Mostrando postagens com marcador poeta. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador poeta. Mostrar todas as postagens

NECA FALOÔNICA - Moisés Guimarães

Lançamento do livro
NECA FALOÔNICA,
de Moisés Guimarães




Livraria Arlequim - Paço Imperial - Praça XV - Rio de Janeiro
Sábado, 26 de janeiro, 11h


O quê Calígula, Deleuze, Divina (a célebre personagem de Jean Genet) e Gerusa, moça simples de um vilarejo imaginário, fazem em um mesmo lugar? Tornaram-se, todos, matéria de poesia. E que os leitores não se assustem com o motivo poético que os unem, afinal de contas a neca é, também, um símbolo, uma imagem inspiradora. É isso que nos revela o livro A neca faloônica de Moisés Guimarães.

Composto em versos livres, o conjunto de poemas aqui coligidos mimetiza sobre a forma de palavras certas sensações e experiências que, em virtude dos tabus, preconceitos e estigmas que ainda pairam e modulam a vida social, por vezes são obrigadas a se retraírem, a serem vivenciadas em silêncio e na solidão de um quarto escuro, de uma sauna inebriada por desejos e angústias turvas ou mesmo nas encruzilhadas funestas e soturnas de uma rua qualquer.

Dessa forma, a neca odara, a mala armada, o corpo besuntado de deleite são mais do que a letra enseja. O deboche, a ironia e a sátira dão a ver questões mais complexas como a violência de gênero, o descaso com os homossexuais e com as travestis, bem como com outras tantas facetas do universo sexual conformado pelo mundo contemporâneo. A neca faloônica ensina uma importante lição: a poesia não se dobra a qualquer um, por isso aquele que com ela convive se torna apto a transformar os mais insólitos assuntos em pulsão lírica. (Texto de Fabrício Silveira)


Esse e outros livros de Moisés Guimarães podem ser encontrados no Amazon:

https://www.amazon.com.br/Neca-Falo%C3%B4nica-Mois%C3%A9s-Guimar%C3%A3es/dp/8578231376

Richard Blanco's poem at Barack Obama's 2013 inauguration

Resource: NBC 10 - Philladelphia
https://www.nbcphiladelphia.com/news/national-international/richard-blancos-inauguration-poem/1963310/




One Today


One sun rose on us today, kindled over our shores,

peeking over the Smokies, greeting the faces

of the Great Lakes, spreading a simple truth

across the Great Pl
ains, then charging across the Rockies.

One light, waking up rooftops, under each one, a story

told by our silent gestures moving behind windows.




My face, your face, millions of faces in morning's mirrors,

each one yawning to life, crescendoing into our day:

pencil-yellow school buses, the rhythm of traffic lights,

fruit stands: apples, limes, and oranges arrayed like rainbows

begging our praise. Silver trucks heavy with oil or paper-

bricks or milk, teeming over highways alongside us,

on our way to clean tables, read ledgers, or save lives-

to teach geometry, or ring-up groceries as my mother did

for twenty years, so I could write this poem.




All of us as vital as the one light we move through,

the same light on blackboards with lessons for the day:

equations to solve, history to question, or atoms imagined,

the "I have a dream" we keep dreaming,

or the impossible vocabulary of sorrow that won't explain

the empty desks of twenty children marked absent

today, and forever. Many prayers, but one light

breathing color into stained glass windows,

life into the faces of bronze statues, warmth

onto the steps of our museums and park benches

as mothers watch children slide into the day.




One ground. Our ground, rooting us to every stalk

of corn, every head of wheat sown by sweat

and hands, hands gleaning coal or planting windmills

in deserts and hilltops that keep us warm, hands

digging trenches, routing pipes and cables, hands

as worn as my father's cutting sugarcane

so my brother and I could have books and shoes.




The dust of farms and deserts, cities and plains

mingled by one wind-our breath. Breathe. Hear it

through the day's gorgeous din of honking cabs,

buses launching down avenues, the symphony

of footsteps, guitars, and screeching subways,

the unexpected song bird on your clothes line.




Hear: squeaky playground swings, trains whistling,

or whispers across café tables, Hear: the doors we open

for each other all day, saying: hello, shalom,

buon giorno, howdy, namaste, or buenos días

in the language my mother taught me-in every language

spoken into one wind carrying our lives

without prejudice, as these words break from my lips.




One sky: since the Appalachians and Sierras claimed

their majesty, and the Mississippi and Colorado worked

their way to the sea. Thank the work of our hands:

weaving steel into bridges, finishing one more report

for the boss on time, stitching another wound

or uniform, the first brush stroke on a portrait,

or the last floor on the Freedom Tower

jutting into a sky that yields to our resilience.




One sky, toward which we sometimes lift our eyes

tired from work: some days guessing at the weather

of our lives, some days giving thanks for a love

that loves you back, sometimes praising a mother

who knew how to give, or forgiving a father

who couldn't give what you wanted.




We head home: through the gloss of rain or weight

of snow, or the plum blush of dusk, but always-home,

always under one sky, our sky. And always one moon

like a silent drum tapping on every rooftop

and every window, of one country-all of us-

facing the stars

hope-a new constellation

waiting for us to map it,

waiting for us to name it-together

Elizabeth Bishop - uma das maiores poetas do século 20

Elizabeth Bishop



São Paulo, quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011


KENNETH MAXWELL

Em 8 de fevereiro de 2011 foi celebrado o centenário do nascimento de Elizabeth Bishop, em Worcester, Massachusetts.

O pai dela morreu quando a menina tinha só oito meses, e sua mãe foi internada num hospital psiquiátrico. Elizabeth foi para a Nova Escócia, Canadá, mas retornou a Worcester para viver com os avós.

Tornou-se uma das maiores poetas do século 20.

Elizabeth Bishop chegou a Santos em novembro de 1951.

Seu plano era uma viagem de duas semanas. Terminou por ficar durante 15 anos. Vivia no Rio de Janeiro, na rua Antônio Vieira, Leme, em um apartamento com vista para a praia de Copacabana. Mais tarde, se mudou para Petrópolis.

A amante brasileira de Bishop era Lota de Macedo Soares, uma socialite e arquiteta autodidata. Bishop escreveu alguns de seus melhores poemas no Brasil e traduziu as obras de João Cabral de Melo Neto e Drummond. Também manteve extensa correspondência, especialmente com seu velho amigo, o também poeta Robert Lowell.

Mais tarde, o relacionamento entre Bishop e Lota se desgastou, em larga medida devido aos ferozes conflitos em que Lota se envolveu ao projetar e criar o grande parque do Flamengo, no Rio de Janeiro.

O então governador Carlos Lacerda havia indicado Lota, sua parente, para realizar o projeto, e isso a envolveu em confrontos infinitos com burocratas e outros, entre os quais o paisagista Roberto Burle Marx, que se voltou violentamente contra ela e não media críticas. Pouca gente recorda a realização de Lota, no Rio de Janeiro atual.

Bishop, nesse meio tempo, se havia mudado para Ouro Preto, Minas Gerais, onde adquiriu uma pequena propriedade colonial à qual batizou Mariana, em homenagem à poeta norte-americana Marianne Moore, uma de suas primeiras mentoras.

Começou a restaurar o edifício, mas sofria frustrações infindas com as pessoas que contratou para o trabalho, porque acreditava que a estavam enganando, como decerto estavam. Sua vida sempre havia sido afetada por grandes depressões, alcoolismo e surtos de ira.

E os problemas de sua vida pessoal não parecem ter se aliviado com o tempo. Em setembro de 1967, Bishop voltou a Nova York, e Lota se uniu a ela. Mas Lota morreu em Nova York, de overdose, possivelmente suicídio, aos 57 anos.

Nos anos 70, Bishop aceitou um posto na Universidade Harvard, entrou em um novo relacionamento e morreu em 1979 de um aneurisma cerebral, em sua casa em Lewis Wharf, Boston. No momento, não existem edições novas das obras de Bishop no Brasil.

Os comentários incisivos da poeta talvez não agradem a todos. Mas seus poemas deveriam agradar.

KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feiras nesta coluna.

Tradução de PAULO MIGLIACCI
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1002201106.htm


Postagens mais visitadas