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Conheça o cara que correu 401 maratonas em 401 dias para combater o bullying contra LGBT nas escolas

Ben Smith


Com informações de Gay Star News
http://www.gaystarnews.com/article/meet-gay-man-whos-running-401-marathons-401-days-stop-homophobic-bullying/#gs.bro0LqM
Texto original por Joe Morgan

Traduzido e adaptado por Sergio Viula



Esse homem gay correu 401 maratonas em 401 dias para combater o bullying homofóbico. A sua 401ª maratona aconteceu no dia 05 de outubro (ontem) em Bristol, Inglaterra.

Ben Smith correu 401 maratonas (o que corresponde a 18.250 km), tendo começado sua jornada em 1 de setembro de 2015. Ele correu em meio a tempestades de neve, subindo montanhas e descendo vales até atingir sua meta, se machucou algumas vezes, mas não desistiu.

Sua corrida tinha o objetivo de conscientizar a sociedade sobre o bullying que os jovens enfrentam, especialmente sendo LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e intersexuais), e o dinheiro arrecadado por meio de seus incríveis esforços será dividido entre duas organizações que trabalham pela promoção da igualdade na diversidade. São elas: a Stonewall e a Kidscape.

Stonewall: http://www.stonewall.org.uk/
Kidscape: https://www.kidscape.org.uk/

"A reação tem sido espetacular." - disse Smith ao Gay Star News. "Começamos com o objetivo de levantar um quarto de milhão e conscientizar sobre o bullying homofóbico e transfóbico."

"Eu fui alvo de bullying na escola, e tenho orgulho de quem sou como um homem gay hoje. Não existe negatividade de qualquer tipo. Eu tenho falado sobre minha sexualidade em diferentes escolas, e tem sido profundamente tocante ver como as pessoas têm reagido."

Depois de ser sujeito a bullying e a abusos físicos num internato, Smith tentou tirar sua própria vida duas vezes. Ele também sofreu um infarto aos 29, o qual ele atribui em parte ao modo como foi tratado na escola.

E durante sua recuperação, ele foi encorajado a se juntar a um clube de corrida. Ao fazê-lo, Ben descobriu que isso a ajudava a recuperar sua saúde física e mental.

Ben admite que estava ansioso para terminar o desafio. Ele quer passar três meses só descansando, mas isso quer dizer fazer algumas meia maratonas. Ele também terá que ser acompanhado por um médico, porque seu coração agora é maior do que a média e seu corpo acostumou-se à produção de endorfinas numa escala bem maior que o normal. Uma parada brusca poderia ocasionar depressão.

Mas quando a vida voltar realmente ao normal o homem de 34 anos diz que quer apenas passar tempo com seu namorado, mudar-se para um novo apartamento e começar uma vida em comum com seu amor.



E Ben Smith não considera que sua jornada se encerrou. Ele diz que quer criar um legado desse desafio de 401 maratonas em 401 dias. Ele vai construir uma rede com escolas para colocar um fim ao bullying contra pessoas LGBTI. Ele também vai treinar para atingir seu melhor tempo numa maratona no ano que vem.

Doe aqui: http://www.the401challenge.co.uk/ (em inglês)


E aqui no Brasil? Alguém se habilita a colocar seus talentos esportivos, artísticos, técnicos e acadêmicos a serviço da inclusão total nas escolas e outros estabelecimentos educacio
nais?

Menino que sofria bullying homofóbico se mata na Califórnia

Ronin Shimizu 


The Advocate
https://www.advocate.com/bullying/2014/12/05/bullied-calif-boy-commits-suicide


O site The Advocate publicou ontem que um menino que morava no norte da Califórnia cometeu suicídio depois de ser vítima de bullying por ser o único garoto na torcida organizada da escola. Nos EUA, as meninas são famosas como torcedoras, enquanto os meninos exibem sua força e dureza nas quadras de futebol americano. Novamente, o binarismo de gênero reforçando estigmas.

Ronin Shimizu tirou sua própria vida na quarta-feira, conforme reportagem do The Sacramento Bee. Ele tinha doze anos e estava na sétima série.

“Eu ouvia pessoas chamando ele de gay porque ele era um líder de torcida,” disse um amigo a uma afiliada da CBS em Sacramento: https://www.cbsnews.com/sacramento/news/family-friends-remember-12-year-old-boy-who-committed-suicide/

Daniel Thigpen, o porta-voz da Folsom Cordova Unified School District, onde o menino estudava, disse ao Bee que houve vários relatos de que Shimizu era assediado e que os oficiais do distrito “investigaram cada um deles completamente e tomaram as ações devidas para cada caso.” Ele acrescentou que a escola tem um progama anti-bullying muito amplo,

Os amigos de Shimizu, entretanto, disseram à afiliada da CBS que o bullying continuava e que o jovem simplesmente não aguentou mais.

 
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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO

 
O caso fez esse blogueiro pensar em diversas coisas:

1º) A Califórnia tem leis contra o bullying escolar, mas as escolas continuam falhando em grande medida;

2º) Dizer que isso é de menina e aquilo de menino só reforça o binarismo de gênero, fortalecendo preconceitos sempre que alguém não se enquadra nessas convenções arbitrariamente (para não dizer estupidamente) estabelecidas;

3º) Alunos, professores e outros membros da comunidade escolar precisam ser abordados sempre que praticarem bullying, educados, corrigidos, e se não houver outro jeito, punidos com suspensão, transferência ou demissão (no caso de professores e outros funcionários);

4º) Todas as crianças devem ser ensinadas a ver a homossexualidade, a bissexualidade e a transgeneridade como características tão pessoais e moralmente neutras quanto a cor da pele, a classe social, as origens familiares;

5º) Crianças lésbicas, gays, bissexuais ou transgêneras devem entender que não valem menos que qualquer outra e que devem ter orgulho de si mesmas. Crianças que sofrem por simplesmente serem LGBT são geralmente aquelas que aprenderam a se odiar já em casa. E quando são alvo de bullying na rua ou na escola, acreditam que não têm valor, porque foi isso que seus pais lhe disseram direta ou indiretamente.

6º) Pais e outros responsáveis por crianças LGBT não devem ter vergonha de agir em favor do filho ou da filha em função de sua possível homossexualidade, bissexualidade ou transgeneridade. Brigue por ele (pelos meios lícitos) como brigaria se o xingassem por qualquer outra característica pessoal.

Criar filhos e educar alunos e colegas de trabalho para uma vida mais feliz – isso é o que interessa. E isso nunca será uma realidade se não aprendermos a nos amar, respeitar os outros e preferir o silêncio à fofoca e a palavra amiga à indiferença.

Jean Wyllys: Sobre a não inclusão de gênero e orientação sexual no Plano Nacional de Educação





Tweet da Semana


Sempre costumo dizer que a educação é transformadora. E de fato, é. Ou deveria ser em todos os espaços. A educação proporciona o exercício da (re)invenção de nós mesmos e do mundo à nossa volta, aquilo que a filósofa Hannah Arendt chama de “vida com pensamento”. Uma vida que vai além da mera satisfação de necessidades básicas e da mera repetição de velhos preconceitos.

Ontem a educação de qualidade sofreu um revés. Hoje, em todos os fóruns de educação, discute-se o problema da violência de gênero nas escolas. Um problema que deveria ser combatido, mas que o parlamento determinou que não será. Não será porque, na cabeça de alguns, tratar de "gênero" será uma forma de desconstruir a identidade de gênero de meninos e meninas, para que eles possam escolher, mais velhos, se serão cis ou transgêneros - ou, como pensam estes, se vão querer ser gays ou não. Acreditam que tratar de gênero nas escolas será proibir comemorações de dia dos pais ou das mães. Basta uma rápida pesquisa no youtube por "ideologia de gênero" para entender a razão deste entendimento e os interesses por trás dele.

A escola perde a oportunidade de ultrapassar limites mecanicamente impostos pela sociedade, onde a menina tem que ser educada para cuidar do lar. Onde a agressividade do menino é entendida como parte de sua formação, mesmo que leve à violência escolar. A escola perde a chance de formar alunos prontos à vida em uma sociedade diversa, respeitando as diferenças que existem entre todos nós. Perde a chance, também, de se tornar um ambiente acolhedor, livre do bullying. Nada disto interessa aos que se sentem vitoriosos com a retirada dos pontos que fazem referência à promoção da igualdade de gênero.

Bradam alguns que a família tradicional venceu. Não, meus caros. Quem venceu foi a ignorância, que continuará sendo matéria da grade curricular de nossas escolas já tão castigadas pela falta de recursos. Que ao menos o PNE consiga garantir os 10% do PIB à educação, para que não lamentemos mais dez anos perdidos.

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