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Robert De Niro e o Legado de Seu Pai Gay: Um Retrato Íntimo de Amor e Arte

Robert De Niro e o Legado de Seu Pai Gay: Um Retrato Íntimo de Amor e Arte


O ator Robert De Niro ao lado do pai, o pintor Robert De Niro Sr.


Por Sergio Viula, 

com base em entrevista de Jerry Portwood 

para a revista OUT (17 de agosto de 2016)

https://www.out.com/movies/2016/8/17/robert-de-niro-me-my-gay-dad?page=0%2C1


Muitos conhecem Robert De Niro pelos papéis icônicos em filmes como Taxi Driver e O Poderoso Chefão II, mas poucos conhecem a história profundamente pessoal por trás do homem que tanto admiramos nas telonas: seu pai, Robert De Niro Sr., um artista plástico talentoso e assumidamente gay.

Na entrevista concedida à revista OUT, conduzida por Jerry Portwood, De Niro revela um lado sensível e emocionado enquanto compartilha memórias de seu pai, que faleceu de câncer em 1993. O ator mantém até hoje intacto o estúdio de seu pai no SoHo, em Nova York — um verdadeiro santuário artístico repleto de pincéis, livros e telas inacabadas.

Apesar da dor da perda e da distância que havia entre os dois durante a infância, De Niro se emociona ao ler trechos dos diários do pai no documentário Remembering the Artist: Robert De Niro, Sr., lançado pela HBO. Nos textos, o artista expõe suas angústias com relação à carreira e à própria sexualidade, marcada pelo sofrimento de pertencer a uma geração que reprimia a homossexualidade.

O documentário é uma tentativa do ator de preservar e celebrar o legado artístico e pessoal do pai. “Eu me senti obrigado a fazer esse documentário. Era minha responsabilidade”, diz De Niro. A decisão de compartilhar essa história tão íntima — incluindo a orientação sexual do pai — não veio sem reflexão. “Se você vai fazer algo, tem que fazer por inteiro. Não pode esconder nada. Esse é o ponto — a verdade.”


Robert De Niro com o pai


De Niro também fala com ternura sobre o amor do pai por ele e o esforço que fez, dentro de suas limitações, para ser presente. Ao refletir sobre o impacto de ter dois pais artistas, ele afirma que nunca teve medo de ouvir "não" e sempre acreditou que valia a pena tentar: “Se você não tentar, nunca vai saber.”

A entrevista também aborda o conflito interno do pai com relação à arte e à homossexualidade. “Ele provavelmente era conflituoso, sim, por ser de uma geração diferente e vir de uma cidade pequena. Eu gostaria de ter falado mais com ele sobre isso”, confessa.


Robert De Niro Sr. (o pai)


Ao final da entrevista, De Niro deixa clara sua esperança de que a arte do pai sobreviva ao tempo, talvez até mais do que seus próprios filmes. “A boa arte deve durar para sempre.”

Essa tocante homenagem paterna é, ao mesmo tempo, uma afirmação de orgulho, reparação histórica e amor incondicional. É também um poderoso lembrete para que reconheçamos os artistas queer que, mesmo diante do apagamento e do preconceito, ousaram viver sua verdade — ainda que em silêncio.



Referência: Entrevista concedida por Robert De Niro a Jerry Portwood para a revista OUT, publicada em 17 de agosto de 2016. Documentário: Remembering the Artist: Robert De Niro, Sr., dirigido por Perri Peltz. Estreia: 9 de junho na HBO.

Robert De Niro declara amor e apoio à sua filha trans

Robert De Niro declara amor e apoio à sua filha trans: “Amo todos os meus filhos”





Por Sergio Viula — Fora do Armário
Publicado em 2 de maio de 2025


O ator Robert De Niro, conhecido por seu talento consagrado e papéis icônicos no cinema, deu um exemplo poderoso de amor e apoio parental ao declarar publicamente que ama e apoia sua filha trans, Airyn.

Em entrevista à revista Variety, De Niro afirmou:

“Eu amava e apoiava Aaron como meu Aaron, e agora amo e apoio Airyn como minha filha.”

E completou, com a simplicidade desarmante de quem fala com o coração:

“Não sei qual é o grande problema. Amo todos os meus filhos.”

A fala veio após Airyn, uma de seus sete filhos e filha da modelo Toukie Smith, se assumir publicamente como uma mulher trans em uma entrevista à revista Them. Ela disse que finalmente compartilhar sua identidade “parece certo” e agradeceu às mulheres trans visíveis na mídia por inspirarem sua jornada:

“Vê-las tendo sucesso, sendo honestas e abertas em espaços públicos me fez pensar: talvez não seja tarde demais para mim. Talvez eu possa começar.”

Airyn também falou sobre a diferença entre estar visível e ser verdadeiramente vista:

“Existe uma diferença entre ser visível e ser vista. Eu fui visível. Não acho que tenha sido vista ainda.”

Em um depoimento tocante, Airyn destacou como sua identidade de mulher negra influencia profundamente sua vivência e seu orgulho:

“Assumir essa nova identidade, ao mesmo tempo em que me orgulho mais da minha negritude, me faz sentir mais próxima de outras mulheres negras.”

Apesar da confiança em sua jornada, ela admitiu sentir receio quanto à aceitação por parte da família:

“Me preocupo que eles ainda pensem em mim como a pessoa que eu era antes da transição.”

Mesmo com essas incertezas, Airyn se mostrou determinada a ser uma referência para outras pessoas trans e negras — especialmente aquelas que não se encaixam nos padrões eurocêntricos e magros geralmente promovidos como modelos de beleza:

“Quero ver mais mulheres trans, mais mulheres negras de corpos maiores que não se encaixam no molde ‘heroin chic’. Quero que pessoas queer negras e gordas tenham sua Alex Consani. Quero que tenham sua Hunter Schafer.”

Airyn revelou ainda o sonho de seguir os passos da mãe como modelo e expressou o desejo de um dia posar com ela na capa da Vogue — um símbolo forte de conquista e visibilidade.

A declaração de apoio de De Niro vem em um contexto desafiador, especialmente nos Estados Unidos, onde a administração Trump vem atacando os direitos da população trans, tentando restringir o acesso à saúde afirmativa, à participação em esportes e até a definição legal de gênero.

Ainda assim, o gesto de De Niro soma-se ao de outras celebridades que têm demonstrado apoio firme a seus filhos trans, como Charlize Theron, Jamie Lee Curtis, Dwyane Wade e Gabrielle Union, Cher, Annette Bening e Warren Beatty, Naomi Watts e Liev Schreiber, e a artista Sade.

Em tempos sombrios, gestos como o de De Niro iluminam o caminho. Que mais pais e mães sigam seu exemplo, reconhecendo e celebrando a verdade de seus filhos com amor, respeito e orgulho.

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