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Chéssuz! A casa do pastor caiu... quero dizer, foi inundada.

Pastor que diz que Deus pune gays
com desastres naturais tem casa destruída por inundação


Com informações do UOL
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2016/08/19/pastor-que-diz-que-deus-pune-gays-com-desastres-naturais-tem-casa-destruida.htm?cmpid=fb-uolnot


A casa do pastor Tony Perkins inundada - Estado da Louisiana, EUA.


O site UOL, reverberando o site da BBC, noticiou nesta sexta-feira, 19/08/16, que a casa do pastor Tony Perkins, no Estado da Louisiana, nos EUA, foi inundada.

Bem, isso não seria mais do que uma tragédia comum a muitas pessoas no mundo se não fosse a irônica coincidência de ser este o mesmo pastor que vinha acusando os gays como o motivo para Deus enviar desastres naturais sobre os EUA.

Claro, porque não tem nada a ver com correntes marinhas, ventos típicos de cada estação do ano, neve, chuvas sazonais, placas tectônicas e outras coisas. Não. Parece que para o pastor, assim como para alguns outros idiotas como ele, existe uma ação divina para cada raio que atinge o solo ou o que estiver entre as nuvens onde são produzidos e o chão.

Mais estúpido ainda é o fato de associar tais supostos castigos a segmentos sociais ou estratos populacionais ou grupos identitários. E ele o faz o estilo mais medieval possível, atribuindo tais catástrofes aos gays.


Tony Perkins/Facebook/Reprodução.
O pastor que culpa os gays por acidentes naturais.

Agora, ele tem que tomar do próprio veneno. A enchente atingiu a casa do santo, do ungido, do escolhido, do enviado de deus. E ele provavelmente procurará uma explicação que passe bem longe de suas tontices blasfemas. Será que ele finalmente vai se voltar para a geografia e procurar entender o que acontece em sua região a partir da relações de força entre os diversos elementos e fenômenos naturais?

Em 2015, ele entrevistou o pastor extremista messiânico judeu Jonathan Cahn, que lhe disse que o furacão Joaquin, em sua passagem pelo Havaí no ano passado, era um "sinal da ira de Deus".

Na entrevista, Cahn disse que a tempestade era um sinal de que Deus estava bravo com a legalização do casamento gay e aborto e com a relação entre os Estados Unidos e Israel.

Perkins concordou, acrescentando que "Deus está tentando nos mandar uma mensagem".

O pastor, que chegou a concorrer ao Senado americano, também já chamou a pedofilia de "um problema homossexual", apesar de todas as evidências de que a pedofilia acontece muito mais entre homens e meninas do que entre homens e meninos. E estas muitas vezes são da própria família, inclusive algumas dessas famílias 'bastante cristãs'. E vale dizer que muitos desses abusadores são pastores, inclusive. Mas nem só de pedófilos se faz o universo criminoso dos pastores infratores da lei. Dúvida, servo de deus? Tem muito pastor preso por estelionato, assassinato, tráfico de drogas, entre outras coisas. Basta fazer uma pesquisa no Google.

Enchentes

A Cruz Vermelha descreveu a enchente em Louisiana como o pior desastre natural nos EUA desde o furacão Sandy, em 2012.

Treze pessoas morreram nos EUA e milhares ficaram presas em suas casas e carros.

A cantora Taylor Swift doou US$ 1 milhão para as vítimas.

"O fato de tantas pessoas serem obrigadas a deixar suas casas nesta semana em Louisiana é que partir o coração", disse ela.


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Um texto meu sobre justiça ou vingança publicado



O equívoco de quem não sabe fazer distinção 
entre vingança e justiça.


11/05/2015 - Por Sergio Viula




“MINHA É A VINGANÇA. EU RETRIBUIREI.”

- Quem foi o doido que disse isso?

- Jeová!

O equívoco de quem não sabe fazer distinção entre vingança e justiça.


Por Sergio Viula

Quando um deus confunde justiça com vingança, claro está que ele mesmo não passa de uma projeção da paupérrima mentalidade de homens vingativos e movidos pela temerária emoção da ira, em vez de se conduzirem pela racionalidade e pela benignidade.

Bem, isso é exatamente o que encontramos nas três escrituras sagradas dos três maiores monoteísmo do nosso tempo: judaísmo, cristianismo e islamismo.

As escrituras judaicas dizem em Ezequiel 25:17 o seguinte (grifo meu): “E executarei sobre eles grandes vinganças, com furiosos castigos, e saberão que eu sou o Senhor, quando eu tiver exercido a minha vingançasobre eles.”

As escrituras cristãs, em 2 Tessalonicenses 1:7,8, dizem o seguinte (grifo meu): “…quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu com os anjos do seu poder, com labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo…”

Nas escrituras muçulmanas, Sürah 22:57, versão inglesa editada pela Saheeh International, está escrito seguinte (traduzo logo a seguir): “And they who disbelieved and denied Our signs – for those there will be a humiliating punishment.” “E aqueles que descreram e negaram Nossos sinais – para esses haverá uma punição humilhante.”

Vejamos então o que há de errado no conceito de vingança para que o consideremos diametralmente oposto ao conceito de justiça.

De acordo com o Dicionário Aurélio, vingança é: “atitude de quem se sente ofendido ou lesado por outrem e efetua contra ele uma ação mais ou menos equivalente.”

Essa definição mostra claramente a incoerência de um deus que seja, ao mesmo tempo, perfeito e vingativo. Se um dos aspectos da perfeição de deus é a imutabilidade, ele não pode se abalar com o que acontece externamente. Em outras palavras, nada abaixo (muitíssimo abaixo dele, já que ele é o Altíssimo) deveria atingi-lo – nem mesmo minimamente. Isso quer dizer, entre outras coisas, que ele não deveria e nem poderia se sentir ofendido ou lesado por outrem. Afinal, quem poderia lesa-lo? Se alguém pudesse causar-lhe algum mal, esse alguém teria encontrado em deus uma fraqueza, uma imperfeição, e deus já não seria tão grande assim.

Se, além disso, esse deus sentisse vontade de efetuar contra o ofensor uma ação mais ou menos equivalente, ele seria tão mesquinho quanto qualquer bandidinho em boca-de-fumo nos milhares pontos de tráfico espalhados Brasil afora.

Pior ainda: não existe a menor equivalência entre a ofensa humana e a vingança perpetrada por esse deus. A razão é simples: quem escreveu isso não entendia a diferença entre justiça e vingança e nem conseguia pensar de modo coerente a tal perfeição divina e os sentimentos humanos atribuídos à divindade.

Observe a desproporção: a desforra é uma eternidade de sofrimento sem fim e sem medida, mas as ofensas podem ser tão tolas quanto não declarar que “Jeová é Deus” (judeus), que “Jesus é o salvador” (cristãos), ou que “Alá é Deus e Maomé é o seu profeta” (muçulmanos).
E não importa se isso aconteceu durante os meros 10 anos de vida de uma criança que morra precocemente ou durante os 120 anos de um ancião duro na queda – o castigo será insuportável e sem fim. Só que não. Isso é apenas imaginação de mentes ambiciosas que sabiam manipular homens medrosos e culpados como ninguém.

Mas, nem mesmo o mais fiel dos judeus, cristãos ou muçulmanos poderá ter certeza de que viveu como seu deus queria, porque a menor ofensa pode trazer grande vingança. Vide a mulher de Ló, transformada em estátua de sal por ter simplesmente dado uma olhadinha para trás (Velho Testamento). Ou, então, Ananias e Safira, mortos por deus diante dos apóstolos, porque venderam um terreno e entregaram o valor como se fosse 100% da venda, mas guardaram uma parte para si de um terreno que era dos próprios (Novo Testamento). Veja como muçulmanos que falham em cumprir certos rituais são assassinados como infiéis, apesar de uma vida de dedicação ao seu deus (em todas as teocracias muçulmanas atuais). E isso tudo baseado nos textos sagrados.

Parece que os deuses dos três monoteísmos abraâmicos não são melhores que quaisquer outros mitos antigos, afinal. Pelo contrário, há deuses muito mais interessantes em outras paragens.

O que é a justiça, então?

Novamente, o Dicionário Aurélio oferece várias pistas:

No campo do conceito, é a prática e exercício do que é de direito; a conformidade com o direito; o direito; a retidão.

No campo institucional, são os magistrados e outros indivíduos do foro; o poder judiciário; a lei penal; a punição jurídica.

No campo a ética, é fazer o justo; o merecido; obrar ou julgar segundo o que é justo. Mas nossas mentes foram colonizadas para pensar de modo muito diferente daquele que seria justo de fato.

Fomos educados a pensar que a vingança de deus é boa. E muitas pessoas ficam felizes quando um desafeto sofre, porque atribui a deus a vingança que ela mesma não poderia ter executados sem se tornar condenável. E como é que deus pode continuar sendo bom fazendo a mesma coisa que me tornaria condenável?

A vingança nunca é boa. A vingança é filha da intemperança, da falta de domínio próprio. Ela nos tenta porque desejamos fazer o mal, mas quando não o fazemos é porque exercemos nosso domínio próprio para reprimir as ações motivadas por tais sentimentos. O problema é que um deus realmente benigno nem mesmo deveria (ou sequer poderia) desejar fazer o mal. E, sendo a vingança destituída de benignidade, é uma contradição aceitar que deus seja benigno e vingativo ao mesmo tempo. Ele não pode ser os dois. Ou ele se vinga e é maligno. Ou ele não se deixa afetar pelo seu derredor, e não se vinga de modo algum, e é benigno.
Por causa desse equivoco, muitas pessoas toleram a vingança feita pelos próprios seres humanos, uns contra os outros, chegando a dizer que o tal vingativo pode ter sido usado por deus para fazer justiça. Veja a confusão de termos e conceitos aparecendo aí novamente. NÃO HÁ JUSTIÇA NA VINGANÇA. Só há ira e intemperança. Só há orgulho e egoísmo trabalhando juntos.

Mas será que a justiça existe mesmo? Será que ela é um ente? A resposta é simples: NÃO! Nós somos os que produzimos a justiça.

Mais do que isso: o fato de algo estar em conformidade com as leis, não significa que seja justo. Pode ser legal, juridicamente falando, enforcar adolescentes gays no Irã, mas isso não é justo. Pode ser legal escravizar outras pessoas, como já o foi no Brasil, mas isso não é justo.

Como diz André Comte-Sponville, “quando a lei é injusta, é justo combatê-la – e pode ser justo, às vezes, violá-la.”

Mas vai além disso: nem mesmo distribuir as oportunidades ou bens em proporções iguais para todos, sem distinguir suas individualidades e necessidades pessoais, é necessariamente fazer justiça. Daí, as vagas especiais para motoristas cadeirantes em estacionamentos; a prioridade no atendimento a pessoas idosas e grávidas; a reserva de vagas para pessoas com necessidades especiais em concursos públicos; a exigência de que as empresas privadas incluam pessoas com necessidades especiais nos seus quadros de funcionários; e por aí vai.
Para que haja igualdade, será preciso que se trate de modo diferenciado aqueles que têm necessidades diferentes.

Para quem ainda não conhece a lei que regulamenta a contratação de pessoas com necessidades especiais, trata-se da lei número 8.213, de 24 de julho de 1991. Seu artigo 93, diz o seguinte:

A empresa com 100 ou mais funcionários está obrigada a preencher de dois a cinco por cento dos seus cargos com beneficiários reabilitados, ou pessoas portadoras de deficiência, na seguinte proporção:

– até 200 funcionários……………… 2%
– de 201 a 500 funcionários……….. 3%
– de 501 a 1000 funcionários……… 4%
– de 1001 em diante funcionários… 5%

Não adianta alinhar corredores sem quaisquer necessidades especiais com corredores que apresentem alguma deficiência física e/ou mental no ponto de partida e dizer que todos eles estão recebendo as mesmas oportunidades, ou chances, de ganhar. Se alguns deles são cegos, amputados ou portadores da Síndrome de Down, alguma concessão terá que ser feita para que eles tenham realmente as mesmas chances que os outros que não são portadores de deficiência alguma.

Não há mudança sem conscientização e mobilização. Quando as leis ferem os direitos básicos dos seres humanos ou quando nem mesmo há legislação para efetivar esses direitos, precisamos pressionar nosso legislativo e nosso judiciário para que considerem essas injustiças e aprimorem o Direito. Esse é o melhor caminho para garantirmos a todos possibilidades de vida mais justas, pelo menos o mais justo possível. Cito Comte-Sponville de novo:

“E para isso, é necessário um critério, ainda que aproximativo, e um principio ainda que incerto. O princípio deve estar do lado de certa igualdade, ou reciprocidade, ou equivalência, entre indivíduos, sem se reduzir a ela. É a origem da palavra equidade (de aequus, igual), que seria sinônimo de justiça.”

Os justos tendem a essa igualdade, mas os injustos querem combatê-la.

Não é fácil ser justo, mas é doce o fruto da justiça. E para produzir justiça, vale a pena seguir o conselho de Alain (pseudônimo de Émile Chartier):

“Em todo contrato e em toda troca ponha-se no lugar do outro, mas com tudo o que você sabe e, supondo-se tão livre das necessidades quanto um homem pode sê-lo, veja se, no lugar dele, você aprovaria essa troca ou esse contrato.”

O justo faz isso, mesmo que nem se dê conta de que o faz. O injusto, por sua vez, não quer que os sujeitos sejam iguais e livres, porque isso dificultaria ou inviabilizaria suas iníquas transações e o alcance de seus alvos mesquinhos. Ele gosta da opressão, desde que o oprimido seja o outro, especialmente se tira proveito do sistema iníquo que o cerca.
Daí, essa cortina de fumaça que os homens mais injustos e privilegiados do país (alguns pastores, padres, políticos, empresários, etc.) costumam deflagrar em torno de qualquer iniciativa de promover a igualdade de direitos na diversidade das individualidades e suas respectivas necessidades. Você vai reconhecer a palavra; ela se tornou um chavão na boca desses malfeitores e de outros que costumam repeti-los sem que se deem conta do embuste que estão reproduzindo: PRIVILÉGIOS.

Vejamos alguns casos recorrentes e muito facilmente observáveis:

Isentar ateus da participação em cultos ou outras práticas religiosas na escola ou no local de trabalho. Isso já foi chamado de privilégio, apesar de testemunhas de jeová, por exemplo, conseguirem até isenção do serviço militar obrigatório, por causa de suas crenças religiosas;
Garantir os mesmos direitos ao casamento civil, independente do sexo dos parceiros. Isso já foi chamado de privilégio. É mera igualdade e não subtrai nada dos que já gozavam desse direito;

Considerar os crimes de homofobia como crimes de ódio, assim como os crimes motivados por racismo e misoginia. Isso já foi chamado de lei de privilégios, mas trata-se apenas de uma das muitas respostas que devem ser dadas, diante do aumento dos assassinatos motivados por homofobia e transfobia, amplamente divulgados na imprensa brasileira – uma realidade inegável;

Combater a violência contra a criança, inclusive praticada pelos próprios pais com castigos corporais. Isso já foi alvo de amplo ataque por parte de fundamentalistas e conservadores da pior espécie;

Reformar o sistema penitenciário (a palavra mesmo já vem de penitência, um conceito religioso de castigo, punição para expiação) para que seja, na verdade, um sistema de reintegração social, que, ao mesmo tempo em que prive o criminoso de sua liberdade, eduque-o para ser produtivo, ajudando-o a superar aquelas deficiências pessoais (internas e externas) que cooperaram para que ele praticasse o delito, indo parar ali. Isso já foi chamado de privilégio para bandidos, quando, na verdade, além de ser justo, evitaria novos ataques à sociedade.

E por aí vai…

Talvez, nós ateus, secularistas e humanistas devamos nos empenhar em sermos mais justos que a média. Não podemos esperar que a justiça se faça independentemente de nós mesmos. Sabemos que não há um deus que garanta a justiça. Pelo contrário, os deuses que os homens criaram não passam de seres (imaginários) vingativos e inúteis, que nunca promoverão o bem, efetivamente.

Mas o que é um justo, afinal?

Cito André Comte-Sponville novamente:

“É alguém que põe sua força a serviço do direito, e dos direitos, e que, decretando nele a igualdade de todo homem com todo outro, apesar das desigualdades de fato ou talentos, que são inúmeras, instaura uma ordem que não existe, mas sem a qual nenhuma ordem jamais poderia nos satisfazer. O mundo resiste, e o homem. Portanto, é preciso resistir a eles – e resistir antes de tudo à injustiça que cada um traz em si mesmo, e que é si mesmo. É por isso que o combate pela justiça não terá fim.”

O mundo, porém, será um lugar mais justo ou menos justo, mais feliz ou infeliz, dependendo de quantos indivíduos se disporão a ser justos no melhor de suas habilidades pessoais. Não se constrói um mundo justo sozinho, mas não se pode esperar pelos outros para começar. E isso pode começar em casa, na escola, no trabalho, nas redes sociais, e aonde mais sua influência chegar. Você está disposto a ser um desses construtores?

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P.S.: Escrevi o texto acima ontem e tive a grata surpresa de ver essa matéria do Jornal O Dia hoje (segunda, 11/05/15). Encaixa-se perfeitamente no conceito de igualdade que eu discuti acima. Confira:http://odia.ig.com.br/noticia/economia/2015-05-09/geracoes-de-graduados-formados-a-partir-da-politica-de-cotas-ja-fazem-diferenca.html Feliz em ver isso. 

Escoceses dizem não à pregação homofóbica e misógina do Pastor Angus Buchan

Escoceses não querem Pastor Angus Buchan

Com informações de Dan Littauer em 12 de agosto de 2016
Originalmente publicado por Kaleidoscot
http://www.kaleidoscot.com/scotland-says-no-to-homophobic-pastor-angus-buchan-7725Kaleidoscot

Traduzido e adpatado por Sergio Viula


 
Pastor Angus Buchan

Depois dos ativistas escoceses, agora foi a vez do Conselho Escocês de Fronteiras agir. O Conselho proibiu o Pastor Angus Buchan, criticado por misoginia e homofobia, de pregar em território sob sua jurisdição.

O pastor sul-africano, que foi convidado pela igreja evangélica "Hope Church" para falar no Volunteer Hall, em Galashiels, na Escócia, mais adiante esse mês, provocou um clamor entre defensores dos direitos LGBTs.

A organização Igualdade LGBT nas Fronteiras Escocesas (The Scottish Borders LGBT Equality), apoiada pelo Scottish Borders Rape Crisis, contatou o Live Borders, parte do Conselho Escocês de Fronteiras, que é dono do local onde será realizado o evento, que, por sua vez, decidiu não permitir que Buchan circule no local.

Buchan prega para dezenas de milhares de participantes pagantes na África do Sul, onde ele diz que a homossexualidade é uma "doença" e pode ser "curada" pela oração.

O pastor também dirige as conferências denominadas "Homens Poderosos" (“Mighty Men”) para "tratar" a masculinidade deles, e voltada mulheres que se sujeitem a seus maridos e apoiem o castigo corporal de seus filhos.

Falando com o site KaleidoScot, Melanie Nathan, Diretora Executiva do Coalizão Africana para os Direitos Humanos (The African Human Rights Coalition) parabenizou os grupos escoceses por sua ação e convocou uma ação em todo o Reino Unido para que Buchan não tenha espaço para pregar suas mensagens misóginas e homofóbicas em seu território. Ela também pediu que o pastor seja proibido de entrar no Reino Unido.

"É importante destacar que ninguém está impedindo o direito de livre expressão de Buchan ou a prática de sua religião. Ele tem a internet, seu púlpito, e seu próprio país. O que ele não tem é o direito de entrar num país estrangeiro. Isso é um privilégio." - diz ela.


Melanie Nathan

"Emitir um visto é decisão de um governo e se esse governo determina que uma pessoa causará dano a seu país, ele tem o dever, na minha opinião, de negar o visto. As declarações de Buchan nada mais são do que terror psicológico para jovens que estão lidando com sua sexualidade e aceitação familiar. O fato de que ele representa charlatanismo quando garante que pode curar alguém de ser gay é razão suficiente para negar um visto.”

O Pastor Angus Buchan ainda está escalado para falar em cinco outros locais na Inglaterra, Irlanda do Norte e Repúlbica da Irlanda.

Ele também conduzirá a infame Conferência Might Men (Homens Poderosos), no final de agosto, em Pateley Bridge, North Yorkshire.

Veja a matéria completa no Kaleidoscot:
http://www.kaleidoscot.com/scotland-says-no-to-homophobic-pastor-angus-buchan-7725

Jovem se mata depois de procurar reversão na igreja



O jovem Williams da Silva Barbosa, de 18 anos, cometeu suicídio, na noite de ontem (4). Segundo familiares ele estava depressivo. Para cometer o suicídio, Williams usou um lençol e pulou de cima da sua cama, o jovem residia na Rua “E”, no bairro Eldorado.

Familiares e amigos ficaram surpresos e, ainda em estado de choque, revelaram o suposto motivo que teria forçado a vítima cometer o suicídio por enforcamento: seria discriminação sexual, pois o mesmo era homossexual e estava tentando viver uma vida normal.

Williams frequentava uma igreja evangélica e estava acreditando que sua vida iria mudar.

Ainda segundo familiares, ao saber da sua opção sexual o pastor de nome não revelado por sua família não aprovou sua permanência na igreja.

Williams tentou falar por três vezes com o pastor de sua igreja mais não foi atendido pelo mesmo, “talvez seja esse o motivo de sua depressão” frisou Luizinha tia da vítima.

O corpo do jovem foi encaminhado para o Instituto Médico Legal de Arapiraca, onde será submetido à necropsia e posteriormente será liberado para sepultamento.


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO

"...o mesmo era homossexual e estava tentando viver uma vida normal."

"Williams frequentava uma igreja evangélica e estava acreditando que sua vida iria mudar."

E ainda tem uns idiotas que acham que esse tipo de "PREGAÇÃO" seja uma forma de terapia, defendendo o SUPOSTO direito de colocar à disposição das pessoas (muitas vezes ignorantes sobre o risco que correm) esse tipo de "tratamento". Para começar, não existe motivo para terapia na homossexualidade em si. Terapia pode ser necessária para se livrar do "jugo" da discriminação e do preconceito internalizado que a sociedade (a igreja, principalmente) perpetuam.

A lamentável morte desse jovem não será chorada por aqueles que desprezam os homossexuais. Eles não assumirão sua parcela de culpa. Dirão apenas que esse é o fim dos pecadores sem arrependimento. Que o diabo veio para matar, roubar e destruir (soa parecido com a igreja?).

Mas, não estava esse jovem supostamente fazendo o que esses pregadores da morte aconselham?

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Homofobia em Uganda é financiada e promovida por pastores americanos



Ala da direita americana, pastores do ódio e seus associados em Uganda são responsáveis pelo sangue dos homossexuais ugandenses. Não bastassem os suicídios de jovens americanos, decorrentes do preconceito que eles ajudam a manter nos EUA, eles ainda exportam esse ódio para outros países.


Veja o texto abaixo:


Prezado Roberto,


Pastores dos Estados Unidos estão exportando intolerância para Uganda, com resultados brutais.

Esse é um assunto que toca meu coração, porque eu passei mais de uma década trabalhando pela igualdade com um líder leigo na minha própria igreja, e agora, como diretor atuante no programa de Religião e Fé do HRC (Campanha de Direitos Humanos) – que ajuda líderes religiosos de todos os matizes a falarem em nome da igualdade e contra-atacarem quando o ódio é promovido em nome da religião.

Na quinta-feira, essa perversão da fé custou ao defensor dos direitos gays em Uganda, David Kato, a vida. Ele foi espancado até a morte em sua casa depois que seu nome apareceu entre aqueles listados numa revista (tabloide) anti-gay, sob o título “Enforquem-nos!”.

Desde pelo menos 2009, os missionários Americanos radicais têm acrescentado conferências e oficinas anti-gays aos seus esforços nos EUA – e agora eles estão começando a ordenar ministros e construir igrejas por toda a África Oriental focados quase que totalmente na pregação contra a homossexualidade.

Estes Americanos extremistas não pediram a morte de David. Mas eles criaram um clima de ódio que gera a violência – e eles têm que parar e reconhecer que estão errados.

"Parem de Exportar o Ódio." Assine nossa petição para Carl Ellis Jenkins, Lou Engle, e Scott Lively.

Nós entregaremos sua assinatura a três homens que se desviaram de seu caminho para promover o ódio:



Scott Lively é o pastor de Massachusetts promoveu uma conferência anti-gay em Uganda com dois outros pastores americanos. Alguns meses mais trade, um projeto de lei foi introduzido em Uganda para tornar a homossexualidade punível com a morte.


Lou Engle é um pregador de Missouri que congrega dezenas de milhares nos EUA falou numa concentração em Uganda esse ano, a qual focava sobre orar para que o projeto de lei fosse aprovado. (Engle alega não apoiar algumas partes do projeto de lei, mas documentos internos demonstram que ele veio para falar sobre “a ameaça da homossexualidade”, e defender os esforços do governo ugandense para “coibir o crescimento do vício usando a lei”)


Carl Jenkins é da Georgia e está presidido sobre um grupo que está abrindo 50 novas igrejas em Uganda para “ajudar a limpar a imoralidade, incluindo a homossexualidade”, de acordo com sua equipe.


Eles têm fomentado a hostilidade num país onde a homossexualidade já é ilegal, ataques violentos são comuns, estupro é usado para “curar” pessoas de sua orientação sexual – e uma lei chocante tem sido proposta para tornar a homossexualidade punível com prisão perpétua e até com a morte.

E eles estão associados com alguns dos maiores e mais ricos grupos de direita dos EUA. Quando o congresso Americano considerou a resolução denunciando o grotesco projeto de lei ugandense pela pena morte para gays, o Family Research Council (Conselho de Pesquisa da Família) de extrema direita – agora classificado como um grupo de ódio pelo Southern Poverty Law Center (Centro Legal de Pobreza do Sul) – gastou 25.000 dólares para fazer lobby para impedir que a resolução fosse aprovada.

A religião nunca deveria ser usada para espalhar ódio. Estes homens não falam por mim e outros milhões de seguidores de diversas religiões que apoiam a igualdade, não a despeito de nossa fé, mas por causa dela.

É sobre isso que trata nosso programa de Fé e Religião: ajudar pessoas de todas as diferentes tradições a se pronunciarem de tal maneira que reclamemos o âmago dos valores religiosos que abraçamos na América. ]

No coração de todas as tradições religiosas está o amor pela humanidade e o amor pelo criador – não o ódio contra o próximo. Criar um clima de ódio vai contra a própria ideia de fé – mas é exatamente isso que a ala da direita na América está fazendo.

Diga aos missionários e grupos radicais: “Parem de exportar ódio.”

Quer sejamos pessoas de fé ou não, nós não podemos ficar calados e parados enquanto uma minoria radical promove uma agenda de ódio em nome de Deus. Por favor, apoie-nos e proteste hoje.


Sinceramente,




Sharon Groves
Religion and Faith Program
(Programa de Religião e Fé)



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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO:


O texto acima é fruto da troca de e-mails entre Sharon Groves e Roberto Luiz Warken. Eu já havia denunciado a participação de pastores americanos na promoção da homofobia em Uganda em outro post meses atrás, mas a correspondência trocada aqui dá nome aos bois, como diz o ditado popular.

É dessa fonte suja de promoção do ódio que Silas Malafaia, Magno Malta, Rozângela Justino e pessoas que lideram esses grupos de "reversão" (Exodus, MOSES, Deus se Importa, G.A., etc) têm bebido. O resto você mesmo pode concluir. Refiro-me ao ministério Focus on the Family do Dr. James Dobson, um dos mais ardorosos pregadores anti-gay da ala da direita americana. Esse cara é incensado pelas editoras e pastores evangélicos no Brasil, mas entre outros absurdos, ele foi um dos maiores braços de apoio a George Bush e sua guerra no Iraque. Esses caras adoram ver o circo pegar fogo desde que o picadeiro não seja o deles.

"Violência contra homossexuais" / Drauzio Varella

Drauzio Varella - Foto da Internet




DRAUZIO VARELLA

Violência contra homossexuais


 Folha de S.Paulo: "Violência contra homossexuais" / Drauzio Varella
São Paulo, sábado, 04 de dezembro de 2010

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Negar direitos a casais do mesmo sexo é imposição que vai contra princípios elementares de justiça
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A HOMOSSEXUALIDADE é uma ilha cercada de ignorância por todos os lados. Nesse sentido, não existe aspecto do comportamento humano que se lhe compare.

Não há descrição de civilização alguma, de qualquer época, que não faça referência a mulheres e a homens homossexuais. Apesar de tal constatação, esse comportamento ainda é chamado de antinatural.

Os que assim o julgam partem do princípio de que a natureza (leia-se Deus) criou os órgãos sexuais para a procriação; portanto, qualquer relacionamento que não envolva pênis e vagina vai contra ela (ou Ele).

Se partirmos de princípio tão frágil, como justificar a prática de sexo anal entre heterossexuais? E o sexo oral? E o beijo na boca? Deus não teria criado a boca para comer e a língua para articular palavras?

Se a homossexualidade fosse apenas uma perversão humana, não seria encontrada em outros animais. Desde o início do século 20, no entanto, ela tem sido descrita em grande variedade de invertebrados e em vertebrados, como répteis, pássaros e mamíferos.

Em alguma fase da vida de virtualmente todas as espécies de pássaros, ocorrem interações homossexuais que, pelo menos entre os machos, ocasionalmente terminam em orgasmo e ejaculação.

Comportamento homossexual foi documentado em fêmeas e machos de ao menos 71 espécies de mamíferos, incluindo ratos, camundongos, hamsters, cobaias, coelhos, porcos-espinhos, cães, gatos, cabritos, gado, porcos, antílopes, carneiros, macacos e até leões, os reis da selva.

A homossexualidade entre primatas não humanos está fartamente documentada na literatura científica. Já em 1914, Hamilton publicou no "Journal of Animal Behaviour" um estudo sobre as tendências sexuais em macacos e babuínos, no qual descreveu intercursos com contato vaginal entre as fêmeas e penetração anal entre os machos dessas espécies. Em 1917, Kempf relatou observações semelhantes.

Masturbação mútua e penetração anal estão no repertório sexual de todos os primatas já estudados, inclusive bonobos e chimpanzés, nossos parentes mais próximos.

Considerar contra a natureza as práticas homossexuais da espécie humana é ignorar todo o conhecimento adquirido pelos etologistas em mais de um século de pesquisas.

Os que se sentem pessoalmente ofendidos pela existência de homossexuais talvez imaginem que eles escolheram pertencer a essa minoria por mero capricho. Quer dizer, num belo dia, pensaram: eu poderia ser heterossexual, mas, como sou sem-vergonha, prefiro me relacionar com pessoas do mesmo sexo.

Não sejamos ridículos; quem escolheria a homossexualidade se pudesse ser como a maioria dominante? Se a vida já é dura para os heterossexuais, imagine para os outros.

A sexualidade não admite opções, simplesmente se impõe. Podemos controlar nosso comportamento; o desejo, jamais. O desejo brota da alma humana, indomável como a água que despenca da cachoeira.

Mais antiga do que a roda, a homossexualidade é tão legítima e inevitável quanto a heterossexualidade. Reprimi-la é ato de violência que deve ser punido de forma exemplar, como alguns países o fazem com o racismo.

Os que se sentem ultrajados pela presença de homossexuais que procurem no âmago das próprias inclinações sexuais as razões para justificar o ultraje. Ao contrário dos conturbados e inseguros, mulheres e homens em paz com a sexualidade pessoal aceitam a alheia com respeito e naturalidade.

Negar a pessoas do mesmo sexo permissão para viverem em uniões estáveis com os mesmos direitos das uniões heterossexuais é uma imposição abusiva que vai contra os princípios mais elementares de justiça social.

Os pastores de almas que se opõem ao casamento entre homossexuais têm o direito de recomendar a seus rebanhos que não o façam, mas não podem ser nazistas a ponto de pretender impor sua vontade aos mais esclarecidos.

Afinal, caro leitor, a menos que suas noites sejam atormentadas por fantasias sexuais inconfessáveis, que diferença faz se a colega de escritório é apaixonada por uma mulher? Se o vizinho dorme com outro homem? Se, ao morrer, o apartamento dele será herdado por um sobrinho ou pelo companheiro com quem viveu por 30 anos?


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO


Drauzio Varella é sempre brilhante em conteúdo e forma quando comunica conhecimento. Vide a série dele no Fantástico; a mesma coisa no texto sobre o complexo prisonal do Carandirú. Isso para não falar das inumeráveis entrevistas, textos na Internet, videos no Youtube, etc. O médico sabe e divulga o que sabe; faz e faz bem o seu ofício. Ah, se todo médico tivesse esse nível de excelência profissional e compromisso social!

O texto dele reproduzido acima é maravilhoso! Entretanto, pouco antes de receber esse texto de um amigo hoje, eu estava vendo o jornal da Band e fiquei sabendo que um homossexual agredido por rapazes homofóbicos no início deste ano, que teve parte dos ossos do globo ocular dilacerados por golpes de soco inglês (apetrecho que multiplica o impacto do soco comum), voltou de uma viagem à Europa e reconheceu os agressores envolvidos em outra barbárie: aquela agressão contra três jovens na Av. Paulista, quando um deles foi atacado com uma lâmpada fluorescente. O homem voltou a procurar a polícia após reconhecer os criminosos e a situação deles ficou bem mais complicada agora.

Relembre o caso mais recente abaixo:

Texto de Cristiane Bomfim, Paulo Saldaña - O Estado de S.Paulo

Cinco jovens de classe média - um de 19 anos, um de 17 e três de 16 - foram detidos ontem de manhã na Avenida Paulista, sob acusação de terem agredido três pessoas com socos, chutes e golpes com lâmpadas fluorescentes. Na delegacia, foram identificados por outro rapaz, que contou ter sido agredido e assaltado pelo grupo. Duas vítimas disseram à polícia que teriam sido confundidos com homossexuais, e isso teria motivado a agressão.


Foto por Werther Santana
Violência: L.A.B. levou golpes de lâmpada fluorescente



Para o delegado titular do 5.º DP (Aclimação), José Matallo Neto, os ataques foram motivados por preconceito. "Talvez os agressores não gostem de pessoas afeminadas. As vítimas dizem ter sido chamadas de bicha, maricas. Isso tem de parar. Ninguém pode bater em alguém porque acha que é homossexual e porque não concorda."

Os cinco agressores vão responder por agressão gravíssima e roubo e ainda poderão, segundo o delegado, ser enquadrados no crime de formação de quadrilha. Os quatro menores - três de 16 anos e um de 17 - serão encaminhados para a Vara da Criança e Adolescente e deveriam passar a noite em uma unidade da Fundação Casa (antiga Febem).

O estudante Jonathan Lauton Domingues, de 19 anos, foi preso em flagrante. De acordo com o delegado, ele ainda pode responder por corrupção de menores e seria levado a um Centro de Detenção Provisória (CDP).

Então, é isso. A sociedade está ficando mais consciente sobre a homofobia daqueles que irracionalmente perseguem gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros. A polícia começa a dar demonstrações de competência e persistência em resolver os casos com a devida punição dos criminosos. E os homossexuais agredidos que tiveram coragem de encarar os procedimentos para registrar ocorrência e lutar por seus direitos estão de parabéns.

Já houve tempo em que os homossexuais se calavam e levavam as agressões para casa, remoendo o fato de se sentirem desamparados. E geralmente estavam. Isso mudou bastante e precisa continuar mudando. Orgulho gay também significa lutar por seus direitos na prática quando eles estão ameaçados ou são desrespeitados.

Com ou sem PLC 122, delegados, promotores e juízes precisam continuar sendo firmes no combate à intolerância. A punição também é pedagógica.

Fica aqui o recado de Drauzio Varella:

Os que se sentem ultrajados pela presença de homossexuais que procurem no âmago das próprias inclinações sexuais as razões para justificar o ultraje. Ao contrário dos conturbados e inseguros, mulheres e homens em paz com a sexualidade pessoal aceitam a alheia com respeito e naturalidade.

AMOR, SIM!
VIOLÊNCIA, NÃO!
O BRAÇO DA LEI AOS QUE PRATICAM A VIOLÊNCIA!

Revista Tira Pastor Anti-Gay do Armário

Tom Brock


Menos um profeta no armário: 

o caso Tom Brock


18 de junho de 2010


Em mais um daqueles episódios que fazem a gente rir para não chorar, o pastor luterano Tom Brock, conhecido por atribuir a queda de um tornado em Minneapolis à ira divina contra a ordenação de clérigos gays, foi desmascarado como membro de um grupo de apoio para homens com "desejos homossexuais".

Isso mesmo. O mesmo cara que dizia no rádio, dia sim, dia também, que homossexuais, mulheres que abortam e jovens que fazem sexo antes do casamento estão condenados, participava secretamente de reuniões semanais do grupo Faith in Action (Fé em Ação), um braço local da organização Courage, ligada à Igreja Católica. O objetivo do grupo? “Ajudar” pessoas a lutarem contra a própria homossexualidade. Ou seja, um grande “grupo de apoio para gente que sofre por ser quem é”.

Brock, pastor da Igreja Luterana Hope, saiu da Igreja Evangélica Luterana na América (ELCA) depois que ela aprovou a ordenação de pastores abertamente gays em relacionamentos estáveis. E quando um tornado atingiu a assembleia nacional da ELCA no mesmo dia da votação, ele não teve dúvidas: era um aviso do céu.

"Há um Deus no céu... esse furacão não caiu do céu sem a vontade do nosso Pai. Deus disse ‘olá!’ e, infelizmente, os luteranos o ignoraram."
— Tom Brock, The Christian Worldview, 22 de agosto de 2009

O mesmo Tom Brock que pregava essa fúria divina, revelou durante uma das reuniões do grupo que “caiu em tentação” durante uma missão na Eslováquia. Segundo ele, o lugar tinha “uma energia realmente, realmente estranha, demoníaca” — e ele simplesmente foi fraco.

Mais tarde, na mesma reunião, trocou a auto-crítica por julgamentos alheios. Criticou um padre católico que conduziu o funeral de um homem que havia vivido com seu parceiro. Brock afirmou que ele mesmo hesitaria em fazer isso. Claro. Julgar os outros é sempre mais fácil que lidar com o próprio reflexo.

Questionado por telefone sobre sua participação no grupo, Brock não negou. Mas disse que não estava autorizado a comentar. E a Igreja da Esperança também preferiu o silêncio.

A reportagem que expôs toda essa hipocrisia foi escrita por John Townsend e está na capa da edição da Lavender Magazine, uma publicação LGBT baseada em Minneapolis. O título? Direto e sem firula: “Tom Brock and the Courage Group”


COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO:


Mais uma biba recalcada.
Mais um cristão hipócrita.
Mais uma mente doente.

Toda essa psiquê bi-partida só escancara o poder destrutivo da heteronormatividade e da homofobia internalizada. E, como sempre, a igreja ali, firme e forte, patrocinando esse sofrimento.

Mas a verdade sempre encontra uma brecha.
Mais um infeliz arrancado do armário — à força, é verdade, mas arrancado.
Menos um “profeta” de meia tigela apontando o dedo pros outros.

Aleluia!
Deus não existe.
E nada pode fazer!

Pastor Batista e Homofóbico Desmascarado por Amante de Aluguel

O pastor George Rekers 
e o garoto de programa Jovanni Roman



FUNDAMENTALISMO HIPÓCRITA: 

quando a homofobia é só uma cortina de fumaça


Mais um enrustido cai do salto — e, como sempre, faz barulho ao tombar pra fora do armário.

O escândalo da vez vem direto dos Estados Unidos, e olha... é daqueles que a gente nem precisa inventar piada, porque a realidade já é tragicômica o suficiente.

George Rekers, pastor da Igreja Batista e psicólogo de 61 anos, foi flagrado em uma viagem internacional com um garoto de programa de 20 anos contratado no site Rentboys.com. O detalhe? Rekers é nada menos que um dos nomes por trás da Associação Nacional de Pesquisa e Terapia da Homossexualidade — um grupo que, pasme, tenta "converter" gays em héteros.

Sim, a mesma figura que fazia campanhas contra a adoção por casais homoafetivos, que dava palestras com “ex-gays” como se fossem troféus, que se apresentava como bastião da moral e dos bons costumes, estava batendo cabelo em Madri e Londres com o acompanhante Jovanni Roman, em uma viagem de dez dias.

O caso veio à tona no dia 13 de maio, pelo jornal Miami New Times, e virou um furacão na mídia americana. Agora, Rekers poderá responder por falso testemunho — ele e os tais "ex-gays" que levou ao tribunal para mentir em audiências públicas. Segundo The New York Times, a Justiça deve investigar a fraude nas declarações e nos depoimentos antigay que prestaram.

Quando questionado, o pastor alegou (juro!) que contratou o rapaz apenas para carregar suas malas, já que estava em recuperação de uma cirurgia. 🤡

Mas, como se já não fosse humilhação o bastante, o garoto de programa preferiu o silêncio ao ser procurado pela revista The Advocate. Já o próprio Rekers, depois do bafafá, se afastou discretamente da associação terapêutica que ajudou a fundar. Um silêncio providencial, diga-se.

E como desgraça pouca é bobagem, vale lembrar: esse é o segundo caso só este ano em que um grande moralista antigay é desmascarado publicamente. Em março, o senador republicano da Califórnia Roy Ashburn, 55 anos, foi preso dirigindo bêbado depois de sair de uma boate gay, com um homem ao lado, indo em direção a um motel. Depois do escândalo, confessou que era gay. Justificou sua militância antigay dizendo que “representava a opinião da maioria da população”. Tá boa pra você?


✒️ Comentário deste blogueiro

A sugestão da matéria veio do meu amigo Ricardo, do site Farelos e Sílabas (link aí na lateral nos meus sites favoritos). Valeu, Ricardo!

E agora, vamos combinar: esse é mais um caso clássico de alguém que viveu a vida inteira mentindo pra si mesmo e atacando os outros na esperança de que ninguém percebesse sua própria verdade. Spoiler: a gente sempre percebe.

Eu sempre digo: você pode sair do armário com classe… ou pode tombar pra fora dele num escândalo desses, levando junto toda sua pose hipócrita. E sabe de uma coisa? Quando esse tipo de cara cai, a gente até comemora um pouquinho mais. Porque não é só sobre ele — é sobre desmascarar essa gente que trabalha ativamente contra a cidadania dos GLBTTTs enquanto vive, na surdina, exatamente aquilo que condena.

Como eu escrevi em outro post (e como está registrado no livro No Caminho do Arco-Íris, Ed. Metanóia, página 41):

“Desconfie de todo combatente contra os direitos civis dos homossexuais. Desconfie de toda pregação homofóbica. Desconfie de pessoas que passam a maior parte do tempo falando contra os gays, pregando contra os gays, escrevendo contra os gays, agredindo os gays. Essas pessoas provavelmente SÃO GAYS!

E se são, que venham logo pra fora do armário com dignidade, porque fingir não tá mais pegando bem. Já passou da hora. 

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