MORTO POR HOMOFOBIA
DENTRO DA PRÓPRIA CASA
A história de Alex Medeiros, de apenas 8 anos, espancado até a morte pelo pai no Rio de Janeiro, traz à tona uma verdade dolorosa: a homofobia não acontece apenas nas ruas, mas dentro dos lares. Dados da Secretaria de Direitos Humanos mostram que 38% das denúncias de violência contra pessoas LGBTQIA+ ocorrem em casa, superando os casos nas ruas (30%).
Alex gostava de dançar, lavar louça e mantinha o cabelo comprido — comportamentos que incomodavam o pai, que alegava querer “corrigi-lo”. A tragédia reflete a intolerância enraizada na sociedade brasileira, onde, segundo especialistas, práticas violentas buscam impedir que crianças sejam quem são, mesmo sem compreenderem conceitos como orientação sexual.
Além da falta de políticas públicas efetivas, como a criminalização da homofobia, programas educativos, como o "kit gay", foram barrados, dificultando o combate à discriminação. O Brasil ainda carece de leis que criminalizem a homofobia, como já ocorre em países como Suécia e Chile.
O coordenador de Direitos LGBT, Gustavo Bernardes, aponta que a criminalização tem um papel pedagógico essencial: “É uma forma de o Estado dizer que não compactua com a violência”. Iniciativas como o Sistema Nacional LGBT estão em andamento, mas a conscientização ainda é um desafio.
Casos como o de Alex reforçam a urgência de educar famílias e punir práticas discriminatórias. A luta por um país mais inclusivo começa dentro de casa, onde a aceitação e o respeito precisam prevalecer.
