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STF fazendo história no Brasil! (pensão por morte de companheiro)


STF reconhece direito a pensão por morte de companheiro


Por Rodrigo Haidar


Ninguém pode ser privado de direitos nem sofrer quaisquer restrições de ordem jurídica por conta de sua orientação sexual. O entendimento foi reafirmado pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, ao reconhecer o direito de Edson Vander de Souza de receber pensão pela morte do companheiro, que era servidor público do estado de Minas Gerais, e com quem vivia em união estável homoafetiva.

O benefício, garantido em primeira instância, foi negado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais em 2005. Os juízes mineiros decidiram que a Constituição de 1988 reconhecia apenas a união heterossexual como entidade familiar e que a concessão do benefício previdenciário a companheiro homossexual dependia da edição de lei específica. Como em Minas Gerais não havia lei a amparar a concessão de benefício previdenciário decorrente de relação homoafetiva, não haveria o direito à pensão.

Souza recorreu ao Supremo e o ministro Celso de Mello acolheu o recurso. Em sua decisão de 17 páginas, o decano do STF lembrou a recente decisão da Corte que equiparou as uniões estáveis homoafetivas às uniões entre casais convencionais e ressaltou que os homossexuais têm o direito de receber igual proteção das leis e do sistema judicial.

De acordo com o ministro, é “arbitrário e inaceitável qualquer estatuto que puna, que exclua, que discrimine, que fomente a intolerância, que estimule o desrespeito e que desiguale as pessoas em razão de sua orientação sexual”. Celso de Mello frisou que a decisão do Supremo eleva à categoria de entidade familiar as uniões estáveis homoafetivas.

“Isso significa que a qualificação da união estável entre pessoas do mesmo sexo como entidade familiar, desde que presentes, quanto a ela, os mesmos requisitos inerentes à união estável constituída por pessoas de gêneros distintos, representa o reconhecimento de que as conjugalidades homoafetivas, por repousarem a sua existência nos vínculos de solidariedade, de amor e de projetos de vida em comum, hão de merecer o integral amparo do Estado, que lhes deve dispensar, por tal razão, o mesmo tratamento atribuído às uniões estáveis heterossexuais”, registrou o ministro.

Para Celso de Mello, o reconhecimento da união homossexual como entidade familiar encontra suporte em princípios fundamentais como os da dignidade da pessoa humana, da liberdade, da autodeterminação, da igualdade, do pluralismo, da intimidade e da busca da felicidade. Na decisão, o ministro ressalta que o silêncio do legislativo sobre o tema gera “um quadro de (inaceitável) submissão de grupos minoritários à vontade hegemônica da maioria”

Polícia Militar reconhece pensão a casal gay no Rio


🚨 Polícia Militar do Rio reconhece direito à pensão para parceiro de policial gay


Rio de Janeiro, 25 de junho de 2010 — Pela primeira vez na história da Polícia Militar do Rio de Janeiro, a corporação anunciou oficialmente que reconhecerá o direito à pensão para o companheiro homossexual de um policial morto. Caso seja comprovada a união estável, o benefício será concedido normalmente — sem necessidade de intervenção judicial.

A solicitação foi feita na última sexta-feira por uma advogada, em nome do parceiro de um capelão militar da PM, falecido recentemente. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados por respeito à privacidade. Mas o efeito simbólico da decisão é imenso.

Segundo o tenente-coronel Lima Castro, porta-voz da PM, "o procedimento é normal com qualquer caso, tanto de casal hetero quanto homossexual. A PM não tem nenhum problema com relação a isso. Se ficar provada a união estável, haverá pensão."

🌈 Direito é direito — e ponto.

Não se trata de privilégio. Trata-se de dignidade. Trata-se de reconhecer laços reais entre pessoas reais, que compartilham vidas, contas, responsabilidades, afetos e medos — e que, até bem pouco tempo atrás, eram apagadas das estatísticas, da legislação e da história.

Para Eurivaldo Bezerra, especialista em Direito Previdenciário, a situação hoje é menos nebulosa do que já foi no passado: "A discussão já não está tão complexa. Ainda é difícil, mas algumas barreiras já caíram. A dificuldade maior é comprovar a união estável."

A boa notícia é que nem sempre é preciso recorrer à Justiça. Muitas instituições, como o Previ-Rio (responsável pelas pensões dos agentes da Guarda Municipal do Rio), já pagam benefícios independentemente da orientação sexual do segurado, com base na Lei Municipal 3.344/01.

📋 Como garantir o direito?

Para ter acesso à pensão, é essencial comprovar a união estável. Isso pode ser feito por meio de documentos em nome de ambos — como cartões de crédito, contratos de aluguel, contas bancárias conjuntas, etc..

O ativista Júlio Moreira, do Grupo Arco-Íris, lembra que é sempre melhor registrar a união em cartório e deixar claro o regime de bens. “Isso ajuda em caso de morte ou de disputas legais”, afirma. E vai além: “No caso da PM, que ainda tem muita resistência, essa decisão abre uma importante discussão e representa um avanço até mesmo na área dos direitos humanos.”


📣 COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO

Como diria o Lula: "Nunca antes na história deste país..." vimos um passo tão simbólico e concreto como esse dentro da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Parabéns à coragem da cúpula da PM, ao governador Sérgio Cabral, e principalmente aos ativistas que lutaram por esse direito — muitas vezes arriscando a própria segurança e dignidade.

Agora, é hora de espalhar esse exemplo para todas as instituições públicas e privadas do Brasil. O país só será "de todos" quando o amor e a dignidade de todos os brasileiros forem igualmente reconhecidos e protegidos.


📍 #DireitosIguais #UniãoEstávelÉReal #PMReconheceCasalGay #ForaDoArmário

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