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Famosas, ricas e apaixonadas

ELLEN DEGENERES – PORTIA DE ROSSI 


Apresentadora de um dos programas mais famosos dos Estados Unidos, a comediante, escritora e ativista LGBT Ellen Lee DeGeneres se casou com a atriz Portia de Rossi em agosto de 2008. Portia e Ellen namoravam desde 2004, mas foi somente quando a California retirou a lei estadual contra o casamento homoafetivo que elas noivaram. DeGeneres se assumiu como lésbica em 1997, despertando um interesse quase obsessivo nos tablóides, o que logo impulsionou sua carreira. A apresentadora escreveu quatro livros. Em Love, Ellen, ela explica como a cobertura da mídia sobre sua orientação sexual desencadeou sua depressão. Enquanto isso, Portia DeGeneres não apareceu em qualquer show ou filme de TV recente. Suas mais notáveis aparições em programas de TV foram em Scandal and Santa Clarita Diet. O casal fará 12 anos de relacionamento em agosto.




RACHEL MADDOW – SUSAN MIKULA 


Elas começaram a namorar em 1999. E, depois de todos esses anos, Susan Mikula e Rachel Maddow continuam apaixonadas. Rachel é conhecida em todo o território americano como uma âncora de jornal liberal e escritora Ela foi a primeira lésbica assumida a apresentar um jornal na TV. Ela apresenta The Rachel Maddow Show na MSNBC e tem dois livros publicados. O último foi em 2019 e tem o gigantesco título de Blowout: Corrupted Democracy, Rogue State Russia, and the Richest, Most Destructive Industry on Earth (Tradução livre: Ruptura: Democracia Corrompida, Estado Vampiro da Rússia e a Indústria Mais Rica e Destrutiva da Terra) . Raquel e Susan estão juntas há mais de 20 anos. Susan é uma fotógrafa bem-sucedida e uma artista com trabalhos exibidos por todo o país (EUA). Elas moram juntas num apartamento em Manhattan.




JANE HILL – SARA SHEPHERD 


Âncora da BBC, Jane Hill saiu do armário como lésbica em 2009. Logo depois, em 2011, Jane usou sua conta no Twitter para anunciar que celebraria um contrato de união estável com sua namorada Sara Shepherd. Sara trabalha como operadora de câmera de TV.

O casal agora reside em North London. Jane lutou bravamente contra um câncer de mama, tendo passado por uma masteoctomia em 2018. Em meados de 2019, ela revelou sua batalha contra a doença no programa Lorraine da ITV. Jane também revelou que decidiu não fazer uma cirurgia de reconstrução porque isso implicaria em ter que passar por múltiplos procedimentos cirúrgicos.


Chega de armários!

O que há de comum entre todos esses casais é que essas seis mulheres viveram dentro do armário por bastante tempo. Para assumirem o controle total de suas vidas, elas tiveram que superar o preconceito presente em seus próprios círculos familiares e profissionais. Felizmente, essas seis guerreiras deram passos concretos para fora do armário e agora podem viver de bem consigo mesmas e vivenciar sua afetividade e sexualidade mais plena e autenticamente. 

Quem adora armário é traça, babe. Para qualquer LGBT, a vida acontece de fato fora do armário. Antes disso, tudo é ensaio. 

Confirmado: O Gabão legalizou as relações homoafetivas




Por Sergio Viula

Com informações do Gay Star News
https://www.gaystarnews.com/article/confirmed-gabon-makes-gay-sex-legal-with-overwhelming-senate-vote/


O Senado do Gabão votou majoritariamente a favor do projeto de lei que torna o sexo entre pessoas do mesmo gênero legal no país (30/06). Antes disso, o país seguia uma aracaica lei do tempo em que era dominado pela França. Esse código penal criminalizava a homossexualidade. Essa injustiça foi finalmente corrigida.

Foram 59 senadores a favor, 17 senadores contra e quatro abstenções. Isso foi mais do que o obtido na Assembleia Nacional (uma espécie de Câmara dos Deputados).

Agora, a lei segue para o presidente Ali Bongo Ondimba, que a ratificará com sua assinatura. A primeira dama Sylvia Valentin apoia a lei que legaliza a homossexualidade no Gabão e já se posicionou publicamente a favor da liberdade para amar.

Antes do domínio francês, a história do Gabão registrava a aceitação e até a celebração da diversidade sexual, ainda que não lhe desse esse nome.


Entrevista: Conheça Cris Lacerda e sua história de superação

Semana da Diversidade na Maré (2018) - Crédito: Agência de Notícias das Favelas - http://www.anf.org.br/semana-da-diversidade-na-mare/


O Grupo Conexão G desenvolve várias atividades no Complexo da Maré no Rio de Janeiro, como a Semana da Diversidade (foto e link acima). 

A seguir, você verá uma entrevista com Cris Lacerda, coordenadore de comunicação do Conexão G. 

O Blog Fora do Armário (BFA) deseja a todos, todas e todes uma ótima leitura.





BFA: Como foi sua infância e adolescência como menino gay?

CRIS: Eu tive uma infância e adolescência muito ruins. Sofri abuso aos 8 anos, por um vizinho que era amante da minha tia, cujos filhos eram da minha idade. A família soube do abuso, mas após a comoção inicial, nada foi feito. Com o tempo, o abuso passou a ser praticado por outros vizinhos do prédio em que eu morava e progrediu também para os garotos do condomínio habitacional em que morava.

Não me preocupo mais em saber se eu sou gay por causa dos abusos ou se realmente desenvolveria minha homossexualidade de forma mais natural. Porém, a despeito disso, desde muito cedo fazia as famosas “meinhas” com os garotos do condomínio. Mas, em casa, eu era duramente reprimido através de vigilância de fala, gestos, postura, vestimentas e brincadeiras; ou seja, não pude ser uma criança “viada”, sobretudo porque eu tenho irmã mais velha que me vigiava e não me deixava brincar com as meninas, e os garotos não queriam ser meus amigos.


Cris Lacerda aos 12 anos


Então minha infância e adolescência eram fazer meinhas na rua ou ficar em casa a ver desenhos, ler quadrinhos e livros. Tive uma infância solitária.

Aos 15 anos comecei a trabalhar no McDonald’s, puxado pela minha irmã que entrou lá antes, mas com menos de um ano acabou saindo para trabalhar em outro lugar. Eu continuei lá por três anos. Na minha relação com os colegas de trabalho, comecei a me envolver com os gays – fosse como amigos ou namorados - que trabalhavam lá e passei a ser bem mais afeminado. Aos 17 anos, minha família vendo esta mudança, veio falar comigo e ameaçou me expulsar de casa. Com medo entrei no armário, de onde só tive coragem de sair aos 32 anos.

[Nota do BFA: "meinha" é uma gíria que significa brincadeiras sexuais entre garotos]

BFA: Quando foi que você decidiu que era hora de sair do armário? Qual foi a gota d'água para você dizer chega?

CRIS: Eu tinha 32 anos e estava casado há quase dois anos, quando comecei a me relacionar às escondidas com meu “irmão de santo”. A gente ficou saindo por uns dois meses. Então, a paixão aumentou e eu resolvi assumir o relacionamento com ele. Me separei, aluguei uma casa e fui morar com o rapaz.

BFA: O que mudou na sua vida a sua saída do armário?

CRIS: O processo de mudança foi um bocado complicado. Em primeiro lugar, a família mais uma vez tentou me empurrar de volta para o armário com aquele discurso de família e sociedade, mas que não colou mais. 

Em segundo lugar, saí do barracão no qual trabalhava como médium, e muitos dos amigos que  eu tinha se afastaram (cerca de 90% deles), de outros eu mesmo preferi me afastar. 

Em terceiro lugar, o relacionamento não deu certo e, após três meses, nos separamos; foi uma situação muito traumática para mim e como consequência da frustração acabou me afundando no vício do álcool e da cocaína, (comecei a usar drogas ilícitas com 20 anos e só consegui parar aos 42 anos de idade). 

Por último, mesmo me assumindo como gay, eu era o cara discreto e fora do meio, que reproduzia muito machismo, homofobia e transfobia (eu só me descontruí a partir do momento que comecei a militar no movimento LGBTI+ organizado).


Cris Lacerda aos 42 anos


As mudanças positivas só começaram na minha vida realmente, após eu buscar ajuda em Narcóticos Anônimos - o que me ajudou a ficar limpo e mudar a minha vida.


BFA: Você está fazendo uma pós-graduação que dialoga com as temáticas LGBT+. Fale-nos um pouco sobre essa nova realização.

CRIS: Eu tomei conhecimento do curso através de um grupo do WhatsApp. Fiz a inscrição para o processo seletivo, passei pelas etapas e fui aprovado em 12º lugar. 

O curso era Cidades, Políticas Publicas e Movimentos Sociais e foi promovido pelo IPPUR/UFRJ. 

Entrei no curso como ativista LGBTI+ e ao longo do curso percebi que havia muito pouca produção acadêmica na área de planejamento urbano que abordasse a relação de LGBTI+ com os espações da cidade. Então procurei fazer um trabalho que pudesse mesclar a minha experiência como ativista e as teorias hegemônicas da área do planejamento.

BFA: Atualmente, você está trabalhando com o Grupo Conexão G. O que exatamente esse grupo faz e quais são os principais projetos do grupo no momento?

CRIS: Eu conheço o Grupo Conexão G de Cidadania LGBT de Favelas há uns três anos, mas comecei a me aproximar do coletivo após a Parada LGBT da Maré, ano passado. Ao saber que tinha sido demitida da escola onde eu trabalhava, recebi o convite da Gilmara Cunha parar compor a equipe em janeiro deste ano.

O Conexão é a primeira ONG LGBT em território de favelas. Nosso trabalho busca dar visibilidade, formação, empregabilidade, informação e saúde às pessoas LGBTI+ que moram no Complexo da Maré e outras comunidades. Fazemos curso de capacitação, damos assistência social e encaminhamos demandas para órgãos públicos competentes. Atualmente, por conta da pandemia, estamos com campanhas de doação de recursos para distribuição de cestas básicas à nossa população, que é a mais atingida com a atual conjuntura de crise.

[Nota do BFA: As favelas que formam o Complexo da Maré, na cidade do Rio de Janeiro, são: Baixa do Sapateiro, Morro do Timbau, Parque Maré, Nova Maré, Nova Holanda, Rubens Vaz, Parque União, Conjunto Esperança, Conjunto Pinheiros, Vila do Pinheiro, Vila do João, 'Salsa e Merengue', Marcílio Dias, Roquete Pinto, Praia de Ramos, Bento Ribeiro Dantas.]

BFA: Como você vê a situação das pessoas LGBT+ em meio à crise causada pelo Covid-19, especialmente aquelas que moram em comunidades?

CRIS: Para os moradores de favelas, a pandemia, além da ausência de políticas de empregabilidade, educação, saúde, cultura e lazer - permeadas pela racionalidade da subalternização e da precarização - vem gerando um impacto brutal sobre a sua condição de subsistência, afetando a vida das pessoas no âmbito da direito à mobilidade, da diminuição da renda familiar, da fome, do duplo adoecimento e da dificuldade de acesso aos serviços de saúde que atendem estes territórios. Somado a tudo isso, existe um fator a mais, que é a negligência do poder público e a intensificação da violência que já acometia nossos territórios, uma vez que as operações policiais não pararam.

Para a população LGBTI+, sobretudo para a população trans, que compõe também o grupo de risco, basicamente por conta de sua dissidência do binarismo cis-heteronormativo (fazendo com que, muitas vezes, sequer possuam documentação que lhes permitiria acessar o auxílio emergencial “disponível” à população em geral), a ausência de políticas públicas de empregabilidade (o que força essas travestis e transexuais a continuarem nas ruas se prostituindo em meio à pandemia) e a estigmatização de acesso aos sistemas de saúde e proteção social. 

Assim, os corpos-subjetividades que estão à margem do modelo social normativo compõem significativa parcela de excluídos do reconhecimento do cidadão e das medidas de combate ao coronavírus. Além disso, a população LBGTQI+ está entre as mais vulneráveis aos riscos e danos à saúde provocados pela COVID-19 por terem menos acesso ao sistema de saúde de qualidade, além de constituírem-se em grupo alvo de uma variedade de doenças crônicas, sobretudo o HIV/AIDS.

BFA: O que tem sido feito para ajudar essas pessoas?

CRIS: Para tentar minimizar os impactos, os próprios moradores de favelas têm se mobilizado e criado alternativas de enfrentamento à proliferação da Covid-19. Essas ações se baseiam em algumas frentes como o compartilhamento e coleta de informações de prevenção e sintomas; recolhimento de doações para compra de alimentação e materiais de limpeza; medidas educativas sobre a importância do racionamento de água; monitoramento de pessoas que são consideradas do grupo de risco, entre outras ações coletivas que visam a garantir a vida e a dignidade dessas pessoas.

O Grupo Conexão G, também, logo no início do lançamento das medidas de contenção da epidemia, começou uma campanha de arrecadação de fundos para doação de cestas básicas com alimentos, materiais de limpeza e higiene e diversas outras ações no território da Maré. Trabalhando em parceria com as outras instituições do Complexo da Maré, o Conexão G conseguiu atender e entregar cestas básicas a cerca de 500 famílias LGBTI+ da comunidade, mas infelizmente ainda não foi possível alcançar todas.


Cris Lacerda, janeiro de 2020


Conheça essa iniciativa que visa à redução da incidência do Coronavírus no Complexo da Maré e dá início à construção da Casa da Diversidade: 

https://benfeitoria.com/lgbts-da-mare-unidos-contra-o-coronavirus-ff4



BFA: O que você gostaria de dizer que não tenha sido perguntado até aqui?

CRIS: Gostaria de falar um pouco da minha relação com o uso abusivo de drogas.

Comecei a usar maconha e cocaína com 20 anos. Usava de forma recreativa, mas, gradativamente, a droga foi tomando conta da minha vida até se tornar a única coisa que importava na minha vida. 

Após o término do namoro com o Rafael, me afundei muito mais no vício, o que me levou a ser morador de rua em 2010. 

Fui internado por duas vezes, entrei num grupo de ajuda mútua, mas foi só em 2015 que eu consegui manter a sobriedade e mudei a minha vida para melhor. Estou sóbrio e sem usar cocaína há 5 anos e 1 mês.

BFA: Que mensagem você gostaria de deixar para pessoas LGBT+, sejam elas engajadas ou não no ativismo pró-LGBT+?

CRIS: Por mais que o mundo seja contra você, não desista da vida. O mundo nos odeia, então não podemos lhe dar o gosto da vitória. Nós existimos e resistimos, apesar de tudo. Ame-se sempre em primeiro lugar.


LEIA TAMBÉM ESSE TEXTO DE CRIS LACERDA:

COVID-19: SOCIEDADE CIVIL DÁ SUPORTE A POPULAÇÃO LGBTI+ EM FAVELAS CARIOCAS

https://www.brasildedireitos.org.br/noticias/608-covid-19-sociedade-civil-d-suporte-a-populao-lgbti-em-favelas-cariocas

TIM Convida Orgulho LGBT (assista aqui)

Não esqueça de avançar o vídeo para o minuto 26:20, 
que é quando começa a live (agora gravada)



Como parte das ações para celebrar o mês do Orgulho LGBT grandes nomes LGBTs, que representam a diversidade racial, geracional, gênero e pessoa com deficiência, discutem as conquistas e desafios da comunidade LGBT no mercado de trabalho, e dão dicas de como podemos combater a discriminação e contribuir para uma sociedade mais inclusiva.


Não esqueça de avançar o vídeo para o minuto 26:20, 
que é quando começa a live (agora gravada)


Mediação:
 
Rodrigo França – ator, filósofo e cientista social

Convidados:

Consuelo Cruz – Editora de Conteúdo GNT e líder do grupo de afinidade étnico-racial do grupo Globo
Lucas de Abreu Maia – Jornalista e cientista político
Maite Schneider – Co-fundadora da TransEmpregos
Reinaldo Bulgarelli – Secretário Executivo do Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+
 
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Não esqueça de avançar o vídeo para o minuto 26:20, 
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https://www.youtube.com/watch?v=zT0piXiWGGQ&list=LL6LwGcrcTEWxqpFqJQVZn_w

Legisladores do Gabão começam a descriminalizar a homossexualidade





O Gabão avança no processo de descriminalizar a homossexualidade no país.



Uma lei arcaica que criminalizava a homossexualidade está a um passo de ser finalmente extinta no Gabão.

48 membros do parlamento gabonês votaram pela revisão de uma lei que viola os direitos fundamentais das pessoas homossexuais no país. Entre os que se posicionaram contra essa correção de injustiças, o painel contabilizou 24 legisladores, além de outros 25 que se abstiveram do voto.

Essa vitória é o primeiro passo concreto para a derrubada da lei antigay que legitimava a violência estatal contra a comunidade homossexual e, por extensão, a comunidade LGBT+ como um todo.



Sylvia Bongo Ondimba, a esposa do presidente do Gabão Ali Bongo Ondimba, elogiou o resutlado, escrevendo no Twitter: "O Parlamento está restaurando um direito fundamental para seus cidadãos: que é o de amar, livremente, sem ser condenado."

O projeto de lei, porém, precisa passar pelo Senado para ser efetivamente incluído na legislação.


Libreville, Gabão


Vale lembrar que deixar de considerar as relações homossexuais como crime constitui-se no primeiro passo para o reconhecimento de todos os direitos civis da comunidade LGBT+ em qualquer país que ainda mantenha leis como essa que ainda vige no Gabão - esperamos que por muito pouco tempo agora.

Kenneth Felts sai do armário aos 90 anos — e é só o começo


Kenneth Felts, 90 anos e finalmente fora do armário


“Ele é tão corajoso e nem perecebe que é, mas é extraordinário”, diz a filha dele.


Esse post baseia-se no artigo especial de Sarah Kuta (https://theknow.denverpost.com/author/sarah-kuta/) para The Denver Post (https://theknow.denverpost.com/2020/06/18/kenneth-felts-arvada-coming-out-pride-month/240633/) em 18 de junho de 2020. Traduzido e adaptado por Sergio Viula.




Kenneth Felts é um senhor de 90 anos de idade. Por quase um século de vida, ele agiu como um homem heterosexual, mas, finalmente, encontrou forças para deixar o armário e mostrar suas cores verdadeiras. 

Kenneth nunca planejou sair do armário, mas a quarentena do coronavírus sacudiu seus alicerces. Decidido a usar seu tempo livre no isolamento, Felts começou a trabalhar em sua autobiografia, o que trouxe à tona uma enxurrada de memórias.

Uma dessas memórias era a de seu grande amor, Phillip. Os dois apaixonaram-se na Califórnia no final da década de 1950. 

Apesar da força desse amor, Felts decidiu viver como se fosse heterossexual, pois viver como gay assumido era extremamente difícil naquele tempo.

Algumas semanas atrás, porém, enquanto conversava com sua filha Rebecca Mayes, ele deixou escapar que se arrependia de ter deixado Phillip. Foi a primeira vez que ele mencionou sua homossexualidade para a filha, que é sua única prole de um casamento que terminou em divórcio. A filha tentou consolá-lo. Ela mesma lésbica assumida há 20 anos, isto é, desde sua graduação na universidade. Felts precisou se acostumar à ideia de ter uma filha lésbica, mas não demorou a aceitar e apoiá-la e a esposa dela, Tracie Mayes, apesar de suas próprias questões internas.

Depois de sair do armário, Kenneth Felts decidiu que era hora de se colocar francamente no mundo. Ele mandou e-mails e postou uma mensagem no Facebook, explicando que havia acumulado duas personalidades dentro dele – a de Ken, um homem heterossexual, e a de Larry, um homem gay. Depois de anos suprimindo Larry, era hora de libertá-lo.

Em minutos, mensagens de apoio transbordaram a página e a caixa de e-mails dele.

“Eu estive no armário toda a minha vida — no fundo do armário, atrás de pilhas e pilhas de roupa. Estou de volta”, disse ele. 

“Ao abrir aquela porta frontal, eu passei por grande trepidação sobre o que as pessoas diriam. Eu estava muito preocupado porque eu precisava das pessoas e não aguentaria perdê-las só porque decidi finalmente ser que eu realmente era.”

O resultado foi fenomenal. Agora, ele está entusiasticamente assumido e orgulhoso. Além de uma bandeira e um casaco com gorro do arco-íris, ele participa de um grupo de idosos LGBTQ organizado pelo Center on Colfax (https://lgbtqcolorado.org/). Ele também está fazendo campanha para arrecadar dinheiro para eventos que apoiam a comunidade LGBTQ.

Felts nasceu em 1930 em Dodge City, Kansas, Estados Unidos. Quando criança, foi alvo de bullying nas escolas por onde passou. Aos 12 anos, ele entendeu que era gay. Depois de uma vida inteira no armário, a única coisa que Felps não se arrepende de ter feito foi gerar Rebecca, sua filha amada. Ele deixa isso bem claro. Porém, lamenta ter vivido de uma forma que não condizia com sua verdadeira afetividade e sexualidade. Agora, ninguém segura a alegria desse homem que se reconcilia consigo mesmo e com seu círculo familiar e de amigos, finalmente.

Perguntaram-me se ser LGBT me define

Por Sergio Viula




Só queria dizer isso aí mesmo.


E para quem sabe ler em alemão, se houver curiosidade por causa da legenda da foto, aí vaí o link da matéria: 

https://www.dw.com/de/schwulenheilung-auf-dem-vormasch/a-40618005

🌈 Gay até sonhando 🌈

por Sergio Viula

Essa noite, tive um sonho muito interessante envolvendo várias questões, principalmente LGBT. Sei que contar sonhos é sempre uma forma se de expor ao olhar treinado do psicanalista ou do psicólogo. Mas, penso que esse sonho mereça ser compartilhado com meus leitores, pois pauta alguns pontos interessantes da experiência sexodiversa.

Deixa eu te contar

Entrei numa joalheria com a intenção de comprar algumas peças de presente para o Andre. Meu objetivo era fazer-lhe uma surpresa fora de qualquer data festiva. Pretendia ver algumas pulseiras masculinas e escolher dentre elas aquelas que combinassem com ele e que pudessem ser usadas separadamente ou combinadas em diversas ocasiões diferentes.

A consultora, linda e atenciosa, foi me mostrando as jóias e me encantando com cada uma. Enquanto eu ainda refletia sobre aquelas que eu levaria, ela me mostrou um colar belíssimo de esmeraldas circundadas por brilhantes. Ao que eu prontamente respondi com a franqueza que me é característica, especialmente quando se trata de dinheiro.

"Lindo, mas totalmente fora das minhas possibilidades orçamentárias."

Ela sorriu despretensiosamente, enquanto recolhia a jóia e a conduzia de volta a seu lugar de exposição.

Durante essa interação na loja, comecei a perceber que a consultora demonstrava interesse em mim. O modo como me olhava, falava e conduzia nossa conversa tinha todos os sinais de um flerte que respeitava a etiqueta da corte.

Comecei a me perguntar o que já havia me perguntado várias vezes depois de sair do armário. Sim, porque isso já havia me acontecido antes. "Será que ela não percebe que eu sou gay?"

E nesse meio tempo, eu pensava em Andre.

Talvez, eu devesse ter dito a ela desde  começo que o presente era para meu marido. Talvez, ela tenha me oferecido o colar de esmeraldas justamente para tentar descobrir se haveria uma mulher em minha vida. Afinal, se eu tivesse, provavelmente teria dito que o colar cairia muito bem nela. Talvez, revelasse até seu nome. Mas, como eu só disse que não cabia no meu orçamento, é provável que ela tivesse concluído que o caminho encontrava-se livre. 

Curiosamente, depois de algum tempo, ela mudou de atitude e deixou de flertar.


O sonho muda de lugar

De repente, eu me encontro na rua, andando numa calçada. De repente, avisto a consultora da joalheria encostada numa mureta que faz lembrar a mureta da Urca, mas sem praia. Ela não me vê. De repente, sua saia é sacudida pelo vento revelando mais do que ela provavelmente desejava. Sua virilha, aquela parte que fica acima da vagina onde crescem pelos, estava perfeitamente depilada. Sua pele era ainda mais alva ali. Porém, logo abaixo, algo inesperado se mostrava. Ela era dona de um pênis. Seus 'anexos' revelavam beleza e singeleza. Eu diria delicadeza mesmo, assim como tudo em seu corpo.

Não pude evitar uma breve sensação de surpresa. Ora, sendo gay e tendo conhecimento das trangeneridades, não me causou constrangimento aquela revelação. Pensei imediatamente no dilema daquela mulher. Comecei a fazer uma retrospectiva de nosso encontro na joalheria.
É possível que ela tenha se interessado por mim por acreditar que eu fosse um homem heterossexual, mas também é possível que ela tenha desistido de flertar por ter pensado que aquela seria uma guerra perdida. Talvez ela tenha feito a si mesma a pergunta que muitas mulheres trans se fazem o tempo todo enquanto correspondem ao flerte dos homens que as desejam.  Mas no meu caso, a corte partia dela. Isso poderia ter criado dúvidas sobre o desfecho de um possível êxito. Ela pode ter pensado o seguinte.

E quando chegasse a hora de nos despirmos ou de nos tocarmos intimamente? Ela pode ter previsto alguma possível grosseria de minha parte, quando o que, no fundo, me impediu de ceder aos encantos dela foi o fato de eu não ser heterossexual.

Além disso, ainda que ela fosse um homem como eu - o que não era o caso - eu estava comprometido com a pessoa que ocupava meus pensamentos durante todo o tempo em que avaliava as pulseiras masculinas de luxo que ela mesma me apresentava. Provavelmente, a consultora pensou que fossem para uso próprio.

Como não havíamos nos falado ali perto da mureta, continuei caminhando, já que ela não havia se dado conta da minha passagem.


Depois de acordar

Quando despertei, contei o sonho para o Andre sem deixar de pensar no que passam as mulheres trans quando se interessam por alguém ou quando são alvo do interesse de algum homem em seu cotidiano. Apesar de muitos homens heterossexuais e bissexuais as desejarem e se relacionarem com elas, dificilmente assumem a relação.

Claro que existem muitas mulheres trans namorando ou casadas, tanto com homens como com mulheres, pois a transgeneridade pode ser hétero, homo ou bi, assim como a cisgeneridade. No entanto, o número de mulheres trans sem parceiro ou parceira ainda é muito grande. Obviamente, refiro-me àquelas que desejam um relacionamento. Ninguém é obrigado a ter ninguém para ser feliz, mas não deveria ser privado de ter alguém se desejar viver a dois.

Gostaria que esses homens heterossexuais e bissexuais que já se apaixonaram ou poderão se apaixonar por uma mulher trans ou por uma travesti no futuro tivessem a mesma fibra moral que eu e Andre temos para assumirmos nosso amor e sermos fiéis a ele sem arrependimento ou temor algum.

Às mulheres trans de todas as formas, cores, sabores e amores, um beijo carinhoso recheado de admiração e solidariedade.


Que semana!

Por Sergio Viula







Que semana! Não é fácil ver o país afundando nas mãos de incompetentes e mal-intencionados.

Apesar deles, a vida segue.

Já são 2 meses e mais de uma semana em isolamento aqui em casa. Graças a isso, tenho conseguido manter o coronavírus longe de mim. Não brinco com isso, mas apesar da minha seriedade, nunca se pode ter certeza de que uma doença ficará fora do nosso corpo enquanto não houver uma vacina. Com ela, se esse miserável entrar, morre.

Parece que avanços fantásticos já estão sendo feitos por cientistas ligados a uma empresa de produção de vacinas nos EUA. Se tudo correr bem, é provável que tenhamos um meio imunização contra o Covid-19 antes do final do ano.

CONHECIMENTO SALVA, ESTUPIDEZ MATA, especialmente quando tem algum grau de fanatismo, principalmente religioso ou político.

Portanto, não morra na praia. ESPERE! Tudo o que for perdido ou deixar de ser ganho agora poderá ser recuperado, desde que você permaneça vivo.

Eu estou nessa vibe. Vem comigo!

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