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Kenneth Felts sai do armário aos 90 anos — e é só o começo


Kenneth Felts, 90 anos e finalmente fora do armário


“Ele é tão corajoso e nem perecebe que é, mas é extraordinário”, diz a filha dele.


Esse post baseia-se no artigo especial de Sarah Kuta (https://theknow.denverpost.com/author/sarah-kuta/) para The Denver Post (https://theknow.denverpost.com/2020/06/18/kenneth-felts-arvada-coming-out-pride-month/240633/) em 18 de junho de 2020. Traduzido e adaptado por Sergio Viula.




Kenneth Felts é um senhor de 90 anos de idade. Por quase um século de vida, ele agiu como um homem heterosexual, mas, finalmente, encontrou forças para deixar o armário e mostrar suas cores verdadeiras. 

Kenneth nunca planejou sair do armário, mas a quarentena do coronavírus sacudiu seus alicerces. Decidido a usar seu tempo livre no isolamento, Felts começou a trabalhar em sua autobiografia, o que trouxe à tona uma enxurrada de memórias.

Uma dessas memórias era a de seu grande amor, Phillip. Os dois apaixonaram-se na Califórnia no final da década de 1950. 

Apesar da força desse amor, Felts decidiu viver como se fosse heterossexual, pois viver como gay assumido era extremamente difícil naquele tempo.

Algumas semanas atrás, porém, enquanto conversava com sua filha Rebecca Mayes, ele deixou escapar que se arrependia de ter deixado Phillip. Foi a primeira vez que ele mencionou sua homossexualidade para a filha, que é sua única prole de um casamento que terminou em divórcio. A filha tentou consolá-lo. Ela mesma lésbica assumida há 20 anos, isto é, desde sua graduação na universidade. Felts precisou se acostumar à ideia de ter uma filha lésbica, mas não demorou a aceitar e apoiá-la e a esposa dela, Tracie Mayes, apesar de suas próprias questões internas.

Depois de sair do armário, Kenneth Felts decidiu que era hora de se colocar francamente no mundo. Ele mandou e-mails e postou uma mensagem no Facebook, explicando que havia acumulado duas personalidades dentro dele – a de Ken, um homem heterossexual, e a de Larry, um homem gay. Depois de anos suprimindo Larry, era hora de libertá-lo.

Em minutos, mensagens de apoio transbordaram a página e a caixa de e-mails dele.

“Eu estive no armário toda a minha vida — no fundo do armário, atrás de pilhas e pilhas de roupa. Estou de volta”, disse ele. 

“Ao abrir aquela porta frontal, eu passei por grande trepidação sobre o que as pessoas diriam. Eu estava muito preocupado porque eu precisava das pessoas e não aguentaria perdê-las só porque decidi finalmente ser que eu realmente era.”

O resultado foi fenomenal. Agora, ele está entusiasticamente assumido e orgulhoso. Além de uma bandeira e um casaco com gorro do arco-íris, ele participa de um grupo de idosos LGBTQ organizado pelo Center on Colfax (https://lgbtqcolorado.org/). Ele também está fazendo campanha para arrecadar dinheiro para eventos que apoiam a comunidade LGBTQ.

Felts nasceu em 1930 em Dodge City, Kansas, Estados Unidos. Quando criança, foi alvo de bullying nas escolas por onde passou. Aos 12 anos, ele entendeu que era gay. Depois de uma vida inteira no armário, a única coisa que Felps não se arrepende de ter feito foi gerar Rebecca, sua filha amada. Ele deixa isso bem claro. Porém, lamenta ter vivido de uma forma que não condizia com sua verdadeira afetividade e sexualidade. Agora, ninguém segura a alegria desse homem que se reconcilia consigo mesmo e com seu círculo familiar e de amigos, finalmente.

EXCELENTE PROGRAMA: IDOSOS LGBT - CANAL SOU 60.



Excelente programa sobre envelhecimento de pessoas LGBT. O bate-papo é desenvolvido a partir de entrevistas intercaladas entre três convidados: A ativista e transexual Anyky Lima, o filósofo e ativista Leandro Paiva e o publicitário Osmar Rezende.

Assista. Compartilhe. Não dá trabalho algum e faz uma grande diferença.




Published on Mar 20, 2017

Em uma sociedade que valoriza a juventude, ser velho já é motivo de preconceito. Ser, ao mesmo tempo, gay, lésbica, bissexual ou transgênero pode ser um desafio ainda maior. Como pode ser diferente? Para pensar sobre o tema, conversamos com a ativista e transexual Anyky Lima, o filósofo e ativista Leandro Paiva e o publicitário Osmar Rezende.

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Aos 93 anos de idade, veterano gay condenado por "atentado violento ao pudor" exige desculpas do governo britânico

George Montague se manifestando publicamente. 
Legenda: Uma petição. Um pedido de desculpas, por favor. Antes que eu morra. Sou apenas capaz de me apaixonar por outro homem. Removam a condenação criminal.



Por Sergio Viula
Com informações do Towleroad
http://www.towleroad.com/2016/11/93-year-old-gay-ww-ii-veteran-convicted-of-gross-indecency-demands-apology-from-uk-government/


Desde que eu soube que a Rainha Elizabeth havia concedido o perdão real a Alan Turing, o homem que decodificou as mensagens dos nazistas, colocando a Inglaterra e aliados em vantagem sobre as tropas de Hitler, eu fiquei indignado. Disse isso aqui no blog e em outros lugares do cyber espaço. Turing foi condenado por ser homossexual e teve que escolher entre a castração química ou a prisão. Acabou se submetendo à castração que provocou diversas alterações em seu organismo, afetando sua mente ao ponto de preferir o suicídio a continuar vivendo daquele modo. 


George Montague: Gay com 93 anos, 
ele quer um pedido de desculpas da parte do Reino Unido.


Agora, um homem gay de 93 anos de idade faz exatamente o que eu considero ser a única forma de "reparar" em alguma medida tamanha injustiça e crueldade. Ele não quer o perdão de quem quer que seja, mas um pedido oficial de perdão por parte do Reino Unido em função de tudo o que ele sofreu por causa da homofobia institucionalizada e financiada pelo Estado britânico em 1974.

A notícia vem do influente site Towleroad, por Michael Fitzgerald, e foi publicada neste útimo 2 de novembro. 

O nome do veterano é George Montague e ele foi condenado por "atentado violento ao pudor" em 1974 sob a lei britânica, usada principalmente para deter homens gays. 

No mês passado, um projeto de lei que teria perdoado mais de 49 mil homens condenados por "atentado violento ao pudor", na verdade, por serem gays, fracassou no Parlamento britânico. Todavia, estima-se que 65 mil destas pessoas ainda estão vivas. 



George Montague divulgando seu livro: O Gay mais Idoso no Povoado.



George Montague, autor do livro de memórias "O Gay Mais Velho no Povoado" (The Oldest Gay In The Village), disse que deseja um pedido de desculpas, não perdão:

Eu sou o homem gay mais feliz que existe, e todo dia eu digo isso a pelo menos uma pessoa, mas eu não consigo tirar esse negócio de atentado violento ao pudor da minha cabeça. Por alguma razão, eu simplesmente acordei um dia aos 93 anos e disse que tinha que fazer algo a respeito disso.

Se você aceita o perdão, então vocês aceita que era culpado. Como eu posso ser culpado por ter nascido como sou? Minha mãe me fez homossexual!

As rodas da política giram muito devagar. Vai levar um ano ou dois, mas eu vou obter esse pedido de desculpas. Estou ansioso pelo meu 100º aniversário. E quando esse dia chegar, essa velha queen (biba) receberá uma carta da queen (rainha) de verdade. 

Montague brinca com o termo "queen", que, na gíria gay, quer dizer "biba", "bicha" ou coisa assim, mas também quer dizer rainha. Ele joga com a mesma palavra para falar de si e da rainha Elizabeth.

Legenda do tweet: Eu com a polícia atrás de mim, dessa vez não para me prender!!!  Petição aqui: https://t.co/dKgmYWPlQC

Comentário deste blogueiro: 
Gente, assina. 
https://t.co/dKgmYWPlQC
Eu assinei.



George Montague conta um pouco de sua vida:

Eu nasci como um garoto da classe trabalhadora e pobre. Meu pai era jardineiro (...) e minha mãe era lavadeira.

Eu não ia bem na escola. Eu era virtualmente analfabeto, mas era muito bom com as mãos e me tornei figurinista.

Quando eu tinha 15 ou 16 anos, eu achei que houvesse algo errado comigo, que eu fosse diferente dos outros. Mas naquela idade você sublima — você não se submete. Você trabalha duro, esquece sobre isso e arruma uma namorada.

A palavra homossexual não era usada de modo algum. Era um enorme aberração, uma coisa terrível. As pessoas automaticamente pensavam que você fosse um pedófilo e que fosse muito nocivo. Então, você fazia tudo para esconder isso.

Aos 35, Montague casou com Vera. Ela percebeu que ele era gay e que se apaixonava por namorados de vez em quando. Quando ele e Vera decidiram contar aos três filhos, ele lembra que sua filha disse: "Ah, papai, nós sabíamos há anos".

Quando ele foi preso, George disse:

Se você fosse gay e vivesse num pequeno povoado do interior, a única maneira de conhecer outros homens era indo aos banheiros públicos. As pessoas escreviam poemas ou seus números de telefone nas paredes. Elas não faziam nada demais: apenas usavam seus olhos, e conversavam e conheciam outras pessoas.

A polícia costumava subir no sótão e observar as pessoas abaixo. 

A polícia tinha por hábito pegar um cara jovem e vulnerável que tivesse feito algo errado e levá-lo para a delegacia e assediá-lo e ameaçá-lo. Ele forneceria nomes. Isso era chamado de lista queer .

Queer equivalia a esquisito até ser assumido pelas pessoas que eram depreciadas por ele e virar ferramenta de empoderamento. 

Meu nome estava na lista, então eu eu sempre muito cuidadoso.

Mas um dia em 1974, eu estava na cabine quando a polícia entrou espanando a porta. Eu estava sozinho e não estava fazendo nada de errado, mas isso não importava.

Eu fui condenado por atentado violento ao pudor por um magistrado local e forçado a me desligar dos Escoteiros depois de 40 anos de trabalho com meninos severamente incapacitados. Naqueles dias, se você fosse gay, eles presumiam que fosse um pedófilo, o que obviamente não era verdade. Era muito injusto.

Cerca de três anos antes que sua esposa morresse, Montague conheceu seu parceiro com quem está há 21 anos. Foi num bar de Londres. Ao acordar ao lado dele, Montague via-se apaixonado pelo parceiro.

Uma petição exigindo um pedido de desculpas a Montague alcançou quase 7 mil assinaturas até agora.

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