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Globo Repórter faz excelente documentário sobre Diversidade Sexual e Identidade de Gênero

Por Sergio Viula





Ontem o programa Globo Repórter apresentou uma excelente edição sobre diversidade sexual e identidade de gênero. Fiquei muito satisfeito com a abordagem esclarecedora e com o modo como conduziram as entrevistas e o modo como os entrevistados falaram francamente sobre suas experiências.

Observei que a repercussão foi muito positiva. Pelo menos, no meu perfil do Facebook, vi bastante positividade da parte das pessoas. Que bom! Precisamos mesmo avançar na direção do esclarecimento, do fim dos preconceitos, da promoção da igualdade de direitos na diversidade dos sujeitos, e do viver plenamente nosso potencial pessoal, respeitando e sendo respeitados em nossas especificidades como indivíduos únicos que somos - todos nós.

Achei interessante registrar isso aqui, mas também indicar o contato do Grupo Mães pela Diversidade, apresentado na matéria, bem como o livro do João Nery, Viagem Solitária, mas também um texto muito interessante sobre crianças transgênero, como vocês poderão ver abaixo.

Um dos pontos que mais me alegraram foi ver o centro de referência no atendimento às pessoas transgênero e suas famílias e o ponto mais triste foi a entrevista com os pais da jovem travesti que foi assassinada perto de casa por cinco homens movidos por ódio baseado em preconceito.




Até a data dessa edição do Globo Repórter, 219 assassinatos contra pessoas LGBT no Brasil já haviam sido coletados pelo Grupo Gay da Bahia.

Uma das pessoas entrevistas foi o pai de Lucas Fortuna, assassinado brutalmente enquanto viajava de férias. Esse caso teve um desfecho diferente. Os bandidos foram condenados ano passado e estão presos.

LGBTfobia se combate com educação sobre diversidade, políticas inclusivas e punição severa aos que praticarem tais crimes de ódio, mas todo mundo pode fazer sua parte - desde as práticas mais comuns como o uso das redes sociais sem homofobia, transfobia, etc. - até a denúncia contra promotores de discurso de ódio, bullying, violência doméstica, captação de imagens dos agressores em ato de violência para denúncia, etc.

Ah, e claro: NÃO votar em candidatos que destilem preconceitos contra esse segmento social ou que não tenham planos definidos para essa parcela da população que visem à sua inclusão social e à garantia de seus direitos.

Menino que sofria bullying homofóbico se mata na Califórnia

Ronin Shimizu 


The Advocate
https://www.advocate.com/bullying/2014/12/05/bullied-calif-boy-commits-suicide


O site The Advocate publicou ontem que um menino que morava no norte da Califórnia cometeu suicídio depois de ser vítima de bullying por ser o único garoto na torcida organizada da escola. Nos EUA, as meninas são famosas como torcedoras, enquanto os meninos exibem sua força e dureza nas quadras de futebol americano. Novamente, o binarismo de gênero reforçando estigmas.

Ronin Shimizu tirou sua própria vida na quarta-feira, conforme reportagem do The Sacramento Bee. Ele tinha doze anos e estava na sétima série.

“Eu ouvia pessoas chamando ele de gay porque ele era um líder de torcida,” disse um amigo a uma afiliada da CBS em Sacramento: https://www.cbsnews.com/sacramento/news/family-friends-remember-12-year-old-boy-who-committed-suicide/

Daniel Thigpen, o porta-voz da Folsom Cordova Unified School District, onde o menino estudava, disse ao Bee que houve vários relatos de que Shimizu era assediado e que os oficiais do distrito “investigaram cada um deles completamente e tomaram as ações devidas para cada caso.” Ele acrescentou que a escola tem um progama anti-bullying muito amplo,

Os amigos de Shimizu, entretanto, disseram à afiliada da CBS que o bullying continuava e que o jovem simplesmente não aguentou mais.

 
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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO

 
O caso fez esse blogueiro pensar em diversas coisas:

1º) A Califórnia tem leis contra o bullying escolar, mas as escolas continuam falhando em grande medida;

2º) Dizer que isso é de menina e aquilo de menino só reforça o binarismo de gênero, fortalecendo preconceitos sempre que alguém não se enquadra nessas convenções arbitrariamente (para não dizer estupidamente) estabelecidas;

3º) Alunos, professores e outros membros da comunidade escolar precisam ser abordados sempre que praticarem bullying, educados, corrigidos, e se não houver outro jeito, punidos com suspensão, transferência ou demissão (no caso de professores e outros funcionários);

4º) Todas as crianças devem ser ensinadas a ver a homossexualidade, a bissexualidade e a transgeneridade como características tão pessoais e moralmente neutras quanto a cor da pele, a classe social, as origens familiares;

5º) Crianças lésbicas, gays, bissexuais ou transgêneras devem entender que não valem menos que qualquer outra e que devem ter orgulho de si mesmas. Crianças que sofrem por simplesmente serem LGBT são geralmente aquelas que aprenderam a se odiar já em casa. E quando são alvo de bullying na rua ou na escola, acreditam que não têm valor, porque foi isso que seus pais lhe disseram direta ou indiretamente.

6º) Pais e outros responsáveis por crianças LGBT não devem ter vergonha de agir em favor do filho ou da filha em função de sua possível homossexualidade, bissexualidade ou transgeneridade. Brigue por ele (pelos meios lícitos) como brigaria se o xingassem por qualquer outra característica pessoal.

Criar filhos e educar alunos e colegas de trabalho para uma vida mais feliz – isso é o que interessa. E isso nunca será uma realidade se não aprendermos a nos amar, respeitar os outros e preferir o silêncio à fofoca e a palavra amiga à indiferença.

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