𝐏𝐄𝐂̧𝐀 𝐃𝐄 𝐓𝐄𝐀𝐓𝐑𝐎: “A GOLONDRINA”
Grande sucesso de critica e público, Tania Bondezan e Luciano Andrey encenam “𝐀 𝐆𝐨𝐥𝐨𝐧𝐝𝐫𝐢𝐧𝐚”, peça que tem como pano de fundo a 𝐡𝐢𝐬𝐭𝐨́𝐫𝐢𝐚 𝐝𝐨𝐬 𝐚𝐭𝐚𝐪𝐮𝐞𝐬 𝐡𝐨𝐦𝐨𝐟𝐨́𝐛𝐢𝐜𝐨𝐬 𝐚̀ 𝐛𝐨𝐚𝐭𝐞 𝐠𝐚𝐲 𝐏𝐮𝐥𝐬𝐞, 𝐞𝐦 𝐎𝐫𝐥𝐚𝐧𝐝𝐨, no dia 12 de junho de 2016, próximo à comemoração do Orgulho LGBT+ na cidade. Pelo menos 50 pessoas foram mortas naquela noite e 53 ficaram gravemente feridas. Incidente que foi considerado como o mais mortal tiroteio em massa da história dos Estados Unidos e também o mais grave contra as pessoas LGBT+ na história do país e o mais mortífero ataque contra civis estadunidenses desde 11 de setembro de 2001, quando ocorreu o ataque às torres gêmeas em Nova York.
Mas "A Golondrina", apesar de mostrar racionalmente o horror de uma tragédia em massa com motivações de ódio, que serve de argumento ao ativismo LGBT+, escolhe um outro caminho, um caminho talvez mais efetivo para que haja conexão entre as partes, 𝐨 𝐞𝐦𝐨𝐜𝐢𝐨𝐧𝐚𝐥.
A peça foi recentemente aclamada na Espanha e em Londres. A andorinha do título está relacionada à música que permeia a trama.
SERVIÇO:
𝐓𝐞𝐚𝐭𝐫𝐨 𝐒𝐞𝐬𝐜 𝐆𝐢𝐧𝐚́𝐬𝐭𝐢𝐜𝐨 - 𝐀𝐯. 𝐆𝐫𝐚𝐜̧𝐚 𝐀𝐫𝐚𝐧𝐡𝐚, 𝟏𝟖𝟕. 𝐂𝐞𝐧𝐭𝐫𝐨. 𝐓.𝟐𝟐𝟕𝟗.𝟒𝟎𝟐𝟕.
𝐐𝐮𝐢𝐧𝐭𝐚𝐬, 𝐬𝐞𝐱𝐭𝐚𝐬 𝐞 𝐬𝐚́𝐛𝐚𝐝𝐨𝐬, 𝐚̀𝐬 𝟏𝟗𝐡, 𝐞 𝐝𝐨𝐦𝐢𝐧𝐠𝐨𝐬, 𝐚̀𝐬 𝟏𝟕𝐡.
𝐈𝐧𝐠𝐫𝐞𝐬𝐬𝐨𝐬: R$ 30,00(inteira) e R$ 15,00 (meia) e R$ 7,50 (habilitado Sesc) - 𝐃𝐨𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐝𝐞 𝟏𝐤𝐠 𝐝𝐞 𝐚𝐥𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐠𝐚𝐫𝐚𝐧𝐭𝐞 𝟓𝟎% 𝐝𝐞 𝐝𝐞𝐬𝐜𝐨𝐧𝐭𝐨 𝐞𝐦 𝐭𝐨𝐝𝐚𝐬 𝐚𝐬 𝐜𝐚𝐭𝐞𝐠𝐨𝐫𝐢𝐚𝐬
******************************
COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO
Fomos ver A Golondrina. A ideia partiu de Eduardo Michels. Estar com Eduardo e Flávio é sempre maravilhoso, mas fazer isso com cinema ou teatro incluído, é melhor ainda.
A peça começa brandamente. O diálogo se concentra em música e canto. Mas o objetivo é estender um pano de fundo para o desenvolvimento da trama, muito mais intrincada do que se imagina à primeira vista. À medida que o enredo ganha velocidade e dimensão, o público fica vidrado. O silêncio absoluto da plateia é rompido por alguma fala mais marota por parte dos personagens, que desperta um riso brando. A maior parte do tempo, porém, a atmosfera é de tensão e comoção - o que combina perfeitamente com um espetáculo que se propõe a abordar o ataque homofóbico à boate Pulse em Orlando, já completando quatro anos em 12 de fevereiro de 2020.
Como esquecer aquele manhã, quando eu e Andre tomávamos café comentando que seria dia dos namorados dali a dois dias no EUA. Falávamos de amor quando a televisão subitamente interrompeu sua programação para falar sobre o maior crime de ódio já praticado contra a comunidade LGBT em solo americano.
O massacre ocorrera às 2h20 no horário local, mas 3h20 no horário de Brasília. Ficamos chocados. Lembro que nos comovemos profundamente por horas naquele dia e a vida nunca mais foi mais a mesma. Ficou muito claro que o ódio homofóbico e transfóbico que alguns indivíduos ainda carregam no peito pode colocar em risco toda a sociedade, mesmo quando ela pensa que não tem nada a ver com isso.
E se a vida não foi mais a mesma para nós que nunca pisamos na Pulse, imagine como deve ter sido para quem sobreviveu ao ataque ou para os familiares que receberam seus parentes mortos ou feridos naquela noite.
Acredite, minha amiga e meu amigo leitores do Blog Fora do Armário, o espetáculo que está em cartaz no teatro do SESC Ginástico até 16 de fevereiro é absolumente imperdível e extremamente necessário. Assista e leve mais alguém com você.
******************************
A GOLONDRINA
Tania Bondezan e Luciano Andrey em cena de A Golondrina
A peça só fica em cartaz até dia 16 de fevereiro.
Ficha técnica
Autor: Guillem Clua
Tradução: Tânia Bondezan
Direção: Gabriel Fontes Paiva
Elenco: Tania Bondezan e Luciano Andrey
Cenógrafo e figurinista: Fabio Namatame
Assistente de direção: Ana Paula Lopez
Iluminador e Sonoplasta: André Prado
Trilha Sonora: Luisa Maita
Preparação Vocal: Jonatan Harold
Montagem/Direção de Cena/Contrarregra: Tadeu Tosta
Produção: Ronaldo Diaféria, Odilon Wagner e Tânia Bondezan
Produção executiva: Marcos Rinaldi
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Design Gráfico: Rodolfo Juliani
Sobre Guillem Clua
(texto do Masp, quando a peça esteve em cartaz em São Paulo ano passado)
Nascido em 1973 em Barcelona, Guillem Clua é dramaturgo, roteirista e diretor teatral, formado em jornalismo pela Universidade Autônoma de Barcelona. Ele também morou em Nova York e na Inglaterra, quando estudou na London Guildhall University. Clua baseia seu trabalho em suas experiências pessoais para abordar temas atemporais (como a questão da identidade) e contemporâneos (como a Guerra do Iraque). Suas obras têm trajetória internacional, com tradução para o inglês, italiano, alemão e francês. Entre os vários prêmios que o autor recebeu, estão o Butaca 2011, o Time Out 2013 e o Max 2017.
Os críticos descreveram seu trabalho como multidisciplinar e eclético, com preocupação especial pela estrutura narrativa e o argumento. Algumas de suas peças são A pele em chamas, O gosto das cinzas, A golondrina, Marburg, Invasão, Assassino, 73 razões para deixar-te, Morte em Veneza, No deserto, Smiley e Al Damunt Dels Nostres Cants.
Comentários
Postar um comentário
Deixe suas impressões sobre este post aqui. Fique à vontade para dizer o que pensar. Todos os comentários serão lidos, respondidos e publicados, exceto quando estimularem preconceito ou fizerem pouco caso do sofrimento humano.