Obama quer que hospitais americanos permitam que gays recebam visitas de companheiros

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Publicada em 16/04/2010 
O Globo


RIO - O presidente americano, Barack Obama, assinou na quinta-feira um memorando exigindo que hospitais permitam que gays e lésbicas recebam visitas de pessoas que não sejam seus familiares e que sejam dados a seus parceiros poderes legais para intervir e tomar decisões sobre os pacientes junto às equipes médicas. A ordem, dada ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos, proíbe a discriminação em visitações hospitalares em qualquer instituição que receba recursos dos fundos de saúde Medicare ou Medicaid.

Segundo grupos de defesa dos direitos dos homossexuais, a decisão traz de volta Obama ao centro dos debates sobre a legalização do casamento gay nos Estados Unidos. Durante anos, ativistas vêm reclamando que autorizar os casamentos poderia aliviar o sofrimento de milhares de homossexuais que não podem visitar seus parceiros em hospitais em casos de problemas de saúde.

Até então, hospitais americanos permitiam a seus pacientes receberem visitas somente de pessoas com parentesco sanguíneo comprovado ou cônjuges casados legalmente.


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO


O problema já começa com a nossa mania de fazer os parentes e parceiros conjugais morrerem fora de casa. Com a "hospitalização da morte", o que antes acontecia naturalmente no seio da família, em território conhecido pelo indivíduo e onde suas mais significativas memórias estavam concentradas, passou a acontecer no ambiente frio, distante, burocrático de um quarto de hospital. Meu avô teve a infelicidade de morrer de câncer, mas o consolo de morrer em casa, em sua própria cama, junto de sua amada esposa. Teve tempo de orientá-la sobre uma série de coisas e dividir bens e dar instruções aos filhos. Morreu com dor por causa do câncer, mas não teve essa dor acrescida de nenhuma outra oriunda da burocracia e índifirenca típicas do ambiente hospitalar.

É um crueldade obrigar uma pessoa a morrer longe de quem ama só porque não existe uma relação consangüínea ou um documento que comprove casamento. Isso é ridículo e desumano. Pode haver platéia na execução de uma pessoa condenada à cadeira elétrica, mas o parceiro ou parceira de um paciente moribundo não pode estar ao seu lado na hora em que ele(a) mais precisa. Os americanos se superam quando o assunto é incoerência.

Chegar ao ponto de um presidente da república ter que interferir nisso!!! Nossa é o cúmulo da estupidez!!! Sinceramente, odeio essas séries americanas que mostram médicos e investigadores como jogadores que estão disputando apostas para ver qual deles vai ser o melhor no diagnóstico ou na conclusão de uma investigação, ignorando completamente os seres humanos vitimados por aquelas tragédias. Lidando com a doença e o crime como se fossem apenas números, cálculos, quebra-cabeças. Isso só reflete o modo como enxergam a vida: tudo é um jogo no qual só importa vencer. O outro só é suportado, porque sem ele não tem jogo. Mentalidade medíocre! Onde está o "American Dream", o sonho de liberdade e oportunidades iguais para todos?

Tomara que o bom-senso supere a estupidez nessa questão, e que o ser humano seja colocado à frente de qualquer papel, assinatura ou carimbo.

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