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Esta é a entrevista que dei à revista Época - Edição 341 - 29/11/04

Esta é a entrevista que dei à revista Época - Edição 341 - 29/11/04
Vale lembrar que algumas coisas mudaram de lá pra cá. Por exemplo, o relacionamento com meus pais vai muito bem, obrigado. Já com minha ex-mulher as coisas estão bem diferentes. Praticamente não nos falamos. Ela casou com outro cara - o que acho ótimo - mas não mora mais com meus filhos. Eles moram com os avós, vizinhos à minha casa. Adoro aqueles dois!!! :)



Libertando-se do armário

Sergio Viula, um dos criadores do grupo que defende a “cura” da homossexualidade, se assume como gay e diz que tratamento é uma farsa

Gisela Anauate



O carioca Sergio Viula, de 35 anos, foi um dos fundadores do Movimento pela Sexualidade Sadia (Moses), ONG evangélica que dá auxílio a pessoas que desejam abandonar a homossexualidade. Chegou a ser pastor da Igreja Batista, casou-se e teve dois filhos. Há um ano e meio, porém, assumiu ser gay, deixou a igreja e rompeu o casamento. Viula, atualmente professor de Inglês e estudante de Filosofia na Uerj, conhece como poucos os métodos dos grupos de ''reorientação'' sexual. Sabe que não funcionam e critica o projeto de lei do deputado estadual Édino Fonseca (PSC) que prevê o custeio de tratamento psicológico para pessoas interessadas em ''virar heterossexuais''. O texto, condenado por psicólogos e psiquiatras, já passou por três comissões na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro e pode ser aprovado até o fim do mês.


Formação
Formado pelo Seminário Teológico Betel, estudante de Filosofia na Uerj
Trajetória
Abandonou o grupo evangélico Movimento pela Sexualidade Sadia e assumiu ser gay
Dados pessoais
Ex-pastor da Igreja Batista, é separado e pai de dois filhos


ÉPOCA - Como surgiu o Movimento pela Sexualidade Sadia, que atua em várias denominações evangélicas?

Sergio Viula - O objetivo era a evangelização de homossexuais, que nada mais é do que fazer proselitismo religioso. Pretendíamos mostrar que a homossexualidade não é natural e deveria ser abandonada pelos que quisessem agradar a Deus. O Moses também queria dar uma resposta aos grupos gays, que tinham espaço na mídia.


ÉPOCA - Como o grupo pretende reverter a homossexualidade?

Viula - Vendem uma solução, enchendo as pessoas de culpa. No tempo em que eu estava lá, ouvia relatos de sofrimento e tentava arrumar razões para a homossexualidade, sempre ligadas à desestruturação familiar ou a traumas. Era um absurdo. O discurso do Moses é homofóbico e cruel: ''Jesus te ama, nós também, mas você precisa deixar de ser gay''. O homossexual continua sentindo desejo, mas com um pé no prazer e o outro na dor, com sentimento de culpa, medo, auto-rejeição. Criávamos uma paranóia na cabeça deles.

ÉPOCA -Quando você percebeu que o ''tratamento'' era uma farsa?

Viula - A gota d'água foi quando um rapaz soropositivo, que chegou a ser da diretoria do Moses, morreu. Ele havia se envolvido sexualmente com dois integrantes do grupo. Um deles estava tão apaixonado que chorou mais que a viúva no enterro. Comecei a pensar que o grupo não funcionava nem para os que estavam dentro dele.

ÉPOCA - Nem para você?

Viula - Sou o melhor exemplo de que não existe ''cura'' da homossexualidade. Sabia que era gay desde os 16 anos. As pessoas que dizem que mudaram, na verdade, continuam sentindo desejo. Um padre que é celibatário e heterossexual não deixa de ser heterossexual porque é celibatário. Um homossexual que não transa porque quer ä renunciar a isso pela fé é gay. Só não está em atividade.

ÉPOCA - O que acontecia nos bastidores do movimento?

Viula - Uma vez criaram uma célula de homossexuais que se reunia na Tijuca para fazer uma espécie de terapia em grupo. Em vez de virarem heterossexuais, começou a rolar paquera. Tinha gente que saía da reunião para namorar. Dentro do próprio apartamento que sediava os encontros aconteceram experiências sexuais. A célula acabou cancelada. Outra situação absurda ocorreu em um congresso da Exodus - grupo cristão internacional que combate a homossexualidade - em Viçosa. Os caras paqueravam e ficavam juntos durante o evento. A mensagem da militância gay, que se reuniu na porta, era: ''Nos deixem em paz''. Lá dentro, dizíamos que Deus transforma. Mas quem estava no evento fazia o mesmo que o pessoal de fora (risos). Era uma incoerência total.


'' O aconselhamento sexual praticado entre os evangélicos é homofóbico e cruel: 'Jesus te ama, nós também, mas você precisa deixar de ser gay''

ÉPOCA -Sua saída do Moses coincidiu com sua ''saída do armário''?

Viula - Sim. Há três anos abri o jogo com as lideranças da Igreja Batista e do Moses e me separei de minha mulher. Depois de um mês isolado, voltei para o casamento e para o Moses. Tinha chegado à conclusão de que era gay, mas não tinha resolvido a questão de fé em minha cabeça. Dois anos depois, me desliguei de vez.

ÉPOCA - Como sua família reagiu?
Viula - A relação com minha ex-mulher é amigável, mas com meus pais está extremamente abalada. São evangélicos e negaram a vida inteira que tinham um filho gay. Não suportaram ouvir de mim o que sempre quiseram esconder. Não nos falamos mais. Tenho um filho de 9 anos e uma menina de 12. Contei a verdade a ela e expliquei por que não podia continuar casado. Ela diz que me ama e não tem vergonha do pai.

ÉPOCA -A mensagem evangélica alimenta a homofobia?

Viula - A maioria dos evangélicos discrimina. O deputado Édino Fonseca é notadamente desequilibrado. Disse na Assembléia de Deus que os gays desejam fazer clonagem para criar um exército e dominar a sociedade. Há muitas pessoas desinformadas nos templos e, para elas, o gay é inimigo em potencial. O Moses deveria orientar as famílias assim: ''Seu filho é gay, mas pode ser saudável, bonito, inteligente e bem-sucedido, como qualquer heterossexual''. Isso nunca foi feito.

ÉPOCA -Você atualmente freqüenta alguma igreja?

Viula - Não. Mas isso não está só relacionado a minha homossexualidade. Conheço muitos gays que são religiosos. Abandonei a igreja por pensar que o Deus cristão é um mito. Mas acho importante militar por uma abertura na igreja. Como grupo social, ela tem de ter uma representatividade gay para não ser discriminatória. Não sou ativista, mas incentivo os movimentos gays, sobretudo o de Luiz Mott (Grupo Gay da Bahia), que foi massacrado por nós, do Moses. Neste ano, fui à ParadaGay do Rio pela primeira vez como homossexual assumido. Antes ia como evangelista. Foi uma experiência maravilhosa. Nunca estive tão em paz.

Alguns equívocos do Moses

Por Sergio Viula

 

Este post tem por objetivo refletir sobre algumas declarações de João Luiz Santolin, presidente do Moses, durante um seminário promovido pelo Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos (CLAM) em parceria com o Instituto de Estudos da Religião (ISER), conforme publicado no livro "Religião e Sexualidade: Convicções e Responsabilidades, organizado por Emerson Giumbelli, publicado pela Editora Garamond, 2005 (ISBN 8576170604, 9788576170600).

De acordo com Santolin, o Moses foi fundado em 1997. Ele está certo. Ele só não disse que isso aconteceu durante a Parada Gay celebrada no Rio de Janeiro, no referido ano. Também não disse que éramos três: Santolin, Liane França e eu (quem tiver dúvida, consulte o jornal O Globo, publicado no dia seguinte ao da passeata, pois nossos nomes estão lá no último parágrafo da matéria de cobertura da Parada Gay). Obviamente, ele não disse, devido ao constrangimento causado pela entrevista que dei em novembro de 2004 à revista Época, na qual disse abertamente que "curar" homossexuais é uma farsa, e que minha experiência com o Moses só confirma isso.

Segundo Santolin, o objetivo do Moses é celebrar a Deus como criador da sexualidade humana. Isso é questionável, especialmente levando-se em conta que o Moses toma o mito de Adão e Eva como relato verídico da criação do homem - o que, por si só, não nega a possibilidade da homossexualidade, pois a passagem se refere ao sexo genital, nada declarando sobre orientação sexual. Que existe macho (homens gays também são machos, pois têm pênis) e fêmeas (mulheres gays também são fêmeas, pois têm vagina), isso não se discute. O que não pode se pode ignorar é que sexo biológico é uma coisa e sexualidade (ou orientação sexual) é outra. Machos e fêmeas podem ser bissexuais, homossexuais ou heterossexuais.

Além disso, há o hermafrodita que apresenta características biológicas de macho e de fêmea ao mesmo tempo. Se deus é o criador da sexualidade humana, ele não parece ter vetado nenhuma dessas possibilidades, pois elas ocorrem naturalmente - e com mais frequência do que se imagina.

Santolin também colocou como objetivo do Moses reafirmar nossa fé em Jesus Cristo como redentor da família. Contudo, há que se perguntar de que "família" ele está falando. Se ele se refere à família formada por macho, fêmea e prole, esse modelo nunca foi o único. Em diversos grupos humanos houve e há casos de um homem com várias mulheres consideradas legítimas esposas. Há também (se bem que mais raro) casos em que uma mulher possui vários maridos considerados legítimos em seus grupos étnicos. Além disso, em muitos lares da atualidade filhos são criados por outros que não os pais biológicos.

Existem famílias totalmente fora desse padrãozinho reducionista que o Moses defende, como os casais onde cada filho é de um casamento e nenhum deles é filho igualmente do homem e da mulher que agora vivem juntos, mas a harmonia não é menor e nem maior do que em outros lares onde todos estão ligados consanguineamente. Há famílias de todos os tipos vivendo em harmonia ou em desajuste. Isso depende da maturidade e caráter de cada membro em suas respectivas famílias.

O objetivo de Santolin é, logicamente, o de opor-se ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e à adoção de crianças pelos mesmos - o que é uma crueldade num mundo repleto de órfãos. Nem mesmo a Bíblia pode ser evocada para defender tais idéias reducionistas, pois os patriarcas judeus tinham mais de uma mulher.

Abraão teve Sara, Agar e Quetura, no mínimo. Jacó teve Lia, Raquel, as duas criadas destas e ainda transou com um suposta prostituta que era sua nora disfarçada, porque ele negou-lhe outro filho em casamento quando ela ficou viúva sem descendência. A lei do levirato obrigava-o a conceder-lhe um de seus filhos para levantar descendência ao falecido. Davi teve Bate-Seba (que era de outro homem, a quem ele matou depois de adulterar com ela) e ainda casou com Abigail, mulher de Nabal, a quem ele também matou por causa de uma ofensa. Parece que o rei gostava de cobiçar a mulher do próximo. Salomão teve mil, e por aí vai. Segundo a Bíblia, eles são "santos homens de Deus". Nenhum deles tinha família formada por um só homem uma só mulher e filhos. E o Moses vem falar de família segundo os padrões bíblicos???





Tradução:

Quadro 1: Meu filho, o casamento é uma tradição sagrada que tem que ser preservada.

Quadro 2: Então, a resposta é não. Você não pode tomar uma terceira concubina.


Santolin colocou como objetivo do Moses ressaltar a importância de um devido preparo por parte da liderança evangélica para ajudar pessoas nas questões envolvendo sexo e sexualidade. Que tipo de preparo? Preparo como o de Rozângela Justino, Silas Malafaia, o do próprio Santolin, que não passam de proselitistas fundamentalistas? Esse suposto "preparo" reforça o preconceito.

Os outros objetivos acabam sendo apenas extensão destes. Passemos aos pontos em que o Moses crê, segundo o Santolin.

Ele diz que o trabalho do Moses é centralizado no conhecimento de Deus e na obediência à sua Palavra, a Bíblia Sagrada. Isso levanta diversos questionamentos.

Primeiro, qual conhecimento de deus? De que deus ele está falando? Obviamente, o deus dos evangélicos, que exclui e persegue todos os outros deuses. Não são os deuses da umbanda, nem do candomblé, nem do hinduísmo, nem os deuses chineses, etc. É o deus judaico-cristão. O que ele esquece é que esse deus foi arbitrariamente eleito o único e todo-poderoso. Ele era apenas o deus de Abraão, assim como diversas outras pessoas tinham seus deuses pessoais. Por diversos fatores histórico-culturais, este deus acabou tornando-se o deus de uma nação inteira, mas não o tempo todo. Ele foi deposto, recolocado no altar, algumas vezes sozinho, outras ao lado de outros deuses - e disso a própria bíblia dá conta, se for o caso de citá-la.

Segundo, como garantir que a bíblia é a palavra de deus se nem mesmo temos certeza de que esse deus existe? Mas se ele existe, certamente a origem e a preservação dos livros que compõe a bílbia levantam muitos questionamentos.

Os judeus têm um testamento, os cristãos dois, mas nestes dois testamentos eles acabam divididos, ou seja, católicos têm mais livros, protestantes têm menos. Conclusão, os próprios monoteístas não se entendem e ainda querem que nós aceitemos esse tipo de afirmação vazia - que a suspeitíssima bíblia seja a palavra de um deus cuja existência e caráter são quase uma piada.

Aí, o Santolin vem com essa conversa de que o Moses crê que existe uma sexualidade proposta pela Palavra de Deus. Bem, eu já falei sobre isso no início, mas vale dizer que nunca existiu uma sexualidade só.

A sexualidade humana é múltipla. Nascer com pênis ou vagina diz muito pouco sobre isso, se é que diz alguma coisa. A "divinização" da heterossexualidade serviu a projetos de poder baseados em procriação e multiplicação de mão de obra e de contingentes para os exércitos de povos beligerantes. Os judeus viviam invadindo terras e dominando povos. Era de se esperar que eles valorizassem aquelas relações que gerassem. Por isso tanta preocupação com o sêmen. A própria masturbação era mal vista. Entre os crentes de hoje chega a ser proibida. Uma crueldade com os solteiros, especialmente os mais jovens.

A heterossexualidade é tão natural quanto a homossexualidade, a bissexualidade, dentre outras formas de sexualidade. Basta ler o livro da natureza para perceber isso. Mas o Moses e outros igrejeiros preferem ler o jornal de três mil anos atrás. Se nem o de ontem presta mais, imagine os "barbarismos" desta ultrapassada escritura judaica.

Quando o Santolin diz que o Moses também tem como objetivo ser uma voz de conscientização em favor dos valores da família heterossexual e monogâmica, e dos padrões bíblicos para a sexualidade humana. Os pressupostos teológicos, éticos e antropológicos do Moses estão ancorados na Bílbia, segundo a tradição cristã evangélica, ele só confirma o que eu disse no início. É tudo baseado no mito de Adão e Eva, e os valores deste tipo de família que ele propõe nunca foram os únicos quando se toma em conta os diversos tipos de sociedade que adotaram outros modelos de família.

O que vemos hoje em termos de possibilidades de amar e de se organizar como núcleo familiar é apenas fruto da racionalidade humana. Nenhum dogma pode ser maior do que o amor entre duas pessoas, seja qual for o sexo biológico, especialmente quando envolve a redenção social e econômica de crianças cujo destino seria a miséria e a morte se não encontrassem pais adotivos a tempo - o que não significa que qualquer casal deva adotar, seja hetero ou homossexual, pois muitos não têm estrutura emocional ou financeira para tal empreitada.

Sobre o trabalho de aconselhamento do Moses, Santolin disse o seguinte: Cerca de 95% dos que nos procuram para aconselhamento são frequentadores ou membros de igrejas evangélicas. Essa colocação já deveria levantar suspeitas por parte dos que a ouvem. Por que será que o evangelho que estes pastores vivem anunciando como poder de deus não resolve o "problema"? Será que só agora surgiu uma "solução"? Dois mil anos depois do nazareno surge o Moses e finalmente uma "solução"?

Ora, se o evangelho é suficiente, por quê esses cerca de 95% dos que procuram o Moses são exatamente os frequentadores de igrejas evangélicas? O que ele não disse é que muitos não são só "frequentadores", são líderes (pastores, diáconos, missionários, líderes de departamentos da igrejas, etc.).

Aí ele diz que o caminho é um conhecimento maior da Bíblia e da comunhão com Deus, o que é chamado pelo cristão de Discipulado. Mas não é exatamente isso que a maioria dessas pessoas recebeu a vida inteira ou, pelo menos, desde que chegaram à igreja? Ou o evangelho não faz a mínima diferença, ou a homossexualidade é tão natural que não adianta lutar contra o que é naturalmente dado. Se a homossexualidade é tão natural quanto a heterossexualidade, o resultado de tentar transformar homossexual em heterossexual será tão nulo quanto o inverso. É uma completa estupidez e perda de tempo. Mas não há o que mudar. Tudo que precisa ser feito é reconhecer a legitimidade de todas essas afetividades humanas. E ponto!

Ah, e por falar em um suposto plano de deus para a sexualidade humana e para a família, cabe perguntar por que é que esses ditos ex-gays quando se casam, matam um leão por dia para não voltarem a se relacionar com outro homem, e alguns nunca se casam, como é o caso do Santolin? Ele afirma tanto que o casamento é uma bênção e a forma de deus regular a sexualidade humana, mas ele mesmo não se submete ao jugo. Cada um decide o que fazer. Tudo bem. Ele pode não casar. Joia. Mas, então, que seja mais discreto quanto a esse tipo de afirmação. A veemência dele parece ser uma tentativa de convencer a si mesmo mais do que aos outros, uma vez que ele continua solteiríssimo...

Grupos e igrejas como o Moses acreditam que é melhor deixar estas crianças à sorte dos orfanatos...



... a vê-las felizes em lares de dois pais ou duas mães como estas sortudas aí embaixo:






Tragédia na Igreja Renascer

 
Foto do desabamento do teto da Igreja Renascer

Os números de mortos e feridos apresentados no vídeo já subiram depois de sua divulgação.

O teto da Igreja Renascer da Avenida Lins de Vasconcelos, 1.120, no bairro do Cambuci, cedeu durante o culto, às 18h56 deste domingo. Segundo o Corpo de Bombeiros, mais de 50 pessoas feridas já foram atendidas e uma morte foi confirmada.

Já são 8 mortos, e esse número continua sendo atualizado à medida que o Corpo de Bombeiros avança na busca por vítimas.

Segundo o tenente Miguel Jodas, porta-voz do Corpo de Bombeiros, há grande possibilidade de outras vítimas estarem sob os escombros. Segundo ele, de 400 a 500 pessoas estavam no templo na hora do desabamento.


Comentário deste blogueiro

É realmente muito triste saber que pessoas morreram neste desastre ou que ficaram feridas, foram hospitalizadas, etc. Há famílias inteiras chorando seus mortos e feridos agora mesmo.

Fico pensando que isso poderia ter acontecido na igreja dos meus pais, por exemplo, e eu poderia estar chorando os meus mortos ou feridos.

Por outro lado, não posso evitar pensar quantas vezes crentes e pastores disseram coisas estúpidas quando o desastre foi na casa do vizinho.

Nos EUA, por exemplo, houve pastores associando a desgraça do World Trade Center (Torres Gêmeas) aos avanços que a sociedade de lá estava fazendo em relação aos direitos da comunidade gay.

Agora, vê se pode!!! O ataque era um ato de terrorismo. Esse terrorismo tinha objetivos político-econômicos com um alto teor de religiosidade, e alguns pastorecos da mídia de lá foram capazes de dizer uma asneira desse tipo que rivaliza com as mais estúpidas superstições da Idade Média.

Quando aconteceu a tragédia (natural!!!) do tsunami no sul da Ásia, houve crente dizendo que era a mão de Deus pesando sobre aqueles povos por causa da idolatria, ou seja, eles adoram deuses que não são sancionados pela igreja... São deuses proscritos pelos seguidores de Deus-Pai, Deus-Filho e Deus-Espírito-Santo. Três pessoas divinas: politeístas são os outros; cristão é monoteísta... como se isso colocasse o cristianismo em posição de vantagem em relação às mais antigas religiões do mundo!!! Ah, e não me venham com o blá-blá-blá da Trindade, segundo o qual Pai, Filho e Espírito Santo são um só Deus, apesar de serem três pessoas. Eu conheço a posição oficial da Igreja Católica e das reformadas, além de algumas das variantes que o mercado religioso oferece a esse respeito. Essa questão nunca foi plenamente resolvida dentro do próprio cristianismo (catolicismo, protestantismo com suas várias vertentes, igrejas orientais, etc.).

Muito mais próximo de nós, a seca que atingia o Nordeste em sua versão mais cruel oferecia a oportunidade que os crentes queriam para dizer que isso era a mão de Deus sobre os nordestinos por causa da adoração ao Padre Cícero e outros santos católicos. Outro absurdo!

Muita gente já esqueceu, mas quando houve aquele desastre no show do RBD, muito crente disse que isso era a mão de Deus, porque eles tinham pacto com o diabo. A mesma coisa aconteceu quando, bem antes disso, o estúdio da Xuxa pegou fogo na Rede Globo.

Quando George Bush quis invadir o Iraque, houve pastores célebres entre o eleitorado americano dizendo que Deus era com ele e que, se a invasão americana causasse a morte de alguns iraquianos, isso não seria problema, porque Deus estava enviando George Bush para fazer a sua obra. Entre esses pastorecos estavam John McArthur, James Dobson e outros conhecidos dos crentes tupiniquins. Caramba, parece que eu estou ouvindo o papa abençoando as cruzadas... Aqueles pastores certamente pensavam que a guerra seria rápida, graças ao poder bélico americano, mas a guerra se arrastou e os EUA estão longe de poder dizer que obtiveram vitória de fato. Onde estão os pastores? Devem estar procurando outras manchetes para transformarem em profecias...

Mas agora a coisa foi diferente... A tragédia não foi na casa do vizinho. Agora foi o templo-sede da Igreja Renascer que desabou. E o que dizer?

Se seguirmos o raciocínio dos próprios crentes, haverá uma grave contradição aqui. Será que Deus está dando tiro no próprio pé?

Não é a primeira vez que isso acontece. Já houve desabamento de templo da Igreja Universal do Reino de Deus, já houve furtos e mais furtos em templos católicos, assalto em templo evangélico, e por aí vai. O problema é que, com o tempo, as pessoas esquecem. Aliás, as pessoas arquivam aquilo que causa desconforto, especialmente desconforto com relação à fé. Mas eu quero pensar mais a respeito desse assunto.

Será que Deus não estava em casa? Onde estavam os profetas que vivem tendo revelações sobre a vida alheia no que diz respeito às finanças, à vida conjugal e ministerial dos crentes? E o Salmo 121 ("Ele guardará a tua entrada e a tua saída")? Será que Deus dormiu e não viu o perigo se aproximando?

Bem, de um lado fica a tristeza por aqueles que morreram ou feriram-se. Por outro, ficam diversos questionamentos sobre a providência divina (se Deus dispõe de tudo para o bem dos que o amam, onde está o cuidado divino?), sobre a onisciência divina (se Deus sabe tudo, por que não tomou uma providência?), sobre a onipotência divina (se Deus pode tudo, por que não impediu a tragédia?), sobre a bondade divina (se Deus sabe tudo e pode tudo, por que não foi bom para seus próprios seguidores?). Estes são problemas insolúveis. Não adianta vir com aquele versículo ridículo: "Todas as coisas cooperam para o bem dos que amam a Deus..." blá-blá-blá. Isso é mera resignação barata e tentativa de fuga de questionamentos inescapáveis!!!

Espero que todos os feridos saiam bem do hospital. Espero que as famílias dos mortos tenham sua dor mitigada pelo tempo. Mas desejo muito mais fervorosamente ainda que as pessoas se livrem das superstições religiosas e que não percam mais seu precioso tempo em aglomerações inúteis no único dia de descanso para a maioria dos trabalhadores mal pagos e explorados deste país – o domingo.

ATUALIZAÇÃO EM 10/12/16:

A Justiça determinou que a Igreja pague a indenização estipulada pela corte a uma das vítimas, depois que a Igreja teve a ousadia de recorrer da primeira decisão da corte. Cambada de pilantras gananciosos!

Com informações do Ultimo Segundo - IG

A Visão Católica de Sexualidade

Armas de destruição em massa
(massa e missa são a mesma palavra em inglês)

A visão católica de sexualidade e, consequentemente, de casamento, é a de que a união sexual visa tão-somente à reprodução. Mas, o que dizer dos milhares (talvez milhões) de casais que não procriam ou das inúmeras relações sexuais que um casal realiza sem a mínima possibilidade de procriar?

Os mais tradicionalistas alegam que a Bíblia fala contra a homossexualidade, mas geralmente eles concentram-se em cinco ou seis passagens que têm diversas outras conotações. No Levítico, por exemplo, a passagem que diz que um homem não se deitará com outro homem está no mesmo capítulo que passagens que falam contra a mistura de sementes diferentes numa mesma lavoura, uso de roupas que combinem tecidos diferentes, proibição de que mulheres em seu período menstrual entrem no templo ou se aproximem de outras pessoas, sob a alegação de que são imundas etc. Dá para levar isso a sério depois de todo o "Esclarecimento" do século XX e já iniciado XXI?

De fato, a defesa bíblica à escravidão é mais forte do que suas contradições à homossexualidade, e ninguém mais apela à Bíblia para justificar a escravidão. O Vaticano, inclusive, chegou a ser uma voz contrária à escravidão num dado momento da história, apesar de ter se beneficiado da escravidão, direta ou indiretamente. Paulo, que muita gente admira, foi um dos mais soberbos e cínicos apóstolos [na verdade, autoproclamado apóstolo, uma vez que não fazia parte dos doze] — esse mesmo Paulo que tantos admiram corroborava a escravidão em suas cartas: "Escravos, obedecei a vossos senhores terrenos com temor e tremor, com um coração puro, como obedeceis a Cristo...". Agora, isso é coisa que se leve a sério tomando chicote no lombo e sendo tolhido em toda a sua dignidade? É fácil para o burguesinho, versado em judaísmo e helenismo, falante de várias línguas e sustentado pela boa vontade de um bando de cristãos do primeiro século...

Mas a escravidão não foi a única loucura a ser abolida. O mesmo se deu com o antissemitismo, a proibição de que as mulheres falassem na igreja etc. Tudo isso foi usado em nome da Bíblia e depois abandonado em nome do bom senso. Por isso, a sexualidade é a próxima fronteira a ser derrubada para que haja verdadeira justiça no trato da Igreja com os clérigos e leigos que comungam com ela, bem como com os não religiosos.

Pedir que os homossexuais suprimam sua identidade sexual é uma violência, uma crueldade. Quanto mais aprendemos sobre a sexualidade humana, mais chegamos à conclusão de que a atração pelo mesmo gênero é algo que nasce com o ser humano ou que se desenvolve tão cedo que não é o que a maioria de nós consideraria como uma "escolha" — manipulável mais do que nascer negro, judeu ou mulher.

O celibato católico NÃO é tão velho quanto a Igreja. Durante oito séculos, a Igreja não teve nenhuma determinação papal contra o casamento dos clérigos. De fato, pelo menos três papas tiveram filhos que os sucederam no trono papal. Portanto, foi por motivos políticos e econômicos — não escriturísticos — que a Igreja estabeleceu a regra celibatária. O ponto é que a privação de companheiro(a) devidamente reconhecido e aceito leva à clandestinidade, e essa clandestinidade pode levar a comportamento nocivo, seja hétero ou homossexual. A Igreja precisa reconhecer a legitimidade do amor em qualquer modalidade, desde que sejam legalmente responsáveis por si mesmas as partes envolvidas.

Quanto às mulheres, se a Igreja não reconhecê-las como sacerdotisas — gays ou heterossexuais — sofrerá perdas ainda maiores. Donald Cozzens cita um prognóstico feito por um vigário-geral aposentado: "A redução de sacerdotes não será resolvida orando por mais vocações. As mulheres são as que identificam e nutrem vocações, e elas não estão fazendo mais isso. Elas dizem: 'Uma Igreja que não aceita minhas filhas não vai levar meu filho.'".

Agora, por que um ateu como eu está interessado nesse assunto eclesiástico? Obviamente, porque não é meramente eclesiástico, mas social, político, cultural. Que a Igreja sofra solução de continuidade não me preocupa mais do que se o presidente americano George Bush comeu bacon com ovos no café da manhã. Mas que homossexuais crentes em sua religião possam ver-se integralmente e naturalmente envolvidos no ministério para o qual se sentem vocacionados é uma questão que não exige fé, mas bom senso! Agora, que a religião é essencialmente motivada pelo binômio culpa-medo, disso não duvido e, por isso, preferiria que as pessoas resolvessem seus dilemas existenciais — ou que pelo menos convivessem com eles — sem se submeterem a outros.

Entendo que, para alguns bons seres humanos — e eu sou amigo, filho, pai, neto, sobrinho etc. de alguns deles — a ideia de que não haja um deus lá em cima com agentes visíveis (padres, pastores, rabinos, pais-de-santo etc.) e invisíveis (seus anjos e mensageiros espirituais) aqui embaixo parece assustadora. É o velho medo que os indefesos seres humanos — diante de um universo misterioso e grandioso em todos os seus fenômenos — nutrem. Medo esse que foi acrescido de culpa no dia em que alguém surgiu com a ideia de que talvez fenômenos como doenças, inundações e secas seriam vingança de uma divindade irada contra os pobres mortais por causa de alguma "querela sagrada" do tipo: não coma isso, não faça aquilo, não pense ou deseje aquiloutro.

Esse medo do desconhecido, presente ou futuro, e essa culpa, como se houvesse sempre algo a ser confessado, são as poderosas forças que mantêm as igrejas abertas e abarrotadas ainda hoje, pois mesmo naquelas em que o interesse seja tão-somente a prosperidade financeira, o que paira na mente do indivíduo é o medo — neste caso, medo da desgraça financeira num mundo que muda o tempo todo.

Mas como os homens não podem viver sem ilusão alguma, a religião se torna esse último galho ao qual muitos se agarram tentando evitar a correnteza do rio da vida. Todos temos ilusões em alguma medida, mas nenhuma pode ser tão castradora de individualidade quanto aquela que, em nome de um deus, ordena que eu deixe de ser homem. Sim, porque com suas proibições de ordem sexual, incentivo ao jejum, à vigília, à penitência, à supressão do desejo, à negação de mim mesmo para ser semelhante a um pai celestial ou seu filho igualmente divino, o cristianismo me impõe limites insuportáveis enquanto ser humano, ser terreno, ser de afecções, de memória, de razão e dono de uma corporalidade bela e pujante.

Prefiro dizer não à castração absolutamente desnecessária, despropositada e inútil da religião de um modo geral e dizer sim a tudo o que for belo, virtuoso e vital à minha própria humanidade e à humanidade dos meus semelhantes. Sou contra aquilo que vilipendie o ser humano e, por isso, sou contra o abuso sexual ou moral de qualquer ordem. Sou contra a exploração financeira que o homem ocidental sofre a cada dia. Sou contra o que oprime o homem, não contra o que o liberta!!! Adoro ser gente, ser humano, mesmo sendo tão frágil.

Não preciso nem dizer aos que amam a si mesmos, à vida e a alguns [é impossível amar todos] outros seres humanos que aproveitem o dia... mas só para não perder o costume: Carpe Diem!!!

Prazer e fundamentalismo...

Prazer e fundamentalismo...


Atualizado em 14/11/14
 

Prazer é uma palavra que assusta a uns e fascina a outros. Mas é vero que todos agimos irrefletidamente de acordo com o princípio do prazer e da dor. Busco o que me satisfaz e evito o que me causa dor. Posso suportar uma dor em nome de um prazer maior. Até os mais elevados atos heroicos seguem esse princípio.

Quem dera que todas as minhas relações fossem sempre assim: cheias de prazer! E não me refiro somente e nem principalmente ao sexo – o que adoro! Tudo é relação: comer, dormir, escrever, ler, conversar, respirar, amar, odiar, e assim por diante. É relação entre corpos: o meu e os dos outros, sejam vivos ou brutos. Mantenha isso em mente enquanto estiver lendo este post.

Então, vejamos...

Há muita gente neurótica neste mundo – disso não há dúvida. Mas é provável que nenhuma neurose seja pior do que a do fundamentalista – eleve-se tudo isso à milésima potência quando esse fundamentalista for um fanático dos três maiores monoteísmos (judaísmo, cristianismo, islamismo).

Todo ser humano é um agente. Mas é agente porque tudo é relação. Muitas dessas relações passam pela carência. O agente é carente porque é corpo, e como todo corpo mantém diversas relações com diversos outros corpos ao seu redor.

É óbvio que os corpos afetam-se mutuamente de muitas maneiras. O mais surpreendente é como pode haver gente que ainda não percebeu que o que despreza em si, é, no final das contas, simplesmente ele mesmo. É certo que faço escolhas, mas quem disse que estas são inteiramente livres? Há sempre algum tipo de limitação imposta pelo próprio corpo ou por outros corpos que se relacionam com ele em alguma intensidade.

Um exemplo muito elementar: sinto fome – isso é uma manifestação do corpo, fruto de uma carência básica: a necessidade de energia. Penso que posso comer o que quiser, mas isso não é verdade. Ingiro necessariamente aquilo que o corpo deseja e que o corpo suporta. Pedra não é alimento. Sua composição não combina com a minha. A relação é péssima.

Isso quer dizer que há limitações impostas pela própria constituição dos corpos. Neste caso, eu e a pedra. Mas isso se estende a tudo que entra em relação comigo.

Existem fantásticas relações de necessidade, potência e limite em todas as coisas e entre todas elas.

Destes dois despretensiosos exemplos, os leitores mais argutos podem deduzir tudo o mais: sou corpo. Como poderia ser desprezador do corpo sem que fosse, por definição, desprezador da vida – ou o inverso, se preferirem?

Por isso, o fanático religioso e outros ultraconservadores odeiam tudo o que se relaciona com o corpo. Também odeiam, talvez por inveja e ressentimento contra si mesmos, todo e qualquer outro ser humano cuja relação com o corpo não seja conflituosa como a deles. Chegam a atribuir virtude ao conflito, citando coisas como o que Paulo escreveu em I Coríntios 9:27:

“Mas esmurro meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado.”

Só não percebem que já estão enganados na premissa de que precisam “esmurrar o corpo”, eufemismo para desprezar, renegar, privar de prazer.

Esta semana recebi umas mensagens que me fizeram pensar bastante nessa questão. Não há como não enxergar que as crenças em vidas futuras, sejam castigos ou recompensas, passam por esse desprezo ao corpo, e o alimentam. Tanto desprezam o próprio corpo que acabam por desprezar tudo o que o excita, incita ou estimula de algum modo que não passe por um estupidificador processo de sublimação. Desprezam o mundo, a vida, e tudo o que remete à alegria de viver no único mundo a que terão acesso: este aqui!

Há certas passagens que valem a citação. Há uma em que Gilles Deleuze fala sobre Espinosa que merece destaque neste artigo.

Para quem ainda não ouviu falar de Espinosa ou não conhece sua obra, pode-se dizer simplesmente que ele privilegiou – com seu pensamento – a natureza, o corpo, a vida! Aí vai um recorte do que disse Gilles Deleuze sobre Espinosa:

"Quando Espinosa diz: o espantoso é o corpo... não sabemos ainda o que pode um corpo... Com isso ele não quer fazer do corpo um modelo, e da alma uma simples dependência do corpo. O seu empreendimento é mais sutil. Quer abater a pseudo-superioridade da alma sobre o corpo. Há a alma e o corpo, e ambos exprimem uma única e mesma coisa: um atributo do corpo é também uma expressão da alma (a velocidade, por exemplo). Do mesmo modo que vocês não sabem o que pode um corpo, assim há muitas coisas no corpo que não conhecem, que ultrapassam o vosso conhecimento, e analogamente há na alma muitas coisas que ultrapassam a vossa consciência. Eis a questão: o que é que pode um corpo? de que afetos é que são capazes? Experimentem, mas é necessária muita prudência. Vivemos num mundo muito desagradável, onde não somente as pessoas mas também os poderes estabelecidos têm interesse em nos comunicar afetos tristes. A tristeza, e os afetos tristes, são todos aqueles que diminuem a nossa potência de agir. Os poderes estabelecidos precisam de nossas tristezas para fazer de nós escravos. O tirano, o padre, os ladrões de almas, necessitam de nos persuadir de que a vida é dura e pesada. Os poderes precisam menos de nos reprimir do que de nos angustiar, ou, como diz Virgílio, de administrar e organizar os nossos pequenos e íntimos terrores. A longa lamentação universal sobre a vida: a falta-de-ser que é a vida... Podemos dizer "dancemos" que nem por isso ficamos alegres. Podemos dizer "que desgraça é a morte", mas era preciso que tivéssemos vivido para termos algo a perder. Os doentes, tanto da alma como do corpo, não nos darão descanso, são vampiros, enquanto não nos tiverem comunicado a sua neurose e a sua angústia, a sua querida castração, o ressentimento contra a vida, o seu imundo contágio. Tudo é uma questão de sangue. Não é fácil ser um homem livre: fugir da peste, organizar os encontros, aumentar a potência de agir, afetar-se de alegria, multiplicar os afetos que exprimem ou encerram um máximo de afirmação. Fazer do corpo uma potência que não se reduz ao organismo, fazer do pensamento uma potência que não se reduz à consciência. (...) a Alma e o Corpo, a alma não está em cima nem em baixo, está "com", está na estrada, exposta a todos os contatos, encontros, em companhia daqueles que seguem o mesmo caminho, "sentir com eles, captar a vibração da sua alma e da sua carne ao passar", o contrário de uma moral de salão - ensinar a alma a viver sua vida, não a salvá-la"
(Deleuze, Gilles; Parnet Claire: Diálogos, Relógio D'Água Editores, Lisboa, 2004, p. 79-81)

Portanto, digo com alegria: só existe um remédio para a neurose dos fundamentalistas – entrar em contato e sintonia com o próprio corpo. Não temer a alegria. Fundamentalistas riem pouquíssimo (quando riem!).

A alegria é a própria força da vida! Como me alegro em ter deixado as amarras existenciais que me atavam à bigorna dos dogmas e me arrastavam para um poço existencial sem fundo. Que gostoso respirar livremente. Livremente aqui não significa sem contingências, mas na própria relação com elas, ora forçando os limites, ora me conformando a eles, numa relação sustentável e que enriquece a própria vida com experiências que seriam impossíveis sem essa elasticidade, sem essa flexibilidade. Diferentemente do fundamentalista, que se engessa com medo das mudanças, que odeia toda variação, que treme diante de qualquer dúvida, pois quer ter certeza, mesmo que não haja qualquer evidência. Acredita que aquilo que aprendeu – não importa quão errado esteja (ele nem pensa nessa possibilidade) – jamais poderá mudar sem que alguma catástrofe universal se abata sobre ele. Quando vê que outros têm mobilidade, flexibilidade, que agem de acordo com sua própria potência, o fundamentalista jura e repete para si mesmo que algum dia um juízo sobrenatural virá sobre esses rebeldes. Só não percebe que ele mesmo é que está em rebelião contra si mesmo, contra sua própria natureza, contra a constituição de seu corpo e contra as relações que poderiam aumentar sua potência de agir, de existir. Assim, perde sua própria vida, tentando salvá-la, pois não vive de fato. Apenas existe.

Abrir-me às diversas possibilidades do próprio corpo e dos demais corpos ao meu redor pode demandar uma capacidade muito grande de senso crítico e coragem para agir de modo diferente do que tradicionalmente acreditei ser verdadeiro, mas nada se compara à alegria de viver assim.

Para Espinosa, corpo e alma são um só. Não existe essa entidade supostamente imortal, independente, supostamente superior ao que é material, que os supersticiosos chamam de alma. Alma é o corpo pensando, sentindo, desejando, lembrando.

Muitos corpos têm sido sacrificados em nome da manutenção e aperfeiçoamento do meu: animais, vegetais, minerais, etc. Mas chegará o dia em que o meu corpo também será oferecido à manutenção e ao aperfeiçoamento de outros. Talvez meros micróbios. Isso também é relação, mas até que essa relação finalmente se realize – e vai se realizar, porque não viverei para sempre – tenho a oportunidade de experimentar outras e deliciosas relações que aumentam minha potência de agir.

Ora com prudência, ora com ousadia, viverei tudo o que há para viver. Não permitirei que aqueles que vivenciam paixões de morte me contagiem com sua morbidez existencial. O antídoto para isso é a alegria – essa paixão de vida; esse elixir que fortalece meu ser como nenhum outro.

Que corpos se relacionam comigo produzindo alegria? Isso depende das características de cada um. Tenho algumas em comum com os demais, donde é possível falar em corpo humano, mente humana, paixões humanas, mas carrego em mim mesmo minhas próprias especificidades. Viverei de acordo com as minhas e não me espantarei demasiadamente com a percepção de que as dos outros podem ser diametralmente opostas. Qualquer tentativa de uniformizar as variações que caracterizam a Natureza seria perda de tempo e diminuição da potência de agir, da força de existir, ou seja, uma prévia da morte. Viver é justamente ser a si mesmo, mantendo relações saudáveis com tudo o que aumenta minha alegria, ou seja, com corpos que interagem bem com esse corpo que sou eu.

O Típico Cristão "Feliz"



Essa charge é muito ilustrativa. Conheci e ainda encontro muitos cristãos que garantem que são felizes, prósperos e saudáveis graças a Deus. Olhando mais de perto, a maioria anda bastante perturbada, não só com os problemas que a vida traz naturalmente, mas ainda com a tentativa de conciliar as caducas doutrinas cristãs com a vida moderna e seus desafios novinhos em folha. Muitos dos que se dizem prósperos — e dão até testemunhos de prosperidade na igreja — estão, de fato, devendo muito aos pequenos e traiçoeiros milagres dos cartões de crédito e dos empréstimos "fáceis". Tem gente pegando dinheiro emprestado para dar dízimo e fazendo ofertas por cartão de crédito, inclusive nos templos. Isso não é mais exclusividade dos tele-evangelistas.

Não preciso nem dizer que tem gente morrendo e dizendo que Jesus curou. Pensam que, comprometendo a "honra de Deus" dessa maneira, ele se sentirá obrigado a atender seus insistentes pedidos por cura miraculosa. E o que mais existe por aí são pastores que dizem: "Vai em paz. O Senhor te curou", porque não estarão por perto quando o pobre do crente voltar para a vidinha miserável que ele havia deixado em casa quando foi ao culto, à cruzada, à sessão de descarrego ou a qualquer outro tipo de reunião que já se tenha inventado para arrancar dinheiro e aplausos dos fiéis.

A vida é muito melhor sem o peso morto da igreja e seu cristianismo. Posso garantir isso por experiência própria. Mas não adianta abandonar os bancos da igreja e continuar permitindo que suas asneiras contaminem sua imaginação. Lugar de morto é no cemitério — e não existe coisa mais morta do que a ideia amplamente anunciada pelos pregadores eletrônicos e seus congêneres de que há vida após a morte e de que o passaporte para essa alucinação é a fé em um deus tão real quanto saci-pererê, coelhinho da Páscoa e Papai Noel. A vida pode ser maravilhosa, mas não no que depender da igreja, seus dogmas e mitos. Neurose nunca produziu saúde. A igreja é uma eficiente — se não for a maior — produtora de neuroses.

Quer saber de uma coisa? A felicidade depende, em grande parte, de como você vive seu próprio potencial intelectual, emocional e físico. Tudo isso é corpo — mas quem fica preocupado com a falácia da imortalidade da alma nunca conseguirá explorar a beleza e grandeza de tudo isso.

Felicidade é possível?


Existem pelo menos quatro razões para a infelicidade humana: temer a ira dos deuses, apavorar-se diante da morte, escolher mal os objetos do desejo e angustiar-se ante o sofrimento. A felicidade, entretanto, não é difícil.

A ira dos deuses e o pavor da morte caem por terra quando compreendemos que não estamos sujeitos ao temperamento dos deuses — sejam muitos ou seja somente um. O mundo parece funcionar de acordo com uma dinâmica essencialmente atômica. A morte é a desagregação de nossa atual composição atômica, ou seja, essa configuração que resultou em nosso corpo e que o mantém em funcionamento, seja em nível físico, intelectual, emocional, etc. Enquanto somos, não há morte; e, quando a morte chega, deixamos de ser. Não há sofrimento pós-morte. Pode haver algum antes que ela se concretize, mas não depois. E mesmo esse que pode precedê-la tem fim certo.

Já a busca pelo objeto de desejo e a angústia ante o sofrimento têm a ver com a ética que adotamos. Precisamos entender que dor e prazer mesclam-se na vida. Prazer não tem nada de mal em si, mas o modo como o buscamos pode ser destrutivo ou não. Muito do prazer enlatado que as pessoas compram quando vão em busca de fontes imediatas de satisfação acaba por prejudicar sua própria vida e a de outros. Isso traz infelicidade. Devemos, sim, buscar o maior prazer possível e evitar o máximo de dor possível — para nós mesmos e para outras pessoas. Viva com prazer, mas não deixe de avaliar "como" pretende fazer isso. Prazer duradouro e benfazejo conjuga afetividade com racionalidade.

A vida é boa. Ninguém quer perdê-la. Mas o grande barato da vida é desfrutar de bem-estar o maior tempo possível — e isso passa pela paz interior, pelas amizades (de verdade) e pelo gosto pelo que é verdadeiro. Não há deuses a quem temer ou a quem recorrer. Não há mistério na morte. Não há prazer errado, mas modos ilegítimos de se obter prazer. Não há como nunca sentir dor em algum grau, mas podemos evitá-la ou remediá-la de muitas maneiras. Há prevenção e remédio para a maioria das dores que podemos experimentar no dia a dia. O que nunca devemos é nos angustiar ante a possibilidade de perder o que nos dá prazer ou de deparar com o que nos possa causar dor, porque isso já seria sofrimento antes mesmo de qualquer situação concreta de dor.

Viver hoje do jeito mais gostoso possível, sem angústia, sem medo, sem estresse. Extrair prazer das pequenas e grandes coisas. E nunca esquecer que nossa própria finitude deve ser nosso maior incentivo à felicidade e à realização plena de nós mesmos. Colocar metas alcançáveis e produtivas, que tragam satisfação — e não ansiedade na tentativa de fazer o que é impossível — é uma das muitas maneiras de realizar seu potencial sem perder a si mesmo de vista.

Existem mil maneiras de sentir prazer sem prejudicar a si mesmo ou aos outros: invente a sua!!!

Para Papa, evitar comportamento gay é como salvar florestas


O Papa, as Florestas Tropicais e os “Perigos” da Diversidade Humana


ROMA – O Papa Bento XVI declarou que “salvar” a humanidade do comportamento homossexual ou transexual é tão importante quanto salvar as florestas tropicais do desmatamento. Segundo ele, a Igreja deve proteger o ser humano da “destruição de si mesmo”. Para o pontífice, existe uma “ecologia humana” a ser preservada — e isso inclui manter a ordem da criação expressa em homem e mulher, como narrado no Gênesis.

O discurso — proferido na Cúria, administração central do Vaticano — reforça mais uma vez a obsessão da Igreja com tudo o que escapa à heteronormatividade. Em outubro do mesmo ano, uma autoridade do Vaticano já havia chamado a homossexualidade de “desvio, irregularidade e ferida”. E mesmo tendo se posicionado contra penas legais a pessoas LGBT, o Vaticano se opôs à resolução da ONU sobre a descriminalização da homossexualidade, com o argumento de que termos como “orientação sexual” e “identidade de gênero” poderiam gerar incerteza jurídica.

Comentário deste blogueiro:

A Igreja ainda extrai sua moral sexual de um mito. Quando o papa fala da criação do homem e da mulher, está falando de Adão e Eva — figuras simbólicas de um texto religioso escrito há milênios. Como é possível que tantas aberrações sejam legitimadas com base em alegorias mitológicas?

A obsessão da Igreja com a sexualidade alheia beira o patológico. E é difícil não notar a hipocrisia: justamente em instituições clericais, onde a convivência com o próprio gênero é constante e o voto de castidade é exigido, a homossexualidade rola solta — só que em silêncio, nos bastidores, nos mosteiros e nas casas paroquiais que funcionam como verdadeiros bunkers da intimidade.

Afinal, quem está realmente colocando “o homem em risco”? A comunidade LGBT que luta por dignidade, ou as igrejas que sempre fizeram barganha com almas e corpos ao longo da história, muitas vezes com promessas de salvação pós-morte em troca de poder, riqueza e submissão?

Há muito tempo a Igreja deixou de ser apenas prostituta — hoje ela é cafetina. Domina igrejas mais novas com a mesma mentalidade medieval sobre sexualidade, mas com ferramentas contemporâneas de poder econômico e político. A preocupação do Vaticano não é com o “pecado”, mas com o controle.

Experiências Pessoais

Não falo apenas por ouvir dizer. Já tive minhas experiências com membros do clero que buscavam sexo escondido, com naturalidade, como se fosse parte de uma rotina paralela. Dois frades em contextos diferentes tentaram me seduzir — um em uma barraca de praia, outro em um shopping, achando que eu também era do “ofício”. Conheço gente que transa com padre depois da missa. Isso é mais comum do que as "ovelhinhas" imaginam.

Se fosse contar todos os casos, esse post viraria uma novena. Basta dizer que o discurso papal é cruel, desconectado da ciência, da realidade e do respeito humano. Carrega um cheiro de fogueira que não combina com uma sociedade que quer justiça, equilíbrio e saúde mental.

O que realmente importa?

A igualdade de direitos, o reconhecimento da dignidade das diversas formas de amor, e a liberdade de cada um viver sua verdade — isso sim traria menos sofrimento ao mundo. Não precisamos esperar que a Igreja acorde. Talvez ela nunca acorde. Mas nós, sim, podemos ser a mudança. Somos indivíduos políticos. Exijamos nossos direitos e votemos apenas em quem realmente representa os valores humanos universais.

A Igreja romana, herdeira do Império, parece ainda amar a tortura. E muita gente ainda faz como Pilatos: lava as mãos. Mas nós não. Nós reagimos.


 

Negros que votaram em Obama ferram os homossexuais depois do maciço apoio da comunidade gay




Por Sergio Viula


É realmente impressionante como o simples fato de que alguém já foi alvo de preconceito não faz dessa pessoa automaticamente alguém sem preconceitos. Os negros americanos, que antigamente nem sentar num ônibus público podiam (para não falar em muitas outras proibições estabelecidas por lei contra eles), nutrem preconceitos igualmente desastrosos contra outros grupos. Esse é o caso dos homossexuais, que votaram majoritariamente no candidato negro, independentemente de serem brancos, negros ou mestiços. A maioria dos homossexuais americanos deu total apoio a Obama, mas o eleitorado negro do novo presidente não deu o mínimo apoio ao estabelecimento de direitos mais justos para a comunidade homossexual americana.

Não que Obama concorde com isso. Em sua campanha, ele sempre se mostrou simpatizante, e é justo esperarmos que, ao assumir a presidência, tome suas primeiras decisões quanto às questões envolvidas no estabelecimento de leis iguais para homossexuais e heterossexuais, dentre outras decisões que o novo chefe do Executivo terá que assumir.

Mas a reprovação do casamento gay em outros estados americanos não foi espontânea nem obteve uma margem tão grande de diferença — o que demonstra que o país não é significativamente contra. A questão é que o lobby de organizações evangélicas ainda manobra muito dessa ignorância reinante entre pessoas que só ouvem seus pastores de meia-tigela. É o caso do James Dobson e de outros pastores que detêm poder de mídia.

Os homossexuais devem lutar pela aprovação do casamento gay não porque o casamento seja, em si mesmo, grande coisa, mas pelo status de igualdade que a lei confere a todos aqueles que estejam cobertos por ela.

Particularmente, acho o casamento nos moldes tradicionais falido entre os próprios heterossexuais. Tenho diversos amigos que não suportam mais seus casamentos. E são heterossexuais. Eles desprezam totalmente o casamento como tradicionalmente defendido.

Os homossexuais poderiam desprezar totalmente os idiotinhas crentes e suas leizinhas babacas, se isso não denotasse o perigo de lançar milhões de pessoas no fosso dos anátemas, que acabam servindo de justificativa para a perseguição, coação, humilhação, prisão e tantas outras atrocidades que a história tem testemunhado.

Será que heterossexuais teriam mesmo o direito de votar ou vetar o que quer que seja em relação a um grupo do qual eles não fazem parte? Poderiam os gays legislar sobre os direitos dos heterossexuais sem ignorar alguma coisa importante para os que não são gays? A meu ver, isso não deveria entrar em votação popular. Isso deveria ser pensado e regulamentado da mesma forma que tiveram seus direitos garantidos os negros americanos num tempo em que um negro honesto valia menos que um branco bandido. Não foi preciso fazer um plebiscito entre brancos para saber se negros podiam utilizar os equipamentos públicos e possuir outros direitos. Então, por que perguntar aos homofóbicos se gays podem ter direitos civis plenos?

A democracia americana seria cômica, se não fosse trágica.

Vamos aguardar os primeiros atos de Obama... Tudo pode acontecer. Essa questão está longe de estar encerrada, e os cretinos não podem comemorar sem correr o risco de ter que engolir a própria língua.

Viva a igualdade (de direitos civis) e a diversidade (de cores, gêneros e sexualidades).

Prince, testemunha de Jeová???

Prince

Ele já foi ícone gay nos anos 80, já mudou de nome e tornou-se um símbolo impronunciável. Agora, aos 50 anos, Prince nega ter tido qualquer influência sobre a cena gay e — pior — declara-se contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a adoção de crianças por homossexuais.

Em notícia publicada na revista norte-americana The New Yorker deste mês (novembro de 2008), Prince afirmou que o casamento gay "não é certo". Convertido à seita Testemunhas de Jeová há sete anos, o músico já fez várias canções religiosas, mas longe das grandes gravadoras. "É a religião que une as pessoas", afirmou.

Morando em Los Angeles, ele frequenta um Salão do Reino (nome dado ao local de encontro das Testemunhas de Jeová) e diz estar feliz com isso. "É uma realização. Muita gente fica surpresa ao me ver, mas acha legal minha conversão."

Sobre os gays, Prince segue agora os princípios de sua religião. A entrevista foi feita um dia antes da eleição de Barack Obama e, segundo Prince, muita gente votou no candidato por "não entender a Bíblia". "Elas apoiam o casamento gay e até usam a Bíblia em sua argumentação, mas estão erradas. Deus já veio à Terra uma vez para limpar o mundo desse tipo de sujeira — o casamento gay, o aborto. Ele disse basta", afirmou o cantor, provavelmente se referindo à passagem bíblica de Sodoma e Gomorra.

Comentário deste blogueiro

Seguir algum dogma é sempre escravizante, porque a vida passa a ser medida a partir da régua da crença. Será que posso ser ou fazer tal coisa sem contrariar o dogma? E quando a resposta é não, o indivíduo se esforça por se enquadrar no dogma. Quando esse enquadramento vai contra suas necessidades ou desejos mais intensos e mais íntimos, isso pode gerar um comportamento que beira a esquizofrenia.

Prince foi um gênio!!! Agora age como um idiota. A seita das Testemunhas de Jeová é uma das mais fanáticas e alienadas que existem. Dificilmente ele poderia ter escolhido uma religião mais "estupidificante" do que essa.

Mas isso é o que dá ficar procurando significação para a vida em mundos-além, deuses, livros sagrados, etc. Um cara que revolucionou a música e sacudiu a cena artística por vários anos, agora fica produzindo musiquinha pra Jeová em Salão do Reino... dá um tempo!!!

Sempre que alguém elege um deus como o único, já começa a discriminar a tudo e a todos. Prince era único em seu estilo. Agora, ele é apenas mais um nesse bando de seguidores de fábulas. Que pena! 😝

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