Australiano diagnosticado com HIV apesar da PrEP

Steven Spencer - foto: The Advocate



Um usuário de PrEP na Austrália contrai o HIV

Ele usou a PrEP por mais de cinco anos, mas ainda assim foi diagnosticado com HIV em dezembro de 2017, enquanto utilizava a medicação antes e depois de suas relações sexuais.


Traduzido e adaptado
por Sergio Viula

A notícia foi divulgada por Jacob Ogles, escrevendo para The Advocate em 22 de março de 2019. Fonte: https://www.advocate.com/health/2019/3/22/australian-man-has-been-diagnosed-hiv-while-prep

De acordo com The Advocate, um homem australiano contraiu o HIV, apesar de usar a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição), e agora faz parte de um pequeno grupo de pessoas que também contraíram o HIV - em diversos lugares do mundo - enquanto se submetiam a essa medicação considerada preventiva e muito segura.

Steven Spencer, 27, disse que usou a PrEP antes e depois de encontros sexuais, conforme orientação médica, durante os últimos cinco anos.

Porém, o homem assumidamente gay foi diagnosticado com o HIV em dezembro de 2017, e mesmo depois de seu diagnóstico, Spencer continua dizendo que a medicação é crucial para a luta contra o HIV/AIDS ao redor do mundo.

"O que aconteceu comigo não muda o fato de que a PrEP ainda é a mais poderosa prevenção ao HIV que tivemos até agora", disse Spencer. A droga tem se provado eficiente em 99 por cento dos casos, de acordo com numerosos estudos.

Spencer descreve seu uso da PrEP como diligente antes e depois do sexo, mas ele não fazia uso diário da PrEP - o que muitos médicos ainda estimulam seus pacientes a fazer, enquanto a pesquisa sobre o uso "sob demanda" [isto é, antes e depois da relação] ainda está em andamento.

A organização australiana para a saúde (ACON) expediu uma declaração ressaltando que Spencer já se encontra sob tratamento para HIV e agora está com carga viral indetectável.

Nota deste blogueiro: Carga viral indetectável não significa sem HIV. Significa que as chances de contaminar outros é quase zero e que o paciente HIV+ não desenvolve sintomas.

A organização também reforçou a eficácia do Truvada de um modo geral, e também disse que o uso diário ainda é o modo preferido de administração.

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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO

Eu, pessoalmente, nunca abandonei o uso da camisinha. 

A AIDS começou a ser diagnosticada e divulgada no Brasil quando eu tinha uns 15 anos. Trinta e cinco anos se passaram, mas a camisinha foi e continua sendo minha aliada contra qualquer possível contaminação por HIV ou por outras DSTs. Nunca tive qualquer uma delas, mesmo praticando sexo casual quando estava solteiro, inclusive em relações conscientemente sorodiscordantes, ou seja, quando algum parceiro tinha e eu não. A camisinha provou ser totalmente eficaz para a alegria dos dois sem lamentações posteriores.

Não preciso nem dizer que considero o preservativo a melhor forma de prevenção. Ele deve ser utilizado corretamente e com lubrificante para evitar rompimentos. Se houver qualquer problema na colocação, descarte-o e utilize outro. 

Penso que agregar a medicação (PrEP) pode potencializar a proteção, mas eu nunca substituiria a camisinha pelo Truvada, especialmente porque as pesquisas referentes a essa medicação não foram inteiramente concluídas, e "surpresas" nesse campo não são agradáveis e nem reversíveis. Além disso, o Truvada supostamente protege contra HIV, mas não contra HPV, sífilis, gonorreia, etc.

Sobre a utilização para confirmar a eficácia da PrEP, lamento dizer, mas eu não me faria de cobaia, apesar de considerar importante que a pesquisa continue avançando. É preciso ser muito cauteloso em matérias como essa. O HIV, como tantos outros vírus, pode ser imprevisível em suas mutações, só para dizer o mínimo. Que garantias tenho eu de que não ficarei exposto a algum subtipo do vírus que possa não ser garantidamente detido pela PrEP? Se eu entrasse em contato com algum subtipo que pudesse dribla-la, a goleada seria contra mim. 

Sugiro a leitura desse texto do Dr. Drauzio Varella (As mil faces do HIV). 
https://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/artigos/as-mil-faces-do-hiv/

É possível transar com segurança e com muito tesão usando camisinha. O preservativo nunca me roubou as alegrias do sexo. Para mim, ela é parte do fetiche.

Um terceiro, mas não menos importante ponto aqui, é que no caso de casais sorodiscordantes, a medicação para tratamento do HIV (não estou falando de PrEP, estou falando de 'coquetel' para reduzir a carga viral) é FUNDAMENTAL para os dois. Para o parceiro HIV, ela é importante porque o protegerá contra doenças oportunistas, e para o parceiro sem HIV, graças à redução da carga viral do companheiro, ela tornará a possibilidade de contaminação por algum eventual acidente com a camisinha QUASE ZERO.

Resumo da ópera: A camisinha utilizada corretamente ainda é a melhor forma de prevenção e não representa qualquer risco para o organismo em termos de efeitos colaterais. 

USE CAMISINHA. 


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