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Velhice Transviada (João Nery): Livraria Blooks de Botafogo - 22 de outubro



O querido e saudoso João W. Nery, autor de Viagem Solitária, será rememorado de modo muito especial com o lançamento do livro VELHICE TRANSVIADA: 
https://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=28000595

O evento será na
Livraria Blooks
na Praia de Botafogo, 316
(Espaço Itaúd de Cinema).


Dia 22 de outubro
terça-feira, às 19h



João W. Nery
(in memoriam)


Na ocasião, haverá uma roda de conversa com Lucas Ávila, Sheila Salewski, Anyky Lima, Eduardo Michels e Jordhan Lessa.


 
Lucas Ávila (Facebook)


Sheila Salewski (Facebook)


Anyky Lima (Facebook)


Eduardo Michels (por Sergio Viula)


Jordhan Lessa (Facebook)



Entrada franca.

Divulgue e compareça.



Transexual Luiz Fernando conversa com os leitores do Fora do Armário

Luiz Fernando Prado Uchoa

Por Sergio Viula
Com Luiz Fernando Prado Uchoa


Luiz Fernando Prado Uchoa, 32 anos, nascido em São Paulo, capital, residindo em Guarulhos atualmente, é um homem transexual que marca presença nas redes sociais divulgando temas de interesse da comunidade transexual e de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros de um modo geral.


O Blog Fora do Armário traz a seguinte entrevista com Luiz Fernando, que está se formando agora e anda às voltas com seu TCC (trabalho de conclusão de curso). Nosso desejo é que esse bate-papo inspire muitas pessoas transgêneras ou não.

Luiz Fernando no FB: https://www.facebook.com/sergio.viula


Luiz Fernando falando sobre registro civil e nome social para pessoas trans.


F.A.: Conte-nos como foi sua infância e adolescência, Fernando, especialmente no que se refere à transexualidade?

Luiz Fernando: Vivia dentro de um corpo e uma socialização que não era a minha. Em minha infância sempre brinquei com lousinha, caderno e livros, pois sempre desejei ser professor e com o passar do tempo passei a ter Barbies e outras bonecas para me aproximar de outras meninas, mas em todas as brincadeiras desejava o tempo todo ser o pai da família.

Na adolescência, meu primeiro beijo foi horrível acabei vomitando sobre a pessoa que beijei. A a primeira transa foi meio que tardia e me senti horrível como se alguém tivesse tentando me machucar.

Vivenciei por um tempo, a experiência de ser lido como lésbica masculinizada para me sentir homem em algum instante de minha trajetória, só que isso me frustrava, e muito. Nunca desejei o corpo feminino e a vivência social desse gênero. Sonhava com a possibilidade de uma masculinidade até que descobri a transmasculinidade em sites, vídeos e livros e descobri que não era só eu que habitava em um corpo estranho e que lutava para ser homem apesar de todas as barreiras.

F.A.: Quando foi que você começou a fazer a transição e quais foram as reações dos familiares e amigos a esse respeito?

Luiz Fernando: Comecei o processo aos 28 anos devido ao meu desconhecimento sobre o processo de transição. Inicialmente, perdi muitos amigos e emprego devido a essa etapa da minha vida. Em relação aos familiares, muitos estranham até hoje, e isso para mim é irrelevante. E que apesar de tudo, minha mãe me apoia no que consegue, mesmo que, às vezes, confunda pronomes e me chame pelo antigo nome.


Luiz Fernando falando na Av. Paulista - ativista empenhado.


F.A.: Você está se formando e isso o coloca no seleto mundo das pessoas transexuais com ensino superior no Brasil, qual foi a carreira que você escolheu e qual é o assunto do seu TCC (monografia)?

Luiz Fernando: Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo. Transmasculinidades.

F.A.: Por que você escolheu esse tema para o seu trabalho de conclusão de curso?

Luiz Fernando: Para trazer às pessoas heterossexuais cisgêneras e também lésbicas, gays e bissexuais cis a realidade dos homens trans brasileiros, entendendo quais são suas demandas sociais e anseios pessoais através de um livro-reportagem que abordará como funciona o processo transexualizador, vários perfis de homens trans, o que existem de leis para este segmento e quais políticas públicas existem ou não.

Luiz Fernando, Laerte e João W. Nery: pessoas trans são lindas!


F.A.: Você começou uma "vaquinha online" para quitar despesas com sua graduação. Poderia nos falar mais sobre isso? De que maneira, as pessoas podem ajudar e a que se destina o dinheiro arrecadado exatamente?

Luiz Fernando: Comecei uma “vaquinha online” para quitar os débitos das mensalidades da universidade em que estudo devido a ter ficado um ano desempregado. Por isso, impossível seguir arcando com os pagamentos do curso. As pessoas podem ajudar clicando nos seguintes links:

https://www.catarse.me/pt/quitacao_de_dividas_do_ultimo_ano_de_graduacao_9728 
ou 
https://www.vakinha.com.br/vaquinha/pagar-o-ultimo-ano-de-graduacao

F.A.: Falando um pouco mais sobre intimidades, como vai a vida afetiva? Está namorando, está casado ou está solteiríssimo?

Luiz Fernando: Estou solteiro devido à transfobia existente no meio homossexual em que um pênis é mais valorizado do que a pessoa em si. Mas, nesse momento prefiro estar só para reconstruir a minha autoestima.

F.A.: Hummm... interessante. É bom fazer lembrar ao nosso público que um homem transexual pode ser heterossexual (gosta de mulheres), homossexual (gosta de homens) ou bissexual (gosta de um ou do outro). Identidade de gênero é uma coisa e orientação sexual é outras, seja homem transexual ou homem cisgênero. O mesmo valendo para as mulheres.

Como você vê a situação das pessoas trans no Brasil hoje, especialmente em termos de políticas públicas?

Luiz Fernando: Hove alguns avanços com a criação do programa transcidadania em SP, o uso do nome social no Exame Nacional do Ensino Médio, minisséries com Orange is the new black dando um papel de destaque para Laverne Cox, e a visibilidade de Buck Angel em espaços para falar sobre transmasculinidade, algumas travestis, mulheres transexuais e homens trans presentes na vida acadêmica. Mas, essa é a realidade de poucas pessoas do segmento de travestis, mulheres transexuais e homens trans. Temos de ter politicas públicas que assegurem e garantam o acesso à educação e ao trabalho para este grupo que, infelizmente, é tão marginalizado e vítima de preconceito e violência dentro e fora do meio LGB cis.

F.A.: Quais seriam as prioridades do movimento trans atualmente?

Luiz Fernando: Ao meu ver é garantir saúde, além do processo transexualizador ofertado em algumas capitais, e acesso ao mercado de trabalho e a educação em todos os níveis, sendo assegurando o respeito à identidade de gênero de travestis, mulheres transexuais e homens trans.


Luiz Fernando (foto de perfil no FB no momento dessa publicação)


F.A.: Que palavra você deixaria para a comunidade trans?


Luiz Fernando: Lutem para serem quem são, apesar dos obstáculos existentes. Viver em um armário é ruim demais em um tempo de vida tão curto que temos nesse planeta.

F.A.: E para a comunidade LGB cisgênera?

Luiz Fernando: Se unam às travestis, mulheres transexuais e homens trans na luta por um mundo sem preconceito. Pois, se não nos unirmos, nada irá mudar.

F.A.: E para as pessoas cisgêneras que não são LGBT?

Luiz Fernando: Somos todos humanos que merecemos amar, ser quem somos independente de padrões impostos e criados para nos moldar. Masculinidade e feminilidade nunca estão relacionadas a orientação sexual e identidade de gênero. Seja, quem você é sem rótulos e, se os tiver, nunca os imponha a ninguém.

Transição de gênero: Como proceder




Atualizado em 09/01/2025
Por  Sergio Viula


A transição de gênero no Brasil pode incluir mudanças sociais, legais e médicas, dependendo dos desejos e necessidades de cada pessoa. Abaixo, segue um guia básico para iniciar a transição:


1. Reconhecimento Pessoal e Apoio

Antes de tudo, é importante refletir sobre sua identidade de gênero e buscar apoio emocional e psicológico. A transição é um processo pessoal, e cada trajetória é única.Procure apoio psicológico: Um psicólogo ou terapeuta com experiência em questões de gênero pode ajudar no autoconhecimento e no planejamento da transição.
Busque apoio em grupos comunitários: Há diversas organizações LGBTQIA+ no Brasil, como a ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), que oferecem suporte.


Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA):
Site: https://antrabrasil.org/
Instagram: https://www.instagram.com/antra.oficial/

Rede Nacional de Pessoas Trans do Brasil:
Facebook: https://www.facebook.com/redetransbrasil/

Casa Neon Cunha:
Site: https://casaneoncunha.org/site/

Minha Criança Trans:
Instagram: https://www.instagram.com/minhacriancatrans/


2. Transição Social

Essa etapa envolve mudanças no modo como você se apresenta ao mundo e como deseja ser reconhecido.Nome e pronomes: Comece a usar o nome e os pronomes que refletem sua identidade de gênero.

Mudanças no estilo: Altere sua forma de vestir, aparência ou comportamento de acordo com sua preferência.

Comunicação com amigos, família e trabalho: Pode ser útil conversar com pessoas próximas para explicar sua transição, caso se sinta confortável.


3. Adequação Documental (Transição Legal)

A mudança de nome e gênero nos documentos oficiais pode ser feita judicialmente ou administrativamente no Brasil, sem a obrigatoriedade de cirurgia ou laudos médicos/psicológicos.Cartório de Registro Civil: Desde 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) permite que pessoas trans mudem nome e gênero diretamente no cartório, sem necessidade de processo judicial. 

Para a mudança de nome e gênero nos documentos oficiais, dirija-se ao Cartório de Registro Civil mais próximo. Desde 2018, é possível realizar essa alteração diretamente no cartório, sem necessidade de processo judicial.

Desde 2018, graças a decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) e do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), pessoas trans podem alterar o nome e o gênero diretamente no cartório, sem a necessidade de cirurgia ou laudos médicos/psicológicos.

Vá ao Cartório de Registro Civil:

Procure o cartório onde sua certidão de nascimento ou casamento está registrada.
Solicite a alteração de nome e gênero. Não é necessário justificar o motivo da mudança.
Pagamento de taxas:

Dependendo do estado e do cartório, pode haver cobrança de taxas para a emissão da nova certidão e para a retificação em outros documentos. Em alguns casos, pessoas de baixa renda podem solicitar isenção.

Atualização de outros documentos: Após obter a nova certidão de nascimento ou casamento, atualize:

  • RG
  • CPF (nos postos da Receita Federal)
  • Título de Eleitor (no cartório eleitoral)
  • Passaporte (na Polícia Federal)
  • Registros acadêmicos e profissionais
  • Direitos Relacionados à Mudança de Nome

Confidencialidade: O cartório deve preservar o sigilo da alteração, evitando expor informações desnecessárias.

Validade em todo o território nacional: O novo nome e gênero terão validade para todos os efeitos legais no Brasil.


4. Transição Médica (Opcional)

Essa etapa pode incluir terapia hormonal e/ou cirurgias, dependendo dos desejos da pessoa.Procure atendimento no SUS: O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece serviços de saúde para pessoas trans, incluindo:Terapia hormonal.

Cirurgias de afirmação de gênero (mastectomia, faloplastia, vaginoplastia, etc.).

5. Apoio psicológico e psiquiátrico.

Centros de referência: Algumas cidades possuem centros especializados, como:Ambulatório de Identidade de Gênero e Orientação Sexual (AMTIGOS) no Rio de Janeiro.

CRT (Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS) em São Paulo.

Clínicas e profissionais particulares: Se tiver condições financeiras, você pode buscar endocrinologistas, cirurgiões e psicólogos especializados no setor privado.

Aqui estão alguns centros de referência que oferecem atendimento especializado para pessoas trans:

Ambulatório de Saúde Integral à Pessoa Trans (ASIPT) - 
São Paulo, SP
Localizado no Centro de Saúde Escola Barra Funda, oferece assistência integral à população trans.
Rua Santa Cruz, 81 Vila Mariana, São Paulo, SP
Agendamentos ou reagendamentos de consultas (11) 5087 - 9984 - das 8:00 as 11:00

Faculdade Santa Casa de São Paulo: https://fcmsantacasasp.edu.br/vemprasanta/ambulatorio-trans/

Ambulatório Trans - Secretaria de Saúde do Distrito Federal
Brasília, DF
Oferece atendimento especializado para pessoas trans no Distrito Federal.
53PR+7W Asa Sul, Brasília - DF, 70351-580
Fechado ⋅ Abre sex. às 07:00
(61) 3449-4775

Ambulatório Trans do Centro Estadual Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa (CEDAP)
Endereço: EQS SUL 508 509, Asa Sul.
Telefone: Telefone: (61) 3242-3559.
Horário de atendimento: Segunda a sexta-feira 7h às 12h e das 13h às 19:00h.
Marcação de consulta retorno: pessoalmente, nos horários de 07:00 às 12:00h e das 13:00 às 18:00h.

Ambulatório Trans - Bahia
https://www.saude.ba.gov.br/atencao-a-saude/comofuncionaosus/centros-de-referencia/ambulatorio-trans/

Agendamento:

Telefone: 71 3116 8838
WhatsApp: 9 9673 3006
Acolhimento para novos usuários da capital:
Todas as Quartas-feiras das 13h às 16h
Agendamento para novos usuários da Região Metropolitana e Interior do Estado e-mail: cedap.ambtt@saude.ba.gov.br

Atendimento:
Todas as terças-feiras e quintas-feiras das 13h às 17h

Documentação:
Registro Geral (RG)
Cartão de Pessoa Fisica (CPF)
Cartão do Sistema Único de Saúde (SUS)
Comprovante de Residência

Contatos:
Coordenação do Ambulatorio Tras
Ailton Santos Silva
Telefone: 3116 8853
WhatsApp Ambulatório: 71 9 8316 1220 
e-mail: cedap.ambtt@saude.ba.gov.br

Endereço:
Rua Comendador José Alves Ferreira, 240
Garcia / Salvador / BA

Ambulatório Trans de Porto Alegre
Endereço:
R. Cap. Montanha, 27 - Centro Histórico, Porto Alegre - RS, 90010-040

Prefeitura de Porto Alegre:

Ambulatório Trans Centro
Endereço:
Centro de Saúde Santa Marta (rua Capitão Montanha, 27, 1º andar – Centro Histórico)
Atendimento de segunda a sexta-feira, das 13h às 19h
WhatsApp (51) 9506-9632

Ambulatório Trans Zona Sul
Endereço: Clínica da Família Álvaro Difini (rua Álvaro Difini, 520 – Restinga)
Atendimento sextas-feiras, das 8h30 às 12h30

AME PRO Trans - São Paulo, SP
Enderço: Av. Tiradentes, 2521 - Jardim Santa Edwirges, Guarulhos - SP, 16400-050


6. Proteção Jurídica e Direitos

Legislação: A Constituição e decisões do STF garantem direitos à dignidade e ao reconhecimento da identidade de gênero.

Denúncias de discriminação: Caso enfrente preconceito ou violência, denuncie ao Disque 100 ou procure uma delegacia especializada em crimes contra a comunidade LGBTQIA+.
Luanapsol: https://luanapsol.com.br/2022/01/29/instrucoes-para-pessoas-trans/


7. Comunidade e Redes de Apoio

Conectar-se com outras pessoas trans pode ser uma fonte valiosa de apoio e informações práticas.ONGs e Coletivos: Procure organizações locais que ofereçam suporte.
Eventos e encontros: Participar de eventos LGBTQIA+ ajuda a construir uma rede de apoio.

Lembre-se de que cada jornada é única. Busque os recursos que melhor atendam às suas necessidades e conte com essas organizações para apoio e orientação.

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