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Na cama com um bissexual



Ultimamente, não tenho sentido vontade de sair com ninguém. Para falar a verdade, tenho declinado de convites para encontros vindos de gente muito interessante. A maioria pelas redes sociais. Não sei por quê. Simplesmente, não me sinto empolgado com esse tipo de interação. Gosto mesmo é daqueles encontros que acontecem quando a gente menos espera. Aquela coisa bem olho no olho. Cantadas online não costumam me cativar. Sei que posso dar a impressão de querer parecer difícil. Não quero, não. Mas também não sou fácil. Vai entender...

Esses dias, saí com um carinha que eu achei muito interessante. Ele era negro, um pouco mais baixo que eu, simpático e bom de papo. Mas não me refiro a esse papinho chulé de cantada barata, não. Na verdade, esse tipo de conversa é broxante. Entre outros atrativos, o cara sabia conversar sobre tudo e não tinha tabus para falar de sua própria sexualidade e de sua vida pessoal nos mais diversos aspectos.

Depois que passamos um bom tempo na cama, tomamos um banho e abrimos uma bebida - ele uma Skol e eu um Kovak Ice. Ficamos conversando sobre nossas experiências.Ele é pai de duas filhas e eu também sou pai de dois filhos. Achei isso fascinante e contei um pouco da minha história para ele e ouvi um pouco da dele também. Uma das coisas que mais me cativaram foi o fato dele se identificar como bissexual e vivenciar muito tranquilamente ambos os tipos de relação, seja com mulheres ou com homens. Curiosamente, ele prefere as mulheres, ou seja, sua "escala de trabalho" é mulheres quase sempre; homens, de vez em quando. Mas ele me disse que passou a transar muito melhor com as mulheres depois de se permitir o sexo com homens - o que demorou alguns anos. E o mais curioso foi que ele fez sexo passivo comigo sem o menor grilo. Nada de querer provar "macheza". Apenas, deixar o desejo conduzir a relação. E nada melhor do que estar em paz consigo mesmo. Tudo fica melhor.

Mas não fui só eu que me admirei com ele. Uma coisa que o deixou intrigado foi a tranquilidade com que eu encarei sua bissexualidade. Mas, gente, por que não? Foi aí que ele me contou que os caras geralmente não aceitam esse fato pelos mais diversos motivos. A maioria pensa que ele é um gay mal resolvido ou apenas um hétero curioso.

Não, minha gente! Definitivamente, bissexualidade EXISTE e é mais comum do que vossas mercês imaginam. Ponham isso em suas cabecinhas ocas, please. 

O último cara que ficou com ele chegou a chamá-lo de duas caras. Que ousadia! Que baixaria! Como é que alguém pode julgar o outro assim se não está na pele dele para saber como funciona sua cabeça, seu desejo?

Por essas e outras, não é nada simples ser uma pessoa bissexual numa sociedade como a nossa: se ele fala para a mulher com quem deseja ficar que é bissexual, ela já pensa logo que ele é gay e pode nem querer ficar com ele; se ele diz para o homem com quem deseja ficar que é bissexual, o cara já pensa logo que ele deve ser um gay enrustido ou mal-resolvido. A mera menção da frase "sou bissexual" desencadeia um processo de ciúmes, uma espécie de crise possessiva do tipo: ele nunca vai ficar só comigo. Mas que bobagem, especialmente quando os nem estão namorando. É só uma ficada, bee. Além disso, quem garante que o gay ou heterossexual com quem você namora vai ser fiel, bunyta?

Nas palavras desse pedacinho de paraíso em forma de gente, quando ele está com alguém, ele fica exclusivamente com aquela pessoa. Isso quer dizer que se ele estiver com uma mulher, ficará só com ela. Nota-se que ele é romântico, que acredita em fidelidade. O mesmo acontece quando ele está com um homem, mas ele me confidenciou que nunca namorou um homem para valer. Isso porque seu desejo mais constante e mais intenso é voltado para as mulheres. Achei tudo isso fantástico! O ser humano é incrivelmente complexo e ao mesmo tempo essencialmente simples. Talvez, nós mesmos compliquemos o que é descomplicado por si só. Criamos as caixinhas e depois queremos enfiar todo mundo nelas como se fosse massa de bolo. Não funciona assim, darling.

De qualquer modo, eu não estava ali para romance mesmo. Porém, não posso negar que rolou um clima de muita cumplicidade. E depois dessa bebidinha e de toda essa conversa, eu disse a ele: Quero te dar uns 'amassos' de novo. Ele sorriu e disse: Eu também. Eu respondi: Então, vem cá. Deita aqui e relaxa enquanto eu exploro um pouco mais dessa tua pele linda. Ele deitou com aquela cara de maroto...

Daí para frente, fica a cargo da imaginação de vocês.

Se a gente vai se ver de novo? Talvez, mas sem pressa. Nenhum do dois está em busca de contos de fada no momento.

Bem, no jogo da vida, tudo pode acontecer, mas quando o placar termina em empate, isso significa que todo mundo saiu feliz! E tem coisa melhor do que ser feliz sem ter que dar nome a tudo e sem qualquer garantia de replay? Permita-se, mona!

13 Coisas que não se deve dizer às pessoas bissexuais

13 Coisas que não se deve dizer às pessoas bissexuais

Sim, pessoas bissexuais realmente existem, mas não são mais — ou menos — promíscuas, monogâmicas ou indecisas que quaisquer outras pessoas.

por ELIEL CRUZ 
The Advocate 
02 de junho de 2014
https://www.advocate.com/bisexuality/2014/06/02/13-things-never-say-bisexual-people

Traduzido por Sergio Viula para o blog Fora do Armário


Como um homem bissexual orgulhoso de si mesmo, há anos tenho navegado pela área cinzenta e complicada que minha identidade ocupa no espectro da sexualidade. Apesar de todos os ganhos que a comunidade LGBT conquistou, bissexuais ainda são vistos com dúvidas — ou rechaço direto — por gays, lésbicas e heterossexuais igualmente. Desde pessoas me perguntando se eu já sou um "gay completo" até outras questionando minhas motivações, eu já devo ter ouvido de tudo.





Infelizmente, o pensamento binário daqueles que negam a existência da bissexualidade oprime a todos, perpetuando padrões inabaláveis de identidade, sejam heteronormativos ou homonormativos. Ser íntimo de alguém do mesmo sexo não significa que você seja gay, exatamente como ser íntimo de alguém do sexo oposto não significa que você seja heterossexual — simplesmente significa que você se encontra em algum lugar do lindo e fluido espectro da sexualidade.

Então, aqui estamos nós no supostamente iluminado ano de 2014, e todavia, a bifobia persiste. Sem obedecer qualquer ordem em particular, aqui vão algumas das mais cansativas mentiras que a sociedade realmente precisa parar de contar sobre a comunidade bissexual.


1. Bissexuais não existem.




Essa é a primeira e mais difundida mentira sobre a bissexualidade. Algumas pessoas simplesmente não compreendem uma sexualidade na qual os indivíduos sejam atraídos por mais de um gênero. Você pode testar as águas, mas você em algum momento vai escolher um lado, segue o raciocínio. Mas pessoas bissexuais não precisam de ciência  —  ou da aprovação daqueles que se sentem atraídos por apenas um dos gêneros  — para provar que existem.


2. Bissexuais estão apenas passando por uma fase. 

Sim, é verdade que existem muitos gays e lésbicas que usaram a bissexualidade como uma forma de reduzir o impacto de se assumirem para seus pais conservadores. Muitos podem ter se identificado como bi por um tempo, enquanto estavam ainda tentando compreender sua própria orientação. E ao mesmo tempo que se assumir é uma decisão intensamente pessoal, as estratégias de alguns não deveriam invalidar as identidades da maioria, para a qual a bissexualidade não foi uma "pedra de apoio", mas um destino concreto e final. 


3. Bissexuais são sexualmente gulosos.

Pessoas bissexuais não são automaticamente mais promíscuas do que qualquer outra pessoa — gay ou heterossexual. Ser atraído por mais de um gênero realmente atrai mais parceiros em potencial, mas não aumenta as probabilidades de se conectar física e emocionalmente com o dito parceiro em potencial. E assim como ter um gosto eclético não torna alguém em alcoólatra, ser bissexual não faz de ninguém um guloso.


4. Bissexuais são traidores.



Um traidor é um traidor. Pessoas bissexuais traem, e o mesmo fazem pessoas que se identificam como heterossexuais, gays, transexuais, ou o que quer que seja. A sexualidade de uma pessoa ou sua identidade de gênero não a obrigam a trair.


5. Todos os bissexuais são poliamorosos.

Enquanto o poliamor parece se mostrar mais prevalente na comunidade queer, não há informação consistente que conecte o poliamor mais diretamente aos bissexuais do que às pessoas de quaisquer outras orientações sexuais. Buscar esse tipo de estrutura de relacionamento não está ligado a uma ou outra sexualidade especificamente.


6. Bissexuais tem medo de compromisso.

Ser atraído por ambos os gêneros não tem nada a ver com compromisso. Alan Cumming abordou essa concepção errônea numa cândida entrevista no ano passado. "Eu tenho um apetite sexual saudável e uma imaginação saudável" - disse Cumming à revista Instinct. "Eu ainda me defino como bissexual apesar de ter escolhido estar com Grant. Eu sou sexualmente atraído pela forma da fêmea apesar de estar com um homem e acho apenas que os bissexuais têm uma reputação ruim."


7. Todas as mulheres são bissexuais.




A sexualização da mulher não conhece fronteiras na cultura contemporânea. Mas só porque a mídia do mainstream continua a explorar a sexualidade feminina, numa clara tentativa de vender produtos, não significa que todas as mulheres transitem entre os dois lados, a la Shakira e Rihanna em "Can't Remember to Forget You." Desculpe, Shakira, não vamos comprar o que aqueles quadris estão vendendo.


8. Bissexuais são atraídos por qualquer coisa que se mova.


Ah, por favor. Só porque alguém é bissexual não significa que ele não tenha padrões. Essa é a mesma lógica que os caras homofóbicos usam para explicar porque não querem dividir um vestiário com homens gays. Você bem que gostaria que estivéssemos olhando para o seu material, querido.   


 9. Bissexuais não são atraídos por gêneros binários.


Robyn Ochs


A respeitada ativista bissexual Robyn Ochs descreve a bissexualidade como o potencial "de ser atraído — romântica e/ou sexualmente — por pessoas de mais de um sexo e/ou gênero, não necessariamente ao mesmo tempo, não necessariamente do mesmo modo, e não necessariamente com a mesma intensidade." Então, não, não tem nada a ver com binarismos, minha gente.


10. Bissexuais espalham HIV.

Homens que fazem sexo com homens não estão em risco desproporcional de infecção por HIV. Os bissexuais também não estão mais propensos a espalhar a doença do que os outros — tomar as devidas precauções é necessário, independentemente de sua orientação sexual. Sempre use proteção, conheça o estado sorológico de seu parceiro e o seu próprio.


11. Bissexuais vivem para sexo a três.

Sexo a três não é uma marca do estilo de vida bissexual  — é apenas uma opção, do mesmo modo que o são para qualquer outro ser sexuado.


12. O apagamento dos bissexuais é um mito.




De fato, a Comissão de Direitos Humanos de San Francisco publicou um relatório de cinquenta páginas em 2011 sobre a invisibilidade bissexual dentro da comunidade LGBT, demonstrando que o fenômeno está vivo e em boa forma. Como detalhado pela comissão,  palavreado como  "casamento gay" ou "homossexualidade" não é inclusivo e apaga a identidade das pessoas bissexuais. E mesmo os principais festivais do Orgulho objetivando ser inclusivos parecem ignorar a mensagem. 


13. Bissexuais são uma comunidade pequena.

Em 2007, uma pesquisa com 768 autoidentificados lésbicas, gays e bissexuais descobriu que um total de 48,9 por cento se identificava como bissexual — aproximadamente metade. Os bissexuais podem não falar tanto quanto seus irmãos gays e lésbicas, mas isso deve-se mais a estigmas persistentes do que à falta de força numérica. Gostem ou não, a comunidade bissexual está aqui, e está aqui para ficar. 

Homofobia



Homofobia é o medo ou atitude negativa para com pessoas gays, podendo ferir. Aqui, dicas sobre o que é homofobia e como lidar com ela...


O que é?


A palavra homofobia vem do grego 'homo' (significando 'mesmo') e fobia (significando 'medo'). Ela é usada para descrever um temor ou atitude negativa para com pessoas gays.

Ela pode tomar muitas formas, incluindo insultos, discriminação ou níveis mais extremos de intimidação e até violência.

A homofobia pode ser sutil. Você pode se sentir ignorado ou tratado com menos respeito que outros colegas, ou ela pode ser muito óbvia.

Não é certo, mas se você é gay, poderá encontrar homofobia em algum momento. Ser alvo de piada por causa de sua sexualidade pode ser entristecedor e embaraçoso, mas lembre-se que você não é o problema, eles é que são.

Pode ser reconfortante saber que a maioria dos homofóbicos age por ignorância e medo. Frequentemente, é uma questão de imaturidade. Orgulhe-se do fato de que você é mais esperto do que isso e mais maduro também.

Fale sobre isso


Assim como os que praticam o "bullying", os homofóbicos sentem prazer em ver você irritado.

Esvazie o balão deles recusando-se a devolver o insulto, por exemplo: "Sim, sou gay. E daí?"

Assim como nos casos de "bullying", você não deve sofrer em silêncio. O segredo provavelmente fortalecerá o homofóbico em sua crença errônea de que ser gay é algo que se deva esconder.

Busque suporte de alguém em quem você confie e conte-lhe sobre o que está acontecendo. Essa pessoa pode ser capaz de intervir ou simplesmente ajudar você a se sentir apoiado.

Seja confiante

Nem sempre é tão fácil ignorar ou desdenhar um insulto verbal como se pode pensar. Mas tente!

Se você agir com confiança, o ameaçador homofóbico comum ficará cansado de tentar incomodá-lo e desistirá.


Fonte: BBC (Londres)

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