Mostrando postagens com marcador covid-19. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador covid-19. Mostrar todas as postagens

A TV BAR fechou e o Rio ficou mais cinza

 Por Sergio Viula


A TV Bar costumava ter uns painéis divertidos onde as pessoas podiam tirar fotos.  Essa aqui nós tiramos em 2016.



Foi com muita tristeza que recebemos a notícia de que a querida TV Bar, localizada em Copacabana, Rio de Janeiro, encerrou suas atividades nesse angustiante ano de 2020. 

A pandemia já teria feito estrago demais matando pessoas, mas ela foi além: Matou sonhos, silenciou lugares onde a alegria e o companheirismo se abraçavam.

A TV Bar foi, sem dúvida, um desses lugares. 

Dentre as preciosas lembranças que tenho desse lugar acolhedor, encontram-se várias com meu amado Andre. Nosso primeiro final de semana juntos no Rio incluiu uma noite inteira saboreando o som e os drinks servidos ali. A decoração, um misto de vintage com modernidade, o espaço aconchegante, a música maravilhosa e com clipes projetados nos monitores ao redor do extenso balcão do bar, que sempre servia bebida e simpatia no mesmo drink pelos vários e atenciosos bartenders - tudo conspirava para amarmos cada minuto passado ali dentro. 

Destaque aqui para os banheiros que desconheciam gênero. Homens e mulheres podiam utilizá-los sem qualquer preoconceito e sem qualquer importunação por quem quer que fosse - funcionários ou frequentadores.

Nossa primeira vez juntos na TV Bar foi acompanhada de uma ida ao Arpoador (tem uma foto no vídeo abaixo) para ver o nascer do sol, seguido de um café da manhã na Starbucks de Ipanema, bem na esquina com a Farme de Amoedo. 

Naquela noite, encontramos também o querido Jean Wyllys. Apresentei o Andre a ele, que muito simpático disse: "Cuide bem dessa joia que você tem nas mãos agora." Jean se referia a mim - o que me deixou surpreso e lisonjeado ao mesmo tempo. Faz tempo que nutro admiração muito especial pelo querido Jean e sinto o mesmo vindo dele. Andre ficou admirado com a gentileza e o carinho daquele 'profeta do humanismo e da diversidade'. Logo em seguida, eu comentei que eu também tinha encontrado uma jóia. ^^ E, acreditem, nesses quase cinco anos de relacionamento agora, temos cada vez mais certeza disso um sobre o outro.

Foram muitos momentos especiais na TV. A bus party da Smirnoff foi um dos highlights, mas não foi o único. Confira as fotos aqui: Smirnoff Bus Party - TV Bar. (https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/2016/11/o-marido-sugeriu-e-eu-aderi-bus-party.html)


Despedimo-nos da TV Bar com gratidão e muita tristeza por sabermos que não poderemos mais curtir a alegria e tranquilidade daquele espaço.




Não podia deixar de colocar aqui as palavras dos próprios administradores da TV Bar, publicadas ontem, dia 16/09/2020 no Facebook e em outras redes sociais:


Foram 10 anos de sobrevivência, resistência, acolhimento e muito trabalho para poder inovar e renovar a noite Carioca. Quebramos paradigmas, fomos caretas, fomos ousados.

Erramos e acertamos muitas vezes. Sempre com extravagancia e tesão no que se apresentou para o público. Foram 10 anos de pinta, close e álcool, muito álcool. Nosso trabalho sempre teve amor na veia.

Com a pandemia, fomos paralisados. E como que um susto, tudo parou. Umas das áreas mais afetadas foi a do entretenimento.

Então, comunicamos oficialmente, que nossa pinta, encerra por aqui. Pois, entendemos que nossa atividade, só vai ser bom se AGLOMERAR.

Paramos porque nossa atividade, ainda não está autorizada OFICIALMENTE a funcionar, somado a um desgoverno, sem apoio para pequenas empresas, e assim como muitos, fomos obrigados a fechar nossas portas.

Agradecemos de coração todo carinho que recebemos nesses 10 anos de atividade, apoio dos nossos clientes e amigos, toda galera que fez nosso som, nossa equipe maravilhosa, nossos gerentes que em 90% do tempo eram nossos braços, olhos e pernas.

Somos gratos por ter vivido 10 anos intensamente. Obrigado a todos que fizeram parte dessa família TV BAR, mas a partir de hoje, seremos o TV BAR que marcou 10 anos na historia da noite LGBTQI+ da cidade ainda maravilhosa que é o nosso Rio de Janeiro.

Grato pelo apoio de todos.
Ficamos por aqui. Um beijo

TV BAR E BOATE
( 2009 - 2020 )
Greg - Felipe - Ronaldo

Último dia do primeiro semestre em treinamento



Por Sergio Viula


Vivendo meu último dia de julho desse interminável 2020 mergulhado num treinamento que começou às 9h e só vai terminar às 17h. Tudo online. E assim deve ser.

Honestamente, olho para o segundo semestre sem qualquer expectativa de retorno à sala de aula física. A pandemia só piora. A vacina parece realmente estar a caminho, mas só deverá imunizar as pessoas no ano que vem. Enquanto isso, gente estúpida em todos os níveis da sociedade brasileira age como se fosse tanto inatingível como inofesiva como vetor desse perigoso vírus.

O treinamento de hoje está servindo para estimular meu entusiasmo, cultivar novas ideias e renovar meu compromisso com um novo e desafiador semestre.

O feedback dos meus alunos na semana passada, momento de encerramento do primeiro semestre, foi excepcional. A maioria disse francamente que curtiu as aulas online e que não esperava que pudessem ser tão eficazes, apesar de preferirem as aulas presenciais, caso não houvesse uma pandemia em andamento, como eles mesmos fizeram questão de ressaltar.

Na verdade, a maioria deixou claro que não está disposta a correr riscos desnecessários voltando antes que a epidemia seja debelada. Isso é refrescante, especialmente num momento em que tanta estupidez vem sendo dita e feita por gente tosca nesse país.

É reconfortante ver que muitos desses meus alunos são pessoas esclarecidas e comprometidas com sua própria saúde, ao mesmo tempo em que seguem com seus estudos através das ferramentas disponíveis. Se eles não fossem conscientes e comprometidos, provavelmente estariam se arriscando nas ruas ou simplesmente teriam se precipitado cancelando suas matrículas. Ao final do semestre, os que encararam o desafio demonstraram estar mais do que satisfeitos. E isso era exatamente o que eu esperava.

Semana que vem será um tempo de doces reencontros, uma vez que a maioria dos meus grupos continuarão comigo, exceto por um que será novo.

A moral da história é: Fiquem em casa. Façam tudo o que for possível fazer remotamente sem sair de casa. Usem a tecnologia a favor da sua vida e das vidas de seus familiares. E, finalmente, não desistam de seus projetos, inclusive o de aprender o idioma que conecta todos os continentes do mundo, especialmente quando não podemos nos locomover para além da nossa própria porta.

E que venha o segundo semestre de 2020!

Mais uma translação completa

Por Sergio Viula
Atualizado em 09/05/2020

Bolo feito por Andre. O número foi ele mesmo que fez.
Nada de velas e sopros. O "mocoronga" vírus não foi convidado.





Um beijo especial para quem via isso aqui depois da escola.
(Perdidos no espaço)



Fazer aniversário é sempre um oximoro: "mais um ano a menos". Honestamente, não sei se comemoro ter vivido mais um ano ou se lamento o fato de que tenho um ano a menos para viver daqui para frente. Não o digo com tristeza. Digo-o com um tantinho de humor, quase de deboche para comigo mesmo. Queiramos ou não, a vida é uma comédia dramática. A gente ri da própria desgraça. E se chorar, não muda nada. Só desidrata.

Houve um tempo quando pensar na segunda década de vida parecia uma realidade tão distante, quase uma outra encarnação. Aos nove ou dez anos, a gente acha o primo ou o tio de 20 quase tão velho quanto nossos pais. Nossa percepção ainda imatura sobre a transitoriedade da vida nos impedem de perceber que, nessa fase da nossa vida, nossos pais estão na flor da idade. 

Ao contrário do que muitos pensam, aos 21 anos, já estamos vivendo nossa terceira década. Se você estranhou o que acabo de dizer é porque ainda não havia percebido que a contagem de uma década termina em 0. O primeiro ano depois desse número já é outra década. De 1 a 10, você vive a primeira década; de 11 a 20, você vive a segunda; e a partir dos 21, você já está na terceira década de sua existência, baby. É, fófis, a senhora é mais velha do que pensa, bunyta! [rindo de doer aqui]. 

Na verdade, eu sempre achei o ano de número 40 super charmoso. Esse número, quando se trata de idade, carrega um simbolismo só seu. Pena que é uma vez só. Quando completei quarenta anos, escrevi um texto comemorativo também. Foi divertido relembrar o que havia acontecido no ano da minha estreia por aqui: https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/2009/04/como-era-o-mundo-40-anos-atras.html 

Aos 50 anos, escrevi outro post marcante, cheio de orgulho gay, inclusive. Dei àquela postagem o título de "Awesome 50!" (https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/2019/05/meio-seculo-hoje.html) A palavra "awesome" é um adjetivo da língua inglesa que significa "impressionante". Não se pode duvidar que, para uma espécie que dificilmente completa 100 anos, chegar a meio século de vida é um feito impressionante, ainda mais se você é gay num país homofóbico como esse. 

Hoje, completo o primeiro ano da minha sexta década, mas preste atenção: eu não disse que estou fazendo 60 anos. Se você entendeu assim é porque não absorveu o que eu disse no terceiro parágrafo. (risos) Inauguro minha 6ª década de vida hoje justamente por estar completando 51 anos de idade. Quando chegar aos 60, terei encerrado a sexta década. E assim por diante. 

A pergunta é: como me sinto? 

E a resposta é: nada diferente de ontem, quando ainda estava na minha quinta década. ^^

E por quê?

Simplesmente, porque ainda posso me alegrar com o fato de estar saudável, trabalhando, casado com uma pessoa fantástica, tendo meus pais vivos e relativamente saudáveis, e convivendo com meus filhos cheios de vida e saúde - Isaac aqui pertinho e Larissa do outro lado do Atlântico, mas, apesar disso, sempre em contato comigo. Ontem mesmo trocamos algumas ideias super "cabeça" e demos muitas risadas juntos falando sobre todo o tipo de coisa.

Sabe qual foi a melhor frase que ouvi nos últimos dias? 

Foi a de Andre hoje de manhã. Ele me abraçou, parabenizou pelo meu aniversário, e disse com todo carinho: "O aniversário é seu, mas você é o meu presente de todo dia." E isso não é mera frase de efeito, não. Nosso amor e parceria são testemunhados pelo sol nascente e pelo sol poente. 

Esse é o quarto aniversário que eu comemoro ao lado dele, e digo a mesma coisa: Andre é um presente renovado a cada nascer e pôr do sol. Acordar e vê-lo ao meu lado ou saracutiando pela casa, já se organizando para ir trabalhar, é uma alegria diariamente renovada. Só é triste ver quanto tempo precisamos passar separados para ganharmos o pão de cada dia. É tempo demais, capataz! 

Ninguém devia trabalhar mais do que um teto de seis horas por dia. E com duas folgas semanais. É pedir demais? Não. É só uma questão de reorganização socioeconômica. E quem não precisasse atender clientes face a face devia trabalhar de casa. Quem sabe a gente aprende alguma coisa que preste com essa peste - o Covid-19?

Não tenho ambições desvairadas, mas se eu atingir a minha meta de viver até os 90 anos com saúde física e mental, provavelmente estarei sentando diante de um equipamento que fará a ficção científica produzida hoje parecer vintage. Ali, escreverei um texto para esse mesmo blog, só que totalmente "upgraded" para a tecnologia de então. Se eu ainda tiver o jeito espirituoso que tenho de encarar a vida hoje, terei muito sobre o que tricotar do alto do meu nonagésimo aniversário. Alguns amigos que leem esse post hoje ainda estarão por aqui, mas outros já terão se tornado queridas memórias na cabeça de um gay sênior - olha esse termo, que chique! Mas, não se abale com isso, não. Veja por outra perspectiva: há jovens leitores acompanhando esse post agora que farão 90 anos e, quando lá chegarem, já nem se lembrarão mais de mim (totalmente transformado em purpurina) ou desse blog, que ainda deverá ficar vagando pelo cyberspace por muito tempo depois que eu bater as sapatilhas. Isso, sim, é um acinte! (risos)

Então, aos que me leem, um conselho: realizem-se! Vivam suas vidas sem medo da morte, dos outros ou de si mesmos, especialmente, se você for gay, lésbica, bissexual ou transgênero. 

Saia desse armário! E se tiver saído, não retorne nunca. Você é uma borboleta de jardim, não uma traça de roupeiro.  

Viva o dia de hoje como se fosse o último. Você gostaria de estar enfiado no armário no seu último dia de vida? Mas, não deixe de ser previdente. Vai que você dá o "azar" de viver até amanhã... Não acha que é uma boa ideia garantir a comida, a bebida, o teto e algum dinheiro para dar garantia? Eu acho. 

Chega de escrever e de ler por enquanto. Vamos borboletear, crianças! 



---------------------------------------------
Em tempos de quarentena, aniversário a dois é luxo! 
hehehe

Para envolver outras pessoas, dá-lhe videoconferência pelo WhatsApp, pelo Google Meet e conversas por telefone. Foi um dia agitado. Adorei ver amigos e parentes por meio desses apps. O melhor de tudo é saber que estão bem.





One world together at home, exceto por alguns brasileiros idiotas

Por Sergio Viula




Fiquem na toca, Teletubies!


Estamos no meio da maior ameaça de morte desde a Guerra Fria. O mundo, com exceção de alguns ignorantes, está mobilizado para combater o vírus, evitar novos contágios e socorrer os que são economicamente mais vulneráveis.

Uma das iniciativas mais bonitas e eficazes no levantamento de recursos para combater os efeitos múltiplos do coronavírus foi, sem dúvida, o show "One world together at home", do qual participaram vários artistas, especialmente, ainda que não exclusivamente, americanos.

Confira: https://www.youtube.com/watch?v=BzjMqd6KqXg 

Lady Gaga, reconhecida até pelo secretário geral das Nações Unidas, conseguiu catalizar apoio de artistas e outros profissionais e instituições para colocar no ar, ao vivo, um espetáculo com 8 horas de duração e muita emoção. O espetáculo de ontem sozinho levantou 128 milhões de dólares para o combate ao Covid-19. Isso representa mais de 670 MILHÕES DE REAIS.

Confira: https://www.globalcitizen.org/en/content/one-world-together-at-home-impact/

Gaga já havia doado e leavantado doações da ordem de milhões de dólares no início de abril.

A sempre presente Madonna já havia feito uma doção pessoal de 1 milhão de dólares, equivalente a 5,24 MILHÕES DE REAIS (pelo câmbio de hoje). A doação foi encaminhada para a Fundação Bill and Melinda Gates para ajudar a criar uma vacina contra o coronavirus.

Confira: https://www.independent.co.uk/arts-entertainment/music/news/madonna-coronavirus-bill-melinda-gates-foundation-donation-vaccine-a9447201.html

A gloriosa Oprah Winfrey, no início de abril, doou 10 milhões de dólares (mais de 52 MILHÕES DE REAIS) para ajudar americanos em situação de vulnerabilidade durante a pandemia de coronavírus.

Confira: https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2020/04/03/oprah-winfrey-doa-us-10-milhoes-para-ajudar-americanos-em-situacao-de-vulnerabilidade-durante-pandemia-de-coronavirus.ghtml

Vários empresários figurões da moda fizeram doações milionárias. O site metrópoles traz mais detalhes sobre cada um deles (ver link acima). Entre eles, estão Donatella Versace, Valentino Garavani e Giancarlo Giammetti, Giorgio Armani, e Ralph Lauren.

Confira: https://www.metropoles.com/colunas-blogs/ilca-maria-estevao/nomes-da-moda-fazem-doacoes-ao-combate-do-coronavirus-confira

Em vez de negarem a realidade que se impõe com números altíssimos de óbitos, essas pessoas estão tirando dinheiro do próprio bolso para fazer a diferença. Não estão apenas pedindo doações. Elas estão doando!!!

Em vez de lamentar o que deixaram de ganhar com o isolamento, cada um desses artistas e empresários está fazendo alguma coisa concreta para alivar a dor dos que sofrem e evitar que outros sejam prejudicados pelos efeitos diretos ou colaterais do vírus.

Na contramão de tudo isso, um bando de ignorantes, seguidores de uma seita que recentemente ganhou vulto, especialmente depois que seu líder se tornou presidente de uma das maiores nações do mundo, mostram-se capazes, dia após dia, das maiores demonstrações de estupidez e desumanidade.

Chegaram ao ponto de fazer uma carreata com buzinaço em frente ao Hospital das Clínicas no mesmo dia em que o show One world together at home seria realizado.

Confira: https://revistaforum.com.br/coronavirus/bolsonaristas-bloqueiam-acesso-a-hospitais-para-pedir-o-fim-da-quarentena-em-sp/

O Hospital das Clínicas é uma instituição médica respeitada no país todo. Seu trabalho está diretamente ligado à maior universidade do país - uma das mais respeitadas do mundo: A USP (Universidade de São Paulo).

Trata-se do mesmo hospital que já havia disponibilizado 900 leitos para tratamento a pacientes com COVID-19 no início de março. Observe que os casos ainda eram poucos, mas os especialistas daquele hospital sabiam que os contágios tinham potencial para explodir numa epidemia local em pouco tempo. Esse mesmo hospital teve uma baixa de 125 funcionários, mortos ou afastados por suspeita de coronavírus entre o começo e o final daquel mesmo mês.

Essa gente estúpida e desprezível, que rompeu com todo senso de humanidade quando foi para a frente daquele hospital buzinar e gritar pelo fim do isolamento social, desprezou publica e ostensivamente todos os que já morreram naquelas instalações, asim como todos os profissionais que continuam se expondo, todos os pacientes que estão lutando pela própria vida nos leitos reservados para casos graves de COVID-19, e todos os familiares deles angustiados pelo que pode acontecer a seus amados.

Mas, a pergunta que eu não consigo parar de me fazer é a seguinte:

ONDE ESTAVA AQUELA POLÍCIA QUE COSTUMA BAIXAR O CACETE EM PROFESSORES QUANDO ESTES REIVINDICAM PACIFIAMENTE SEUS LEGÍTIMOS DIREITOS?

Por que o governador João Dória e o prefeito Bruno Covas não determinaram a prisão, autação e multa de todos aqueles imbecis?

O simples bunizar de um carro diante de um hospital já pode acarretar multa.

Como é que dentro de uma política de isolamento tolerou-se tal abuso por parte desses sectaristas enlouquecidos?

É necessario ter e demonstrar tolerância zero para com os negadores da epidemia, esses sabotadores do isolamento social, ou qualquer outro que ameace políticas sanitaristas aprovadas pela OMS (Organizção Mundial da Saúde) e por outros orgãos cientificamente compretentes para orientar ou determinar tais políticas de saúde.

Todos os que apoaiaram esse insano fascista e seus comparsas deveriam ter vergonha, se é que ainda lhes resta esse traço de humanidade.



************************


Um adendo aqui com base numa experiência minha ontem (publicado no FB):

"Em aula para dois grupos ontem, descobri que a coisa está piorando entre conhecidos meus. Há uma semana, nenhum aluno tinha ou conhecia pessoalmente alguém com coronavírus. Ontem, num pequeno círculo de 13 pessoas, um aluno meu estava com Corona, uma aluna já tinha três pessoas infectadas na familia, enquanto outra tinha dois parentes contaminados. Total: 6 pessoas infectadas. E isso, só dos que compareceram. Sabe-se lá por que razão os outros faltaram. 😱 Está piorando. Mantenha o rabo em casa."

22º segundo dia de isolamento - Andre e Sergio

Por Sergio Viula




Hoje é domingo, 05 de abril. Isso sigfnifica que estou em isolamento há 22 dias. Muita coisa mudou desde 14 de março, e talvez nada venha a ser como antes, mesmo depois que a pandemia do Covid-19 passar. Aprendi muita coisa nesse período. Também reforcei muita coisa que eu já sabia. Uma delas é que não precisamos da maioria das coisas que consideramos imprescindívies. As básicas são indispensáveis, é claro, mas nós carregamos muita quinquilaria existencial só pela força do hábito. 

E se hábitos são mais difíceis de quebrar do que diamantes, o Coronavírus não tem nada de fraquinho. Cientistas já demonstraram que é preciso quase um milhão de vezes a pressão atmosférica para quebrarmos um único diamante. O Covid-19 não precisou de qualquer aparato tecnológico produzido por seres humanos para se tornar a ameaça que ele veio a ser. Bastou que houvesse mutação em algum componente de sua estrutura para que ele se tornasse altamente perigoso para o bicho humano.

Uma pequena mutação e -  BUMMMM! - nossos diamantinos hábitos se partiram. Tivemos que nos reinventar.

É mais do que sabido que adaptação é o segredo da sobrevivência das espécies. É basicamente isso aqui: 


Adaptção + mutação = sobrevivência e evolução 
Mutação (ou não) sem adaptação = morte e extinção 

Se é verdade que alguns bichos não procriam, mesmo quando preparados e ansiosos para acasalar, também é verdade que bicho morto não dá cria. 

Permanecer vivo é o que os indivíduos ameaçados geralmente buscam. Tudo o mais é efeito colateral, tanto do êxito como do fracasso nessa empreitada. Aqueles que, por alguma razão, não percebem o risco que correm, e não se protegem dele, são os primeiros a serem abatidos. 

No caso dos vírus, ainda temos uma probabilidade: reagir e produzir anticorpos (adpatação em nível microscópico), mas nem todos terão êxito nisso. Basta ver o número esmagador de mortos até agora. Evitar encontros que podem resultar em morte para si mesmo e para aqueles que vivem com você é, no mínimo, estrategicamente superior a apostar a própria vida nesse jogo imprevisível.

Estamos fazendo extamente isso aqui em casa - prevenir. Felizmente, milhões de pessoas também estão seguindo as diretrizes dos médicos e sanitaristas, e as que não estão, têm grandes chances de não sobreviverem para dizerem: "Eu estava errado".

Nessas mais de três semanas de isolamento, experimentamos muitas emoções: Saudade de algumas pessoas, dúvidas sobre o futuro, vontade de caminhar sem poder colocar o pé fora de casa, e por aí vai. Porém, nosso amor segue forte e saudável, renovado a cada dia em que acordamos e olhamos para as tarefas que nos aguardam ao longo do dia. Seguimos comprometidos com a felicidade e bem-estar um do outro. Não conseguimos nem imaginar nossa vida de outro modo. 

Apesar de não podermos sair para um simples jantar em algum dos nossos restaurantes favoritos, vamos transformando o ato de cozinhar em ato de amor. Já preparamos receitas deliciosas ao longo desses dias. 

Cozinhar com carinho é uma forma de amar. Alimentar-se bem é um ato de resistência. Cozinhamos e comemos como quem responde ao canto sufocante e afrontoso da morte, que nos chega de todos os lados. Cada ato de amor nosso é como um desafio musical daqueles que cantores nordestinos costumam fazer com a viola ou a sanfona, respondendo um ao outro. A morte canta de lá com as estatísticas e nós respondemos de cá com isolamento e teimosia em viver, amar e fazer a nossa parte para não nos tornarmos novas vítimas e/ou vetores desse vírus mortal.

Sobre nossos idosos favoritos na família, fazemos o que é melhor para todos - mantemos distância sem deixarmos de nos comunicar com eles. Para isso, vídeoconferências, telefonemas, mensagens de áudio fazem as vezes dos almoços em família, dos abraços e beijos por equanto. Não tem Coronavírus que resista a isso. Ele precisa de proximidade física.

Sofremos vendo a quantidade de pessoas mortas e internadas em vários lugares em estado grave por causa do vírus que gerou essa pandemia. Não tivessem sido tomadas ações concretas pelo isolamento, testagem e campanhas de informação sobre a higiene das mãos e a proteção das vias aéreas, a situação seria ainda pior. 

Ficamos abismados com o nível de ignorância e vileza dos que fazem tudo para sabotar o trabalho daqueles que ainda demonstram algum senso de responsabilidade civil, e que seguem tentando proteger a tresloucada sociedade brasileira (de si mesma, inclusive). 

Contra todas as evidências disponíveis, os sabotadores minimizam a seridade da epidemia e a importância das medidas que vêm sendo tomadas tanto pela OMS como pelas autoridades médicas e sanitaristas que trabalham em consonância com ela. 

Também entram nesse grupo os produtores e divulgadores de fake news sobre a epidemia. Alguns desses divulgadores são vigaristas inveterados, mas existem muitas pessoas que são apenas ignorantes e teimosas, colocando em risco a própria vida por causa desses patifes. Entre estas, pode haver um tio ou primo seu - aquele tipo que repassa tudo o que recebe, desde que tenha algum teor apocalíptico ou que cheire à conspiração.

Imagine o quanto evoluiríamos cognitivamente se as pessoas aproveitassem os intervalos entre o home office e o sono para aprenderem mais sobre ciências humanas, biológicas e exatas em vez de desperdiçarem seu tempo dando ouvidos a patifes que lucram astronomicamente com a estupidez delas. 

Mas quem é o homem que, em seu primeiro ato de sabedoria, reconhecerá sua própria ignorância para, em seguida, começar a expulsá-la de sua mente através da aquisição de saberes verdadeiros? Alerta: Pseudo-conhecimento é apenas um disfarce com ares de sofisticação para a ignorância bronca de sempre. 

Não alimente a estupidez. Ela costuma se voltar contra aqueles que menosprezam sua periculosidade. 




Postagens mais visitadas