste blogueiro

O assassinato de Harvey Milk e do prefeito George Moscone ainda é, mais de três décadas depois, uma das demonstrações mais claras de crime de ódio — neste caso, um crime homofóbico — que a história política já testemunhou.

Moscone não era gay, mas apoiava a luta de Milk pelos direitos civis da população LGBTQIA+. E isso, aparentemente, foi suficiente para colocá-lo na mira de um fanático como Dan White.

O que ainda espanta é a leveza da pena que White recebeu. Ele foi condenado a apenas cinco anos de prisão. Cinco anos por dois assassinatos a sangue frio, dentro de um espaço público, contra duas figuras públicas eleitas democraticamente. Isso em um país que, normalmente, aplica penas muito mais severas — inclusive prisão perpétua ou pena de morte — quando se trata de homicídio.

Dois anos após cumprir sua pena, Dan White cometeu suicídio. O jornal San Francisco Weekly chegou a chamá-lo de “o homem mais odiado da história de San Francisco” — e não é difícil entender por quê.

📺 Assista a esse documentário: https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/2013/06/os-tempos-de-harvey-milk-documentario.html


🕯️ Por que lembrar Harvey Milk?

Porque sua história ainda ecoa nas nossas.
Porque ele enfrentou o preconceito de frente, com coragem e esperança.
Porque ainda hoje existem Dan Whites por aí — disfarçados, protegidos por discursos de ódio e políticas de exclusão.
E porque nós não podemos esquecer. Nunca mais.

Harvey vive. Na luta. Na memória. No orgulho.

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