Da Terra do Fogo ao coração do continente: Argentina celebra o primeiro casamento gay da América Latina 🏳️🌈
Publicado em 29/12/2009
A América Latina acaba de escrever um capítulo histórico na luta pelos direitos LGBTQIA+: Alex Freyre, 39 anos, e José María Di Bello, 41, tornaram-se oficialmente o primeiro casal do continente a celebrar um casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.
E esse momento não poderia ter sido mais simbólico: a cerimônia aconteceu em Ushuaia, a cidade mais austral do mundo, localizada na província argentina de Tierra del Fuego. Do "fim do mundo", como gostam de dizer os moradores locais, veio uma luz que agora se espalha por todo o continente.
“Aqui, desde o fim do mundo — ou o começo dele — iluminamos todos”, declarou emocionado José María Di Bello, logo após a cerimônia.
O casamento só foi possível graças à corajosa decisão da governadora Fabiana Ríos, que autorizou a união após o casal ter sua cerimônia suspensa por uma liminar federal em Buenos Aires. Antes disso, um juiz da capital havia concedido o direito ao casamento, quebrando a definição nacional de que o matrimônio deveria ocorrer apenas entre um homem e uma mulher. Mas a reação conservadora veio rápido, e o embate judicial impediu a celebração planejada.
Diante disso, Alex e José María tomaram uma decisão ousada: se mudar temporariamente para Tierra del Fuego, obter residência e prosseguir com o sonho de se casar legalmente. E conseguiram.
Segundo Claudio Morgado, presidente do Instituto Nacional contra a Discriminação, Xenofobia e Racismo (Inadi), a governadora agiu com base na Constituição e nos direitos humanos.
✒️ Comentário deste blogueiro
O amor venceu mais uma vez. Venceu o medo, venceu a burocracia, venceu o preconceito.
Do “fim do mundo”, veio o começo de uma nova história. Uma história de coragem, de dignidade e de esperança.
Enquanto isso, o Brasil continua parado, amarrado a discursos evasivos e promessas que nunca saem do papel. E a Argentina — nossa vizinha — já está à frente. A passos firmes, com coragem institucional, está escrevendo um futuro mais justo para todos.
Acorda, Brasil!
Nossos irmãos argentinos estão provando que é possível fazer diferente. Que governos podem — e devem — ser aliados na luta por direitos. Que amor, justiça e cidadania não devem depender do CEP, do gênero ou da orientação sexual de ninguém.
Parabéns, Alex e José María!
Vocês não se casaram apenas um com o outro — se casaram com a história.
E agora, ela também nos pertence.
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