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Transfobia: Transexual médica é espancada após acidente de trânsito em Porto Alegre




Por redação da revista Lado A
em 15/08/11 


Na madrugada deste domingo, a transexual Fernanda Campos, 43 anos, médica, se envolveu em um leve acidente de trânsito no bairro Menino Deus, em Porto Alegre, quando foi vítima da brutalidade de três homens que estavam no outro carro. Fernanda foi hospitalizada após ser arrancada de seu veículo e espancada. Um taxista que passava pelo local intercedeu pela vítima que fugiu e ainda foi perseguida pelos homens. Como percebeu que os homens estavam alterados, ela seguiu adiante em busca de uma testemunha para descer do carro. Mas o veículo acabou interceptado pelos homens do outro carro e bateu em um poste.

“Eles perceberam que eu era transex. As pessoas não estão acostumadas com pessoas que são diferentes da gente, mas isso não significa que a gente tem que ter raiva", afirmou a transexual, abalada, para a o programa Chamada Geral, da estação de rádio Gaúcha. A transexual implorou por sua vida, durante a violência. Ele teria vindo do interior para passar o Dia dos Pais com a família. Quando seu carro parou, ela foi arrancada pelos cabelos de seu carro, teve seu aplique rasgado pelos agressores que ainda usaram palavrões de cunho homofóbico para a vítima. A vítima ficou com hematomas por todo o corpo e ficou internada por 24h. Uma testemunha anotou a placa do veículo dos agressores.

Nesta segunda, Fernanda deu depoimento para a polícia e falou para a imprensa do que ocorreu. A polícia não descarta que o caso seja enquadrado como tentativa de homicídio, dada a violência empregada contra a vítima.

Toninho Cerezo: "Meu menino, minha menina pra sempre, eternamente, os dois serão meus".

"Meu menino, minha menina pra sempre, 
eternamente, os dois serão meus" - Toninho Cerezo.


Lea T



Toninho Cerezo escreveu um depoimento para a filha transexual Lea T. publicado na revista “Lola”. Na carta, o ex-jogador diz ter notado desde a infância "a clara ausência de predileção por brincadeiras masculinas" do filho e elogia a bravura de Lea. “Teve coragem de, elegantemente, tentar quebrar paradigmas e mostrar ao mundo que devemos aceitar, sim, as diferenças, ser tolerantes com a diversidade, entender e não julgar aquilo que não conhecemos”.

Leia a carta na íntegra:“Qual pai um dia não pensou desta maneira? Como seria bom se existisse um manual completo, que ensinasse e orientasse como ser pai em todas as etapas da vida dos filhos!Por mais que existam livros, manuais, conselhos bem-intencionados, a grande verdade é que exercer a paternidade vai muito além de conselhos e teorias. Todos sabem que cabe à paternidade uma parcela da responsabilidade de cuidar, educar, proteger e preparar os filhos para o ingresso na sociedade. Mas a alma humana é muito complexa, e estamos bem longe de saber tudo o que esse ser mutante chamado Homem é capaz de fazer, querer e ser…

Meu menino, minha menina pra sempre, eternamente, os dois serão meus.

Ainda no ventre, Leandro foi um filho esperado e amado. Na sua infância, seu sorriso doce e os cabelos cacheados não me indicavam qualquer tendência, era apenas uma criança, era apenas meu filho. Com o passar dos anos e a chegada da adolescência, conheci, na intimidade e nos momentos que passamos juntos, seu jeito diferente — a clara ausência de predileção por brincadeiras masculinas. Percebi interesse por assuntos ligados à arte e ao universo feminino.

Por conta da minha formação familiar ter sido baseada em respeito, cresci em um ambiente livre e pude escolher jogar futebol e viver apenas com meus dons no campo. Como não tive o tão sonhado manual, “Como Criar Filhos”, criei os meus igualmente livres também para suas escolhas, sem cobranças nem imposições. Apesar de notar as diferenças, percebi também que nada poderia fazer, e tudo o que poderia dar a ela/ele era o meu amor incondicional, a segurança, o conforto e a certeza de que, em qualquer circunstância, por mais que longe, eu estaria sempre ao seu lado.Em alguma entrevista, Lea disse que a única coisa que gostaria de ter aprendido no futebol eram as embaixadinhas (veja só!), e que até tentou aprender, mas não foi muito bem-sucedida. Sei que trabalho em um ambiente teoricamente machista, mas nunca houve influência nem espaço para cobranças, apenas dei oportunidade de estar comigo caso quisesse.

Pode ser que eu tenha sido negligente como pai, mas não há motivos para frustrações. Não podemos ser bons em tudo. E você, Lea T. Cerezo, sabe muito mais que embaixadinhas. Teve coragem de, elegantemente, tentar quebrar paradigmas e mostrar ao mundo que devemos aceitar, sim, as diferenças, ser tolerantes com a diversidade, entender e não julgar aquilo que não conhecemos.

O caminho pode ser longo, mas com certeza não será o mesmo depois de você. A paternidade é livre de qualquer padrão, de qualquer critério imposto pela sociedade, filho deve ser aceito na sua totalidade, na sua integral condição de vida, independentemente de sua orientação sexual.

Como diria o poeta Cazuza, “O tempo não para, não para, não, não para”, e filho crescido não cabe mais aos pais educar. Sendo assim, aqui ou lá, torço por você, Lea. Menino ou menina, Leandro ou Lea, não importa mais, sempre serei seu pai e você, orgulhosamente, um pedaço de mim.”


Fonte: Extra
https://extra.globo.com/famosos/cerezo-se-emociona-em-carta-para-lea-teve-coragem-de-tentar-quebrar-paradigmas-2036897.html

Transexual é espancada quase à morte no Mc Donald's




As cenas são terríveis e mostram várias faces da violência humana. Uma é o ódio irracional aos diferentes, no caso uma transexual que ia ao banheiro de uma franquia do McDonald’s de Baltimore, EUA. Um ódio que por pouco não provocou uma morte estúpida. A outra face é a omissão total de quem deveria proteger clientes numa rede que se orgulha de disseminar uma imagem de bom atendimento aos clientes – e cuja direção geral também se diz chocada com o episódio.

Chama atenção que sejam duas mulheres a bater no(a) transexual. Por mais que homens protagonizem com mais frequência episódios de violência, cada vez mais mulheres se mostram publicamente agressivas e covardes. Neste caso, quase assassinas.

O caso foi o seguinte: no dia 18 de abril, na lanchonete da Kenwood Avenue, em Rosedale, Baltimore, EUA, duas jovens – uma menor de idade, de apenas 14 anos, e a outra, de 18 – atacaram e espancaram por longo tempo uma cliente de 22 anos, Chrissy Polis, sob o olhar complacente dos funcionários da lanchonete. Ouvem-se risos ao fundo. As agressoras puxam a vítima pelos cabelos, chutam, pisam, dão soco, empurram, arrastam-na pelo chão. Chamam a vítima de “dude” (traduzido para português por “macho, homem, cara” e, no caso, usado de forma pejorativa com o transexual que, diferentemente do homossexual, se considera mulher, se veste como mulher e costuma se submeter a cirurgias).

O gerente “ensaia” um protesto e pede às duas que vão embora. “Stop, stop“, limita-se ele a gritar, em vez de impedir a barbárie e chamar a polícia. As agressoras vão indo embora, mas voltam seguidamente para continuar a selvageria, sem ser bloqueadas pelos empregados. A vítima fica encolhida no chão, tenta se proteger, proteger a cabeça especialmente por medo de morrer. Somente uma senhora mais velha, também cliente, intercede vigorosamente em favor da vítima – não o staff do McDonald’s. Quando a transexual começa a sangrar e tremer no chão, os funcionários, com medo da polícia e de acabar, como dizem no vídeo, “com um corpo, um cadáver no chão”, expulsam as agressoras para que elas se livrem da prisão em flagrante.

O vídeo foi visto por milhões na internet, tornou-se um viral. 

O McDonald’s soltou um comunicado oficial. E a franquia onde ocorreu o ataque brutal apenas demitiu o funcionário que filmou todo o ataque em seu celular.

Eis a nota divulgada pela rede McDonald’s, uma das maiores interessadas em resolver isso para preservar os valores que costuma passar à sociedade em anúncios e campanhas.

“Estamos chocados com o vídeo de uma de nossas franquias em Baltimore que mostra um ataque a uma cliente. Esse incidente é inaceitável, perturbador e constrangedor. McDonald’s se empenha em ser um ambiente seguro e receptivo a todos que nos visitam. Nada é mais importante para nós do que a segurança de nossos clientes e e funcionários nos nossos restaurantes. Estamos em contato com a filial local e as autoridades para investigar o assunto”.

O responsável local pela franquia do McDonald’s está “analisando se deve punir” os outros empregados, que nada fizeram a não ser “sentar e olhar”, segundo depoimento de Chrissy, a vítima. Pela primeira vez, ela fala ao jornal Baltimore Sun sobre o que viveu e como está se sentindo depois de tudo.

De seu depoimento, alguns detalhes chamam a atenção. Ela é articulada, confirma que não tentou reagir porque queria apenas proteger sua cabeça. No fim, ela sangrou e ficou tendo convulsões jogada ao chão da lanchonete. No vídeo, ela conta que o ataque começou com uma delas cuspindo no seu rosto quando ia ao banheiro. Diz ter ficado estarrecida ao ser informada de que uma das agressoras tem apenas 14 anos. Acusa – e está provado no vídeo – os funcionários da lanchonete de serem omissos e nada fazerem. Eles apenas tentaram proteger as moças que a espancavam, evitando sua prisão em flagrante. Chrissy tem um olhar triste, lamenta todos os danos físicos e morais do incidente – ficou machucada, com hematomas, e teve sua vida exposta – e diz que, agora, seu único desejo seria encontrar aquela senhora que provavelmente a salvou de morrer. Chrissy está com medo de sair de casa.


Fonte desse texto e videos: Portal Época, Mulher, 24/04/2011. O link não está mais ativo.

Casal Transexual: Não é filme de ficção; é vida real!



Para contar sua história, este casal fez uma exigência à reportagem do DIÁRIO: manter suas identidades em absoluto sigilo. O pedido fez todo o sentido. Daniel e Paula guardam um passado com contornos de ficção. Juntos há quase 15 anos, eles se apaixonaram em uma sessão de terapia em grupo que acontecia em um hospital público de São Paulo. Eram encontros recorrentes de pacientes diagnosticados com o chamado distúrbio de identidade de gênero. Em outras palavras, pessoas nascidas mulheres, mas com o forte desejo de se tornarem homens, e homens que queriam ser mulheres. Esse era o caso de Daniel e Paula. "Sempre tive uma aparência que não condizia com o meu nome de batismo, que era Sandra. Além disso, eu me sentia um homem em um corpo feminino", conta ele, que começou o processo para a mudança de sexo ainda em 1990, ano emque retirou as mamas. De lá para cá, Daniel, que é meio careca e usa barba e bigode, já passou por mais de 40 cirurgias - muitas delas não foram bem sucedidas. Por isso tem severas cicatrizes pelo corpo. Ele ainda precisa se submeter a uma pequena intervenção. "Tenho sofrido tudo isso em prol de uma solução para a vida." Paula, que nasceu Sergio, virou definitivamente mulher em 2000.


O casal Daniel e Paula


Daniel e Paula, ambos baianos, se conheceram em São Paulo, em 1997, quando ainda estavam no processo para a mudança definitiva de suas genitálias. "Paula era calada, nunca saía com ninguém. Ela contava seus dramas na terapia, mas não se relacionava com a gente", lembra Daniel. "Fiquei cismado e isso fez com que eu começasse a me aproximar dela." Paula não era moça fácil. Participava dos encontros relatando seu drama, mas sempre ia embora sozinha. Os convites dos colegas de análise para esticar a conversa nos arredores do hospital não a seduziam. "Ainda que todos nós estivéssemos no mesmo barco, me sentia como se não pertencesse a este mundo." Até hoje, ela mantém certa discrição. Mede as palavras antes de falar e não se entrega facilmente. É diferente de Daniel, que é falante, acolhedor.

Mas, de tanto ele insistir, um dia Paula cedeu e os dois saíram para conversar a sós. No primeiro encontro, só rolou papo. Alguns meses mais tarde, aconteceu o primeiro beijo. "Até que foi bom", ela diz, sem dar grandes detalhes. Os dois namoraram um tempo ("não muito") até decidirem morar juntos. "Nosso relacionamento era complicado. A gente ficava só no beijo e na social. Eu não deixava ele ver o meu corpo porque tinha muita vergonha."

Em 2000, Paula finalmente foi submetida à cirurgia de "adequação anatômica da genitália". Daniel está em processo porque, no passado, muitas intervenções foram mal sucedidas. Embora já tenha pênis, ele urina sentado. "A parte mais crítica da cirurgia é a construção da uretra", ele diz. "Mas isso vai melhorar daqui a alguns dias, quando eu fizer o último retoque para colocar o buraquinho por onde sai o xixi no lugar certo." Por causa disso, ele enfrenta situações delicadas ao precisar de banheiros públicos. "Em geral, fico apertado. Os banheiros masculinos não têm cabines individuais como os femininos. Não posso ir nem a um, nem a outro. É uma complicação."

De acordo com o relato do casal, a relação sexual deles é "quase normal". "Temos prazer sem penetração", diz ele. Apesar disso, Daniel se orgulha de sua nova forma física. Afirma que possuía um clítoris "avantajado", o que lhe proporcionou um órgão genital masculino considerável. Depois, ele exibe as cicatrizes que têm no abdômen e na coxa. "Não me importo com elas. Ao contrário, elas representam a minha liberdade."

Paula também não liga para as marcas no corpo do amado. Também não se importa com o fato de as transas não serem convencionais. "Um beijo e um carinho são capazes de me deixar satisfeita. O importante é que nos damos bem e agora somos muito, muito felizes."


Luta diária

Mas, até alcançarem essa plenitude, dizem ter percorrido um caminho longo e sofrido. "Eu cheguei a São Paulo em 1975. Sonhava com um emprego, uma vida decente. Mas não consegui trabalho por causa da minha aparência. Eu era um homem com nome de mulher." Sem dinheiro, sem casa e comida, Daniel viveu nas ruas do centro da cidade durante quase quatro anos. Fui mendigo."

Teve a sorte de ser amparado por uma japonesa, dona de uma loja na rua Mauá. Virou balconista. Quatro anos depois, ela mudou de país e o périplo de Daniel recomeçou. Mas conseguiu se empregar no setor de limpeza de um hospital particular. "Alguns colegas não me aceitaram e pediram minha cabeça. Só que a diretoria me protegeu." Daniel ficou 19 anos lá. "Eu sou um vitorioso."

Paula fica emocionada ao relembrar o passado e chora. "Sofri um conflito interno muito grande." Filha de pais protestantes, ex-estudante em uma escola de freiras, ela conta ter crescido sem saber quem era e, por isso, evitava as pessoas. "Não tive infância, adolescência, nada." Aos 28 anos, ainda na Bahia, ela conseguiu "burlar" sua certidão de nascimento. "Nasci nessa idade porque socialmente me tornei mulher." Em seguida, ela decidiu vir para São Paulo. Tinha uma carta nas mãos de um médico baiano, pedindo a um colega paulistano para atendê-la. Foi assim que Paula ingressou no tratamento para a cirurgia de adequação da genitália em um hospital público. O processo durou sete anos. Agora, com os sexos adequados, Daniel e Paula conseguiram também ter os documentos acertados. Ele é, de fato, Daniel e ela, Paula. Está escrito nas identidades.

Como marido e mulher, eles dividem um sobrado confortável de dois quartos e bem arrumado em um município de São Paulo, localizado em uma rua residencial com nome de pássaro. Daniel tem 51 anos e está aposentado. Por isso cuida da casa e dos dois cachorros pequenos que eles mantêm. Paula, 44 anos, é funcionária pública e estudante - ela faz faculdade em São Paulo. "Daqui para a frente, só penso em melhorar a minha vida", diz.

O casal não tem filhos e não sonha em aumentar a família. Eles parecem mesmo felizes. Mas Paula avisa: "Há muito pouca informação sobre a transexualidade e é um erro pensar que esse processo é simples, uma coisa banal. Não é. Até chegar onde chegamos, passamos por muito sofrimento, dor e angústia."


PAULA é funcionária pública.
DANIEL está aposentado.

Homem muda de sexo e casa com mulher 30 anos mais nova

Kerry Whybrow (dir.) - que já se chamou Roger Steed - 
durante a cerimônia de união civil com Alcia Evans



Após passar por três casamentos que não deram certo e trabalhar por 22 anos como bombeiro, o aposentado americano Roger Steed, que mora na Inglaterra, decidiu mudar de sexo aos 63 anos e passou a se chamar Kerry Whybrow. Abandonada pela maioria dos amigos, Kerry conheceu a jamaicana Alcia Evans - 30 anos mais nova - em um site de relacionamento. Três anos mais tarde, o resultado foi uma união civil entre os dois, na cidade de King's Lynn, no Reino Unido. As informações são do site do jornal britânico Daily Mail.

Alcia, que morava em Salt Lake City, nos Estados Unidos, foi em dezembro para o Reino Unido para a cerimônia de união civil. Entre os convidados estava a terceira ex-mulher de Kerry, Cindy Steed, que até ofereceu sua casa para fazer a recepção aos convidados.

"Foi um dia maravilhoso. (...)Havia alguns olhares estranhos dos moradores quando nós saímos do cartório, mas nós não nos importamos com isso. Alcia é uma mulher especial que me deu muita coisa ao estar comigo no frio da Inglaterra rural. Eu não acho que isso é o que ela sonhou na vida", diz Kerry.

A única filha de Kerry, Heather, 41 anos, não compareceu à cerimônia - ela renegou o pai em 2005 quando ele anunciou que iria mudar de sexo.


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO


Acho fantásticas as pessoas que vão em busca do que desejam, independentemente do que pensam os outros, desde que não estejam violando o direito de ninguém. Foi o caso desse bombeiro. Talvez tenha passado a vida inteira pensando nos outros, trabalhando para criar a filha, tentando dar certo com as mulheres que conheceu e manter os amigos que fez. Bastou tomar a decisão de fazer uma coisa que realmente desejasse (mudar de sexo e assumir uma identidade feminina) para que os amigos sumissem e a filha o renegasse. Vale a pena viver pensando nos outros ou no que os outros vão dizer? Tem muita gente que não faz coisas muito mais simples por causa de mamãe, papai, filhinho, pastor, vizinho, e por aí vai. No final, que vive e quem morre é você.

Achei fantástico o fato da ex-mulher apoiá-lo(a) na nova fase de vida.

Não me causa estranhamento que ele tenha mudado de sexo e depois se casado com uma mulher. Acho muito bom, inclusive, que a história dela (não mais dele) tenha vindo a público. Nós temos que parar de pensar sempre de acordo com esse viciado binômio: gay ou hétero, macho ou fêmea, masculino ou feminino, homem ou mulher. Não existe só gay ou hétero. Existe o bi. Não existe só macho ou fêmea. Existe o hermafrodita. Não existe só o masculino ou o feminino. Existe o andrógino. Não existe só homem ou mulher. Existe o(a) trans.

Tomara que Kerry e Alcia sejam muito felizes! A identidade de gênero Kerry é feminina. Seu desejo, porém, não é por homem; é por mulher. Se Alcia é lésbica, Kerry encontrou o que desejava e de que precisava: uma mulher que a ame. Alcia provavelmente também encontrou a mulher dos seus sonhos. Afinal, Que outra mulher poderia ter mais de homem em embalagem feminina do que Kerry?

LIBERDADE é fazer o que você deseja, ser quem você deseja. FELICIDADE é sentir-se pleno em meio a tudo isso!

PARABÉNS AOS QUE AGEM DE ACORDO CONSIGO MESMOS, SENTEM-SE PLENOS, E NÃO PRECISARAM VIOLAR O DIREITO DE NINGUÉM PARA ISSO! Se os outros se ressentem... isso é problema deles. ;)

29 de Janeiro: Dia da Visibilidade Trans

Travestis





por Oswaldo Braga
29/01/2011



Hoje, 29 de janeiro, comemora-se o Dia Nacional de Visibilidade das Travestis. A data foi escolhida para marcar a visita de um grupo de lideranças travestis ao Congresso Nacional, em 2004, durante o lançamento da campanha “Travesti e Respeito: já está na hora dos dois serem vistos juntos”, do Ministério da Saúde. Desde então, o movimento LGBT se mobiliza nessa data para comemorar as poucas vitórias concretas na garantia dos direitos das travestis brasileiras e no combate à transfobia; e para lembrar o quanto essas pessoas ainda são vítimas de preconceito e das conseqüências da marginalização.

À grande maioria das travestis restou a prostituição como alternativa possível de subsistência. Numa lógica de oferta e procura, nunca deixou de existir mercado para as fantasias sexuais que as travestis despertam. A pista e seus perigos só existem para atender a uma clientela numerosa, fiel e disposta a pagar pelo prazer de uma transa com alguém que possua uma identidade de gênero diferente da sua. E que desperte loucuras!

Travestis reagem ao preconceito de diferentes maneiras. Umas se fecham em casa e se limitam a enfrentar a família, ou se refugiar em sonhos e lágrimas. Umas poucas conseguem sublimar o preconceito e enfrentam os desafios: estudam, se formam, estabelecem-se como profissionais liberais, ocupam cargos públicos e disputam espaço com os demais, superando suas desvantagens. Outras – infelizmente, a maioria - são expulsas ou abandonam suas famílias e se jogam no mundo, aproveitando o que ele tem a lhes oferecer, e que não é muito: drogas, exclusão, roubos, desrespeito e muita violência.

Segundo os dados do Grupo Gay da Bahia, dos 252 homossexuais assassinados no Brasil, em 2010, 104 eram travestis e 84% delas se prostituíam nas ruas. 8% dos crimes tiveram relação com drogas. Quase a metade (47%) morreu espancada ou esfaqueada, em alguns casos com escandalosos requintes de crueldade. A outra metade foi vítima de armas de fogo.

Nos últimos três anos, o número de travestis assassinadas no Brasil duplicou e Minas Gerais é o segundo no ranking dos estados onde se mata mais. Diante da ausência de propostas e ações por parte do governo do estado, a UFMG e o Cellos-trans tomaram a frente e organizaram uma programação para lembrar a data, no próximo dia 31 de Janeiro, às 18 horas, no auditório do Conselho Regional de Psicologia. O Governo de MG estará representado na mesa de abertura e talvez tenha muita coisa a esclarecer.

Parabéns, travestis e camisinha sempre!


oswaldobraga.blogspot.com

ooswaldobraga.spaces.live.com

29 de Janeiro: Dia da Visibilidade Trans



Governo do Estado lança materiais informativos
sobre direitos de travestis e transexuais


Para celebrar o Dia Nacional de Visibilidade Trans (29 de janeiro), o Programa Rio sem Homofobia, executado pela Superintendência de Direitos Individuais Coletivos e Difusos da Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, lançará nesta sexta-feira (28) materiais informativos sobre os direitos civis de travestis e transexuais, que circularão pela web, bares e locais de convivência deste público e também por delegacias, postos de saúde, escolas e outros órgãos.

“O programa Rio sem Homofobia é um conjunto de políticas públicas para combater a homofobia e promover a cidadania LGBT. É importante lembrar que a comunidade de travestis e transexuais é a mais atingida pela intolerância e o ódio. Elas são xingadas, violentadas e carregam um estigma criminoso que deve ser revertido. Neste dia queremos esclarecer que travestis e transexuais também são cidadãs e possuem seus direitos, como todos nós!”, enfatiza o superintendente e coordenador do programa Rio sem Homofobia, Cláudio Nascimento.

Entre março e dezembro de 2010 foram 92 protocolos de atendimento a travestis e transexuais, sendo que aproximadamente 60% (ou 55 protocolos de atendimento) dizem respeito à violência. Os demais estão relacionados, principalmente, com a retificação de registro civil (mudança de nome) e busca por outros direitos.


Informações para a imprensa:
Márcia Vilella | Diego Cotta (SuperDir/Seasdh)
Tels.: 21 2284 2475 | 2234 9621 | 8158 9692

Transexuais masculinos poderão retirar útero e mama pelo SUS




Fonte da imagem: Internet


Agência Aids
10 de janeiro de 2011 



A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo irá oferecer, a partir do final deste mês, cirurgias para remoção de útero aos homens transexuais (mulheres que se sentem homens) atendidos no Ambulatório de Saúde Integral para Travestis e Transexuais do Centro de Referência e Treinamento (CRT) em DST/Aids, na capital paulista.

Os pacientes triados no CRT serão encaminhados para o hospital estadual Pérola Byington para avaliação e realização de histerectomia (retirada do útero).

Os transexuais terão atendimento personalizado, com quartos individuais e equipe treinada para lidar com as demandas específicas desta população. Já há, no ambulatório do CRT, cinco transexuais para serem encaminhadas.

A Secretaria também deverá encaminhar os homens transexuais para cirurgia de retirada de mama. O hospital de referência, na capital, será definido nos próximos meses.

“Trata-se de uma grande vitória contra a discriminação e a legitimação dos direitos desta população”, diz Maria Clara Gianna, coordenadora do Programa Estadual DST/Aids-SP.

Dede setembro de 2010, o Conselho Federal de Medicina considera que os procedimentos de retiradas de mamas, ovários e útero no caso de homens transexuais deixam de ser experimentais e podem ser feitas em qualquer hospital publico e/ou privado que sigam as recomendações do Conselho. O tratamento de neofaloplastia (construção do pênis) ainda não foi liberado e permanece em caráter experimental.

Verdadeiras e Verdadeiros Transexuais Precisam ter a Chance de Fazer a Operação de Mudança de Sexo. Porém, ...

Roberta Close

Por Sergio Viula


A operação para mudança de sexo nunca foi tão acessível! E isso é uma tremenda conquista para a parte da população brasileira denominada transexual. Muito disso, porém, se deve à atuação do presidente Lula e seus ministros. Só as pessoas transexuais sabem quanto dói ter uma psique que não combina com o corpo – psique e soma não se harmonizam até que a pessoa transexual passe pela devida adequação do físico ao psíquico. Daí a importância dos tratamentos e das operações para mudança de sexo.

Dou todo meu (singelo) apoio a essas pessoas que finalmente alcançam paz existencial quando completam, com êxito, esse processo.

A maioria das transexuais anda entre nós, sem que percebamos facilmente que são transexuais, tamanha a identificação do aparente (o corpo) com o essencial (a identidade). Outras pessoas, por fatores genéticos e por questões de idade, dependendo de quantos anos têm quando começam o tratamento para a adequação do corpo, podem ainda ser notadas como algo entre o masculino e o feminino, apesar da mudança de genitália. Isso não faz diferença em termos de quão transexual alguém realmente é, se podemos dizer assim.

Logicamente, a pessoa pode ser verdadeiramente transexual, independentemente da aparência, porque o fenômeno da transexualidade é primeiramente intrínseco, e só depois se mostra externamente (ou não).

Dizendo isso, introduzo aqui uma distinção: existem verdadeiros transexuais e existem pessoas que procuram na operação de mudança de genitália uma forma de adequar sua homossexualidade (o máximo possível) à heterossexualidade normativa. Homossexualidade e transexualidade são duas coisas distintas.

Homossexual é o indivíduo, homem ou mulher, que se sente atraído por pessoas do mesmo gênero: homem por homem e mulher por mulher. Transexual é o indivíduo, homem ou mulher, que não se sente pertencente ao gênero que seu sexo biológico aparentemente lhe confere, ou seja, sente-se mulher, apesar de ter pênis, ou homem, apesar de ter vagina, e sofre por causa dessa diferenciação quando entra em contato com os próprios órgãos genitais, mesmo em situações simples como no ato de vestir-se, tomar banho, urinar.

Enquanto um homem gay pode curtir muito prazer com sua genitália (o mesmo valendo para uma mulher gay), o/a transexual - como tradicionalmente definido/a - não obtém prazer algum de sua genitália. Tudo que ela/ela sente pelo próprio órgão sexual é desgosto e repúdio. Essas pessoas, que são verdadeiramente transexuais, precisam da operação, dos tratamentos hormonais, do acompanhamento psicológico, médico, etc., até chegar ao final do processo, que geralmente leva uns dois anos, em média.

Todavia, existem aquelas pessoas que, movidas pela mídia e por toda propaganda que se faz em torno da operação de mudança de sexo, pensam ser essa a solução para uma questão de outra ordem. Essas pessoas (homossexuais, não transexuais verdadeiramente), premidas por diversos preconceitos introduzidos ao longo da infância, adolescência e que ainda podem acompanha-los na fase adulta, acabam vendo na operação de mudança de sexo, uma via de escape dos problemas que enfrentam por não gostarem de transar com pessoas do outro sexo. Sua afetividade é homossexual, mas acreditam que se mudarem de genitália estarão finalmente livres do preconceito que as persegue desde sempre. Neste caso, a operação é mera e trágica amputação, podendo gerar problemas futuros, inclusive arrependimento de ter operado. A operação, contudo, é irreversível, e por isso mesmo, não pode ser banalizada. Se alguém objetar que um pênis pode ser reimplantado, por exemplo, vale lembrar que ele muito provavelmente passará a ser mero objeto de decoração entre as pernas, porque não funcionará como funcionava antes: com ereções, sensações e ejaculações. Pode ser que a ciência ainda avance ao ponto de eliminar esse dilema.

Todavia, não se pode negar a um/uma transexual genuíno/a seu pedido de adequação por meio da operação, e tratamento para a transição entre sexos. Isso condenaria tal pessoa à completa infelicidade durante toda a sua existência. Uma vez que a medicina coloca essa possibilidade, como já fez com tantas outras, diante de nós, deve-se usar esse recurso para o bem dessas pessoas e, consequentemente, para maximizar os índices de felicidade de toda a sociedade, no final das contas. As operações estão cada vez mais avançadas, e, contudo, ainda existem muitos contratempos para o funcionamento pleno dos órgãos modificados, especialmente quando se passa da vagina ao pênis: tamanho e impossibilidade de ereção são duas dessas dificuldades. Em ambos os casos, também existe o problema da impossibilidade da produção de sêmen pelo transexual que fez a transição para homem e a impossibilidade de ovulação e gravidez pelo transexual que fez a transição para mulher.

Além disso, ainda existem muitos problemas de ordem legal e burocrática a serem resolvidos: documentação, direitos plenos como membro do gênero com o qual se identificam, casamento com pessoa do outro sexo, etc. Lógico que tudo isso ainda pode ser resolvido, mas enquanto ainda persistirem esses obstáculos, a pessoa transexual, mesmo já operada, e com toda a transição feita, ainda vai encontrar inúmeros problemas para sentir-se plenamente homem ou mulher, de acordo com seu caso. Todas essas questões, porém, podem ser resolvidas com legislação nova e apropriada.

Pensadas essas questões, não se pode negar que pessoas como Roberta Close, a transexual mais famosa do mundo, sentem-se muito mais felizes quando já fizeram todo o processo de transição, incluindo a mudança de genitália. Roberta foi muito corajosa desde sempre. E as transexuais brasileiras devem muito a ela em termos de conquistas de direitos, inclusive o de operar pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Roberta Close teve que fazer a operação fora do Brasil, porque aqui ainda não era permitido. E se dependesse da insensibilidade dos fundamentalistas e moralistas reacionários, essa parcela da população continuaria esquecida, só sendo lembrada quando chegavam ao cúmulo do sofrimento existencial e tentavam se automutilar, cortando a própria genitália, no caso das transexuais que nasceram com pênis e almejavam ter vagina.



Roberto quando era criança (à esquerda) e depois como Roberta Close,
 já em transição, antes mesmo da operação.



Por tudo isso, parabéns a todos/todas os/as transexuais que lutaram tão bravamente por seus direitos e, não só conquistaram a possibilidade da adequação genital, mas também contribuíram para tornar a sociedade um ambiente existencialmente mais feliz, belo e equilibrado. Lembrando que uma transexual pode ser pré, pós ou nunca operada e deve ser respeitada no gênero com o qual se identifica a despeito de qualquer procedimento médico.

A decisão pelos procedimentos transexualizantes deve ser sempre da pessoa transexual. Os profissionais devem apenas indicar os melhores caminhos para o atingimento dos objetivos das pessoas transexuais em relação a seu próprio corpo. Nenhum profissional, seja qual for o campo, pode legitimamente dizer quem é e quem não é transexual.

Agora, você que é homem gay ou mulher lésbica, como diriam hoje "cis", ou seja, não é transmulher ou transhomem, supere a auto-homofobia e o preconceito homofóbico alheio, e seja feliz como homem que ama homens ou mulher que ama mulheres, e aprenda a usufruir todo prazer que seu corpo lhe proporciona.

É sempre bom lembrar que as pessoas transexuais podem ser homo, bi ou hetero. Orientação sexual e identidade de gênero são coisas distintas.

Por isso mesmo, homofobia internalizada não se cura na mesa de cirurgia. Se você é gay ou lésbica, aceite-se, ame-se, e orgulhe-se do seu amor! Se você é trans, faça o que considerar melhor para viver plenamente sua identidade e para viver o seu amor, seja ele por alguém do mesmo gênero, de outro gênero ou dos dois. ;)

Resumindo: Felicidade é viver de acordo com aquilo que melhor traduz você mesmo/mesma!

Seja feliz!







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A questão da Transexualidade e a Operação de Mudança de Sexo



Via Delas / IG

Muito se fala sobre a transexualidade e a operação de mudança de sexo. Por causa da popularização do tema, um fenômeno está tomando conta do cenário social e midiático: a operação de mudança de sexo como bem de consumo.

Aqui há que se fazer uma clara distinção entre aqueles que desejam a operação para adequar corpo à mente (tomando-se a mente como centro emocional, sensorial, etc). Neste caso, o transexual é genuinamente alguém que não se reconhece e jamais se reconheceu como sendo do gênero que se atribui a seu sexo genital. O genuíno transexual precisa da operação para adequar seu físico à imagem que tem de si mesmo, sua identidade.

Todavia, existem aquelas pessoas que, movidas pela mídia e toda a propaganda que se faz em torno da operação de mudança de sexo, pensam ser esta a solução para uma questão de outra ordem. Nestes casos, não se trata de transexualidade. Muitas vezes, essa é uma questão de insatisfação com sua orientação sexual. A pessoa é gay, mas não aceita o fato, e pensa que se fosse mulher (o homem) ou homem (a mulher), as coisas poderiam ser mais fáceis. Se pudessem passar como do sexo oposto, seu desejo não seria mais "gay", uma vez que essa pessoa e seu parceiro ou parceira constituiriam um casal misto (homem e mulher). Trata-se de homens que gostam de homens e mulheres que gostam de mulheres, mas não aceitam que são homossexuais, uma vez que sentem-se premidos por diversos preconceitos internalizados ao longo da infância e da adolescência. Essas pessoas acabam vendo a operação de mudança de sexo como uma via de fuga dos problemas que enfrentam, em consequência de não gostarem de transar com pessoas do outro sexo. Pensam que se mudarem a genitália estarão finalmente livres do preconceito que as persegue desde sempre, pois seriam visto como do outro sexo, finalmente. Neste caso, a operação é mera amputação e pode gerar inúmeros problemas futuros, inclusive arrependimento de ter operado.


A operação, porém, é irreversível.


Poucos são os profissionais dispostos a questionar esse estado de coisas, O Dr. Henry Frignet, psiquiatra e psicanalista, em seu livro "O Transexualismo", editado pela Companhia de Freud Editora, fala muito claramente sobre essa questão. Vale a pena conhecer seu trabalho, que conjuga o empírico e o teórico muito acertadamente.

É lógico que, graças aos avanços médicos e científico-tecnológicos, é possível modificar a anatomia humana até o certo ponto de obter resultados muito satisfatórios do ponto de vista estético-funcional. Há muitos transexuais hoje que são absolutamente femininos ou masculinos, conforme o tipo de adequação a que tenham sido submetidos e aos tratamentos hormonais. Isso, porém, não elimina a existência daqueles que, havendo se arrependido, porque não eram transexuais de fato, não puderam reassumir seu "corpo anterior", porque a cirurgia (hoje) é irreversível e a suspensão dos hormônios não devolve o corpo antigo.

Por isso, apesar do clamor de alguns segmentos por dispensar-se qualquer avaliação psiquiátrica, endocrinológica, psicológica, etc., é preciso tomar muito cuidado com o arrastão emocional que, muito semelhantemente ao marketing de qualquer produto, faz a operação tornar-se um "bem de consumo" para qualquer "consumidor" interessado.

Por outro lado, a questão dos pseudo-transexuais que buscam a operação para fugir do mal-estar que sua homossexualidade lhes impõe não elimina a existência dos verdadeiros transexuais. Estes, sim, precisam da operação para adequarem seu sexo anatômico à sua identidade, construída ou não, de acordo com as dinâmicas psíquicas do outro sexo.

Existem também aquelas pessoas que mesmo operando, porque não identificam a si mesmas com o sexo biológico, surpreendem por ter uma orientação sexual diferente do que a maioria espera. Sim, há pessoas que operam, mas desejam o igual. O que eu quero dizer é o seguinte: há mulheres que operam para construírem uma anatomia masculina, mas gostam de homens, ou seja, existem homens transexuais gays! Também existem homens que operam para tornarem-se mulheres, mas amam as mulheres. São transexuais lésbicas! Isso só demonstra como o campo das identidades sexuais e das orientações sexuais não permite que falemos de sexualidade, mas de sexualidades (no plural!). É muita diversidade até para a linguagem que costumamos usar e para os conceitos que costumamos construir.

Resumindo, ninguém deve se submeter a uma castração, a menos que esteja absolutamente seguro do que está fazendo. É preciso levar em consideração que essa cirurgia não o tornará numa mulher (ou um homem), em toda acepção do termo, e nem poderá ser revertida daí em diante. A transformação de uma vagina em pênis não é uma cópia perfeita. Pelo contrário, existem diversos contratempos, tais como a impossibilidade de uma ereção espontânea. Além disso, o tamanho do pênis implantado geralmente é o de um clitóris um pouco mais desenvolvido e não tem ereções perfeitamente naturais como a de um pênis "original".

De novo, a pessoa operada jamais será um homem na plena acepção do termo. Sua genética ainda é a do sexo de nascença e os orgãos modificados assemelham-se aos "originais", mas não são perfeitamente iguais. Por isso, a operação de mudança de sexo deve ser realizada somente em pessoas que sejam realmente transexuais. E para essas pessoas, ela deve realmente ser acessível e estar garantida como um direito, pois trata-se de uma cirurgia de adequação num nível psicossocial realmente essencial ao bem-estar físico e mental da pessoa transexual. Isso, porém, é só uma parte da processo. Documentação de acordo com a adequação da genitália também se faz importante. Manter nome masculino tendo anatomia feminina ou nome feminino tendo anatomia masculina é extremamente constrangedor e perpetua o sofrimento do indivíduo já operado.

As pessoas transexuais devem ser plenamente aceitas e respeitadas em todos os sentidos. A discriminação e o constrangimento por causa da identidade e da orientação sexual devem ser corrigidos por meio da lei se preciso.

Neste aspecto, o Brasil está de parabéns, pois o SUS (Sistema Único de Saúde), mantido pelo Ministério da Saúde, oferece o procedimento cirúrgico aos paciente que passem pelo processo de avaliação estabelecido pelo Ministério da Saúde.

De acordo com o site "Delas", a cada 16 dias, o procedimento cirúrgico é realizado em um paciente do Sistema Único de Saúde (SUS). A chamada cirurgia de mudança de sexo foi um dos últimos atos cirúrgicos reconhecidos pelo governo brasileiro e entrou para a lista de procedimentos gratuitos só em 2008. De lá para cá, 57 cirurgias foram realizadas, sendo 10 no primeiro ano, 31 em 2009 e 16 até junho de 2010. A estatística é crescente, mas ainda irrisória perto da fila de espera formada por pessoas que sentem ter nascido no corpo errado.


Interessados no livro podem contatar a editora Companhia de Freud na Rua da Candelária, 86 - 6º andar - Centro - Rio de Janeiro - Tel. 21-2263-3960 ou 2263-3891

Novela britânica retrata a vida de uma adolescente Transexual


Jason e Jasmine


📺 Representatividade trans na TV britânica: conheça Jason/Jasmine em Hollyoaks


A partir de agosto, a televisão britânica dará um passo importante na representação da diversidade de gênero nas telinhas. A novela Hollyoaks, exibida pelo canal Channel 4, irá abordar a vivência de uma pessoa trans com a introdução da personagem Jasmine, uma adolescente de 15 anos que, na verdade, se identifica como Jason, um garoto trans.

Criada como Jasmine, a personagem retorna dos Estados Unidos como a filha superprotegida da tradicional família Costello, mas passa a viver uma vida dupla, expressando sua verdadeira identidade de gênero em segredo, sob o nome de Jason.


🧠 A importância de falar sobre identidade de gênero

“Cerca de uma em cada 4 mil pessoas no Reino Unido recebe apoio médico por transtornos de identidade de gênero. Se pudermos trazer esse tema à tona, creio que é positivo”, afirma Paul Marquess, produtor da novela.

Segundo ele, a personagem é “um garoto preso no corpo de uma garota” e a trama foi cuidadosamente construída com o apoio de organizações britânicas de pessoas trans, para garantir uma representação realista, respeitosa e educativa.


🎭 Um papel desafiador, uma responsabilidade enorme

A atriz Victoria Atkin, de 23 anos, dará vida a Jasmine/Jason e reconhece a responsabilidade envolvida no papel:

“É um privilégio interpretar um papel tão desafiador. Existe muita pressão para representá-lo com justiça. Mas esse é meu trabalho e pretendo garantir que o personagem seja realista para quem vive com transtorno de identidade de gênero.”


🌈 Visibilidade trans importa — e muito

A presença de personagens trans nas novelas, especialmente em horários acessíveis ao grande público, é um marco para a normalização e empatia com histórias muitas vezes invisibilizadas. Quando tratadas com respeito, essas representações ajudam a combater o preconceito, apoiar jovens em processo de autoaceitação e ampliar o entendimento da sociedade sobre a diversidade de gênero.


📌 Fique de olho: Hollyoaks vai ao ar a partir do dia 2 de agosto no Reino Unido. Quem sabe em breve essa história potente também esteja disponível no Brasil?

📣 A identidade de gênero não é uma "fase". É uma verdade. E cada vez mais, a TV está aprendendo a ouvi-la.


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Filha de Cerezo - Lea T é o rosto da campanha da Givenchy



Lea T

🧵 Quebrando padrões e fazendo história: Lea T na campanha da Givenchy


O mundo da moda parou para prestar atenção. Pela primeira vez, uma mulher trans brasileira é o rosto de uma grande campanha internacional de alta-costura. Lea T, que até pouco tempo atendia pelo nome Leandro, estampa a nova campanha da grife francesa Givenchy e tem sido destaque em revistas e sites de moda do mundo inteiro.

Lea é filha do ex-jogador de futebol Toninho Cerezo, embora ele pareça ainda ter dificuldades para lidar com isso publicamente. Em entrevista à edição italiana da revista Vanity Fair, Lea revelou com elegância que conversa pouco com o pai: “Conversamos uma vez por ano. Ele pergunta: ‘Como está? Bem?’ E para por aí.” O silêncio ensurdecedor de Cerezo é lamentável, mas não apaga o brilho de sua filha.

Trabalhando como estilista na Itália, Lea se aproximou do diretor criativo da Givenchy, Riccardo Tisci, com quem desenvolveu uma forte amizade. Foi ele quem a convidou para estrelar a nova campanha da marca — um gesto tão estético quanto político. Em tempos de tantas exclusões e retrocessos, essa é uma imagem que fala.

A beleza de Lea T — que deve realizar a cirurgia de redesignação de gênero ainda este ano — transcende rótulos e desafia os padrões opressores da moda, da família tradicional, do esporte, da mídia e da cisnormatividade. Seu rosto, seus traços e sua história estão agora eternizados na publicidade de uma das grifes mais prestigiadas do planeta.



✒️ Comentário deste blogueiro:

Fiquei sabendo da campanha hoje cedo, na academia. Meu instrutor me mostrou o jornal com Lea na capa e meu coração bateu mais forte. Que mulher! Que coragem! Que vitória! Ela não representa apenas as mulheres trans — ela representa todos nós que lutamos para viver uma vida verdadeira, com liberdade, autenticidade e orgulho.

A Givenchy é uma marca de luxo. Mas o que Lea nos oferece é ainda mais raro: uma identidade de luxo, uma trajetória que desafia tudo, e um orgulho que não tem preço.

Como diz a música: “Não quero luxo, nem lixo, só quero gozar no final.” Eu diria ainda melhor: quero gozar o tempo todo — com orgasmos múltiplos de vida plena e bem vivida.

Parabéns, Lea! Obrigado por ser luz. 🌈

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