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A Golondrina: Espetáculo teatral sobre o ataque à boate Pulse





𝐏𝐄𝐂̧𝐀 𝐃𝐄 𝐓𝐄𝐀𝐓𝐑𝐎: “A GOLONDRINA”

Por Eduardo Michels
Pesquisador no https://homofobiamata.wordpress.com/



Grande sucesso de critica e público, Tania Bondezan e Luciano Andrey encenam “𝐀 𝐆𝐨𝐥𝐨𝐧𝐝𝐫𝐢𝐧𝐚”, peça que tem como pano de fundo a 𝐡𝐢𝐬𝐭𝐨́𝐫𝐢𝐚 𝐝𝐨𝐬 𝐚𝐭𝐚𝐪𝐮𝐞𝐬 𝐡𝐨𝐦𝐨𝐟𝐨́𝐛𝐢𝐜𝐨𝐬 𝐚̀ 𝐛𝐨𝐚𝐭𝐞 𝐠𝐚𝐲 𝐏𝐮𝐥𝐬𝐞, 𝐞𝐦 𝐎𝐫𝐥𝐚𝐧𝐝𝐨, no dia 12 de junho de 2016, próximo à comemoração do Orgulho LGBT+ na cidade. Pelo menos 50 pessoas foram mortas naquela noite e 53 ficaram gravemente feridas. Incidente que foi considerado como o mais mortal tiroteio em massa da história dos Estados Unidos e também o mais grave contra as pessoas LGBT+ na história do país e o mais mortífero ataque contra civis estadunidenses desde 11 de setembro de 2001, quando ocorreu o ataque às torres gêmeas em Nova York.

Mas "A Golondrina", apesar de mostrar racionalmente o horror de uma tragédia em massa com motivações de ódio, que serve de argumento ao ativismo LGBT+, escolhe um outro caminho, um caminho talvez mais efetivo para que haja conexão entre as partes, 𝐨 𝐞𝐦𝐨𝐜𝐢𝐨𝐧𝐚𝐥.

A peça foi recentemente aclamada na Espanha e em Londres. A andorinha do título está relacionada à música que permeia a trama.

SERVIÇO:

𝐓𝐞𝐚𝐭𝐫𝐨 𝐒𝐞𝐬𝐜 𝐆𝐢𝐧𝐚́𝐬𝐭𝐢𝐜𝐨 - 𝐀𝐯. 𝐆𝐫𝐚𝐜̧𝐚 𝐀𝐫𝐚𝐧𝐡𝐚, 𝟏𝟖𝟕. 𝐂𝐞𝐧𝐭𝐫𝐨. 𝐓.𝟐𝟐𝟕𝟗.𝟒𝟎𝟐𝟕.

𝐐𝐮𝐢𝐧𝐭𝐚𝐬, 𝐬𝐞𝐱𝐭𝐚𝐬 𝐞 𝐬𝐚́𝐛𝐚𝐝𝐨𝐬, 𝐚̀𝐬 𝟏𝟗𝐡, 𝐞 𝐝𝐨𝐦𝐢𝐧𝐠𝐨𝐬, 𝐚̀𝐬 𝟏𝟕𝐡.
𝐂𝐥𝐚𝐬𝐬𝐢𝐟𝐢𝐜𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨: 14 anos
𝐃𝐮𝐫𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨: 90 min
𝐈𝐧𝐠𝐫𝐞𝐬𝐬𝐨𝐬: R$ 30,00(inteira) e R$ 15,00 (meia) e R$ 7,50 (habilitado Sesc) - 𝐃𝐨𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐝𝐞 𝟏𝐤𝐠 𝐝𝐞 𝐚𝐥𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐠𝐚𝐫𝐚𝐧𝐭𝐞 𝟓𝟎% 𝐝𝐞 𝐝𝐞𝐬𝐜𝐨𝐧𝐭𝐨 𝐞𝐦 𝐭𝐨𝐝𝐚𝐬 𝐚𝐬 𝐜𝐚𝐭𝐞𝐠𝐨𝐫𝐢𝐚𝐬


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO



Fomos ver A Golondrina. A ideia partiu de Eduardo Michels. Estar com Eduardo e Flávio é sempre maravilhoso, mas fazer isso com cinema ou teatro incluído, é melhor ainda.

A peça começa brandamente. O diálogo se concentra em música e canto. Mas o objetivo é estender um pano de fundo para o desenvolvimento da trama, muito mais intrincada do que se imagina à primeira vista. À medida que o enredo ganha velocidade e dimensão, o público fica vidrado. O silêncio absoluto da plateia é rompido por alguma fala mais marota por parte dos personagens, que desperta um riso brando. A maior parte do tempo, porém, a atmosfera é de tensão e comoção - o que combina perfeitamente com um espetáculo que se propõe a abordar o ataque homofóbico à boate Pulse em Orlando, já completando quatro anos em 12 de fevereiro de 2020. 

Como esquecer aquele manhã, quando eu e Andre tomávamos café comentando que seria dia dos namorados dali a dois dias no EUA. Falávamos de amor quando a televisão subitamente interrompeu sua programação para falar sobre o maior crime de ódio já praticado contra a comunidade LGBT em solo americano. 

O massacre ocorrera às 2h20 no horário local, mas 3h20 no horário de Brasília. Ficamos chocados. Lembro que nos comovemos profundamente por horas naquele dia e a vida nunca mais foi mais a mesma. Ficou muito claro que o ódio homofóbico e transfóbico que alguns indivíduos ainda carregam no peito pode colocar em risco toda a sociedade, mesmo quando ela pensa que não tem nada a ver com isso.

E se a vida não foi mais a mesma para nós que nunca pisamos na Pulse, imagine como deve ter sido para quem sobreviveu ao ataque ou para os familiares que receberam seus parentes mortos ou feridos naquela noite.

Acredite, minha amiga e meu amigo leitores do Blog Fora do Armário, o espetáculo que está em cartaz no teatro do SESC Ginástico até 16 de fevereiro é absolumente imperdível e extremamente necessário. Assista e leve mais alguém com você. 


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A GOLONDRINA 




Tania Bondezan e Luciano Andrey em cena de A Golondrina
A peça só fica em cartaz até dia 16 de fevereiro.



Ficha técnica

Autor: Guillem Clua
Tradução: Tânia Bondezan
Direção: Gabriel Fontes Paiva
Elenco: Tania Bondezan e Luciano Andrey
Cenógrafo e figurinista: Fabio Namatame
Assistente de direção: Ana Paula Lopez 
Iluminador e Sonoplasta: André Prado
Trilha Sonora: Luisa Maita
Preparação Vocal: Jonatan Harold
Montagem/Direção de Cena/Contrarregra: Tadeu Tosta
Produção: Ronaldo Diaféria, Odilon Wagner e Tânia Bondezan
Produção executiva: Marcos Rinaldi
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Design Gráfico: Rodolfo Juliani

Sobre Guillem Clua
(texto do Masp, quando a peça esteve em cartaz em São Paulo ano passado: https://www.masp.org.br/eventos/a-golondrina)

Nascido em 1973 em Barcelona, Guillem Clua é dramaturgo, roteirista e diretor teatral, formado em jornalismo pela Universidade Autônoma de Barcelona. Ele também morou em Nova York e na Inglaterra, quando estudou na London Guildhall University. Clua baseia seu trabalho em suas experiências pessoais para abordar temas atemporais (como a questão da identidade) e contemporâneos (como a Guerra do Iraque). Suas obras têm trajetória internacional, com tradução para o inglês, italiano, alemão e francês. Entre os vários prêmios que o autor recebeu, estão o Butaca 2011, o Time Out 2013 e o Max 2017.

Os críticos descreveram seu trabalho como multidisciplinar e eclético, com preocupação especial pela estrutura narrativa e o argumento. Algumas de suas peças são A pele em chamas, O gosto das cinzas, A golondrina, Marburg, Invasão, Assassino, 73 razões para deixar-te, Morte em Veneza, No deserto, Smiley e Al Damunt Dels Nostres Cants.



Pulse: Sobrevivente organiza dia para lembrar crimes de ódio

Para que nunca nos esqueçamos

Christopher Hansen via Facebook



Por Sergio Viula


Com informações de JACOB OGLES
Para The Advocate
https://www.advocate.com/crime/2019/3/14/pulse-survivor-organizes-day-remember-hate-crimes


Um sobrevivente do atentato contra a Pulse, Orlando, quer liderar seu país num dia que celebra a resiliência e a reflexão sobre crimes de ódio contra pessoas LGBT.

Christopher Hansen, que estava dentro da Pulse no dia 12 de junho de 2016, quando tiros deram início ao maior assassinato em massa da história moderna, quer envolver as cidades americanas no dia para "Reflexões de Resilência", que será 11 de junho.

Graças aos esforços de Christopher, o prefeito de North Little Rock, Joe Smith, já declarou o dia 11 de junho como Dia de Reflexões de Resiliência, e a ponte, conhecida como Junction Bridge, estará iluminada pelas cores do arco-íris durante aquele dia em memória das vítimas de crimes de ódio.


Junction Bridge


Christopher continua conversando com a cidade de Orlando, e a resolução já está em construção. Ele também já começou a dialogar com Salém, Massachussets, e Akron, Ohio.

“[Esse dia] é legitimamente focado no ódio contra LGBTQ,” disse Christopher, que anunciou seu projeto exclusivamente a The Advocatehttps://www.advocate.com/crime/2019/3/14/pulse-survivor-organizes-day-remember-hate-crimes

Enquanto isso, no Brasil

Esse tipo de ódio não está restrito ao infeliz assassino em massa que atacou a Pulse, mas não viveu para pagar pelos seus crimes. A homofobia e a transfobia se manifestam de muitas maneiras e em diversos graus de intensidade, especialmente em nosso país, agora liderado por um homem ignorante, insensível e incompetente, que sempre se mostrou LGBTfóbico. 

Saído de um ninho de cobras na Câmara dos Deputados, popularmente conhecido como bancada evangélica, mas muitas vezes melhor designado como bancada fundamentalista, especialmente quando se une à bancada católica, igualmente fanática, para perseguirem juntos a comunidade LGBT e impedirem qualquer avanço na conquista de seus direitos dentro do Congresso, Bolsonaro não nega suas origens. É produtor e/ou divulgador de informações falsas, vive caluniando a comunidade LGBT, e nunca foi solidário com o sofrimento dos que já foram vítimas de crimes de ódio dentro desse segmento populacional.

Não bastassem todas essas mazelas, seu partido, o PSL, está se movimentando para tentar impedir que os ministros do STF criminalizem a homofobia e a transfobia. 

De acordo com o site Yahoo e a Folha de São Paulo, 16 deputados, a maioria do PSL, protocolaram um pedido de impeachment contra os quatro ministros que já votaram a equiparação da homofobia com os crimes de racismo até que o Congresso produza legislação pertinente. (Yahoo: https://br.noticias.yahoo.com/stf-quer-investigacao-de-deputados-que-pediram-impeachment-de-ministros-161149426.html)

De acordo com o Yahoo, "entre os que pedem o impeachment estão os deputados Nelson Barbudo (PSL-MT), Alexandre Frota (PSL-SP), General Peternelli (PSL-SP), Pastor Gildenemyr (PMN-MA) e Luiz Philippe Orleans e Bragança (PSL-SP)". E acrescenta: "O requerimento foi entregue no dia 27 de fevereiro ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP)."

Mas, os magistrados não se fizeram de rogados. Eles já entraram em ação. 

O site Yahoo destaca: "...ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) cobram da PGR (Procuradoria-Geral da República) a abertura de um inquérito para investigar o crime de denunciação caluniosa contra os parlamentares que assinaram o pedido de impeachment de quatro magistrados."  (grifo meu)

O alvo desse inquérito são justamente os 16 deputados que protocolaram o pedido de impeachment em mais uma demonstração de ódio de parlamentares federais contra a comunidade LGBT e de seu empenho em negar-lhes de qualquer direito, inclusive o direito à dignidade e à vida, que é o que está em questão.

A tática é a mesma que eles usam no Congresso: Fazem de tudo para impedir qualquer reconhecimento dos direitos dos cidadãos LGBT, enquanto negam que sua motivação seja a homofobia e a transfobia.

Todavia, essa denunciação caluniosa, ora questionada pelo STF junto à PGR, só reforça, com cores berrantes, a necessidade de que se incluam os crimes com motivação de ódio às pessoas LGBT entre os crimes de racismo. 

Portanto, criminaliza, STF! Excelentíssimo ministros, não deem munição a esses irresponsáveis e cúmplices de criminosos para ferirem ainda mais a ensanguentada população LGBT do Brasil.  A omissão do STF seria insumo para a produção de mais abusos e violações aos direitos humanos dessas pessoas.

Assista o voto do Ministro Celso de Mello na íntegra, começando a partir do minuto 28:24 do vídeo abaixo. Sem a menor sombra de dúvida, o voto do ministro é a mais bela pérola discursiva já produzida sobre a homofobia e a transfobia no Brasil, mas aprofunda diversas questões correlatas, muitas vezes ignoradas por outros oradores que se debruçam sobre o tema.

Viúva do terrorista da Pulse (Orlando) enfrentará julgamento na Florida

Noor Salman, viúva de Omar Mateen, 
o atirador que massacrou os frequentadores 
da Pulse em Orlando


A viúva do atirador que atacou a Boate Pulse Omar Mateen, Noor Salman, enfrentará julgamento por obstrução da justiça, colaboração e consentimento.


Por Sergio Viula
Com informações de ryan williams-jent 
08 de abril, 2017
NGRM News
http://www.thenewcivilrightsmovement.com/ryanjent/pulse_gunman_s_widow_noor_salman_to_be_extradited_to_florida_to_face_federal_charges



Ela já estava presa, mas agora foi convocada a comparecer à corte.

Salman havia se mudado para a Califórnia depois do ataque, quando passou a morar na residência de sua mãe com o filho até ser presa em janeiro deste ano.

Os investigadores que entrevistaram Salman descobriram que ela havia visitado a Boate Pulse com seu marido pelo menos uma vez antes do massacre, e também estava com Mateen quando ele comprou a munição utilizada no ataque.

O caso dela foi eivado de altos e baixos. Primeiro, ela alegou não ser culpada de obstruir, consentir e colaborar com o massacre realizado por seu marido. Na ocasião, um juiz da Califórnia decidiu que ela poderia ser libertada sob o pagamento de uma fiança de 500 mil dólares. A decisão foi posteriormente revogada por um juiz da Flórida.

O ataque, considerado um crime de ódio anti-gay que retirou a vida de 49 pessoas e deixou 53 feridas, continua sendo considerado o pior ataque contra americanos já realizado em solo nacional desde o 11 de setembro e o mais mortal ataque à bala na história moderna dos Estados Unidos.


De aco
rdo com notícia emitida por uma afiliada da NBC, militares americanos transportarão Salman da cadeia de Santa Rita. na Califórnia. para uma Divisão de Orlando, na Flórida, para que a corte dê continuidade aos procedimentos em "tempo desconhecido".

Fontes: 

NYT:
https://www.nytimes.com/2017/01/16/us/politics/noor-salman-arrested-orlando-shooting-omar-mateen.html

NBC:
http://www.nbcbayarea.com/news/local/Orlando-Nightclub-Shooters-Widow-Wont-Fight-Extradition-Returning-to-Florida-For-Trial-418339503.html

Pulse: A tragédia continua. Agora são os negadores da tragédia.

Por Sergio Viula

Com informações da revista
The Advocate por Jacob Ogles
http://www.advocate.com/crime/2016/12/12/latest-pulse-tragedy-claim-it-was-all-hoax




Teorias de conspiração agravam as dores das famílias e amigos dos mortos na boate Pulse


Não bastasse o sofrimento das famílias que perderam seus amados no atentado à boate Pulse em Orlando, assim como o trauma para os donos do estabelecimento e o choque para os Estados Unidos e para a maior parte do mundo, agora é a vez de pessoas obcecadas por teorias de conspiração ferirem mais uma vez as famílias afetadas pela tragédia: Gente desequilibrada insiste em dizer que o massacre nunca aconteceu.

Isso não é totalmente estranho aos brasileiros, pois há quem negue a existência de uma onda de crimes movidos por ódio contra pessoas LGBT no Brasil. Até o início de dezembro desse ano, mais de 300 vidas de pessoas lésbicas, gays, bissexuais e transgêneras foram destruídas com requintes de crueldade no país.

Essa semana, um "bolsominho" fez um vídeo só para dizer que a Parada LGBT de Copacabana 2016 havia sido um fracasso. A mentira é totalmente descarada, pois tanto a imprensa nacional e quanto a mídia internacional mostraram, em cores lindas, a multidão que tomou a Av. Atlântica para a celebração do Orgulho LGBT e para reivindicar a aprovação da lei João Nery, que reconhece direitos das pessoas transgêneros.

O que fez esse bolsonarete, então?

Ele foi até a Avenida Atlântica bem antes do horário do evento para dizer que ninguém tinha comparecido, apesar de saber que isso seria desmentido posteriormente por imagens inegáveis da multidão que compareceria - e de fato, compareceu - ao protesto festivo.

Gente desequilibrada como essas pessoas que negam os crimes por LGBTfobia no Brasil ou como esse seguidor de Bolsonaro que alegou que a Parada LGBT havia fracassado esse ano, mesmo diante das mais claras evidências de que estão mentindo para si mesmos e para os outros também sobre os crimes por LGBTfobia, têm negado essa outra cristalina obviedade: o massacre na boate Pulse.

A história de uma mãe é muito emblemática do que vem acontecendo. O relato foi publicado pela revista The Advocate:

"Na manhã seguinte ao ataque contra a Pulse em Orlando, Christine Leinonen ainda não sabia que seu filho estava entre os mortos. Ela caminhou pelas ruas com fotos, implorando que os jornais nacionais permitissem que ela aparecesse e contasse sua história. Quando ela finalmente soube que seu único filho, Christopher 'Drew' Leinonen, havia sido morto junto com seu namorado, Juan Guerrero, isso colocou sua vida permanentemente numa nova direção. Mas até hoje, muitas pessoas online ainda acreditam que ela esteja mentindo sobre a coisa toda."

A mãe diz o seguinte:

“O assassinato do meu filho e minhas subsequentes entrevistas foram rotuladas como uma farsa antes mesmo que eu descobrisse que meu filho tinha sido morto realmente, eu ainda estava procurando desesperadamente por ele."

Leinonen escreveu no Facebook semana passada: "Só um dos muitos vídeos fraudulentos sobre mim recebeu um milhão de visualizações. O interesse em tentar acreditar que o fuzilamento não ocorreu era maior do que o conhecimento da verdade.”

Cá entre nós, é provável que a motivação para desmentir a tragédia na Pulse seja bem diferente da motivação por trás das mentiras dos bolsonaretes e outros LGBTfóbicos que se esforçam herculeamente para silenciar a comunidade LGBT ou desmoralizá-la. Afinal, esse tipo de negação de tragédias em nome de desvairadas teorias de conspiração já aconteceu com outras tragédias nacionais nos Estados Unidos, como no caso do ataque terrorista às Torres Gêmeas, por exemplo, mas são dolorosas para quem foi afetado por elas e segue vivendo e servem aos que pretendem inviabilizar qualquer possibilidade de solidariedade para com a comunidade LGBT, seja onde for.

E para dar uma ideia de quão longe esses teóricos da conspiração estão dispostos a ir, veja o que a revista The Advocate registra a respeito de uma das alegações mais populares entre os que acreditam em teorias de conspiração no que tange ao atentado na Pulse:

"Muitas teorias de conspiração sobre a Pulse giram em torno de Christopher Hansen, um homem que saiu da boate mais cedo e que pode ser visto nas filmagens dos jornais locais ajudando a carregar pessoas para fora. Hansen usava uma camisa com a bandeira americana e um chapéu. Alguns notaram que as roupas de Hansen não estavam manchadas por sangue, o que é consistente com o fato de que ele não havia sido atingido por tiros e somente ajudava a remover as pessoas que já haviam sido higienizadas pelos paramédicos. Vídeos no YouTube debatem se Hansen poderia ser realmente o ator local Bjorn Jiskoot, um homem que no Facebook revela ter sido assediado por causa da semelhança. Parece importante para algumas pessoas alegar que Jiskoot nem é gay, então Hansen só pode ter fingido sê-lo. Por que mais, afinal, estaria um ator heterossexual numa boate gay usando uma identidade falsa? Cada dificuldade na teoria só serve como evidência de acobertamento em algum ponto." - diz o jornalista Jacob Ogles, autor da matéria para The Advocate.

Em outras palavras as semelhanças entre o ator e a pessoa que frequentava a Pulse e que saiu antes do atentado, retornando apenas para ajudar a resgatar os corpos, não passa de uma coincidência. Mas essa semelhança física foi eleita por alguns como suposta prova de que tudo foi uma fraude. É fácil demonstrar que Christopher Hansen e Bjorn Jiskoot não são a mesma pessoa, mas mesmo quee fossem, como é que isso transformaria toda a tragédia e seus mortos em mera encenação fraudulenta? Jornalistas do mundo inteiro reunidos em torno do cenário do atentado, entrevistas em tempo real e também em momentos subsequentes com as famílias, atestados de óbito, acionamento de seguros de vida, funerais, a boate destruída e reconstruída para se tornar um memorial sobre as vítimas, tudo isso feito sem qualquer acobertamento, tudo isso reconhecido oficialmente por autoridades governamentais, jornalistas, bombeiros, paramédicos, policiais, cidadãos voluntários nos resgates e empresas do porte da Disney que apoiaram as famílias financeiramente, entre outros tantos desdobramentos incontornáveis. É muita psicopatia tentar negar tudo isso sem qualquer prova material!

O massacre na boate Pulse aconteceu em 12 de junho de 2016. Quarenta e nove pessoas que frequentavam ou trabalhavam na boate foram assassinadas por um terrorista, que também morreu, totalizando 50 vidas humanas perdidas. Mas as vítimas não são apenas números. Ela têm rosto. Veja quem eram elas:
https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/2016/12/bolsonarete-vai-copacabana-antes-da.html

A tragédia é tão real e a LGBTfobia que a motivou, idem, que pelo menos um pai não quis reclamar o corpo do filho, porque ela era gay e morreu num atentado praticado por um sociopata movido por homofobia e fanatismo religioso. Homofobia doméstica é outra realidade que muitos gostariam de negar, mas encontra nesse caso uma de suas piores demonstrações:
https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/2016/07/esse-pai-homofobico-nao-vai-reclamar-o.html

Recomendo esse vídeo produzido pelo Dr. Bill Warner, do Centro de Estudos do Islão Político, comenta sobre a chacina na boate gay Pulse, em Orlando, Flórida. O que levou um muçulmano e se tornar jihadista, matar 49 pessoas LGBT ou amigos e ferir outras 50?
https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/2016/06/o-ataque-boate-gay-pulse-em-orlando-e.html

Diante dessa e de outras realidades, finalizo esse artigo com uma convocação: Levante sua voz, coloque-se ao lado das pessoas LGBT e seus direitos, pois a perseguição LGBTfóbica não se restringe a tentativa de negar sua luta, mas também de privá-las de qualquer direito, inclusive o de terem suas dores e alegrias respeitadas.

Não são números, eles têm rostos: Os mortos na Pulse em Orlando

Por Sergio Viula

Sempre que falamos em números nos referindo a pessoas corremos o risco de perder algo da humanidade por trás deles. Muita gente falou nos que morrem no atentado homofóbico contra os frequentadores da boate Pulse em Orlando, mas você não imagine quantas semelhanças existem entre eles e você.

Esses rostos não podem ser esquecidos. As pessoas LGBT e seus amigos e parentes que estavam na boate são mais do que números frios ou nomes numa lista. Na verdade, elas eram mais do que essas fotos, mas se tem alguma coisa que as representa melhor do que números e nomes, são as imagens que ficaram, sejam fotos, vídeos ou recordações na memória dos que as conheceram.

Pelo fim da violência LGBTfóbica, diga não ao preconceito e à discriminação e trabalhe seus próprios preconceitos mais velados até que não sobre nem sinal deles.



Diga não a homofobia, lesbofobia, bifobia e transfobia.

Diga não à violência!


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