Pulse: Sobrevivente organiza dia para lembrar crimes de ódio

Para que nunca nos esqueçamos

Christopher Hansen via Facebook



Por Sergio Viula


Com informações de JACOB OGLES
Para The Advocate
https://www.advocate.com/crime/2019/3/14/pulse-survivor-organizes-day-remember-hate-crimes


Um sobrevivente do atentato contra a Pulse, Orlando, quer liderar seu país num dia que celebra a resiliência e a reflexão sobre crimes de ódio contra pessoas LGBT.

Christopher Hansen, que estava dentro da Pulse no dia 12 de junho de 2016, quando tiros deram início ao maior assassinato em massa da história moderna, quer envolver as cidades americanas no dia para "Reflexões de Resilência", que será 11 de junho.

Graças aos esforços de Christopher, o prefeito de North Little Rock, Joe Smith, já declarou o dia 11 de junho como Dia de Reflexões de Resiliência, e a ponte, conhecida como Junction Bridge, estará iluminada pelas cores do arco-íris durante aquele dia em memória das vítimas de crimes de ódio.


Junction Bridge


Christopher continua conversando com a cidade de Orlando, e a resolução já está em construção. Ele também já começou a dialogar com Salém, Massachussets, e Akron, Ohio.

“[Esse dia] é legitimamente focado no ódio contra LGBTQ,” disse Christopher, que anunciou seu projeto exclusivamente a The Advocatehttps://www.advocate.com/crime/2019/3/14/pulse-survivor-organizes-day-remember-hate-crimes

Enquanto isso, no Brasil

Esse tipo de ódio não está restrito ao infeliz assassino em massa que atacou a Pulse, mas não viveu para pagar pelos seus crimes. A homofobia e a transfobia se manifestam de muitas maneiras e em diversos graus de intensidade, especialmente em nosso país, agora liderado por um homem ignorante, insensível e incompetente, que sempre se mostrou LGBTfóbico. 

Saído de um ninho de cobras na Câmara dos Deputados, popularmente conhecido como bancada evangélica, mas muitas vezes melhor designado como bancada fundamentalista, especialmente quando se une à bancada católica, igualmente fanática, para perseguirem juntos a comunidade LGBT e impedirem qualquer avanço na conquista de seus direitos dentro do Congresso, Bolsonaro não nega suas origens. É produtor e/ou divulgador de informações falsas, vive caluniando a comunidade LGBT, e nunca foi solidário com o sofrimento dos que já foram vítimas de crimes de ódio dentro desse segmento populacional.

Não bastassem todas essas mazelas, seu partido, o PSL, está se movimentando para tentar impedir que os ministros do STF criminalizem a homofobia e a transfobia. 

De acordo com o site Yahoo e a Folha de São Paulo, 16 deputados, a maioria do PSL, protocolaram um pedido de impeachment contra os quatro ministros que já votaram a equiparação da homofobia com os crimes de racismo até que o Congresso produza legislação pertinente. (Yahoo: https://br.noticias.yahoo.com/stf-quer-investigacao-de-deputados-que-pediram-impeachment-de-ministros-161149426.html)

De acordo com o Yahoo, "entre os que pedem o impeachment estão os deputados Nelson Barbudo (PSL-MT), Alexandre Frota (PSL-SP), General Peternelli (PSL-SP), Pastor Gildenemyr (PMN-MA) e Luiz Philippe Orleans e Bragança (PSL-SP)". E acrescenta: "O requerimento foi entregue no dia 27 de fevereiro ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP)."

Mas, os magistrados não se fizeram de rogados. Eles já entraram em ação. 

O site Yahoo destaca: "...ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) cobram da PGR (Procuradoria-Geral da República) a abertura de um inquérito para investigar o crime de denunciação caluniosa contra os parlamentares que assinaram o pedido de impeachment de quatro magistrados."  (grifo meu)

O alvo desse inquérito são justamente os 16 deputados que protocolaram o pedido de impeachment em mais uma demonstração de ódio de parlamentares federais contra a comunidade LGBT e de seu empenho em negar-lhes de qualquer direito, inclusive o direito à dignidade e à vida, que é o que está em questão.

A tática é a mesma que eles usam no Congresso: Fazem de tudo para impedir qualquer reconhecimento dos direitos dos cidadãos LGBT, enquanto negam que sua motivação seja a homofobia e a transfobia.

Todavia, essa denunciação caluniosa, ora questionada pelo STF junto à PGR, só reforça, com cores berrantes, a necessidade de que se incluam os crimes com motivação de ódio às pessoas LGBT entre os crimes de racismo. 

Portanto, criminaliza, STF! Excelentíssimo ministros, não deem munição a esses irresponsáveis e cúmplices de criminosos para ferirem ainda mais a ensanguentada população LGBT do Brasil.  A omissão do STF seria insumo para a produção de mais abusos e violações aos direitos humanos dessas pessoas.

Assista o voto do Ministro Celso de Mello na íntegra, começando a partir do minuto 28:24 do vídeo abaixo. Sem a menor sombra de dúvida, o voto do ministro é a mais bela pérola discursiva já produzida sobre a homofobia e a transfobia no Brasil, mas aprofunda diversas questões correlatas, muitas vezes ignoradas por outros oradores que se debruçam sobre o tema.

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