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Finados: Portal Homofobia Mata abre seu banco de dados (via Eduardo Michels)

 

Nota: Essa postagem foi feita pela primeira vez em 02 de novembro de 2019, porém, ddevido a um problema que estava impedindo seu aparecimento nas buscas do Google, eu decidi eliminar a anterior e fazer essa nova. Agora, qualquer pessoa poderá achá-la nas buscas. A postagem é a mesma, mas vale a pena dar uma olhada se você não viu ainda, especialmente na entrevita lá no vídeo lá embaixo.


Via Eduardo Michels, pesquisador

Fonte: https://www.facebook.com/eduardo.michels.5 



Neste Dia de Finados dedicamos o nosso reconhecimento às pessoas queridas que se foram de forma tão cruel, que estão em nossas memórias permanentemente a guardar todo o nosso amor na saudade daqueles que amamos e de quem nunca esqueceremos!

LGBT+ MORTOS NO BRASIL – 2011/2018
Os crimes de ódio, também chamados de crimes motivados pelo preconceito, são crimes cometidos quando o criminoso seleciona intencionalmente a sua vítima em função de esta pertencer a um certo grupo.

Homofobia no Brasil ainda é um problema presente e constante, havendo estatísticas compiladas pelo site Homofobia Mata que sugerem que o Brasil é o país com a maior quantidade de registros de crimes homofóbicos do mundo, seguido pelo México e pelos Estados Unidos.

De acordo com o site, um homossexual é morto a cada 28 horas no país por conta da homofobia (assassinatos e suicídios) e cerca de 70% dos casos dos assassinatos de pessoas LGBT ficam impunes. O país teve mais de 2.700 assassinatos homofóbicos ou transfóbicos entre 2011 a 2018, e desde 2008 concentra quase metade do total de homicídios de transexuais do mundo, de acordo com o relatório da organização europeia Transgender Europe.


CONFIRA: https://homofobiamata.wordpress.com/inicio/

Eduardo Michels foi pesquisador do GGB por oito anos. O site Homofobia Mata, agora chamado HomoTransfobia Mata, foi criado por ele, bem como toda uma nova maneira de pesquisar e de publicar os casos de homofobia e transfobia letal no Brasil. 

Para saber mais, assista uma entrevista feita com o autor das pesquisas em seu período mais elaborado acesse esse vídeo no meu drive: 


https://drive.google.com/file/d/1S5uqeApqxXI97NBcEigAmDRoYF656zNy/view?usp=sharing

Exclusivo: pesquisador do GGB deixa ofício

HOMOFOBIA MATA 
(www.homofobiamata.wordpress.com)





EXCLUSIVO
Por Sergio Viula
Blog Fora do Armário



Nesta entrevista feita por Sergio Viula, exclusivamente para o Blog Fora do Armário, Eduardo Michels nos conta um pouco de sua trajetória e de seu trabalho pesquisando e produzindo o relatório GGB sobre mortes por LGBTfobia nos últimos oito anos, que agora entrega de volta ao fundador do GGB (Luiz Mott). Assista e sinta um pouco da leveza dessa conversa que tomou o final da tarde e parte da noite de domingo passado, dia 31 de março de 2019. 

Na segunda parte da entrevista, que você poderá ver logo abaixo, Eduardo e Flávio nos contam como se conheceram e nos falam um pouco de seu relacionamento ao longo dos últimos 22 anos. Eles também compartilham detalhes sobre o ataque homofóbico que sofreram no bairro da Tijuca, local onde moram no Rio de Janeiro. Não deixe de assistir, pois você verá muito mais do que a imprensa mostrou quando cobriu o caso. Acredite, você vai rir e se emocionar com este relato. 

Assista ao vídeo através desse link:

https://drive.google.com/file/d/1S5uqeApqxXI97NBcEigAmDRoYF656zNy/view?usp=sharing

STF - HOMOFOBIA É RACISMO E DISCURSO DE ÓDIO NÃO É LIBERDADE DE EXPRESSÃO




Por Eduardo Michels 30/08/18
https://www.facebook.com/eduardo.michels.5




STF - HOMOFOBIA É RACISMO E DISCURSO DE ÓDIO NÃO É LIBERDADE DE EXPRESSÃO!


Denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro (RJ), pelo crime de racismo.

Ao comentar as declarações de Bolsonaro sobre homossexuais, Barroso destacou que, segundo relatório do Grupo Gay da Bahia, no ano de 2016, 343 integrantes da comunidade LGBT foram assassinados no Brasil. Em 2017, esse número saltou para 445.


"A homofobia mata e, portanto, não devemos tratar com indiferença discursos de ódio e agressão física em relação a pessoas que já sofrem outras dificuldades e outros constrangimentos. Não se trata de pré-julgamento, não se trata de juízo de culpabilidade, aqui é o momento de mero recebimento da denúncia", disse Barroso.

"O modo como nessas declarações foram tratadas pessoas negras, quilombolas e as pessoas de orientação sexual gay comporta o recebimento da denúncia", concluiu Barroso.


Leia Mais aqui: https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/denuncia-de-bolsonaro-divide-1a-turma-do-stf-mas-julgamento-e-suspenso/

GGB: ASSASSINATO DE HOMOSSEXUAIS (LGBT) NO BRASIL: RELATÓRIO 2014



ASSASSINATO DE HOMOSSEXUAIS (LGBT) NO BRASIL:
RELATÓRIO 2014



Levantamento de dados diligentemente realizado por Eduardo Michels, pesquisador e administrador do portal Homofobia Mata.


O Grupo Gay da Bahia (GGB) divulga mais um Relatório Anual de Assassinatos de Homossexuais no Brasil relativo a 2014. Foram documentados 326 mortes de gays,travestis e lésbicas no Brasil, incluindo 9 suicídios. Um assassinato a cada 27 horas. Um aumento de 4,1 % em relação ao ano anterior (313).

O Brasil continua sendo o campeão mundial de crimes motivados pela homo/transfobia: segundo agências internacionais, 50% dos assassinatos de transexuais no ano passado foram cometidos em nosso país. Dos 326 mortos,163 eram gays, 134 travestis, 14 lésbicas, 3 bissexuais e 7 amantes de travestis-lovers). Foram igualmente assassinados 7 heterossexuais, por terem sido confundidos com gays ou por estarem em circunstâncias ou espaços homoeróticos.

Em números absolutos, os estados onde mais LGBT foram assassinados foram São Paulo (50) e Minas Gerais (30), porém em termos relativos, Paraíba e Piauí e suas respectivas capitais, são os locais que oferecem maior risco aos LGBT de serem violentamente mortos: enquanto no Brasil como um todo, os LGBT assassinados representam 1,6 de cada um milhão de habitantes, na Paraíba esse risco sobe para 4,5 e 4,1 para o Piauí. 

Durante décadas, o Nordeste foi à região de maior incidência de crimes homofóbicos: pela primeira vez em 2014, o Centro-Oeste emerge como a região geográfica mais intolerante, com 2,9 de “homocídios” para cada 1 milhão de habitantes, seguido do Nordeste (2,1), Norte (1,5), Sudeste (1,2) e Sul – a região menos violenta, com 0,7 mortes. São Paulo e Goiás foram os estados que revelaram o maior aumento destes crimes, respectivamente de 29 para 50 e de 10 para 21, enquanto Pernambuco e Rio Grande do Sul diminuíram. No Centro Oeste, o Mato Grosso do Sul foi o estado mais violento, (3,8 por milhão de habitantes) e o Distrito Federal, o que registrou proporcionalmente menor número de sinistros (1,0).


PORTAL HOMOFOBIA MATA
https://homofobiamata.wordpress.com/

Relatório do GGB sobre homofobia em 2013: um morto a cada 28 horas

Homofobia no Brasil: 
um LGBT morto a cada 28 horas em 2013




Estudo publicado esta semana pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) aponta que 312 gays, lésbicas, transexuais e travestis foram mortos no país em 2013. O Relatório de Assassinatos de Homossexuais em 2013 apresentou aumento de 7,7% na comparação com o ano anterior. No total, 186 homossexuais (59%), 108 travestis e transexuais (35%), 14 lésbicas (4%) e dois bissexuais (1%), além de dois heterossexuais (1%) foram mortos, dando uma média de um assassinato a cada 28 horas. Também foram incluídos pela primeira vez no estudo, realizado há 30 anos, 10 suicídios cometidos por bullying e homofobia.

O estado de Pernambuco figura o campeão de assassinatos de LGBTs, com 34 mortes, seguido por São Paulo, com 29 mortes. Os locais mais seguros para os LGBTs seriam o Acre, sem registro de morte de LGBT há 3 anos, e Espírito Santo, cujas 2 ocorrências representam 0,52 mortes para cada milhão de habitantes; o Pará com 0,63, São Paulo com 0,66, Rio Grande do Sul com 1,16, Minas Gerais com 1,21 e Rio de Janeiro com 1,22 mortes para cada milhão de habitantes.

Segundo o relatório, LGBTs entre 20 a 40 anos (55%) são os mais assassinados, embora 7% dos homossexuais tinham menos de 18 anos, sendo o mais jovem uma travesti de apenas 13 anos morta em Macaíbas, Rio Grande do Norte. 100 dos assassinatos foram praticados com arma branca (faca, punhal, canivete, foice, machado, tesoura), 93 com armas de fogo, 44 espancamentos (paulada, pedrada, marretada), 31 por asfixia e 4 foram queimados.

Os requintes de crueldade encontradas nestas mortes monitoradas por meio de relatos da imprensa incluem excesso de tiros, afogamentos, atropelamentos, enforcamentos, degolamentos, empalhamentos, violência sexual e tortura.

Para antropólogo Luiz Mott, fundador do GGB, “99% destes homocídios contra LGBTs têm como agravante seja a homofobia individual, quando o assassino tem mal resolvida sua própria sexualidade e quer lavar com o sangue seu desejo reprimido; seja a homofobia cultural, que pratica bullying e expulsa as travestis para as margens da sociedade onde a violência é endêmica; seja a homofobia institucional, quando o Governo não garante a segurança dos espaços frequentados pela comunidade LGBT ou como fez a presidente Dilma, ao vetar o kit anti-homofobia, que deveria ter capacitado mais de 6 milhões de jovens no respeito aos direitos humanos dos homossexuais”.

Na região Sul, o Paraná teve 15 mortes, Rio grande do Sul 13 e Santa Catarina registrou oito assassinatos de LGBTs. O Sul concentrou 34% dos crimes no país, ficando sendo menos seguro do que o Centro Oeste e a região Norte. O Nordeste mais uma vez foi a região onde mais se assassinou LGBTs no país. Curitiba ficou entre as 6 capitais onde mais se matam homossexuais no país, com 9 crimes no ano passado.

Salvador - 27/06/13 - 14h no Campo Grande - Ato contra o projeto de "cura gay"

GGB E FORUM LGBT organizam ato contra "cura gay"



Marcelo Cerqueira critica pressão
de deputados evangélicos no governo



Por Raul Spinassé | Ag. A TARDE



O Grupo Gay da Bahia (GGB) e o Fórum Baiano LGBT organizam nesta quinta-feira, 27, um ato contra o projeto de "cura gay" aprovado na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara de Deputados, que é presidida pelo deputado e pastor Marco Feliciano. A "bandeira" da manifestação, que acontece no Dia Mundial do Orgulho Gay/ LGBT, é "cura gay é crime contra os direitos do cidadão".

O movimento acontece às 14 horas, no Campo Grande, em Salvador. O protesto do GGB acontece no mesmo local e dia de mais uma manifestação do Movimento Passe Livre. O objetivo do grupo gay baiano é unir as duas manifestações.

O GGB ressalta que o presidente da comissão, o deputado Feliciano, pressiona o governo a aprovar seus projetos. "Os fundamentalistas evangélicos vivem fazendo chantagem contra o governo. Pressionaram Dilma para vetar o kit anti-homofobia e recentemente interferiram na campanha de prevenção para prostitutas. Assim começou o Nazismo e, se não revertermos esses atentados contra o estado laico, corremos o risco de uma guerra religiosa no Brasil!", diz o presidente do GGB, Marcelo Cerqueira, por meio de nota.

RELATÓRIO 2012 DO GRUPO GAY DA BAHIA SOBRE ASSASSINATO DE HOMOSSEXUAIS (LGBT) NO BRASIL





ASSASSINATO DE HOMOSSEXUAIS (LGBT) NO BRASIL:



Publicado por Dudu Michels em 10 de janeiro de 2013 em APRESENTAÇÃO

Visite o portal Homofobia Mata: https://homofobiamata.wordpress.com/author/leme2012/


RELATÓRIO 2012

O Grupo Gay da Bahia (GGB) divulga mais um Relatório Anual de Assassinato de Homossexuais (LGBT) relativo a 2012. Foram documentados 338 assassinatos de gays, travestis e lésbicas no Brasil, incluindo duas transexuais brasileiras mortas na Itália. Um assassinato a cada 26 horas! Um aumento de 21% em relação ao ano passado (266 mortes) crescimento de 177% nos últimos sete anos.

Os gays lideram os “homocídios”: 188 (56%), seguidos de 128 travestis (37%), 19 lésbicas (5%) e 2 bissexuais (1%). Em 2012 também foi assassinado brutalmente um jovem heterossexual na Bahia, confundido com gay, por estar abraçado com seu irmão gêmeo. O Brasil confirma sua posição de primeiro lugar no ranking mundial de assassinatos homofóbicos, concentrando 44% do total de execuções de todo o planeta. Nos Estados Unidos, com 100 milhões a mais de habitantes que nosso país, foram registrados 15 assassinatos de travestis em 2011, enquanto no Brasil, foram executadas 128 “trans”.O risco, portanto, de uma trans ser assassinada no Brasil é 1.280% maior do que nos Estados Unidos.

O GGB, que há mais três décadas coleta informações sobre homofobia no Brasil denuncia a irresponsabilidade dos governos federal e estadual em garantir a segurança da comunidade LGBT: a cada 26 horas um homossexual brasileiro foi barbaramente assassinado em 2012, vítima da homofobia. Nunca antes na história desse país foram assassinados e cometidos tantos crimes homofóbicos. A falta de políticas públicas dirigidas às minorias sexuais mancha de sangue as mãos de nossas autoridades.

Crimes por região, estado e capital. Apesar de São Paulo ser o estado onde mais LGBT foram assassinados, 45 vítimas, Alagoas com 18 homicídios é o estado mais perigoso para homossexuais em termos relativos, com um índice de 5,6 assassinatos por cada milhão de habitantes, sendo que para toda a população brasileira, o índice é 1,7 vítimas LGBT por milhão de brasileiros. Paraíba ocupa o segundo lugar, com 19 assassinatos e 4,9 crimes por milhão, seguido do Piauí com 15 mortes, 4,7 por milhão de habitantes. No outro extremo, os estados onde registraram-se menos homicídios de LGBT foram o Acre – aparentemente nenhuma morte nos últimos dois anos, seguido de Minas Gerais, cujas 13 ocorrências representam 0,6 mortes para cada milhão de habitantes, Rio Grande do Sul e Maranhão com 0,7, Rio de Janeiro com 0,8 e São Paulo, 1,07 mortes por cada milhão de habitantes.

Como nos anos anteriores, o Nordeste confirma ser a região mais homofóbica do Brasil, pois abrigando 28% da população brasileira, aí concentraram-se 45% das mortes, seguido de 33% no Sudeste e Sul , 22% no Norte e Centro Oeste. Embora Manaus tenha sido a capital onde foi registrado o maior número de assassinatos, 14, numero altíssimo se comparado com os 12 de São Paulo, em termos relativos, Teresina é a capital mais homofóbica do Brasil, com 15,6 homicídios para pouco mais de 800 mil habitantes, seguida de Joao Pessoa, com 13,4 mortes para 700 mil. Maceió ocupa o terceiro lugar, com 10,4 assassinatos para pouco mais de 900 mil habitantes, enquanto S.Paulo teve 12 mortes de lgbt, o que representa 1,05 para mais de 11 milhões de moradores.

Não se observou correlação evidente entre desenvolvimento econômico regional, escolaridade, religião, raça, partido político do governador e maior índice de homofobia letal.
A pesquisa. Segundo o coordenador desta pesquisa, o Prof. Luiz Mott, antropólogo da Universidade Federal da Bahia, “a subnotificação destes crimes é notória, indicando que tais números representam apenas a ponta de um iceberg de violência e sangue, já que nosso banco de dados é construído a partir de notícias de jornal, internet e informações enviadas pelas Ongs LGBT, e a realidade deve certamente ultrapassar em muito tais estimativas. Dos 338 casos, somente em 89 foram identificados os assassinos, sendo que em 73% não há informação sobre a captura dos criminosos, prova do alto índice de impunidade nesses crimes de ódio e gravíssima homofobia institucional/policial que não investiga em profundidade tais homicídios. 

Impunidade observada não apenas no pobre e homofóbico Nordeste, como no Rio Grande do Norte, com 9 dentre 10 crimes impunes, mas também no rico e civilizado Sul, como no Paraná, que dos 19 homocídios, 15 permanecem impunes. Para o Presidente do Grupo Gay da Bahia, Marcelo Cerqueira, “o mau exemplo vem da própria Secretária Nacional de Segurança Pública, Regina Mick, que declarou recentemente que ‘não existem no Brasil crimes com conotação homofóbica’, ignorando a crueldade da homofobia cultural que estigmatiza e empurra as travestis para a marginalidade, assim como o efeito pernicioso dos sermões dos fundamentalistas ao demonizar os gays, acirrando sobretudo entre os jovens o ódio anti-homossexual.”

Perfil das vítimas: 

Quanto a idade, 7% dos LGBT tinham menos de 18 anos ao serem assassinados, sendo o mais jovem um adolescente gay paulista de 13 anos que se suicidou por não aguentar o bullying que vinha sofrendo em casa e na escola. Suicidas homossexuais também são considerados vítimas da homofobia. 44% desses mortos tinham menos de 30 anos e 8% mais de 50. A faixa etária que apresenta maior risco de assassinato, 57%, situa-se entre 20-40 anos. A vítima mais velha tinha 77 anos, Wilson Brandão de Castro, proprietário de uma sauna em Belo Horizonte, assassinado com 7 tiros.

Quanto à composição racial, chama a atenção o desinteresse dos jornalistas e policiais em registrar a cor dos LGBT assassinados, apenas 42% das vítimas são identificadas e dentre estas, há pequena superioridade de pardos e pretos, 53% para 47% de brancos. Os/as pretos são o menor grupo vítima da homofobia letal, 7,5%, estando ausentes no segmento das lésbicas.

Os homossexuais assassinados exerciam 48 diferentes profissões, confirmando a presença do “amor que não ousava dizer o nome” em todas as ocupações e estratos sociais. Predominam as travestis profissionais do sexo, 72 das vítimas (45%), seguidas de 19 comerciantes, 16 professores, 9 cabeleireiros e empresários, 7 pais de santo, 2 políticos e jornalistas, etc.
Quanto à causa mortis, repete-se a mesma tendência dos anos anteriores, confirmando pela violência extremada, tratar-se efetivamente tais mortes do que a Vitimologia chama de crimes de ódio: 115 dos assassinatos foram praticados com armas de fogo, 88 com arma branca (faca, punhal, canivete, foice, machado, tesoura), 50 espancamentos (paulada, pedrada, marretada), 8 foram queimados. Constam ainda afogamentos, atropelamentos, enforcamentos, degolamentos,asfixia, empalamentos e violência sexual, tortura. Oito das vítimas levaram mais de uma dezena de golpes ou projéteis: José Pedro do Santos, de Ibititá, Ba, morreu com mais de 30 facadas; Dimitri Cabral, gay de 20 anos de Campina Grande, PB, foi morto com 19 tiros.

Característica dos crimes:

O padrão predominante é o gay ser assassinado dentro de sua residência, com armas brancas ou objetos domésticos, enquanto as travestis e transexuais são mortas na pista, a tiros. Um dos crimes mais chocantes ocorreu em fevereiro de 2012: gay Wilys Vitoriano, negro, 26 anos, foi encontrado morto, dentro da casa em que morava, no centro de Vila Velha, ES: “o cenário na casa era de horror. Havia manchas de sangue em várias partes da residência. A vítima estava apenas de sunga e apresentava 68 perfurações no corpo, causadas por diferentes objetos cortantes e na parede da casa de um dos vizinhos, apareceu uma pichação com os dizeres: VIADOS”.

Em Alagoas, no município sertanejo de Olivença, 10 mil habitantes, a travesti Soraia, 39 anos, foi amordaçada, teve pedaços de madeira introduzidos no ânus e o pênis queimado com álcool. Sobreviveu alguns dias, com muitas dores, exalando odor de podridão, até que foi operada, sendo retirado do intestino grosso um pedaço de madeira de 15 cm, morrendo logo a seguir com infecção generalizada.

Em abril, outro crime bárbaro chocou a cidade de Bequimão, no Maranhão. Um adolescente de 14 anos foi assassinado pelo padrasto de 25 anos porque não aceitava que o enteado fosse gay assumido. A vítima foi encontrada enterrada em um terreno nas proximidades de onde morava e segundo a polícia, havia indícios que o garoto teria sido enterrado vivo pelo padrasto, que conseguiu fugir.

2012 fica marcado como o ano em que mais lésbicas foram assassinadas em toda história do Brasil: 19, sendo que nos anos anteriores oscilaram os crimes lesbofóbicos entre 1 a 10 casos anuais. Durante os mandatos de FHC foram assassinadas 27 lésbicas, enquanto no governo Lula/Dilma mataram 44, um aumento de 63% nos últimos 9 anos. Na Bahia, em agosto último, duas lésbicas de 22 e 25 anos, vivendo juntas com a aprovação de suas famílias, foram covardemente assassinadas a tiros quando andavam de mãos dadas no centro comercial de Camaçari. Em Salvador, após uma discussão, um vizinho invadiu a casa de outro casal de lésbicas de 19 e 22 anos, esfaqueando-as, causando a morte da mais jovem. 

Dentro do segmento LGBT, as travestis e transexuais são as mais vulneráveis face aos crimes letais: contando com uma população estimada em 1 milhão de pessoas, o risco de uma trans ser assassinada é 9.354% maior do que a soma das demais categorias, gays/lésbicas/bissexuais, que juntas devem representar por volta de 19 milhões de pessoas, ou seja, 10% da população brasileira, tomando como referência o Relatório Kinsey.

Assassinos: 

Quanto aos autores destes crimes homofóbicos, a mídia é extremamente lacunosa, já que apenas 1/4 dos homicidas foram identificados nos inquéritos policiais. Destes, 17% tinham menos de 18 anos, demonstrando o altíssimo índice de homofobia entre os jovens, 85% abaixo de 30 anos. 21% desses crimes foram praticados por 2 a 4 homens, aumentando ainda mais a vulnerabilidade da vítima. Predominam entre estes criminosos, seguranças particulares, rapazes de programa e ocupações de baixa remuneração, muitos destes crápulas já com passagem pela polícia e uso de revólver, já que 44% das mortes foram praticadas com arma de fogo.

Crimes Homofóbicos.

 Seriam todos esses 338 assassinatos crimes homofóbicos? O Prof.Luiz Mott é categórico: “99% destes homocídios contra LGBT têm como agravante seja a homofobia individual, quando o assassino tem mal resolvida sua própria sexualidade e quer lavar com o sangue seu desejo reprimido; seja a homofobia cultural, que pratica bullying e expulsa as travestis para as margens da sociedade onde a violência é endêmica; seja a homofobia institucional, quando o Governo não garante a segurança dos espaços freqüentados pela comunidade lgbt ou como fez a Presidente Dilma, vetou o kit anti-homofobia, que deveria ter capacitado mais de 6milhões de jovens no respeito aos direitos humanos dos homossexuais.” 

Para o analista de sistemas Dudu Michels, “quando o Movimento Negro, os Índios ou as Feministas divulgam suas estatísticas, não se questiona se o motivo de todas as mortes foi racismo ou machismo, porque exigir só do movimento LGBT atestado de homofobia nestes crimes hediondos? Ser travesti já é um agravante de periculosidade dentro da intolerância machista dominante em nossa sociedade, e mesmo quando um gay é morto devido à violência doméstica ou latrocínio, é vítima do mesmo machismo que leva as mulheres a serem espancadas e perder a vida pelas mãos de seus companheiros, como diz o ditado, ‘viado é mulher tem mais é que morrer!”

Um crime emblemático. Na avaliação dos responsáveis pela manutenção deste Banco de Dados, dentre os 338 assassinatos de LGBT documentados em 2012, o mais emblemático é o caso de Lucas Fortuna, 28 anos, jornalista de Goiânia, destacado ativista gay, morto aos 19-11-2012 por dois assaltantes numa praia na região metropolitana de Recife. Seu corpo com o rosto desfigurado foi encontrado com profundas marcas de espancamento. Irresponsavelmente o Departamento de Homicídios de Pernambuco declarou tratar-se de latrocínio, descartando ódio homofóbico. Presos os dois assassinos confessaram ter na mesma noite assaltado quatro indivíduos, limitando-se a roubar-lhes o celular. No caso de Lucas, espancaram-no, saltaram encima de seu corpo e jogaram-no ao mar de um penhasco de dez metros. Porque mataram com tanto ódio apenas o gay? Homofobia! A imprensa considerou Lucas Fortuna o “Herzog dos gays”!

O Grupo Gay da Bahia disponibiliza em seu site https://homofobiamata.wordpress.com/ o banco de dados completo com todas as notícias de jornal, vídeos, tabelas e gráficos sobre todos os 338 assassinatos de LGBT de 2012, assim como o manual “Gay vivo não dorme com o inimigo” como estratégia para erradicar esse “homocausto”.

Solução contra crimes homofóbicos. Para o Presidente do GGB, Marcelo Cerqueira, “há quatro soluções emergenciais para a erradicação dos crimes homofóbicos: educação sexual para ensinar à população a respeitar os direitos humanos dos homossexuais; aprovação de leis afirmativas que garantam a cidadania plena da população LGBT, equiparando a homofobia ao crime de racismo; exigir que a Polícia e Justiça investiguem e punam com toda severidade os crimes homo/transfóbicos e finalmente, que os próprios gays, lésbicas e trans evitem situações de risco, não levando desconhecidos para casa e acertando previamente todos os detalhes da relação. A certeza da impunidade e o estereótipo do gay como fraco, indefeso, estimulam a ação dos assassinos.”

Para mais informações e entrevistas: luizmott@oi.com.br
(71) 3328.3782 – 9989.4748 – 9128.9993


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO


Parabéns ao querido Eduardo Michels pelo excelente trabalho de coleta e sistematização das notícias sobre crimes homofóbicos e transfóbicos. O trabalho publicado pelo Grupo Gay da Bahia, graças a esse esforço, retrata claramente a tragédia que é a homofobia para a população desse país - uma mancha que suja nossa história a cada ano.

Governos municipais, estaduais e federal, quanto desse sangue pode ser colocado na conta dos senhores? Não precisam responder. Basta criar políticas de combate à homofobia e de empoderamento dos cidadãos (LGBT) vulneráveis.

Quer casar? Vai para a Bahia! ;)




Colegas,

A recente aprovação do casamento homoafetivo pela Corregedoria da Justiça da Bahia é crucial vitória, resultado de décadas de luta do GGB visando o direito ao casamento, seja produzindo textos sobre o tema, seja realizando açoes concretas e participando de eventos destinados a este fim.Vou arrolar, de memória, estes principais atos pra mostrar o quão imptte e sucessfull foi esse nosso ativismo.

1. Nos anos 80 o GGB realizou em Salvador o primeiro casamento coletivo lesbigay do Brasil: na sede do sindicado do Banco do Brasil, na av.7, Marcel o e Mott e mais um casal de gays e um casal de lésbicas se casaram, tendo como oficiante o Pastor Onaldo Pereira, de Rio Verde, GO, salão lotado, gente sem poder entrar, com presença do Presidente da Assoc.dos prof.da UFBa e da Diretor da FAc.Filosofia da UFBa entre outros Vips. O presidente do sindicato então se tornou depois deputa federal, grande aliado!

2. Nos anos 90, Mott falou na Camara dos deputados em Brasilia na comissão de debate sobre contrato de união civil entre pessoas do mesmo sexo. Nesta mesma época o GGB publicou dois livretos O CASAMENTO HOMOSSEXUAL NO MUNDO e OPINIÃO DE PADRES E PASTORES SOBRE CASAMENTO HOMOSSEXUAL, com ampla divulgação, demonstrando o state of arts sobre o tema, além do artigo PORQUE SOU A FAVOR DO CASAMENTO HOMOSSEXUAL, pubicado no jornal Nos Por exemplo. Ainda nesta década, a Assoc.dos Profs. Da UFBA reconhece Marcelo Cerqueira a condição de companheiro de mott, beneficiando-se do mesmo plano de saúde. Varias tentativas de Mott para incluir marcelo na condição de união de fato, reconhecida aos funcionários heterossexuais da UFBa, foram recusadas pela assessoria jurídica e motivo de escárnio pelo jornalista homofobico Berbert da Tarde.

3. Nos inícios de 2000, o GGB criou o LIVRO DE REGISTRO DE UNIÃO ESTÁVEL ENTRE HOMOSSEXUAIS, iniciativa reconhecida pelo INSS como prova valida para documentar processo de pedido de aposentadoria, pensão, etc. Esse livro de UNIÃO ESTAVEL foi disponibilizado por dezenas de grupos lgbt pelo Brasil a fora, realizando celebrações de uniões de gays e lésbicas, com vários casos de viúvos e viúvas que passaram a receber pensão do INSS.

4. Janeiro de 2012, o GGB envia representação a Corregedoria da Justiça da Bahia requerendo o reconhecimento e registro do casamento homoafetivo nos mesmos moldes já reconhecido pela Justiça de Alagoas. O Corregedor em fim de exercício transferiu ao substituto a decisão. O GGB manda o mesmo oficio ao novo corregedor em abril PP. Entrementes, telefonei mais de dez vezes ao Forum cobrando com o chefe de gabinete a resolução da demanda. Entrei em contacto com a Dra. Maria Berenice, que se dispôs a dialogar com o Corregedor em nosso favor.

5. Finalmente, em outubro Bahia legaliza o casamento gay no Estado a partir de novembro
noticias.terra.com.br › Brasil

2 dias atrás – Bahia legaliza o casamento gay no Estado a partir de novembro ... pela desembargadora Ivete Caldas, corregedora- geral da Justiça, e pelo ...

Portanto, temos a felicidade de incluir agora o CASAMENTO HOMOAFETIVO NA BAHIA entre as muitas e maravilhosas conquistas do GGB para a cidadania homossexual nestes 32 anos de militância, esperando que a mesma iniciativa seja concretizada em todos os demais estados da federação.

Parabens ao GGB e a seus coordenadores e ativistas por mais esta vital vitoria pela cidadania lgbt. Planejemos, juntamente com o Forum Baiano LGBT a realização de um grande casamento coletivo para demonstrar a sociedade baiana e brasileira que a história está do nosso lado!

Luiz Mott

GGB não quer Malafaia como soteropolitano

GGB não quer Malafaia como soteropolitano

Foto: Divulgação

Proposta do vereador Héber Santana (PSC) de conceder título de cidadão de Salvador ao pastor Silas Malafaia, líder da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, causa indignação na comunidade homossexual; às vésperas da 11ª Parada Gay, que acontece neste domingo (9), o Grupo Gay da Bahia (GGB) protesta contra o "comportamento homofóbico" de Malafaia e afirma que a concessão da honraria é um "atentado aos direitos humanos da comunidade LGBT"; grupo iniciou campanha contra a concessão do título ao religioso nas redes sociais.


Por Bahia 247
07 de Setembro de 2012 


Os vereadores não hesitam na distribuição de Título de Cidadão de Salvador. A lei que dispõe sobre a honraria tem como prerrogativa observar que o homenageado deve ter prestado "serviços relevantes à sociedade soteropolitana". Curioso é que os parlamentares não seguem à risca o que diz a lei. Até Michael Jackson, o rei do pop, já foi homenageado depois de falecido.

O próximo cidadão soteropolitano oficializado será o pastor Silas Malafaia, líder da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo. A concessão do título, no entanto, está desagradando e muito a comunidade homossexual soteropolitana.

Às vésperas da 11ª Parada Gay, que acontece neste domingo (9), o Grupo Gay da Bahia (GGB) protesta contra o "comportamento homofóbico" de Malafaia e afirma que a concessão da honraria que um "atentado aos direitos humanos da comunidade LGBT".

O grupo iniciou campanha contra o título no Facebook e Twitter. A ação estimula que os integrantes das redes sociais protestem no perfil da Câmara de Salvador no Facebook.

O proponente do título é Heber Santana (PSC), membro da Igreja Batista Missionária da Independência e integrante da bancada evangélica da Câmara de Salvador. O parlamentar diz que apesar de não concordar com a posição do GGB, a respeita, assim como tem o direito de ser respeitado. "Não temos nada contra os homossexuais, só contra a prática do homossexualismo", diz o social cristão.

O GGB, no entanto, não pretende ficar apenas nas redes sociais. Pretende dar entrada em uma representação no parlamento municipal questionando "suposto desrespeito ao Regimento da Câmara Municipal de Salvador". Alega que, como o título de cidadão é "concedido a pessoas nascidas fora da capital baiana e que tenham prestado relevantes serviços ao município de Salvador", Malafaia não teria os tais "relevantes serviços" à capital baiana.

Semana da diversidade e a XI Parada Gay da Bahia


De 01° a 09 de setembro ocorre, em Salvador, a Semana da diversidade e a XI Parada Gay da Bahia. 

Mais informações acesse:  http://abre.ai/gKt

Salvador terá semana da diversidade

SEMANA DA DIVERSIDADE EM SALVADOR - BA



Fernando Vivas | Agência A TARDE



A Parada Gay será um dos produtos turísticos da capital


O Grupo Gay da Bahia (GGB) lança oficialmente nesta quinta, 16, às 9h, no auditório Mãe Menininha do Gantois, no Centro de Convenções da Bahia, a Semana da Diversidade Cultural, que antecede a 11ª Parada Gay da Bahia.

A Semana da Diversidade Cultural, que acontecerá de 01 a 09 de setembro, envolve seminário, mostra de filmes, feira cultural de negócios e serviços e instalações artísticas de artes visuais, até culminar na Parada Gay. O objetivo, segundo Marcelo Cerqueira, presidente do GGB, é a promoção da cidadania, cultura e direitos civis dos LGBT na Bahia.

A Semana da Diversidade tem o apoio das Secretarias de Cultura, do Turismo, da Promoção da Igualdade, de Comunicação, de Justiça, de Cidadania e Direitos Humanos e da Saúde. Conta ainda com o Ministério da Saúde, através do Departamento Nacional de DST/Aids e Hepatites Virais, os Correios e a prefeitura de Salvador. Este ano, a semana tem como madrinha a senadora Marta Suplicy.

Durante a Semana da Diversidade de 2012, será realizada uma pesquisa pela Secretaria de Turismo do Estado para aferir os indicadores econômicos da Parada Gay, que a partir da edição deste ano está sendo transformada em um produto turístico. Durante o evento, também será lançado um selo Gay-Friendly, para os estabelecimentos comerciais participantes da Semana da Diversidade.

Três Coisas que Malafaia Não Responde...

Programa Vitória em Cristo, sábado, 07 de abril de 2012


Três coisas que Malafaia não responde:

1. Por que ele gasta milhões em horário de TV para perseguir os homossexuais se a mensagem que ele alega pregar é a do evangelho, e o evangelho não tem uma só palavra contra os homossexuais?

2. De que maneira o reconhecimento pleno da cidadania de pessoas LGBT pode impedir o trabalho da igreja, seja ela qual for? Diversos países do mundo reconhecem os direitos LGBT e as igrejas continuam funcionando como sempre funcionaram.

3. Que razão legitimamente política, jurídica, filosófica ele apresenta (nunca apresentou!) para dizer que uma lei que criminalize a homofobia é menos válida do que uma lei que criminalize o racismo, a discriminação contra a mulher, contra o idoso, etc? Se dizer apenas 'não matarás' fosse suficiente, não teríamos um denso código penal. Além disso, homofobia não é só matar, mas discriminar, humilhar, ridicularizar, demitir, impedir acesso, recusar serviço, etc., com base em orientação sexual ou identidade de gênero.

Nada disso, Silas Malafaia explicou no meio da cortina de fumaça que ele criou contra Toni Reis, ABGLT e Ministério Público. Felizmente, a Justiça desse país não se ilude com aquela papagaiada (ou malafaiada) do programa 'Vitória em Cristo', que deveria ser - se considerado sob os princípios cristãos mais elevados - 'Vergonha para Cristo'.

Firme, Toni! Siga firme.

Vale para Mott e todos os outros militantes que corajosamente têm enfrentado essa ala de conservadores da morte.

Sergio Viula





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Lista dos maiores inimigos direitos gays em 2012 é encabeçada por Dilma (GGB)

Grupo da BA elege Dilma maior inimiga dos gays em 2012

08 de março de 2012 


 
Nota deste blogueiro:
Dilma Roussef: Ao vetar o projeto Escola sem Homfobia
para agradar a bancada fundamentalista, ela reforçou a mentira de que o projeto era descabido 
e deixou Haddad, então Ministro da Educação, na fogueira dos inquisidores modernos.




LUCAS ESTEVES
Direto de Salvador


O Grupo Gay da Bahia (GGB) divulgou nesta quinta-feira os "ganhadores" do Troféu Pau de Sebo, que elege os maiores inimigos dos homossexuais brasileiros no ano em diversos quesitos. Em 2012, a vencedora foi a presidente Dilma Rousseff (PT), que puxou uma série de políticos listados na premiação, realizada há 22 anos.

De acordo com o GGB, o veto ao kit anti-homofobia escolar foi o motivo que levou a presidente ao posto de maior inimiga dos homossexuais no Brasil. O grupo alega que, com a queda do projeto, mais de 6 milhões de estudantes deixaram de ser capacitados para atuar contra a homofobia e pela defesa os direitos da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros). A ausência do kit, segundo o grupo, ainda estimula o bullying homofóbico.

O presidente de honra do grupo, o sociólogo Luiz Mott, lamentou ter que dar o prêmio à presidente, que, segundo ele, teve a chance de promover uma reviravolta contra a homofobia no Brasil e a desperdiçou voluntariamente. "Eu gostaria que pudesse dar à presidenta aplausos, e não vaias, como as que ela tem recebido em paradas gays em todo o Brasil recentemente por ter vetado o kit", afirmou.

Para ele, o veto de Dilma à iniciativa ocorreu por dois motivos. O primeiro seria o que ele considera uma "homofobia internalizada" por parte da presidente, que estaria continuamente se afastando dos movimentos LGBT. O segundo, de acordo com Mott, é a relação política que a presidente cultiva com grupos considerados homofóbicos pelo GGB, em especial os evangélicos.

"Ela está cada vez mais se aproximando dos evangélicos, que a obrigam a tomar determinadas decisões colocando debaixo do braço a Bíblia Sagrada", disse o sociólogo. Mott afirmou ainda que, se o prêmio fosse físico e Dilma viesse recebê-lo em Salvador, diria à petista que ela ainda tem condições de reparar os "malfeitos que tem cometido contra os homossexuais". "O perdão sempre é possível desde que haja conversão para o lado do bem."

Outros políticos listados pelo GGB, todos por supostas declarações homofóbicas, foram os senadores Marcelo Crivella (PRB-RJ), atual ministro da Pesca, e Magno Malta (PR-ES), além dos deputados federais João Campos (PSDB-GO), Ronaldo Fonseca (PR-DF), Marco Feliciano (PSC-SP), Anthony Garotinho (PR-RJ), André Zacarov (PMDB-PR), Lauriete, (PSC-ES), Acelino Popó (PRB-BA), Salvador Zimbaldi (PDT-SP) e Áureo Moreira Ribeiro (PRTB-RJ).

Na categoria personalidades, o escolhido foi o ator Marcelo Serrado, que interpreta o homossexual Crô na novela Fina Estampa. O artista declarou que é contra o beijo gay na televisão e que não gostaria que sua filha visse uma cena assim. Ele foi listado ao lado da travesti Rogéria, que também se declarou contra. Já o lutador Rodrigo Minotauro também fez parte da lista por dizer na TV que não treinaria um aluno gay.

Fonte do texto: Site Terra. A foto não faz parte do texto do Terra.

GGB elogia campanha tríplice do Ministério da Saúde para gays, heteros e travestis

Saúde vai direto no alvo da prevenção durante o carnaval 2012

GGB elogia campanha tríplice do Ministério da Saúde para gays, heteros e travestis


Salvador, sábado, 4 de fevereiro de 2012
http://www.ggb.org.br/campanha%20aids%20ministerio%20saude%20carnaval%202012.html









Peças da campanha carnaval 2012


O Grupo Gay da Bahia (GGB) na figura do seu presidente, professor Marcelo Cerqueira, em Brasília nessa última sexta-feira, a tarde parabenizou o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde através do seu diretor Dirceu Greco e diretor ajunto Eduardo Barbosa pela campanha de prevenção da aids para o carnaval de 2012, lançada no dia 2 de fevereiro no Rio de Janeiro com a presença do Ministro Padilha da Saúde.

De acordo com o ativista Marcelo Cerqueira a campanha ficou muito bonita, comunicativa e o melhor foi que equiparou os três grupos de gêneros sem estigmatizar nenhum deles como “grupo de risco” reproduzindo a mesma cena de paquera com um casal gay, um de um homem e uma travesti, e um casal jovem heterossexual em ambientes alusivos a cada grupo.

A mensagem principal é promover o uso do preservativo nas relações sexuais com as frases “isso rola muito” e outra de apoio que diz “esperar por isso não rola”, alusivo a uma fada que traz em sua mão uma camisinha. “Genial uma campanha governamental ousar dessa maneira reconhecendo gêneros e práticas sexuais distintas das pessoas”, declarou Cerqueira alertando que o importante é se prevenir.

Ainda na opinião do ativista outro fato positivo da iniciativa para o carnaval de 2012 foi a continuidade da campanha de prevenção lançada pelo Departamento dia 1º de dezembro de 2011 que teve como foco a população de jovens gays e heterossexuais.

Cerqueira pontua que hoje em relação a sexo a juventude não é a mesma de 20 anos passados existindo agora as múltiplas identidades e práticas sexuais não hegemônicas a exemplo da bissexualidade entre os jovens de ambos os sexos que recebem estímulos dos mais diversos meios e que isso acaba aguçando a curiosidade em realizar algumas práticas sexuais. “Hoje a diversificação do desejo leva esse grupo a se relacionar sexualmente com outros grupos apenas por prazer e diversão” declarou informando ainda que não somente os jovens, mas os homens adultos se relacionam com outros homens, com mulheres, com travestis e retomam suas “preferências sexuais” de forma normal. A campanha acertou porque envolve todo esse contexto subjetivo do desejo sexual.

Foram produzidas três peças eletrônicas para divulgação pela TV e internet, que são um vídeo de 30 que mostra um casal de homem e mulher em cena de carinho na praia e um caranguejo entregando a camisinha, um casal gay masculino na balada e a presença de uma fada, um ser fantasioso, lembrando da camisinha e finalmente outro vídeo que promove o diagnóstico precoce para o HIV. Já as peças gráficas são quatro cartazes três deles dedicados aos gêneros e um com a sugestão para fazer o teste do HIV. 
Consta balões de oxigênio, bandanas, camisetas, porta-documento para pescoço e praguinhas s serem distribuídas nas ações de mobilizações durante o carnaval de Salvador, Olinda, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo, Florianópolis, Belo Horizonte e Diamantina em Minas Gerais.

Na empolgação rola de tudo. Só não rola sem camisinha. Tenha sempre a sua. 

II Encontro de travestis e transexuais mobiliza ativistas na Bahia




II Encontro de travestis e transexuais mobiliza ativistas na Bahia

Moção a SPM pede inclusão das mulheres transexuais na política


De acordo com o Grupo Gay da Bahia (GGB) as travestis e transexuais, muitas delas vivem em ambiente de vulnerabilidade social e somente em 2010 a entidade registrou 14 homicídios praticados contra a classe na Bahia. O GGB conseguiu registrar no Brasil que 8 delas pertenciam a faixa etária de 14 a 17 anos.

Muitas delas vivem em um universo considerado marginal devido à falta de oportunidade para o exercício de um trabalho socialmente aceito. A prestação de serviços sexuais é forma posta para a remuneração financeira para grande parcela. Situação hostil quando muitas delas possuem habilidades e saberes para exercer as mais variadas profissões.

A cultura machista apoiada na homofobia e na transfobia empurram essas pessoas para o exercício de uma sexualidade marginal e elas muitas vezes acabam pagando com suas próprias vidas a falta de uma política nacional de inclusão e respeito à categoria.

Orgulhosamente, gay!



Pensando estimular Gays, Lésbicas e Travestis a uma postura ativa no combate a homofobia internalizada e externa, o GGB (Grupo Gay da Bahia) sugere uma série de dicas para que os homossexuais possam melhor combater essa praga do século. São ações simples que se efetivadas de forma coletiva, certamente podem representar causar grande impacto na mudança deste comportamento imposto pela sociedade heterrorsexista.


O que você fez hoje para ter
orgulho de ser gay?


1) Você procurou conhecer os seus direitos de cidadão?

2) Você se informou e se agendou para participar dos próximos protestos, marchas e Paradas do Orgulho LGBT na sua cidade e região?

3)Você acessou algum site ou blog gay, ou postou em alguma rede social algum conteúdo combatendo a homofobia?

4) Você procurou se informar sobre as formas de registrar e denunciar alguma violência homofóbica ou alguma discriminação contra translesbigays?

5 )Você revelou hoje para alguém que é gay ou lésbica?

6) Você falou para algum membro mais próximo de sua família que é gay e tem orgulho disso?

7) Você beijou seu namorado em local público para demonstrar seu afeto?

8) Você andou de mãos dadas ou abraçados com seu namorado ou namorada publicamente hoje?

9) Você disse no seu lugar de trabalho que é gay e deseja ser respeitado por isso?

10) Você deixou de fingir ser namorado de sua lésbica ou bissexual frente a seus amigos heterossexuais e familiares, ou nas baladas?

11) Você deixou de criticar os gays mais afenimados e pintontosos só porque eles são diferentes de você?

12) Você se dirigiu de forma cordial a uma colega trans ou travesti, evitando chamar de nomes que não são socialmente aceitos por elas?

13) Você postou em seus sites de relacionamentos informação sobre sua verdadeira orientação sexual?

14) Você fez uma doação financeira ou trabalho voluntário a uma ong gay de sua cidade ou região?

15) Você deixou de apresentar mulheres bissexuais aos bofes homofóbicos que freqüenta boates GLS porque acham que é mais fácil “catar minas” que nas boates heteros?

16) Você retirou a palavra “descarto afeminados” do seu perfil anônimo em sites de relacionamentos gay?

História da Sexualidade no Brasil - artigo por Luiz Mott



História da Sexualidade no Brasil (1)


por Luiz Mott



Resumo


Quando um antropólogo aborda o tema sexualidade, o primeiro mandamento a ser enfatizado é que, enquanto no reino animal irracional as funções sexuais são determinadas fundamentalmente pelo instinto, a sexualidade humana se manifesta através de padrões culturais historicamente determinados, donde sua dinamicidade temporal e diversidade espacial e performática. A sexualidade humana é uma constructo cultural, tanto quanto os hábitos alimentares e corporais. Nascemos machos e fêmeas e a sociedade nos faz homens e mulheres. Mais ainda: o ser masculino e o ser feminino variam enorme-mente de cultura para cultura, modificando-se substantivamente ao longo das gerações dentro de uma mesma sociedade. Discutimos neste ensaio basicamente a construção histórica da sexualidade brasileira, destacando a presença primacial de três complexas matrizes sexuais: o modelo sexual hegemônico dos donos do poder, representado pela moral judaico-cristã fortemente marcada pela sexofobia, e os modelos periféricos indígena e africano, dominados por multifacetada pluralidade cultural e grande permissividade relacional. Concluímos mostrando a relação estrutural entre escravidão e o machismo.

Modelo Hegemônico Judaico-Cristão

O traço definidor da moral sexual judaico-cristã é a sexo-fobia. Diferentemente de outras culturas, onde deuses e sacerdotes praticavam toda sorte de "perversões sexuais" consideradas ou neutras do ponto de vista moral, ou mesmo virtuosas - a religião judaica prima pela dificuldade em conviver com os "vícios da carne". Javé - diferentemente dos Orixás, de Apolo e Tupã, é um deus assexuado. O céu judaico-cristão -tão diverso dos congêneres dos muçulmanos e germanos - é um paraíso assexual, onde os que na terra foram virgens ou celibatários estarão mais próximos do trono do Cordeiro e da Virgem Maria.

Como traços cardeais da cultura sexual abraâmica, salientam-se o tabu da nudez, o machismo, o patriarcado, a monogamia e indissolubilidade do matrimônio como alicerces da família nuclear, a noção de honra e a virgindade pré-nupcial como requisito para as alianças matrimoniais.

Modelo tão rígido comportou, desde os tempos bíblicos, espaço para os desvios, que mesmo castigados alguns até com o apedreja-mento ou a fogueira, fizeram parte integrante do modus vivendi de nossos antepassados. Adultério, concubinato, sodomia e violência sexual - todos condenados pelos rabinos e sacerdotes - nem por isto foram completamente eliminados do orbe cristão, e abundam nos arquivos os processos civis e religiosos contra tais pecadores, personagens freqüentes em nosso passado colonial. Uma das representações mentais mais interessantes e persistentes entre nossos ante-passados ibéricos transplantada para o Novo Mundo foi o que os teólogos chamavam "heresia contra a fornicação simples" em razão da qual inúmeros colonos de norte a sul do Brasil foram denunciados à Santa Inquisição, por defenderem a proposição herética de que não eram pecado os atos sexuais entre pessoas desimpedidas (i.e., que não fossem casadas, virgens ou que tivessem votos religiosos). Outros, igualmente investigados pela sanha inquisitorial, eram acusados de propalarem que "era melhor se casar do que ser padre", em franca oposição ao ensinamento do donzelo Apóstolo Paulo.

Não bastassem as ameaças representadas pelos "heterodoxos" descendentes dos primitivos colonizadores, a moralidade imposta pelo Levítico e Catecismo Romano sofreu seu mais grave embate através do confronto de outros modelos sexuais, aos quais chamamos de "periféricos", posto terem sido tratados sempre como marginais por parte dos donos do poder hegemônico. Referimo-nos às matrizes sexuais indígena e africana.


Matrizes periféricas: Índios e Africanos


É incorreta a suposição de que índios e africanos ostentassem, cada etnia per si, uma conduta sexual homogênea. O correto é falarmos de "sexualidades indígenas" e "sexualidades africanas" posto coexistirem, lado a lado, na Ameríndia e no Continente Africano, centenas e centenas de padrões sexuais completa-mente diversos e às vezes antagônicos. Em comum, podemos detectar duas macro-tendências: a enorme diversidade estrutural destas sexualidades e uma menor rigidez repressiva, levando-se em o conta que se tratam de sociedades ágrafas e pour cause, baseadas em tradição oral menos rígida se comparada com sociedades dominadas por códigos e leis escritas - algumas - delas, como a judaica, mandamentos escritos em tábuas de pedra e re-veladas pela própria divindade.

Se tomarmos como inspiração a sexualidade dos índios Tupinambá, a primeira constatação, que tanto chocou os cronistas coloniais, é a relação absolutamente neutra que tais silvícolas mantinham com a nudez, além de primarem por desbragada luxúria, falando constantemente entre si de suas "sujidades", incansáveis em procurar variegados gozos eróticos, conhecendo diversos afrodisíacos e magias sexuais, que os cristãos interpretaram como coisas do Diabo. Polígamos, tais nativos praticavam uma espécie de gerontocracia sexual onde os mais velhos guerreiros, aqueles que tinham matado o maior número de inimigos, tinham maior acesso às mulheres mais jovens. Não só os Tupinambá, como diversas outras tribos nas três Américas, abrigavam em suas al-deias grande número de "invertidos sexuais " de ambos os sexos, chamando aos homossexuais masculinos de "tibira" e às lésbicas de "çacoaimbeguira".

Quanto à sexualidade dos africanos que vieram escravizados pa-ra o Novo Mundo, os traços mais comuns, que aproximariam a enorme diversidade cultural das centenas de etnias envolvidas na diáspora negra, seriam, além da poligamia poligínica, a prática de mutilações sexuais geralmente associadas a ritos de iniciação na infância ou puberdade. Se tomarmos como exemplo algumas etnias do antigo Reino de Benin - de onde procedeu a mais importante leva de africanos no último século do escravismo, notamos como elementos característicos de sua sexualidade a grande liberdade sexual das crianças e adolescentes, tolerância à masturbação recíproca, prática da circuncisão dos meninos e clitoridectomia nas donzelas.

"Não há escravidão sem depravação sexual. É da essência mesmo do regime..." dizia Gilberto Freyre, demonstrando cabalmente que a exacerbação erótica observada no Brasil Colonial deve ser ex-plicada não por "defeito" da raça africana, mas pelo abuso de uma raça por outra: "ao senhor branco, e não á colonização negra deve-se atribuir muito da lubricidade brasileira."

O que temos como certo é que o machismo ibérico assumiu - no Novo Mundo, devido às condições demográficas e sociológicas da escravidão, uma feição muito mais agressiva e virulenta do que a observada em Portugal e Espanha à época das Descobertas. Abaixo do Equador, onde os brancos donos do poder representavam por volta de um quarto dos habitantes, somente a extrema violência e o autoritarismo conseguiram manter submissa toda aquela massa populacional de negros, índios e mestiços, infelizes seres humanos tratados a fogo e ferro pela mino-ria senhorial. Numa sociedade tão marcada pela injustiça social, somente homens ultraviolentos seriam capazes de manter ordem e respeito junto à "gentalha", daí ter-se desenvolvido um código de hipervirilidade, que anatematizava, entre os machos brancos, qualquer conduta ou sentimento "feminino", pois ameaçavam a própria manu-tenção dessa sociedade estamental e oligárquica. Aí está a raiz do machismo à brasileira, filho bastardo da escravidão.

"Há males que vêm para bem", diz o brocardo popular, e no caso do regime servil, podemos pinçar alguns elementos que influenciaram positivamente nossa ideologia e práticas sexuais hodiernas. Embora não possamos concordar que nosso país seja um exemplo de "democracia racial', dadas as desigualdades sociais ainda hoje dominantes em nosso meio, não há como negar que as interações sexuais interraciais se deram no Brasil com muito maior freqüência, com menos violência e com maior "cordialidade" do que nos demais países escravistas. Diferentemente de outras sociedades, nas quais os senhores manifestavam nojo e repulsa sexual vis-a-vis às fêmeas das "raças inferiores", entre nós desenvolveu-se um erotismo mestiço que fez da mulata hoje, e da negra "mina" no século XVIII, o modelo mais cobiçado de parceira sexual. Como dizia no século passado Charles Expilly, na sua instigante obra Costumes e Mulheres do Brasil, "aquele que sentiu duas vezes o cheiro acre, mas embriagador, da catinga de uma negra, achará, desde então, muito desenxabido o cheiro que exala a pele da mulher branca..." Segundo esse autor, tratava--se tal enunciado de um "axioma português".

Um segundo aspecto positivo, herança da miscigenação e hibridismo pluricultural, é a influência das matrizes periféricas de nossa sexualidade, na alforria dos brasileiros da rigidez do Levítico e do Catecismo Romano. Um amoralismo mestiço e crioulo domina nossa cultura sexual, destacando-se o Brasil, no cenário mundial, pelo exibicionismo de nossas mulheres inventoras da devassa tanga, pela exportação de travestis que causam furor entre franceses e italianos, pela extravagância sensual de nossos desfiles de escola de samba, pelo remelejo dos bumbuns de homens e mulheres no pagode. Não é por menos que nosso país ocupa o segundo lugar em casos de Aids no ranking mundial, com uma estimativa de mais de meio milhão de pessoas infectadas, 50% das quais por via sexual.



Nota

1. "A sexualidade no Brasil colonial", Diário Oficial Leitura São Paulo, nº141, fevereiro 1994:6-8



Bibliografia


Freyre, Gilberto. Casa Grande e Senzala. Imprensa Oficial, Recife,1976, 2 volumes.

Mott, Luiz. Os Pecados da Família na Bahia de Todos os Santos. Centro de Estudos Bahianos, Salvador, 1983.

Piauí Colonial: população, Economia e Sociedade. Terezina, Secretaria de Cultura do Piauí, 1985

Escravidão, Homossexualidade e Demonologia. S.Paulo, Editora Icone, 1988

O Sexo Proibido: Virgens, Gays e Escravos nas garras da Inquisição. Campinas Editora Papirus, 1989

Vainfas, Ronaldo. Trópico dos Pecados. Moral, Sexualidade e Inquisição no Brasil. RJ, Editora Campus, l989

Parada Gay 2009 Salvador, BA





Parada Gay comemora os 30 anos de fundação do GGB no domingo



Redação CORREIO
Salvador 20.10.2009 


A 8ª Parada Gay da Bahia será realizada no domingo (25), a partir das 11hs no Campo Grande. Os organizadores do evento esperam reunir mais de meio milhão de participantes. Neste ano, comemora-se 30 anos de fundação do Grupo Gay da Bahia (GGB).

Estão previstos 10 trios elétricos e um palco no Campo Grande para exibição de shows antes e no final da parada. Salvador ocupa o terceiro lugar nas paradas brasileiras, São Paulo com 3 milhões de participante e Rio de Janeiro com um milhão. Mil agentes da Policia Militar e da Guarda Municipal farão o policiamento.

Todos os anos uma celebridade é escolhida para ser a madrinha ou padrinho da parada, que já contou com a presença de Ivete Sangalo, Mariene de Castro, Edson Cordeiro, Jerônimo, Preta Gil, Simone Sampaio e a Reitora da UNEB Profa. Ivete Sacramento.

Como se trata de uma parada especial, o GGB fez um convite coletivo a 12 artistas baianos, todos eles simpatizantes à causa gay, para estarem presentes no alto do primeiro trio nesta parada histórica: Daniela Mercury, Claudia Leite, Margareth Menezes, Netinho, Carlinhos Brown, Xandy, Picirico , Sarajane, Gal Costa, Betania, Caetano e Gilberto Gil.

Segundo o Presidente do GGB, Marcelo Cerqueira, a presença destes artirtas seria vital para demonstrarem que realmente não têm preconceito e apoiam a emancipação das lésbicas e gays. O GGB também fez convite formal ao Governador da Bahia e à primeira dama, ao Prefeito de Salvador, aos Presidentes da Assembléia e da Câmara Municipal, insistindo na importância de sua presença como exemplo de solidariedade aos homossexuais.

As celebrações dos 30 anos do GGB terão seu início na Parada e prosseguirão até o Carnaval, com a apoteose no 13º Desfile de Fantasia Gay, incluindo lançamento de um livro sobre os principais destaques da história do Grupo Gay da Bahia e um site com reprodução de todos os cartazes, postais e folders produzidos pelo grupo na luta contra a homofobia e a Aids.

Nos últimos dois anos a Bahia foi o estado onde mais homossexuais foram assassinados – 24 homicídios em 2008 e 17 mortes até agosto de 2009. Neste ano, a Parada Gay tem como slogan, “GGB: orgulho da Bahia!”, frase publicada por Caetano Veloso na imprensa local.

Homofobia é coisa muito séria: os números da violência

🩸 Sangrento: Brasil segue líder mundial em assassinatos LGBT+ 🏳️‍🌈⚠️


 

“As imagens coloridas das Paradas LGBT não podem esconder o sangue derramado todos os anos no Brasil.” – GGB

 

Enquanto muitos ainda acreditam que vivemos numa era de "mimimi", os dados mostram uma realidade brutal: em 2008, 190 pessoas LGBT+ foram assassinadas no Brasil. Uma a cada dois dias. É isso mesmo que você leu. E o mais cruel: esses crimes não param de crescer.

O relatório do Grupo Gay da Bahia (GGB) escancara o que a maioria dos meios oficiais insiste em esconder: homofobia mata — e mata muito. Em comparação com 2007, os assassinatos cresceram 55%. E o Nordeste lidera com vergonha esse ranking da barbárie.

📍 Pernambuco encabeça o mapa da violência

Com 27 assassinatos, Pernambuco é o estado que mais matou LGBT+ em 2008. Em seguida, Bahia (25), São Paulo (18), Rio de Janeiro (12) e Sergipe, que proporcionalmente é o mais perigoso do país para gays e travestis.

A região Nordeste, que abriga 30% da população brasileira, concentrou 48% das mortes. Os números do GGB mostram: o risco de um crime homofóbico acontecer no Nordeste é 84% maior do que nas regiões Sul e Sudeste.

⚰️ Perfil das vítimas

  • 64% eram gays

  • 32% travestis

  • 4% lésbicas
    Além disso, 13% tinham menos de 21 anos. Vidas LGBT+ ceifadas antes mesmo de se consolidarem.

As  travestis são o grupo mais vulnerável: um risco 259 vezes maior de serem assassinadxs. A maioria das vítimas era profissional do sexo, mas também havia cabeleireirxs, professores, engenheirxs, ambulantes, advogadxs… Ou seja: a homofobia não escolhe classe social. Ela escolhe corpos dissidentes.

🧱 Crueldade como assinatura

Esses não são apenas assassinatos. São crimes de ódio com requintes de tortura e sadismo. Daniel, 35, por exemplo, foi brutalmente morto com golpes de tijolo em Maceió-AL. Outras vítimas foram:

  • Degoladas

  • Estranguladas

  • Esfaqueadas

  • Mortas por afogamento, esquartejamento, garrafadas e até introdução de objetos no ânus.

A maioria dos assassinos (65%) tem menos de 21 anos e 80% sequer são identificados. Há um padrão perverso: impunidade e desumanização.

🆘 A omissão do Estado continua matando

“O número real de assassinatos é certamente maior, pois os dados vêm apenas da imprensa e internet. O governo não contabiliza crimes de ódio.” – Alerta do GGB

Enquanto isso, o PLC/122, projeto de lei que criminaliza a homofobia, segue engavetado no Congresso há anos. A cada assassinato ignorado, o Estado brasileiro reforça sua cumplicidade com a violência.

✊ Precisamos reagir. Precisamos viver.

O Grupo Arco-Íris lançou um abaixo-assinado para pressionar o Congresso a aprovar a criminalização da homofobia. A meta é 1 milhão de assinaturas, mas até agora, foram pouco mais de 37 mil. Está na hora de mudar isso.

🖋️ Assine agora:
👉 https://www.naohomofobia.com.br/home/index.php

💬 Vamos sair do silêncio. Vamos gritar pelos que não estão mais aqui. Vamos lutar por quem ainda pode viver com dignidade.

#ForaDoArmário #NãoÀHomofobia #VidasLGBTImportam #JustiçaParaTodxs

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