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Esse pai homofóbico não vai reclamar o corpo do filho morto em Orlando



Por Zara Barrie
on QUEER CULTUREJul 5, 2016
Fonte: http://elitedaily.com/news/mans-body-left-father-pulse-shooting/1543353/

Traduzido por Sergio Viula para o blog Fora do Armário (08/07/16)

O trágico massacre na boate Pulse em Orlando deixou toda a comunidade queer bem como todo o país devastado e em estado de luto permanente. Vigílias emocionadas foram realizadas em nível global.

Todos os eventos no Orgulho [LGBT] de Nova York dos quais participei foram momentos extremamente chorosos, quando todos nós pranteamos coletivamente a pungente perda de membros jovens e inocentes de nossa comunidade sagrada.

Os corpos dos inocentes foram todos liberados aos parentes mais próximos, e até mesmo o corpo do atirador Omar Mateen foi recolhido.

Porém, o corpo de um homem não foi recolhido pelo pai. Na verdade, o pai dele recusou-se terminantemente a recolher o corpo do próprio filho. E tudo por causa da feiúra terrível do ódio e da homofobia.

Enquanto a homofobia em si mesma não tem rosto, há historicamente uma questão gigantesca em torno da humilhação queer na comunidade latina.

O site Orlando Latino reporta:

Essa história é parte das histórias não contadas de vítimas latinas no massacre da boate Pulse.

As autoridades não divulgaram o nome do homem cujo corpo foi deixado para trás para não "vitimizá-lo ainda mais", mas foi confirmado que ele era Porto-riquenho. O site continua:

A dor de ser Porto-riquenho e gay é real... Na cultura machista da ilha (em comparação com a dos Estados Unidos), a tendência anti-gay não é sutil e tem alcançado os níveis mais altos do governo.

The Advocate comentou que esse tipo de homofobia não é de modo algum nova e remete à epidemia de AIDS que matou a melhor parte de uma geração. “Números incontáveis de homens gays jovens morreram e familiares não reclamaram os corpos de seus entes supostamente amados."

É tão devastador pensar que um familiar deixaria o corpo de seu filho para trás porque se envergonha assim de sua sexualidade. Se você retirar as camadas de ódio, o cerne da homofobia é e sempre foi a vergonha. Nada mais tóxico nesse mundo do que a vergonha. É a vergonha que nos leva a nos machucarmos a nós mesmos e é ela que faz que as pessoas (como nesse caso devastador) machucarem outras. Não haverá trégua até que nos livremos da vergonha.

A vítima, cujo pai se recusou a recolher o corpo do próprio filho, será sempre amada e abraçada por uma família maior, a família queer dele. Às vezes, sua família não é composta por membros de sua família biológica, mas, ainda por outros mais fortes: sua comunidade.

Não há comunidade mais forte e mais amável que a comunidade queer, e nós somos uma força poderosa da natureza que lamentará para sempre a morte cada uma das 49 vítimas do Massacre de Orlando.

Pai entrega filho de 15 anos à polícia por ser gay




Pai rejeita filho por ser gay e entrega-o na polícia de Valadares



AUTOR: MIGUEL MOREIRA | LEITORES: 2835
SEXTA-FEIRA, 09 SETEMBRO 2011 13:32


Pai descobre que o filho é homossexual e entrega-o na esquadra da PSP de Valadares. A polícia acolheu o menor, de 15 anos, que está agora à espera de um albergue. Autoridades já acionaram os serviços de emergência social.

Um pai revoltado por ter descoberto que o filho era gay decidiu entregá-lo nas autoridades e abandonar o menor, na esquadra da Polícia de Segurança Pública de Valadares, em Vila Nova de Gaia.

Esta história de homofobia, contado pelo Jornal de Notícias, tem o lado insólito, mas acarreta um problema social grave. O menor entrou na esquadra, de madrugada, totalmente destroçado, e ficou sem abrigo, apenas devido à sua orientação sexual.

O progenitor (com formação superior) não aceita ficar em casa com o menor de idade, está em rejeição, e transportou para as autoridades a responsabilidade de acolher o filho. Dadas as circunstâncias, a PSP de Valadares procedeu de acordo com as normas e chamou os serviços de emergência social.

Perseguição, choque e desorientação

O caso ocorreu na passada quinta-feira. Uma fonte policial revelou ao JN que, depois de uma saída noturna, o rapaz de 15 anos foi perseguido pelo pai, que o viria a encontrar, por volta da 1h30 da madrugada, na discoteca Pride, localizada na cidade do Porto e freqüentada, sobretudo, por homossexuais.

Perante o choque de descobrir que o filho era gay, começou por chamar a polícia, acusando os proprietários do espaço de terem permitido a entrada a um menor de idade. A Polícia de Segurança Pública registou a ocorrência e tomou as medidas necessárias, já que a idade mínima para frequentar a discoteca é 18 anos.

Os dois regressam então a casa, localizada na freguesia gaiense, mas por pouco tempo. Já ás 4h30, o pai leva o filho à esquadra de Valadares. Segundo o JN, o menor apareceu na esquadra da PSP “lavado em lágrimas”. Sabia que iria ser entregue à polícia, sem cometer qualquer crime.

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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO


O que falta acontecer para que os governantes e legisladores desse país compreendam o malfeito de sua omissão diante da homofobia, esta que atinge o indivíduo LGBT em todos os lugares, inclusive dentro de casa? O que aconteceu nesse caso em Portugal é a mesma realidade vivida por muitos jovens homossexuais no Brasil e verificada estatisticamente pela mais recente e mais completa pesquisa feita até agora no país (Fundação Perseu Abramo - FPA).

Recomendo muito a leitura do livro lançado pela FPA, sob o título "Diversidade Sexual e Homofobia no Brasil". Não consigo engolir o grito que insiste em subir pela minha garganta:

Dilma, cadê você?
Maria do Rosário, cadê você?
Senadores, onde estão vocês?
Deputados, onde estão?

Até quando vocês, políticos, vão continuar fazendo de conta que o Brasil é um território livre de homofobia, quando todos os estudos sobre o assunto apontam na direção oposta? E a experiência diária só confirma essa terrível realidade?

Até quando a estúpida bancada evangélica homofóbica (que não seria levada a sério em nenhum país que preze os direitos humanos no mundo) vai continuar emperrando a evolução dos direitos civis nesse país?

Até quando as pessoas vão continuar achando que combater a homofobia é uma questão pessoal de cada cidadão LGBT e continuar ignorando que isso tem que ser uma agenda tutelada pelo governo em todos os níveis (federal, estadual e municipal) para o bem-estar dos cidadãos e para a preservação do próprio Estado Democrático de Direito?

Chega de baixaria, omissão, desprezo às reais e legítimas necessidades da população LGBT. Quem tem filho sabe que um garoto de 15 anos é - em termos de autonomia - uma criança. Ainda que ele possa parecer um adulto fisicamente, não subsistirá tranquilamente sem a tutela da família. Agora, um pai idiota desses ninguém merece. O Estado tem que cuidar para que esse menino não seja mais um nas estatísticas de abuso, de assassinato ou até de suicídio.

Até agora não ouvi nenhum desses demagogos que tanto falam do abuso de crianças e adolescentes se manifestarem a favor desse garoto vilipendiado pelo próprio pai. Cambada de sanguessugas do dinheiro público e produtores de mais preconceito. Como podem representar alguma coisa que não a si mesmos?

Basta de homofobia!

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