
O Papa, as Florestas Tropicais e os “Perigos” da Diversidade Humana
ROMA – O Papa Bento XVI declarou que “salvar” a humanidade do comportamento homossexual ou transexual é tão importante quanto salvar as florestas tropicais do desmatamento. Segundo ele, a Igreja deve proteger o ser humano da “destruição de si mesmo”. Para o pontífice, existe uma “ecologia humana” a ser preservada — e isso inclui manter a ordem da criação expressa em homem e mulher, como narrado no Gênesis.
O discurso — proferido na Cúria, administração central do Vaticano — reforça mais uma vez a obsessão da Igreja com tudo o que escapa à heteronormatividade. Em outubro do mesmo ano, uma autoridade do Vaticano já havia chamado a homossexualidade de “desvio, irregularidade e ferida”. E mesmo tendo se posicionado contra penas legais a pessoas LGBT, o Vaticano se opôs à resolução da ONU sobre a descriminalização da homossexualidade, com o argumento de que termos como “orientação sexual” e “identidade de gênero” poderiam gerar incerteza jurídica.
Comentário deste blogueiro:
A Igreja ainda extrai sua moral sexual de um mito. Quando o papa fala da criação do homem e da mulher, está falando de Adão e Eva — figuras simbólicas de um texto religioso escrito há milênios. Como é possível que tantas aberrações sejam legitimadas com base em alegorias mitológicas?
A obsessão da Igreja com a sexualidade alheia beira o patológico. E é difícil não notar a hipocrisia: justamente em instituições clericais, onde a convivência com o próprio gênero é constante e o voto de castidade é exigido, a homossexualidade rola solta — só que em silêncio, nos bastidores, nos mosteiros e nas casas paroquiais que funcionam como verdadeiros bunkers da intimidade.
Afinal, quem está realmente colocando “o homem em risco”? A comunidade LGBT que luta por dignidade, ou as igrejas que sempre fizeram barganha com almas e corpos ao longo da história, muitas vezes com promessas de salvação pós-morte em troca de poder, riqueza e submissão?
Há muito tempo a Igreja deixou de ser apenas prostituta — hoje ela é cafetina. Domina igrejas mais novas com a mesma mentalidade medieval sobre sexualidade, mas com ferramentas contemporâneas de poder econômico e político. A preocupação do Vaticano não é com o “pecado”, mas com o controle.
Experiências Pessoais
Não falo apenas por ouvir dizer. Já tive minhas experiências com membros do clero que buscavam sexo escondido, com naturalidade, como se fosse parte de uma rotina paralela. Dois frades em contextos diferentes tentaram me seduzir — um em uma barraca de praia, outro em um shopping, achando que eu também era do “ofício”. Conheço gente que transa com padre depois da missa. Isso é mais comum do que as "ovelhinhas" imaginam.
Se fosse contar todos os casos, esse post viraria uma novena. Basta dizer que o discurso papal é cruel, desconectado da ciência, da realidade e do respeito humano. Carrega um cheiro de fogueira que não combina com uma sociedade que quer justiça, equilíbrio e saúde mental.
O que realmente importa?
A igualdade de direitos, o reconhecimento da dignidade das diversas formas de amor, e a liberdade de cada um viver sua verdade — isso sim traria menos sofrimento ao mundo. Não precisamos esperar que a Igreja acorde. Talvez ela nunca acorde. Mas nós, sim, podemos ser a mudança. Somos indivíduos políticos. Exijamos nossos direitos e votemos apenas em quem realmente representa os valores humanos universais.
A Igreja romana, herdeira do Império, parece ainda amar a tortura. E muita gente ainda faz como Pilatos: lava as mãos. Mas nós não. Nós reagimos.
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