2011 foi ano que mais se matou Homossexuais na PB: Veja a lista
NOTA OFICIAL DO GRUPO ARCO-ÍRIS EM COMEMORAÇÃO AO 28 DE JUNHO – DIA MUNDIAL DO ORGULHO LGBT

NOTA OFICIAL DO GRUPO ARCO-ÍRIS EM COMEMORAÇÃO AO 28 DE JUNHO – DIA MUNDIAL DO ORGULHO LGBT
Há 42 anos nascia o moderno movimento LGBT, após a Rebelião de Stonewall em 28 de junho de 1969, quando homossexuais cansados de sofrer perseguições enfrentaram a polícia de Nova Iorque. Apesar de ter sido uma situação violenta, a reação deu à comunidade - até então no "armário"- a primeira sensação de orgulho comum a partir deste incidente amplamente divulgado.
Com a iniciativa das paradas comemorativas a Rebelião de Stonewall surge um movimento popular com representatividade em vários países do mundo, com ações que promovem a visibilidade da comunidade LGBT para uma cultura de combate aos preconceitos e discriminações, além da inclusão dos direitos LGBT na pauta política de cada nação do planeta.
Em 1978, o Brasil fazia o seu Stonewall, com o surgimento do Somos: Grupo de Afirmação Homossexual, por influência da publicação o Lampião da Esquina, um importante instrumento que dava voz a uma classe então marginalizada, em plenos anos de chumbo da ditadura militar.
Muitos anos se passaram e o preconceito e a discriminação deixaram o seu rastro de sangue e ódio com mais de 3.500 assassinatos de homossexuais, contabilizados desde 1963. Somente no ano passado foram 260 assassinatos, segundo o boletim anual do Grupo Gay da Bahia. Um dos casos que mais sensibilizou a opinião pública foi o do adolescente Alexandre Ivo, de 14 anos, morador do município de São Gonçalo, no Rio de Janeiro. Sem falar nas travestis que são sem dúvida, as principais vítimas dessa violência e as mulheres lésbicas que são violentadas em sua própria feminilidade.
Muitos homossexuais ainda sofrem discriminação e perseguição no ambiente familiar, na escola, no trabalho, nas igrejas e em outros espaços públicos e privados. O Projeto de Lei da Câmara 122/06, que propõe tornar crime a homofobia no Brasil, sofre grande perseguição de setores conservadores e religiosos. O nosso Legislativo Federal avança por passos lentos. Por pressão destes setores conservadores, propostas de ações educativas como a distribuição do material do kit escola sem homofobia, do Ministério da Educação, são vetadas pela Presidenta da República.
Apesar de todos esses entraves, temos obtido muitos avanços representados pela implementação de políticas públicas, em nível nacional, como o Programa Brasil sem Homofobia, lançado em 2004, que evoluiu através da 1º Conferência Nacional LGBT para o Plano Nacional de Promoção da Cidadania LGBT. Também conquistamos iniciativas locais, como as campanhas de visibilidade de leis e direitos da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro; e o Programa Estadual Rio sem Homofobia, que lançou uma campanha publicitária exposta em várias mídias como TV, rádio, jornais etc. Além disso, através de uma iniciativa do Governador Sérgio Cabral, foi apresentada ao Supremo Tribunal Federal a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 132, em que se discutiu a equiparação da união estável entre pessoas do mesmo sexo. Por unanimidade, os Ministros do Supremo reconheceram o status de entidade familiar às uniões homoafetivas, preconizado pelo artigo 1.723 do Código Civil.
Ainda ontem, numa decisão também histórica, a 2ª vara de família de Jacareí, cidade do interior de São Paulo, converteu a união estável de um casal homossexual em casamento civil, abrindo um novo precedente na garantia da igualdade de direitos no Brasil.
Todos nós contribuímos para essas mudanças, sejam através de movimentos organizados ou de atitudes individuais. Diante dessas conquistas, o Grupo Arco-Íris, em seus 18 anos de luta, acredita que a sociedade brasileira está caminhando para a democracia plena. Para isso, precisamos cada vez mais ter uma atitude transformadora. A bandeira do movimento LGBT com as cores do arco-íris representa a diversidade humana e somente através da junção de todos esses espectros é que formaremos uma só cor: a da PAZ!
VIVA O ORGULHO DE LÉSBICAS, GAYS, BISSEXUAIS, TRAVESTIS E TRANSEXUAIS.
Rio de Janeiro, 28 de junho de 2011
Julio Moreira
Marta lamenta agressões contra homossexuais
Do Blog do Cláudio Nascimento:
Em pronunciamento no Plenário do Senado na tarde desta terça-feira (26), a senadora Marta Suplicy (PT-SP) lamentou a frequência com que pessoas pertencentes à população LGBT vêm sendo agredidas no Brasil. De acordo com Marta, esses atos explicitam “a condição de violência na qual está exposta a parcela da população que decidiu por outra forma de amar diferente da predominante”.
A senadora lembrou que, só em 2010, o fato de amar um igual levou à morte duzentas e sessenta pessoas em todo o Brasil. “Isso comprova que, para além do preconceito e a discriminação no meio familiar e social, as humilhações e os xingamentos, a população LGBT vive em estado de medo da morte”, disse Marta.
Em seu pronunciamento, a senadora lembrou recentes casos de violência que chamaram a atenção pelo requinte de crueldade com que foram praticados. Em dois deles, ocorridos em Itarumã (GO) e Campina Grande (PB), as vítimas foram assassinadas. “Esses não podem ser considerados crimes comuns. Existem, segundo relatos da polícia, certas características próprias de crime de homofobia”, explicou.
Marta lembrou que o Brasil deve unir todos os esforços para evitar retrocessos aos direitos humanos. “O combate à homofobia e a outras formas de discriminação se fará com a aprovação de novos marcos legais, dentre eles o PLC 122/2006, que tramita nesta Casa”, disse, referindo-se ao projeto que criminaliza a homofobia, do qual é relatora no Senado. Para a senadora, além de aprovar o projeto é preciso associar à luta contra a homofobia outros valores, como a tolerância e o acatamento à dignidade das pessoas. “O Parlamento Brasileiro precisa fazer sua parte, pois longe dos cuidados e da proteção do Estado não há cidadania que seja plena, tampouco democracia que sobreviva”, finalizou.
União Civil entre Pessoas do Mesmo Sexo

📝 De papel passado, sim, senhor(a)! 🌈
Ainda que o Brasil não tenha, oficialmente, o “casamento gay” reconhecido em lei (ou melhor: ainda não tivesse, até o STF resolver isso lá em 2011), muitos casais LGBTQIA+ já davam seus jeitos pra garantir direitos básicos – como plano de saúde, herança e proteção legal.
Foi assim que surgiu a escritura de união estável, uma alternativa real e poderosa para quem queria viver junto com dignidade e segurança, mesmo sem cerimônia na igreja ou tapete vermelho no cartório. Ainda em 2003, cartórios de São Paulo começaram a aceitar o documento. Hoje, já é realidade em várias partes do país.
📜 "Na prática, a diferença entre essa escritura e a certidão de casamento é desprezível", como bem disse a advogada Sylvia Mendonça do Amaral.
E mais do que um papel, esse registro é um ato de amor e resistência. Foi o que motivou Carla e Carolina a celebrar sua união com festa e tudo – com direito a bufê e felicidade compartilhada com amigos e família. Ou Eden e Everton, que passaram a incluir um ao outro no plano de saúde e tomar decisões de vida juntos com respaldo legal.
💡 O mais simbólico? Saber que estamos lutando não só por benefícios materiais, mas por respeito, reconhecimento e afeto público. Como diz Alexandre Santos, da Associação da Parada de SP:
👉 "Antes da igreja, buscamos o direito de falar pelo nosso companheiro."
É por isso que seguimos na luta. Porque amar também é um direito. E registrar esse amor — seja com festa ou só com assinatura — é um passo gigante fora do armário.
Homofobia no Malaui Retrocede...
(AFP) – Há 1 dia
LILONGÜE — O presidente do Malauí, Bingu wa Mutharika, anunciou neste sábado o indulto a um casal homossexual condenado recentemente a 14 anos de prisão por ter organizado a primeira cerimônia simbólica de casamento gay nesse país.
As Nações Unidas, a União Europeia e os Estados Unidos reagiram à condenação reiterando seus pedidos ao governo de Malauí que adotasse uma atitude menos intolerante para com os homossexuais.
O casal havia sido declarado culpado por ter "violado a ordem da natureza" e condenado a uma pena máxima de 14 anos de prisão e a trabalhos forçdos por terem organizado a cerimônia gay.
Tiwonge Chimbalanga, de 20 anos, e Steven Monjeza, de 26, se conheceram em uma igreja no início de 2009 e passaram meses vivendo juntos quando decidiram oficilizar sua união em dezembro passado. Eles acabaram presos.
"Celebro esta decisão muito corajosa de indultar estes dois jovens homossexuais", afirmou Ban, que mandou revogar a lei pela qual foram condenados.
O Malauí é um dos 38 Estados africanos que proíbem a homossexualidade.
É uma vitória do Direito! Especialmente dos Direitos Humanos!!! Parabéns a todos os países que se uniram nessa luta! Parabéns aos GLBTTTs!!! Muito mais ainda, parabéns ao casal de verdadeiros heróis que arriscaram suas vidas em nome do amor e da liberdade e estão ajudando a escrever um novo capítulo na história dos direitos humanos no Malaui!!!
Dia do Harvey Milk celebrado 32 anos após sua morte

🌈 Segunda-feira, 24 de Maio de 2010
Harvey Milk é celebrado nos EUA – 32 anos depois de seu assassinato
Trinta e dois anos após seu brutal assassinato, a vida e o legado de Harvey Milk, o primeiro homem assumidamente gay eleito para um cargo público nos Estados Unidos, foram celebrados em diversas cidades norte-americanas no último 22 de maio — data que agora marca oficialmente o Dia de Harvey Milk na Califórnia.
Este foi o segundo ano consecutivo de comemorações, mas o primeiro com reconhecimento oficial do Estado, graças a um decreto assinado em outubro do ano passado pelo então governador Arnold Schwarzenegger.
Harvey Milk foi morto a tiros em 27 de novembro de 1978, dentro da Câmara Municipal de San Francisco, por Dan White, um ex-vereador (cargo conhecido lá como city supervisor). No mesmo atentado, o prefeito George Moscone também foi assassinado. Milk tinha apenas 48 anos e havia sido eleito um ano antes para o cargo de supervisor municipal.
✒️ Comentário deste blogueiro
O assassinato de Harvey Milk e do prefeito George Moscone ainda é, mais de três décadas depois, uma das demonstrações mais claras de crime de ódio — neste caso, um crime homofóbico — que a história política já testemunhou.
Moscone não era gay, mas apoiava a luta de Milk pelos direitos civis da população LGBTQIA+. E isso, aparentemente, foi suficiente para colocá-lo na mira de um fanático como Dan White.
O que ainda espanta é a leveza da pena que White recebeu. Ele foi condenado a apenas cinco anos de prisão. Cinco anos por dois assassinatos a sangue frio, dentro de um espaço público, contra duas figuras públicas eleitas democraticamente. Isso em um país que, normalmente, aplica penas muito mais severas — inclusive prisão perpétua ou pena de morte — quando se trata de homicídio.
Dois anos após cumprir sua pena, Dan White cometeu suicídio. O jornal San Francisco Weekly chegou a chamá-lo de “o homem mais odiado da história de San Francisco” — e não é difícil entender por quê.
📺 Assista a esse documentário: https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/2013/06/os-tempos-de-harvey-milk-documentario.html
🕯️ Por que lembrar Harvey Milk?
Porque sua história ainda ecoa nas nossas.
Porque ele enfrentou o preconceito de frente, com coragem e esperança.
Porque ainda hoje existem Dan Whites por aí — disfarçados, protegidos por discursos de ódio e políticas de exclusão.
E porque nós não podemos esquecer. Nunca mais.
Harvey vive. Na luta. Na memória. No orgulho.
Lula e os homossexuais: Já tem tempo, mas vale a pena ver.

Fale dele quem quiser, mas nunca vi um presidente brasileiro se posicionar tão clara e conscientemente sobre a homossexualidade sem gaguejar, pestanejar ou ficar constrangido de qualquer maneira.
🌈 O que foi o Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos LGBT?
Lançado em junho de 2009, durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o plano foi uma resposta direta às demandas apresentadas na 1ª Conferência Nacional LGBT, realizada em 2008, com participação de milhares de ativistas e representantes de todo o país.
Seu objetivo central era combater a homofobia e promover a cidadania plena de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. O plano reconhecia que a população LGBT era historicamente marginalizada e precisava ser acolhida por políticas públicas efetivas.
📋 O que o plano propunha?
O documento trazia 166 ações divididas em cinco eixos principais, com destaque para:
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Promoção dos Direitos Humanos e da Cidadania LGBT, com foco na inclusão social e acesso igualitário a serviços públicos.
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Combate à violência e à discriminação motivada por orientação sexual ou identidade de gênero.
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Inclusão de temas de diversidade sexual nos currículos escolares e formação de profissionais de educação.
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Apoio à saúde da população LGBT, com atenção especial às demandas de travestis e pessoas trans.
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Fortalecimento institucional: criação de órgãos e comissões nos estados e municípios para monitoramento das políticas.
🏛 O papel de Lula
Lula teve um papel ativo e pessoalmente engajado no lançamento e promoção do plano. Ele foi o primeiro presidente brasileiro a:
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Usar a palavra “homofobia” em discurso oficial;
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Receber publicamente lideranças LGBT no Palácio do Planalto;
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Defender o direito à união civil e ao casamento homoafetivo, mesmo que o Congresso Nacional ainda não estivesse pronto para discutir isso naquele momento;
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Afirmar que o Estado laico deve proteger a diversidade e a dignidade de todos os brasileiros, independentemente da orientação sexual.
Ele dizia coisas como:
“O Brasil não pode continuar sendo um país em que pessoas são espancadas ou mortas por causa da sua orientação sexual. Isso não é aceitável.”
⚠️ Desafios e limitações
Apesar do plano ser ambicioso e progressista, enfrentou forte resistência de setores conservadores, especialmente dentro do Congresso e de algumas igrejas evangélicas. Muitas ações previstas acabaram não sendo implementadas ou perderam força com o tempo. Mesmo assim, o plano pavimentou o caminho para políticas posteriores, como:
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A decisão do STF que reconheceu a união estável entre pessoas do mesmo sexo (2011),
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A criminalização da LGBTfobia (2019),
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E o avanço de políticas de saúde para a população trans.
💬 Conclusão
O Plano Nacional LGBT de 2009, promovido por Lula, foi um divisor de águas. Ele representou o reconhecimento oficial, por parte do Estado brasileiro, de que ser LGBT não é uma questão privada a ser escondida, mas uma identidade cidadã a ser respeitada e protegida.
Foi também um recado claro: o Brasil precisa se livrar da vergonha e do silêncio em relação à diversidade sexual e de gênero.
Fantástico e G1 mostram a vida clandestina dos gays de Uganda
"Vou até o fim. Só saio se as coisas ficarem realmente insustentáveis."
– Warry Senfuka, ativista lésbica em Uganda
"Vou continuar batalhando pelo que acredito. Só vou deixar Uganda se for impossível permanecer aqui."
– Frank Mugisha, ativista gay em Uganda


Enquanto no Brasil alguns se dizem “perseguidos” por não poderem destilar livremente seu ódio contra pessoas LGBTQIA+, do outro lado do mundo, em Uganda, homossexuais estão prestes a ser legalmente perseguidos – com prisão perpétua ou mesmo pena de morte.
Sim, você leu certo.
Um projeto de lei extremamente severo, proposto pelo deputado David Bahati, deve ser votado ainda este mês no Parlamento de Uganda. Se aprovado, o texto transformará em crime o simples ato de se declarar gay. Estão previstos: prisão perpétua para quem assumir sua homossexualidade e pena de morte para quem “influenciar crianças” ou “reincidir” na homossexualidade. Termos vagos, perigosamente subjetivos, prontos para serem usados como instrumentos de opressão.
A ativista Warry Senfuka, lésbica e integrante de uma ONG que atua na defesa dos direitos da população LGBTQIA+ e na prevenção à AIDS, descreve o clima de pânico: “Esse ambiente de terror interfere nas nossas vidas, não podemos ir a qualquer lugar. Eu só ando perto de casa e do escritório. Há muito tempo que não vinha à cidade.”
Com roupas consideradas "masculinas", Warry vira alvo de olhares tortos, xingamentos e ameaças. A simples escolha de uma calça jeans e camisa já é suficiente para identificar sua orientação e colocá-la em risco. “Uma vez passei em um bar e um bêbado gritou: ‘Vou te ensinar a ser mulher’. Sigo em frente.”
Frank Mugisha, outro nome importante da resistência LGBTQIA+ no país, também vive às escondidas, mudando constantemente de casa e local de reunião. Ele não consegue emprego por causa do preconceito, apesar de ter formação superior. A entrevista ao G1 só foi concedida após muitos cuidados: local combinado de última hora, sigilo total e medo constante.
A ONG em que Warry atua, assim como todas as que defendem os direitos LGBTQIA+, cairá na ilegalidade se a nova lei for aprovada. Isso porque o governo trata a homossexualidade como crime comparável ao roubo ou à agressão. James Obuturo, Ministro da Ética e Integridade, chegou a dizer: “Você permitiria uma organização de ladrões?”.
Mas Uganda já tem uma lei contra gays, de 1949, herança da colonização britânica. O novo projeto apenas intensifica o terror.
Apesar da pressão internacional – inclusive do ex-presidente dos EUA, Barack Obama, que chamou o projeto de “odioso e inaceitável” – o clima interno no país é amplamente favorável à aprovação. Uma manifestação com 25 mil pessoas em Jinja mostrou o tamanho do apoio popular ao preconceito institucionalizado.
Uganda pode se tornar o quinto país africano com pena de morte para homossexuais, ao lado de Sudão, Mauritânia e partes da Nigéria e da Somália.
E mesmo diante disso, Warry e Frank não pensam em fugir. Ainda não. Eles resistem. Porque ser quem se é não deveria ser um crime. E porque há coisas pelas quais vale a pena lutar até o fim.
💬 Comentário deste blogueiro
Venho acompanhando esse horror em Uganda há algum tempo e já publiquei outros textos sobre o assunto (basta procurar pela tag Uganda aqui no blog).
É um exemplo escancarado do que acontece quando o ódio vira política pública. Uganda mostra a face mais cruel e nua da homofobia: a perseguição, a exclusão, a violência. Uma sociedade inteira afundando em ignorância, guiada por líderes religiosos fundamentalistas – muitos dos quais foram “importados” dos Estados Unidos para incitar esse pânico moral.
Sim, pastores norte-americanos estiveram em Uganda incentivando autoridades e igrejas a promover esse tipo de cruzada medieval contra a comunidade LGBTQIA+. O projeto que está prestes a ser aprovado é um fruto direto dessa exportação de ódio. Enquanto isso, aqui no Brasil, há quem chore porque não pode “expressar sua opinião” chamando gays de abominações. O mesmo discurso que lá mata, aqui se disfarça de "liberdade de expressão".
Uganda é tudo o que o Brasil NÃO PODE SER.
E para isso, precisamos:
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de educação para a diversidade;
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de políticas públicas de inclusão;
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e de uma legislação anti-homofobia eficaz e ativa.
A pobreza adora a companhia da ignorância. Uma alimenta a outra e juntas devoram a dignidade humana. Uganda, infelizmente, mostra isso com clareza assustadora.
Que os gritos de Warry e Frank ecoem além das fronteiras. E que nunca nos esqueçamos: o amor precisa de coragem, mas a dignidade precisa de justiça.
🖤
#ForaDoArmário #DireitosHumanos #LGBTQIA #Uganda #ResistênciaQueer
Obama quer que hospitais americanos permitam que gays recebam visitas de companheiros

Publicada em 16/04/2010
O Globo
RIO - O presidente americano, Barack Obama, assinou na quinta-feira um memorando exigindo que hospitais permitam que gays e lésbicas recebam visitas de pessoas que não sejam seus familiares e que sejam dados a seus parceiros poderes legais para intervir e tomar decisões sobre os pacientes junto às equipes médicas. A ordem, dada ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos, proíbe a discriminação em visitações hospitalares em qualquer instituição que receba recursos dos fundos de saúde Medicare ou Medicaid.
Segundo grupos de defesa dos direitos dos homossexuais, a decisão traz de volta Obama ao centro dos debates sobre a legalização do casamento gay nos Estados Unidos. Durante anos, ativistas vêm reclamando que autorizar os casamentos poderia aliviar o sofrimento de milhares de homossexuais que não podem visitar seus parceiros em hospitais em casos de problemas de saúde.
Até então, hospitais americanos permitiam a seus pacientes receberem visitas somente de pessoas com parentesco sanguíneo comprovado ou cônjuges casados legalmente.
O problema já começa com a nossa mania de fazer os parentes e parceiros conjugais morrerem fora de casa. Com a "hospitalização da morte", o que antes acontecia naturalmente no seio da família, em território conhecido pelo indivíduo e onde suas mais significativas memórias estavam concentradas, passou a acontecer no ambiente frio, distante, burocrático de um quarto de hospital. Meu avô teve a infelicidade de morrer de câncer, mas o consolo de morrer em casa, em sua própria cama, junto de sua amada esposa. Teve tempo de orientá-la sobre uma série de coisas e dividir bens e dar instruções aos filhos. Morreu com dor por causa do câncer, mas não teve essa dor acrescida de nenhuma outra oriunda da burocracia e índifirenca típicas do ambiente hospitalar.
É um crueldade obrigar uma pessoa a morrer longe de quem ama só porque não existe uma relação consangüínea ou um documento que comprove casamento. Isso é ridículo e desumano. Pode haver platéia na execução de uma pessoa condenada à cadeira elétrica, mas o parceiro ou parceira de um paciente moribundo não pode estar ao seu lado na hora em que ele(a) mais precisa. Os americanos se superam quando o assunto é incoerência.
Chegar ao ponto de um presidente da república ter que interferir nisso!!! Nossa é o cúmulo da estupidez!!! Sinceramente, odeio essas séries americanas que mostram médicos e investigadores como jogadores que estão disputando apostas para ver qual deles vai ser o melhor no diagnóstico ou na conclusão de uma investigação, ignorando completamente os seres humanos vitimados por aquelas tragédias. Lidando com a doença e o crime como se fossem apenas números, cálculos, quebra-cabeças. Isso só reflete o modo como enxergam a vida: tudo é um jogo no qual só importa vencer. O outro só é suportado, porque sem ele não tem jogo. Mentalidade medíocre! Onde está o "American Dream", o sonho de liberdade e oportunidades iguais para todos?
Tomara que o bom-senso supere a estupidez nessa questão, e que o ser humano seja colocado à frente de qualquer papel, assinatura ou carimbo.
Obama apóia benefícios iguais para parceiros gays

🚨 Enquanto visitava Tampa, na Flórida, nesta semana, o presidente Barack Obama fez uma declaração importante para a comunidade LGBTQIA+: ele reafirmou o compromisso do governo federal em garantir os mesmos direitos e benefícios a casais gays e lésbicos que já são garantidos a casais heterossexuais.
💬 Em suas palavras:
“No nível federal, uma das coisas que estamos tentando fazer é nos certificarmos de que as parcerias sejam reconhecidas para o propósito de benefícios.”
Entre os pontos mencionados pelo presidente, estão direitos essenciais que muitos casais homoafetivos ainda não têm acesso nos EUA:
✔️ Direito de visitação hospitalar
✔️ Pensão para o parceiro sobrevivente
✔️ Acesso ao seguro social do parceiro
🌈 O gesto de Obama é mais um passo no avanço pelos direitos iguais nos EUA, e acontece na mesma semana em que o país discute a possível revogação da política “Don’t Ask, Don’t Tell”, que impede militares de se assumirem abertamente homossexuais nas Forças Armadas.
🛑 Vale lembrar: só em 2009, 428 militares foram dispensados por serem gays assumidos. Desde 1993, quando a política foi criada, mais de 11 mil já haviam sido expulsos por esse motivo.
📊 Enquanto isso, o chefe do Estado Maior das Forças Armadas, almirante Mike Mullen, declarou no Senado:
“Permitir que homossexuais assumidos sirvam às Forças Armadas é a coisa certa a fazer.”
📢 Sim, você leu certo: o comando militar dos EUA está defendendo abertamente que a orientação sexual não deve ser motivo de exclusão.
E no Brasil?
Do lado de cá, a realidade ainda é dura. Nesta mesma semana, o general Raymundo Nonato de Cerqueira Filho — indicado a ministro do Superior Tribunal Militar — afirmou que soldados não obedecem a comandantes homossexuais. A fala causou indignação e acendeu o debate sobre homofobia nas Forças Armadas brasileiras, onde não há qualquer política oficial de inclusão.
🌍 Para efeito de comparação:
Segundo levantamento da ILGA (International Gay and Lesbian Association), atualizado pelo Palm Center (ligado à Universidade da Califórnia), países como Itália, Alemanha, Canadá, França, Reino Unido, África do Sul e Israel já aceitam abertamente gays e lésbicas em seus exércitos.
🧭 Enquanto algumas nações caminham à frente, por aqui seguimos lutando contra o preconceito institucionalizado.
👀 Fique com a gente para mais atualizações sobre a luta por direitos LGBTQIA+ no Brasil e no mundo.
✍️ Fora do Armário – Informando com orgulho.
#DireitosLGBT #Obama #Don’tAskDon’tTell #ForaDoArmário #IgualdadeJá #CasaisLGBT #ForçasArmadas #Brasil #EstadosUnidos #NotíciasLGBT
Parceria Civil e Adoção por Casais Gays

Dizem os especialistas que 37 direitos são negados aos homossexuais por causa da reticência do Congresso e do Senado em aprovar a lei de união civil para casais homoafetivos. Não está aqui computada a privação de tantos outros direitos relacionados a outras questões. É lógico que a união civil representa muito mais do que apenas status de casamento nos moldes da monogamia idealizada, mas muito pouco praticada pelos próprios heterossexuais. A união civil abre caminho para a garantia de vários direitos, tais como herança, planos de assistência e outros benefícios empregatícios, direito a vistos de permanência em caso de casais onde as nacionalidades são distintas, adoção etc.
Isso não quer dizer que todos os gays quererão casar só porque a união civil gay veio a ser regulamentada (caso seja... tomara que seja). Assim como muitos heterossexuais preferem não casar com registro civil, muitos gays também hão de preferir uma relação de parceria "desburocratizada". A questão, porém, não é essa. O ponto aqui é: poderão os gays fazer a opção pela união civil com status de legalidade e com os direitos que esta lhes assegura? Há que haver leis que contemplem tanto gays como heterossexuais, independentemente das opções que cada um fará pessoalmente – casar ou não casar; adotar ou não adotar; se casar em comunhão ou com separação de bens (se bem que isso está caindo em total desuso juridicamente) etc.
Quanto à adoção – que incomoda os fundamentalistas religiosos e aqueles que sofrem de ingenuidade crônica – o princípio é o mesmo: dar aos homossexuais a chance de escolher entre adotar ou não; e, tendo passado por todo aquele processo de seleção que caracteriza a adoção tradicionalmente feita por casais heterossexuais, receber pelas mãos da Justiça o filho ou filha que já amam mesmo sem haverem concebido. A avaliação de cada caso é necessária, pois é preciso saber se o casal gay ou heterossexual tem condições financeiras, estabilidade emocional, cumplicidade nesta decisão etc.
A adoção liberada para casais gays já não está fora do alcance, pois alguns juízes já têm concedido o direito de adotar a alguns homossexuais sem que haja uma lei específica, pois nada há que impeça a adoção dentro da legislação vigente. Além disso, gays podem gerar. Eu mesmo sou pai de dois filhos cada dia mais lindos! Não sou o único. Há gays que são pais porque casaram com alguém do outro gênero e vieram a ser pais ou mães. Há gays que fizeram sexo com outra pessoa só para gerar, sem compromisso de casamento. Há gays que fizeram inseminação artificial e geraram seus próprios filhos etc. Portanto, dizer que gays ou lésbicas não podem ser pais e mães é uma idiotice, coisa de quem não conhece os fatos, pois inúmeros gays e lésbicas são pais e mães e seus filhos andam entre nós sem que sequer percebamos a diferença entre os filhos de pais homossexuais e os filhos de pais heterossexuais.
É imbecilidade querer impedir os homossexuais de viverem suas potencialidades ao máximo, seja como cônjuges, profissionais, pais etc. Haverá sempre um jeito, mas o melhor de todos é aquele que tem como base a justiça, e essa lei da parceria civil está totalmente imbuída daquele espírito e dignidade que caracterizam o conceito de direitos fundamentais de todo ser humano, sem discriminação de gênero, raça, nacionalidade, sexualidade etc.
Há que se dizer, porém, que ser pai ou mãe nunca é fácil. É uma responsabilidade para o resto da vida. Demanda amor, atenção, recursos financeiros, noites insones por motivo de doença (e elas são mais numerosas do que se imagina), e por aí vai.
É preciso ter uma cabeça muito bem resolvida para não impor ao filho aquilo que tanto nos incomodou quando estávamos na mesma fase que eles, e ao mesmo tempo saber orientar quando preciso.
Sobre a ideia que alguns têm de que um casal gay pode não ser um bom padrão para a criança, vale dizer que isso baseia-se em preconceitos pessoais, não em fatos. Casais heterossexuais têm sido a maior fonte de problemas emocionais para as crianças, e ninguém pensa em abolir o casamento heterossexual. É pai que espanca a mãe; pai e mãe que espancam os filhos; pai que abusa sexualmente das filhas; mãe que vive dizendo que o pai não presta; pai que vive chamando a mãe de vagabunda; pai que vive traindo a mãe e vice-versa; pai e/ou mãe bebendo horrores na frente dos filhos; pais que usam drogas na presença dos filhos e ainda mandam as crianças comprarem os entorpecentes na boca de fumo.
Enquanto isso, existem vários casais gays sendo pais maravilhosos; alguns já até avós!!! A questão não é de sexualidade, mas de caráter, de ética pessoal. Tanto faz se o indivíduo é gay ou heterossexual.
Entretanto, do mesmo jeito que alguns indivíduos heterossexuais jamais deveriam ser pais, alguns gays também jamais deveriam gerar ou adotar filhos. É preciso avaliar a si mesmo, as condições que se tem e o que se quer da vida antes de assumir um compromisso que não tem retorno. Isso vai do bom senso do indivíduo e, em caso de adoção, da coerência e perspicácia das autoridades responsáveis pela concessão da adoção.
Além disso, a questão não é simplesmente se pais gays podem criar filhos saudáveis e equilibrados, mas se pais adotivos heterossexuais saberiam lidar com a possível homossexualidade do filho que querem adotar ou que já adotaram. Sim, porque crianças não vêm com rótulo de fábrica. Fico pensando: se um casal homofóbico adotar uma criança e posteriormente descobrir que se tratava de um filho gay ou uma filha lésbica, será que saberiam esses pais heterossexuais lidar com essa questão de modo tranquilo, equilibrado, dando espaço para que a identidade dessa criança se desenvolva sem pressão para ser diferente do que é? Pais gays e mães lésbicas podem lidar com filhos heterossexuais, mas será que pais heterossexuais necessariamente saberiam lidar com filhos homossexuais? Quem adota geralmente vai pra "fila de espera" cheio de expectativas e idealizações. Será que os heterossexuais pensam nisso? Eu mesmo já namorei um cara que era filho adotivo e era gay, obviamente. Para complicar ainda mais, os pais dele eram evangélicos. Ou seja, dois evangélicos adotam um bebezinho homossexual (a vida é irônica mesmo!!!).
Pode soar estranho para alguns, mas bebês são gente, e gente pode ser gay, heterossexual ou bissexual. Aparentemente, a bissexualidade é muito mais numerosa do que a heterossexualidade ou a homossexualidade – o que significa que são pequenas as chances de que os filhos sejam garantidamente heterossexuais. As probabilidades tendem muito mais para a bissexualidade. E ainda existe a possibilidade da homossexualidade exclusivamente. Estarão os pais heterossexuais preparados para todas essas possibilidades?
A pergunta, portanto, não é simplesmente se uma criança pode ser feliz com pais gays, mas se pais heterossexuais saberiam ser felizes com filhos gays e criar as condições para que esses filhos fossem felizes tais como são. Se a resposta for não, é temerário conceder adoção aos candidatos heterossexuais.
Felizmente, muitos casais heterossexuais têm aprendido a lidar com seus filhos gays sem grandes atritos. Há outros, porém, que fazem monstruosidades com essas crianças e adolescentes logo que percebem qualquer sinal de homoafetividade.
Uma coisa é certa: um pai/mãe solteiro – gay ou não – e um casal – gay ou não – se forem equilibrados e capazes de amar incondicionalmente um filho, serão melhores para as crianças abandonadas do que dez mil orfanatos de primeiro mundo!
Enquanto isso, alguns fundamentalistas tentam embargar o avanço do direito e da justiça àqueles que por tempo demais já foram injustiçados, discriminados, rotulados. Mas todo o esforço deles vai dar em nada se a própria sociedade e o governo quiserem realmente construir um mundo mais justo, mais saudável e com mais amor.
Se você deseja copiar esse texto para outro site, fique à vontade. Só peço que copiem a parte negritada com o crédito de autoria: Sergio Viula (Blog Fora do Armário). Valeu. 💗
Anglicanos extendem pensões a parceiros gays no clero

📢 Igreja Anglicana dá exemplo e aprova igualdade nas pensões para parceiros gays do clero
LONDRES, 12 de fevereiro de 2010 — Um passo corajoso rumo à justiça foi dado pela Igreja da Inglaterra esta semana. O Sínodo da igreja votou a favor da extensão dos mesmos direitos à pensão para parceiros civis gays de membros do clero, garantindo a eles o que já é assegurado a esposas e maridos heterossexuais.
A medida vai além do que exige a Lei de Parcerias Civis de 2004 — que, desde dezembro de 2005, obriga o pagamento de pensões aos parceiros registrados. Ou seja, a Igreja não apenas seguiu a lei: ela escolheu liderar pelo exemplo.
“Este não é um debate a respeito de clérigos gays", explicou Simon Baynes, recentemente eleito para a diretoria de pensões da igreja. “É um debate a respeito de reparar a injustiça que temos permitido que se construa em nosso sistema.”
💬 COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO
Parabéns à Igreja Anglicana. Se todas as igrejas seguissem esse exemplo de justiça, coragem e respeito ao ser humano, o cristianismo poderia começar — quem sabe — a parecer menos doentio.
Durante séculos, os discursos religiosos foram usados como armas para marginalizar, excluir, perseguir e condenar pessoas LGBT+. Ainda hoje, vemos pregadores que preferem o ódio à compaixão. Mas quando uma instituição religiosa poderosa como a Igreja da Inglaterra dá um passo concreto para corrigir uma desigualdade histórica, isso precisa ser aplaudido e divulgado.
Enquanto tantas igrejas insistem em negar direitos, a Anglicana mostra que é possível conciliar fé e justiça, religião e dignidade.
📌 Que este gesto inspire outras instituições a abandonar o moralismo cego e optar por algo mais próximo do que deveria ser a essência de qualquer espiritualidade: o amor ao próximo.
Nepal se abre para turistas gays 💗

O Everest na cor do arco-íris?
15 de março de 2010
Incrível o que está acontecendo no Nepal neste exato momento — e quase inacreditável, considerando o passado recente do país. Estamos falando de um dos saltos mais radicais e simbólicos em direção à inclusão LGBTQIA+ no continente asiático, e, pasme: o Monte Everest pode virar o cenário do casamento gay mais alto do mundo! 🌈🏔️
Sim, você leu certo.
O governo do Nepal — país de maioria hindu, tradicionalmente conservador — está planejando transformar o Himalaia em um destino de turismo queer, mirando especificamente no mercado bilionário do turismo LGBTQIA+ global. Eles estão apostando alto: trilhas para casais gays em lua-de-mel, cerimônias de casamento no topo do mundo, experiências personalizadas para pessoas LGBTQIA+… tudo isso sob a bandeira do progresso social e, claro, do desenvolvimento econômico.
E olha que reviravolta: cinco anos atrás, gays, lésbicas e pessoas trans eram alvo de batidas policiais, violência e prisões arbitrárias. Hoje, com o apoio do primeiro governo democraticamente eleito após a guerra civil, direitos LGBTQIA+ estão sendo legalmente reconhecidos e incorporados às políticas de turismo e cidadania.
Um dos principais motores dessa transformação é Sunil Babu Pant, primeiro parlamentar abertamente gay do Nepal, ativista e fundador do Blue Diamond Society, que tem sido peça-chave nessa mudança histórica.
O Nepal quer — e está conseguindo — se reposicionar no mapa global como um país progressista e acolhedor, mesmo com todas as tensões religiosas e sociais ainda em jogo. É um movimento ousado, inspirador, e que mostra que sim: mudanças estruturais profundas são possíveis, mesmo nos lugares mais improváveis.
Se a ideia de pintar o Everest de rosa é só uma metáfora ousada ou um plano real, ainda não se sabe com certeza. Mas uma coisa é clara: o Nepal está subindo a montanha da igualdade a passos largos — e quem sabe em breve a gente veja mesmo um beijo de casamento gay com o Himalaia ao fundo. 💒💗
Argentina celebra o primeiro casamento gay da América Latina 🏳️🌈
Da Terra do Fogo ao coração do continente: Argentina celebra o primeiro casamento gay da América Latina 🏳️🌈
Publicado em 29/12/2009
A América Latina acaba de escrever um capítulo histórico na luta pelos direitos LGBTQIA+: Alex Freyre, 39 anos, e José María Di Bello, 41, tornaram-se oficialmente o primeiro casal do continente a celebrar um casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.
E esse momento não poderia ter sido mais simbólico: a cerimônia aconteceu em Ushuaia, a cidade mais austral do mundo, localizada na província argentina de Tierra del Fuego. Do "fim do mundo", como gostam de dizer os moradores locais, veio uma luz que agora se espalha por todo o continente.
“Aqui, desde o fim do mundo — ou o começo dele — iluminamos todos”, declarou emocionado José María Di Bello, logo após a cerimônia.
O casamento só foi possível graças à corajosa decisão da governadora Fabiana Ríos, que autorizou a união após o casal ter sua cerimônia suspensa por uma liminar federal em Buenos Aires. Antes disso, um juiz da capital havia concedido o direito ao casamento, quebrando a definição nacional de que o matrimônio deveria ocorrer apenas entre um homem e uma mulher. Mas a reação conservadora veio rápido, e o embate judicial impediu a celebração planejada.
Diante disso, Alex e José María tomaram uma decisão ousada: se mudar temporariamente para Tierra del Fuego, obter residência e prosseguir com o sonho de se casar legalmente. E conseguiram.
Segundo Claudio Morgado, presidente do Instituto Nacional contra a Discriminação, Xenofobia e Racismo (Inadi), a governadora agiu com base na Constituição e nos direitos humanos.
✒️ Comentário deste blogueiro
O amor venceu mais uma vez. Venceu o medo, venceu a burocracia, venceu o preconceito.
Do “fim do mundo”, veio o começo de uma nova história. Uma história de coragem, de dignidade e de esperança.
Enquanto isso, o Brasil continua parado, amarrado a discursos evasivos e promessas que nunca saem do papel. E a Argentina — nossa vizinha — já está à frente. A passos firmes, com coragem institucional, está escrevendo um futuro mais justo para todos.
Acorda, Brasil!
Nossos irmãos argentinos estão provando que é possível fazer diferente. Que governos podem — e devem — ser aliados na luta por direitos. Que amor, justiça e cidadania não devem depender do CEP, do gênero ou da orientação sexual de ninguém.
Parabéns, Alex e José María!
Vocês não se casaram apenas um com o outro — se casaram com a história.
E agora, ela também nos pertence.
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